Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 66
CAPÍTULO66




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/742293/chapter/66

CAPÍTULO66

— Bem, gente - começou Chapecó -, eu só queria agradecer; em
primeiro lugar a Deus, e em segundo lugar a essa família aqui; foram
sete natais desde o dia em que eu decidi sair da casa dos meus tios,
noites como essa que eu passei com amigos, fui pra festas, algumas vezes
sozinha! Mas hoje, hoje eu posso dizer que eu tenho uma família pra
passar essa noite, porque nesse ano eu tive tudo o que alguém pode
querer; eu ganhei uma família com pai, mãe, irmãos, e de quebra ainda
ganhei um amor e um filho, que ainda está aqui, guardadinho, protegido
aqui comigo! Eu só queria agradecer a vocês, São José e Florianópolis,
meus pais de coração, meus irmãos, São Joaquim, Jaraguá, Palhoça e
Blumenau, e principalmente, agradecer aquela que me fez ter vontade de
dividir uma vida e que hoje é a razão da minha existência! E isso que
aconteceu com Joinville a alguns dias atrás me fez ter a certeza que,
sem a companhia, sem o carinho, sem ela e a nossa família do meu lado,
eu perco o rumo da minha vida!
Joinville, com lágrimas nos olhos, concluiu:
— E a próxima seia de natal, no ano que vem, a gente faz questão que seja lá na
nossa casa!
As duas se entreolharam e sorriram; todo mundo aplaudiu.
E a bagunça começou, teve presente pra todo mundo; o resultado disso
foi o chão da sala repleto de laços e embalagens de presente por todos
os lados:
— Palhoça, para com isso, filha! - repreendeu Florianópolis, enquanto a
garota tentava dançar com uma caixa de presente na cabeça:
— Ah, mãe!
— Nada disso; vem me ajudar a colocar a mesa pra gente jantar!
— E eu vou dar um jeitinho nessa sala! - decidiu Jaraguá:
— Eu te ajudo! - prontificou-se São Miguel:
Concórdia foi até a cozinha; Florianópolis estava lá, tirava uma
torta do forno pra levar pra mesa:
— Quer ajuda?
— Não, Concórdia, por aqui está tudo certo; estou terminando de arrumar
isso tudo pra levar pra mesa!
— Eu confesso que eu estou feliz, sabe! Não consegui falar com a minha
irmã, achei que São Miguel fosse ficar deprimido com a falta dela, mas
ele está bem!
— Ele é um garoto de fibra, tem a cabeça no lugar, o que a gente pode
fazer é cuidar para que ele se sinta o mais confortável possível!
— É, é verdade! Mas vamos deixar esses assuntos de lado; deixa eu te
ajudar com isso, vamos levar essas coisas pra mesa!
Depois do jantar, todo mundo ficou ali, em volta da mesa da sala,
conversando. Chapecó, sentada ao lado de Florianópolis, percebeu quando
Joinville, na outra ponta da mesa, conversava com Jaraguá super
distraída; pegou uma fita vermelha que veio em alguma embalagem de
presente e foi sentar-se ao lado dela; a engenheira havia guardado a
fita minutos antes, para esse fim.
Joinville continuava conversando com a irmã e sentiu quando a namorada
segurou com delicadeza sua mão direita mas não olhou para ela;
aproveitando o momento de distração total dela, Chapecó amarrou com
cuidado a fita em seu dedo anelar, tirando-a em seguida. Jaraguá
percebeu o que estava acontecendo; olhou para a cunhada, fez um sim com
a cabeça e sorriu.
A festa acabou já era madrugada; e no dia seguinte, vinte e cinco de
dezembro, ia ter o tradicional almoço de família.
Era terça feira, dia vinte e seis de dezembro; sentado atrás de sua
mesa de trabalho, São José olhava para a pilha de documentos que estava
à sua frente, todos para serem assinados. A jovem secretária dele,
Juliana, bateu na porta e abriu-a em seguida:
— Com licença, doutor!
— Oi, Juliana, pode falar!
— Tem uma estagiária do setor de recursos humanos da empresa querendo
lhe falar!
— Estagiária?
— Sim; ela disse que tem que ser com o senhor!
— Claro, Juliana; faça-a entrar, por favor!
A secretária se afastou, e surgiu na porta uma linda moça; Larissa
tinha cabelos longos, era morena dos olhos verdes, um olhar sereno, aparentava ter no máximo vinte
anos:
— Bom dia, doutor! - ela cumprimentou fechando a porta atrás de si:
— Bom dia, Larissa - ele sorriu de leve -, sente-se, por favor!
A jovem ficou surpresa, jamais imaginou que o sócio majoritário da
empresa ainda lembrasse seu nome; começou a ficar nervosa.
— Em que é que eu posso te ajudar? - perguntou São José, calmamente:
— Bem, doutor, eu não sei se estou certa no que vou fazer; eu tenho uma
coisa importante pra falar com o senhor!
— Mas se o assunto é importante, é claro que você precisa me dizer; eu
estou te ouvindo!
Larissa sentia suas mãos frias, estava tremendo; ela tinha mesmo que
fazer aquilo? Abaixou a cabeça por um momento, sentia vontade de sair
correndo dali e não dizer mais nada; mas São José levantou seu rosto,
fazendo com que a estagiária olhasse para ele:
— Larissa, calma, por favor! Olha pra mim, respira, tudo o que você me
disser aqui nessa sala vai ficar aqui!
— Doutor, é sobre Criciúma; é sobre ela que eu vim lhe falar!
— Sim; o que aconteceu?
— Eu comecei o meu estágio aqui na empresa a alguns meses, o senhor sabe
disso; ela já era a responsável pelo nosso setor, e desde então ela
começou, de certa forma, a me perseguir!
— Te perseguir?
— Sim, doutor! O senhor sabe que eu nunca tive problemas com ninguém
aqui dentro, mas ela me perseguia, me repreendia sem nenhum motivo
aparente, dizia na frente dos nossos colegas de trabalho que eu não
prestava pra nada!
— Espere um pouco, Larissa, por favor! Você está dizendo que Criciúma te
perseguia, fazendo com que você passasse por situações constrangedoras
diante dos seus colegas de trabalho?
— Não foram poucas as vezes que eu pensei em desistir, doutor; mas era o
meu futuro que estava em jogo! Até que um dia, quando o senhor já estava
vivendo com ela, eu ouvi uma conversa entre ela e um colega do nosso
setor!
São José começou a sentir algo estranho, sabia que o que viria pela
frente não era bom:
— O senhor tinha dado um cheque pra Criciúma, pediu que ela fosse no
banco e depositasse esse cheque na conta da empresa!
— Sim, eu sempre fazia isso!
— Acontece que eu ouvi Criciúma conversando com o nosso colega; ela
disse que tinha outros planos para aquele cheque, e nesse momento o
telefone tocou! Foi aí que eu decidi entrar na sala; era-mos eu, ela e o
rapaz com quem ela estava conversando! Criciúma desligou o telefone e eu
liguei o gravador do meu celular sem que eles notassem!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Estado de amor e de sonhos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.