Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 67
CAPÍTULO67




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CAPÍTULO67

Larissa continuava sentada, chorando diante de seu chefe; São José,
sentado atrás da mesa, segurava o celular da estagiária, estava diante
de uma gravação feita por ela que provava o que ele jamais imaginou:
— Como eu vinha te dizendo, André, eu tenho outros planos pra esse
dinheiro! - dizia Criciúma:
— E posso saber quais são esses planos?
— Eu sou uma mulher esperta; São José está louco por mim, bobo,
apaixonado! Esse cheque vai é pra minha conta pessoal!
— Criciúma, é arriscado demais!
— Eu amo meu marido, mas tenho que fazer o meu pé de meia! Um filho dele
seria a melhor solução pra mim, porque mesmo se a gente se separasse um
dia, eu estaria bem pro resto da vida; mas nem isso eu consigo! Então, o
jeito que eu tenho de garantir o meu futuro é esse!
O mundo desabou pela segunda vez para aquele pai de família; era
difícil para ele imaginar que foi capaz de abandonar a família por causa
daquela mulher.
Naquele mesmo dia, São José chamou André, o funcionário que foi cúmplice
de Criciúma, mostrou a gravação, demitindo-o em seguida. Larissa ficaria
pra sempre na história e nas lembranças daquele homem, a imagem da
estagiária chorando diante dele jamais lhe sairia da cabeça.
Pela primeira vez, São José estava no chão; não teve cabeça pra mais
nada, saiu da empresa as onze da manhã e não voltaria naquele dia.
Era difícil acreditar, mas Florianópolis teria que passar por esse
momento, o momento de deixar uma de suas filhas sair de casa. Blumenau
estava indo viver com São Bento do Sul no apartamento dele; estava
radiante de felicidade:
— Só você mesmo pra me transformar em uma mãe de família! - comentava a
moça com o namorado enquanto fechava a mala:
— A gente vai ser muito feliz; eu, você e o nosso menino!
— Você acha mesmo que vai ser menino?
— Tenho certeza!
— Pois eu sinto aqui no meu coração que eu vou ter uma filha mulher!
Naquela terça feira, dia vinte e sete de dezembro, Blumenau deixou a
casa de sua mãe. Não foi um momento fácil, mas Florianópolis sabia que
sua filha estava indo para a sua casa, cuidar da sua família.
São Bento do Sul deixou claro; a festa para selebrar a chegada do ano
novo seria no apartamento deles, com toda a família de sua mulher.
Quando chegou em sua nova casa, Blumenau conheceu Margarida, uma
senhora baixinha e de cabelos curtos que seria a fiel escudeira de sua
casa; lembrou-se de Márcia, que praticamente ajudou sua mãe a lhe criar.
Era difícil acreditar, mas Blumenau estava se tornando mãe de família.
— Eu vou te ajudar a arrumar as roupas no closet! - determinou
sorridente dona Margarida:
— Obrigada - Blumenau sorriu de volta para ela -, eu virei mãe de
família de uma hora pra outra!
— A senhora está grávida de quanto tempo?
— Dois meses! Só me faz um favor, dona Margarida; despensa o senhora!
— Tudo bem; você é mesmo muito novinha pra ser chamada de senhora!
As duas continuaram conversando enquanto arrumavam cuidadosamente as
roupas no closet; e depois, Blumenau decidiu se entregar a um banho de
espuma na banheira do quarto de casal, enquanto dona Margarida preparava
o jantar.
Blumenau e São Bento do Sul sentaram-se à mesa de sua casa pela
primeira vez pra fazer uma refeição:
— Eu tenho o básico na cozinha - disse dona Margarida -, vamos precisar
fazer super mercado!
— Tudo bem - respondeu Blumenau -, a gente faz isso amanhã de manhã; eu
vou com a senhora!
— Você no super mercado? - brincou São Bento:
— Eu mesma - ela sorriu -, agora eu sou dona de casa e mãe de família;
vou fazer o melhor possível pelo bom funcionamento da nossa casa!
Blumenau jamais fez super mercado em toda sua vida; mas no dia
seguinte, pegou o carro e foi cumprir sua primeira tarefa de dona de
casa ao lado de dona Margarida.
Era tudo muito novo para ela; andar entre as prateleiras, escolher
produtos, comparar preços, coisas que ela nunca havia feito:
— Eu vou escolher as frutas e verduras! - determinou a fiel empregada da
casa:
— Faz isso, dona Margarida; eu tenho muito o que aprender com a senhora,
sou um zero a esquerda!
A tarde, Blumenau foi ao shopping, sempre acompanhada por sua mais
nova amiga e secretária do lar; foi a vez de comprar roupa de cama,
toalhas, coisas que o jovem casal precisaria em sua nova casa, em sua
nova vida:
— Dona Margarida, eu preciso sentar um pouco; estou um pouco tonta, deve
ser esse calor!
As duas estavam dentro de uma loja escolhendo algumas toalhas; uma
atendente levou Blumenau até uma poltrona, e com paciência acomodou-a
lá:
— Ela está grávida de dois meses! - comentou dona Margarida:
