Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 78
CAPÍTULO78




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CAPÍTULO78

A enfermeira Camila chegou na casa da melhor amiga acompanhada por
São José; todos os convidados já estavam lá, os dois foram os últimos a
chegar:
– Bati o carro quando estava saindo do flat! - justificou-se Camila para
Chapecó, sentada ao lado dela:
– Na garagem?
– Não; eu estacionei do lado do prédio quando cheguei do hospital
justamente porque logo eu vinha pra cá; só que quando fui sair, me
atrapalhei, em fim, bati; e pior, amassei a frente do carro da doutora
Dilma, presidente do hospital!
– Amiga, você bateu no carro da presidente do hospital onde você
trabalha, criatura? Me explica, como é que você conseguiu essa façanha?
– Não sei, Chapecó, não sei; na verdade eu não faço a menor ideia do que
ela estava fazendo ali perto do flat!
– Ela dá aula na universidade, devia estar indo pra lá!
– Fiquei nervosa, não conseguia raciocinar direito; daí o seu sogro
apareceu e amenizou a situação, caso contrário eu teria perdido o
emprego e ainda ia ter que arcar com o prejuizo!
Chapecó olhou séria para a melhor amiga e tocou na mão direita dela:
– Amiga, o que é que está acontecendo? Eu te conheço, você está
acelerada, você nunca foi disso!
– Não está acontecendo nada, Chapecó, eu não estou acelerada!
– Olha só, Cami, eu quero que você saiba que não mudou nada; não é
porque eu me casei que a gente vai deixar de se ver, de trocar segredos
como sempre aconteceu! Aparece aqui sempre que você precisar de mim, e
pode aparecer sem precisar mesmo porque eu vou ficar feliz!
– Eu sei, amiga; obrigada! Mas deixa eu cumprimentar o resto do povo,
ainda não conversei com a sua sogra, com as suas cunhadas!
– Está todo mundo por aí!
– Depois a gente se fala!
São José se sentou junto ás quatro filhas; segurou a mão de
Joinville e beijou-a calmamente:
– E aí, filhota, como estão as coisas?
– Tudo bem, pai - ela sorriu intensamente ao dizer isso -, se ficar
melhor vira festa!
– Que bom, meu amor! Eu queria ter vindo aqui antes, conhecer a sua casa
mas não consegui! O meu sócio, que detêm trinta por cento das ações da
empresa está querendo vender tudo e sair do país; eu vou comprar a parte
dele!
– Eu estou muito feliz por você ter vindo, pai, muito feliz; e venha
sempre que você quiser! Aliás, eu estou querendo conversar com você mas
não aqui, não nesse momento!
– Almoça com o papai amanhã?
– Pode ser!
– Eu paço aqui pra te buscar então; a gente conversa!
A doutora Ana Luísa chegou minutos depois; cumprimentou Chapecó e
Joinville e depois se juntou à Camila e Florianópolis, que estavam
conversando. Todo mundo conversava, ria, Palhoça andava e brincava pela
sala com o irmão caçula, e de repente, Joinville pegou-o no colo e se
sentou ao lado de Chapecó; São Joaquim, com quase oito meses, já fazia
graça, brincava, e Chapecó pegou-o no colo em seguida.
Com a mãozinha pequena e inocente, o pequeno tocou a barriga da cunhada;
Joinville, ainda sentada ao lado deles, olhou para o irmãozinho com um
sorriso largo:
– Será que ele sabe, Joinville?
– Eu acho que ele sente! Meu amor, você sabia que aí tem um amiguinho pra brincar com você?
São Joaquim deu um lindo sorriso, ele entendia que o que sua irmã estava
dizendo era bom, ainda pequeno ele já entendia:
– É - continuou Joinville -, daqui mais um tempinho ele vai nascer, vai
crescer e vai brincar com você!
– E tem o de Blumenau também! - lembrou Chapecó:
– Vai ser uma verdadeira festa; esse príncipe aqui, o nosso, o filho de
Blumenau, isso vai ser uma festa!
O jantar foi servido; todos estavam em volta da mesa, tudo estava
muito bem:
– Gente, vou dar uma chegada lá na cozinha e já volto - avisou Chapecó
–, fiquem a vontade!
Mas ao se levantar da cadeira, a engenheira sentiu uma dor forte na nuca
e uma tontura; quase caiu ali mesmo. Os convidados se levantaram de seus
