Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 92
CAPÍTULO92




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CAPÍTULO92

Seria mesmo verdade? Não seria apenas um sonho? Jaraguá e Palhoça
sentiam que finalmente, suas vidas voltavam a o normal. As duas irmãs
conversavam sentadas na areia da praia, tendo por testemunhas um lindo
pôr de sol e o mar diante delas.
A alguns metros das meninas estavam Camila, São José, Davi e Clara; os
dois casais passariam o fim de semana ali, em uma casa comprada por São
José a alguns meses:
— Nosso pai parece outro homem, Palhoça!
— O nome disso é amor e o sobrenome é felicidade, maninha!
— Eu olho pra eles e me pergunto como teria sido se fosse a Cami a o
invés de Criciúma, quanto sofrimento teria sido evitado!
— Mas o que importa é que está tudo bem, mana; nosso pai está feliz,
claro que teria sido melhor que nada daquilo tivesse acontecido, mas ele
encontrou uma mulher que ama ele de verdade, que gosta e respeita a
gente! A gente só precisa agradecer, minha irmã, e a cima de tudo,
aproveitar!
As meninas e os dois casais saíram dali já passava de oito da noite;
de uma noite linda de sexta feira. O plano era sairem todos para comer
alguma coisa e tomar um chope gelado:
— Cami, fecha esse vestido pra mim, por favor! - Clara entrou no quarto
da cunhada, que se maquiava em frente a o grande espelho; Camila parou o
que estava fazendo para ajudá-la:
— Você está uma grávida linda, Clara!
— Estou enorme de gorda, isso sim!
— Mas você vai ver que tudo isso vai valer a pena quando o meu sobrinho
nascer!
— Mudando de assunto, Cami, essa casa é um paraíso; e eu achei de muito
mal gosto do seu marido carregar as duas filhas da outra a tira colo pra
cá!
— De mal gosto por quê, Clara?
— Ah, vocês estão casados a muito pouco tempo, eu acho que agora ele tem
que se preocupar com você! Aliás, Cami, o coroa está louco por você,
tira dele tudo o que você puder tirar, faz seu pé de meia pra você
poder dar o fora na hora que você quiser!
— Eu não posso estar ouvindo isso de você, Clara!
— Eu estou falando pro seu bem, cunhada; não tem que bancar a sonsa
não, ou melhor, tem, tem é que bancar a mulher apaixonada! Eu já namorei
um coroa mais ou menos da idade do seu marido, me arrependo até o último
fio de cabelo por não ter me casado! Mas você, Cami, você está casada
com ele, arranca tudo o que você puder arrancar...
— Clara, sai do meu quarto, por favor; termina de se arrumar, a gente
logo vai sair!
— Eu não queria te ofender, Cami, só estou tentando...
— Sai, Clara, por favor!
Camila não sabia explicar a sensação que se apossou dela naquela hora;
seu coração parecia querer saltar do peito, se sentiu desamparada, pela
primeira vez depois de seu casamento ela se sentiu desamparada.
Clara deixou o quarto com passos indecisos; a enfermeira permaneceu
como estava, parada no centro do quarto, imóvel, sem coragem para
absolutamente nada.
A porta do banheiro se abriu, São José saía do banho; vestia camisa
branca e bermuda. O par de olhos azuis já conhecia tão bem aquela
mulher, ele podia afirmar que algo aconteceu com sua esposa:
— Cami, está tudo bem? - São José caminhou até a cama e sentou-se ao
lado dela; segurou-lhe a mão esquerda, a mão em que estava a aliança:
— Me abraça, São José - murmurou ela -, me abraça pra eu sentir que está
tudo bem, diz que você acredita em mim!
Aconteceu alguma coisa, disso ele tinha certeza; não perguntou do que se
tratava naquele momento, preocupou-se em abraçar sua mulher:
— É claro que eu acredito, meu amor, eu acredito em você, caso contrário
eu não estaria aqui! Mas o que foi que aconteceu?
— Isso não importa, nada mais importa! Eu só quero que você saiba que eu
te amo, que eu me casei com você por amor!
— Eu também te amo, enfermeira Camila, eu te amo muito, não esqueça