— Isso é normal - respondeu a atendente com um sorriso discreto -, e
também, com esse calor de quase quarenta graus, até a gente acaba
ficando meio mal!
São Bento passava o dia todo fora, ajudava o pai no escritório de
advocacia; Blumenau, de férias da faculdade nessa época, passava seus
dias ao lado de dona Margarida, arrumando uma coisa aqui e outra ali, a
espera do marido que chegava no fim do dia.
Naquela semana, Florianópolis esteve no apartamento da doutora Ana
Luísa junto com a filha mais velha, para convidar a médica para comemorar com sua
família a chegada do novo ano. Ana ficou surpresa e feliz ao mesmo
tempo; aceitou o convite com alegria, garantiu que estaria lá.
Na noite do dia trinta e um de dezembro, o jovem casal Blumenau e
São bento do Sul recebeu em em casa a família e alguns amigos para
celebrar a chegada do ano de dois mil e dezoito. A jovem mãe de família
se saiu uma perfeita anfitriã, e com a ajuda de dona Margarida, que
morava no emprego, fez o possível para que todo mundo se sentisse bem em
sua casa.
Quando chegou a meia noite, era hora dos abraços, dos desejos de
muita saúde e paz para o ano que estava nascendo:
— Feliz ano novo pra nós três! - sussurrou São Bento ao abraçar sua
mulher:
— Feliz ano novo, meu amor! - ela respondeu.
Chapecó também estava ali, no apartamento da cunhada; ao abraçá-la,
não perdeu a chance de dizer o que estava sentindo:
— Feliz ano novo, Blumenau! Eu estou muito feliz por estar aqui, na sua
casa, e desejo que você seja muito feliz! Que os nossos filhos venham
com saúde, trazendo muita alegria pra gente!
— Eu também, cunhada; desejo que você seja muito feliz; e pode ter
certeza que os nossos filhos vão trazer muita alegria pra nós!
Ana Luísa, que estava ali como uma convidada muito especial de
Florianópolis e de sua família, se deu bem com todo mundo; já tinha um laço de carinho com aquela família, São Joaquim nasceu
em suas mãos, e certamente, os filhos de Chapecó e Blumenau também
viriam a o mundo com a sua ajuda
Depois dos abraços e de algumas lágrimas de emoção, todos se
sentaram em volta da mesa para fazer a seia:
— Que tal a sensação de dar a primeira festa na sua casa, filha? -
perguntou Florianópolis, com um sorriso contagiante no rosto ao se
sentar ao lado de Blumenau:
— Eu estou meio atrapalhada ainda, mãe, mas acho que estou me saindo
bem!
— Está, minha querida, está se saíndo bem!
— A dona Margarida caiu do céu; se não fosse ela, acho que seria
impossível isso tudo dar certo!
Já eram quase duas da manhã quando Chapecó e Joinville sairam da
festa; iriam dormir no flat:
— Estou chocada com a sua irmã! - brincou a engenheira enquanto abria a
porta do apartamento:
— E eu não estou? Menina, Blumenau está se saindo uma perfeita anfitriã,
e mais, uma perfeita dona de casa e mãe de família! Mas... Chapecó, eu
não sei se sou eu que ando pensando bobagens, mas o marido dela não me
faz a cabeça!
— Como assim?
— Não sei; eu acho ele meio estranho, é como se tivesse alguma coisa por
trás daquela seriedade toda, alguma coisa que eu não consigo ver,
entende?
— E da última vez você não estava errada, não é, meu amor?
— É, infelizmente! Nesse tipo de situação eu bem que gostaria de estar
errada!
As duas já estavam dentro do apartamento; Chapecó fechou a porta
atrás de si, olhou Joinville nos olhos e disse:
— Eu tenho um presente pra te dar!
— Ai ai ai; você está com cara de criança que fez arte!
— Quem disse que eu fiz arte?
— Tá bom, vai! O que é?
— Vem comigo, lá no quarto!
Chapecó abraçou a namorada pela cintura e começou a conduzi-la até a
escada caracol que as levaria até o quarto:
— Ei, a gente vai é acabar caindo! - divertiu-se a futura arquiteta:
— Fica tranquila, eu tomo cuidado!
As duas chegaram no quarto, e enquanto Joinville foi sentar-se na
cama, Chapecó foi até a cômoda e pegou uma caixinha. Deu alguns passos e
sentou-se também, ao lado da namorada; abriu a caixinha:
— Eu não acredito! - sussurrou Joinville com o mais belo sorriso que
conseguiu, seus olhos se encheram de lágrimas; ela estava diante de um
par de alianças de ouro, já com os nomes gravados:
— Eu quero que todo mundo saiba que eu te amo, Joinville; eu quero que o
mundo todo saiba que a gente vai ser uma família, uma família linda, que
a gente vai ter um lar repleto de alegria, repleto de amor! Você aceita
formar essa família comigo?
— Eu aceito! - Joinville não sabia se ria ou chorava:
— Aceita o quê?
— Eu aceito formar essa família com você, com uma condição!
— Ah não, meu Deus, que condição?
— Que a gente envelheça juntas; eu quero ficar bem velhinha do seu lado,
e te proibo de ir embora desse mundo antes de mim!
— Condição aceita!


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