lugares e uma pequena multidão se formou em volta dela:
– Chapecó, o que é que você está sentindo? - perguntava Joinville,
nervosa, abraçada a ela:
– Uma dor na nuca - ela respondeu com a voz trêmula -, uma tontura; vai
passar!
– É melhor que ela vá se deitar - sugeriu Ana Luísa -, Joinville, leve-a
pro quarto de vocês, eu vou pegar a minha maleta lá no carro!
Amparada por Joinville e pela enfermeira Camila, Chapecó chegou no
quarto; estava contrariada, repetia que não podia deixar os convidados
na sala. A médica voltou com a maleta e começou a examiná-la com cuidado:
– A pressão está normal - afirmou Ana Luísa -, Chapecó, você está
sentindo mais alguma coisa além dessa dor na nuca e a tontura?
– Não, doutora, é só isso mesmo! Eu estou com medo, eu estou com muito
medo...
Florianópolis entrou no quarto acompanhada por dona Margarida,
trazendo uma bandeja com duas xícaras de chá:
– Fiz um cházinho de folha de laranja - disse a simpática senhora -, vai
acalmar e não vai prejudicar o bebezinho!
Florianópolis entregou uma das xícaras para a nora, depois para sua
filha:
– Toma você também, Joinville; você está gelada, filha!
– E não é pra estar, mãe?
– Olha, gente - explicou pacientemente Ana Luísa -, aparentemente está
tudo bem; eu temi que fosse a pressão mas está normal! Joinville, se ela
voltar a apresentar esses sintomas, leve-a pro hospital imediatamente,
nós vamos precisar investigar isso melhor!
– Doutora - falou a futura mamãe -, seja franca comigo; meu bebê corre
algum risco?
– Aparentemente não, Chapecó; mas se você voltar a ter esses sintomas a
gente vai precisar tomar alguns cuidados; dores na nuca, tonturas podem
ser sinal de pressão alta e isso não é bom durante a gravidez! Mas por
enquanto, mãezinha, não tem razão nenhuma pra você se preocupar; está
tudo normal!
Chapecó ouviu tudo o que a médica disse; depois, olhou para Camila e
chamou-a para se sentar ao seu lado. Ela obedeceu; se aproximou
e se sentou na cama. A engenheira abraçou-se à melhor amiga e chorou:
– Ei, amiga - dizia calmamente a enfermeira enquanto afagava os cabelos
dela -, não pode ficar assim! Olha, está tudo bem com você, ou melhor,
com vocês...
– Cami - o pedido de Chapecó veio em meio a os soluços de um choro de
medo, ou de emoção, nem ela mesma conseguia entender -, dorme aqui em
casa hoje, por favor, dorme aqui, faz isso por mim...
– Calma, minha amiga, pronto, eu fico aqui, claro que eu fico!
– Cami - interveio Joinville -, eu acho que é melhor você ficar aqui
essa noite mesmo; eu vou pedir pra dona Margarida preparar o quarto pra
você!
– Tudo bem, Joinville, não se preocupe! Eu só vou até em casa, pegar
camisola, escova de dente e o aparelho pra gente monitorar a pressão dela!
O primeiro jantar que Chapecó e Joinville ofereceram em sua casa
acabou antes da hora; os convidados se retiraram, todos preocupados e
desejando que a moça ficasse bem, e que aquilo realmente não tivesse
passado de um susto.
Eram três horas da manhã; Joinville havia conseguido dormir um
pouco, mas não profundamente; estava preocupada com a mulher e o filho.
Se levantou, foi ao banheiro, e quando voltava pra cama percebeu que
sua companheira abria os olhos lentamente:
– Joinville! - ela exclamou sonolenta, um pouco confusa:
– Oi - sussurrou ela com um sorriso leve -, estou aqui! Está sentindo
alguma coisa?
– Não... quer dizer, minha cabeça está doendo um pouco, uma dor chata! Eu vou me
levantar pra tomar um copo'd'água!
– Não, minha querida, fica deitada; eu trago aqui pra você!
Joinville foi até a cozinha, e quando voltava com a água, esbarrou
com a enfermeira Camila no corredor:
– Joinville, como ela está?
– Pediu água; disse que está com dor de cabeça!
– Posso dar uma olhada nela?
– Claro, Cami; vem!
Camila foi até o quarto e checou a pressão da amiga; continuava tudo
normal.


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