disso! Agora vai, meu anjo, termina de se arrumar, as meninas estão
esperando a gente!
A insegurança de Camila caiu por terra; o abraço daquele homem
lhe trazia a certeza de que tudo daria certo. Era hora de levantar a
cabeça, terminar de se arrumar e aproveitar aquela noite
— Sua irmã é uma sonsa! - resmungava Clara com seu marido enquanto
remexia a mala procurando um sapato:
— Posso saber por quê? - perguntou o rapaz, conferindo o dinheiro na
carteira:
— Falei pra ela tirar do coroa tudo o que ela puder, fazer um bom pé de
meia e cair fora depois; praticamente me colocou pra fora do quarto!
— Você teve coragem de falar uma coisa dessas na cara dela, Clara? -
Davi parecia indignado, olhou sério para sua esposa:
— Eu só quis ajudar!
O rapaz se aproximou de sua esposa, estava sério, quase que irritado:
— Clara, dinheiro nunca foi problema na nossa família e você sabe disso;
a minha irmã não precisa dar o golpe do baú pra...
— Dinheiro nunca é de mais, amor!
— Eu não vou discutir com você, Clara; termina de se arrumar, as meninas
estão esperando a gente na sala!
— Achei de pécimo gosto ele trazer as filhas da outra pra cá; a esposa
dele agora é a Camila, que não tem obrigação nenhuma de aturar as
filhas da ex dele...
— Para, Clara, chega, pelo amor de Deus para com isso! E nem pense em
repetir essas bobagens pra minha irmã, pro marido dela e muito menos
pras meninas!
Já era tarde da noite; deitada na cama de casal de seu quarto,
Joinville esperava por Chapecó, que colocava o filho pra dormir. O som
de notificação do whatsapp fez com que a moça pegasse o celular no
criado mudo ao seu lado.
Aquela notificação não se tratava de uma simples mensagem no grupo da
família, mas era a prova viva da felicidade de Jaraguá e Palhoça. Na
foto enviada por São José, estavam as duas meninas ao lado de Camila,
Jaraguá com aquele sorriso lindo e constante, Palhoça sempre esbanjando
alegria por onde passava, as três sentadas em algum lugar que não ficou
claro na foto, cada uma com um sorvete. Na legenda, o pai escreveu "Aqui
três das mulheres da minha vida, faltando Blumenau e Joinville.
Chapecó entrou no quarto e encontrou a companheira na cama, sorrindo
olhando pra foto. Se deitou mansamente ao lado dela e depositou-lhe um leve
beijo no canto da boca:
— Dormiu? - murmurou Joinville:
— Dormiu! Estava com a corda toda hoje mas acabou caindo no sono!
— Olha só, meu pai mandou essa foto agora a pouco!
Chapecó prestou atenção na foto por um instante e sorriu satisfeita;
voltou a encarar Joinville:
— Olhando pra essa foto eu me dou conta do quanto eu fui imatura,
idiota, Chapecó!
— Por que, meu amor?
— Eu impliquei tanto com o meu pai, com o casamento dele com a Camila, o
sorriso dela aqui diz tudo, assim como o sorriso das minhas irmãs!
— Joinville, vocês passaram por um golpe muito grande, meu anjo; seu pai
saiu de casa por causa de uma mulher que foi capaz de mentir, de forjar
uma falsa gravidez pra prendê-lo, e pior, ela te contou essa história
sórdida quando você estava no hospital, ela foi cruel!
— No dia do casamento deles eu perguntei pra ela se vocês tinham tido
alguma coisa! Eu sei que eu não deveria ter feito isso, que eu deveria
ter confiado em você mas...
— Joinville - Chapecó estava séria, mas continuou serena, amorosa -, eu
nunca te traí, você foi a única mulher que eu nunca traí! Você foi a
única que me fez querer casar, acordar do lado de uma mulher só
todos os dias, pro resto da minha vida!
— Você me perdoa por isso?
— Confia em mim, meu amor, confia em mim; é só isso que eu te peço!
Naquela noite, Joinville sentiu que sua insegurança não tinha razão de
ser; nunca pensou que era tão amada, saber que foi a única mulher que
fez Chapecó ser fiel a fez pensar.
Joinville tinha que agarrar com as duas mãos aquele amor que era só seu.


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