Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 59
CAPÍTULO59




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CAPÍTULO59

Quando voltava com os colegas de turma da casa de praia onde passou
o fim de semana, Joinville sofreu um grave acidente. Chapecó, que
voltava da fazenda da mãe de Camila, passou pelo local, viu
sua amada muito ferida, sendo atendida pela equipe do SAMU e desmaiou
sobre ela.
Também precisou ser atendida pelos médicos; Joinville foi levada para o
hospital pelo SAMU, e Chapecó seguiu com Camila e Davi atrás da
ambulância.
Já no hospital, Chapecó teria uma difícil missão pela frente, ligar
para Florianópolis e contar o que aconteceu:
— Eu não vou ter coragem, Cami, eu não vou conseguir!
— Você precisa ser forte, minha amiga! - tentava a enfermeira, na sala
de espera do hospital, abraçada à amiga:
— Parece castigo, isso só pode ser castigo!
— Castigo por que, minha querida?
— Porque em todos os meus relacionamentos eu traí, eu causei tanto
sofrimento, eu estou perdendo a mulher que eu amo!
— Não, Chapecó, Joinville vai se salvar, ela vai se salvar!
A conversa das duas foi interrompida por passos que vinham do
corredor; a enfermeira olhou por um instante a linda mulher que entrava
na sala de espera, a doutora Ana Luísa:
— Oi, Ana! - cumprimentou a enfermeira -,
— Eu vim o mais rápido que eu pude - respondeu a médica -, você fez bem
em me telefonar, Cami!
Ana se aproximou e se agachou ao lado de Chapecó; segurou a mão esquerda
dela:
— O que é que a gente faz numa hora dessas, doutora? Ela viajou sem
saber do meu bebê, eu estava esperando que ela voltasse pra contar!
— Chapecó, conta com a gente, tá! Comigo, com a minha equipe toda, a
gente está aqui! Vocês já ligaram na casa dela?
— Não - respondeu Camila -, ainda não!
— Eu faço isso então; eu ligo pra mãe dela, conto o que aconteceu com
calma e depois vou tentar falar com algum médico pra saber como ela
está; vocês duas fiquem aqui eu logo volto pra conversar com vocês!
Ana Luísa ficou com a difícil mição de ligar para Florianópolis e
contar que Joinville havia sofrido um grave acidente de ônibus; a jovem,
que fora conduzida pelo SAMU, estava em um hospital público.
Florianópolis, em total desespero, bateu no apartamento de Lages as duas
da manhã, pediu que ela ficasse com seus filhos.
Ligou para São José em seguida, os dois se encontrariam no hospital.
— Oi, mana! - Jaraguá estava em sua cama, mas estava tudo diferente
para a garota; Joinville estava sentada ao seu lado, usando um lindo
vestido branco, os longos cabelos caiam sobre seus ombros, sem maquiagem
e um olhar sereno, mais tranquilo do que nunca:
— Oi, minha linda, tudo bem?
— Quando eu dormi você ainda não tinha chegado!
— Pois é! Eu vim te dizer que eu te amo muito, minha irmã querida!
— Eu também te amo! E como é que foi a festa?
— Foi divertida, mana, lembrei muito de você; lembrei de quando a gente era criança e ia todo mundo pra praia, a gente aprontava tanto, lembrei muito da gente! Mas agora dorme tranquila, eu estou do seu lado,
vou estar sempre do seu lado pro que der e vier!!
Foi um sonho, Jaraguá acordou nesse momento; não era sua irmã que estava
no quarto, mas sim, sua madrinha.
Lages estava sentada na poltrona, dentro do quarto da afilhada, com
os olhos enchados:
— Oi, madrinha! - cumprimentou a menina, sonolenta:
— Oi, amor - respondeu a mulher, que agora estava em pé e caminhava em
direção à cama:
— Eu achei que Joinville estava aqui!
— Como assim?
— Eu sonhei, mas parecia de verdade; ela sentou aqui na beira da minha
cama, disse que me amava muito!
— Sério?
— É, ela estava tão linda, madrinha... mas que horas são? Por que é que
você está aqui?
— Estava te olhando, te admirando!
— Eu vou lá ver se minha irmã chegou; a mamãe deve ter dormido e acabou
não falando com ela!
— Jaraguá, minha querida! - Lages impediu que a afilhada saísse da cama,
não tinha outra saída, teria que contar por mais difícil que fosse:
— O que é, madrinha!
— Eu preciso te contar uma coisa! Mas em primeiro lugar eu vou precisar
quevocê me ajude, meu anjo, que você fique calma!
— O que é que está acontecendo, madrinha?
— Jaraguá, Joinville está no hospital, minha querida; ela sofreu um
acidente de ônibus!
O mundo caiu para a menina; não era verdade, não podia ser verdade.
Jaraguá deu um grito de desespero, as lágrimas vieram implacáveis; Lages
nunca se sentira tão inútil, se pudesse, tomaria toda a dor da afilhada
para si naquele momento, mas ela nada podia fazer para a garota se
sentir mais confortável.
São José chegou no hospital, encontrou sua ex-mulher na recepção à
sua espera e só quis abraçá-la:
— Como é que foi isso, Florianópolis? - questionava ele, desolado:
— Não sei - respondeu chorando a mãe de família -, a doutora Ana Luísa
me ligou, eu não conversei com ninguém ainda, estava esperando você
chegar!
— Meu Deus do céu, a minha menina, eu não acredito nisso!
— Eu só penso em Jaraguá, São José, eu não conversei com ela quando saí,
ela vai ficar arrasada!
— Elas estão sozinhas em casa?
— Não, Lages ficou com elas!
— E Chapecó, já sabe?
— Ela passou com a Camila pelo local do acidente, foi a primeira a
saber; ela está arrasada, já chorou tudo o que tinha pra chorar!
Joinville passou aquela noite no hospital público para onde foi
levada pelo SAMU; e assim que o dia amanheceu, a jovem foi transferida
para o hospital onde Florianópolis deu a luz, onde Ana Luísa e
Camila trabalhavam. Ela teria que ser operada por causa de um
traumatismo craniano.
Assim que Joinville chegou no hospital para onde foi transferida,
Chapecó se sentiu mal e foi amparada por Ana Luísa. A médica levou-a até
seu consultório, mediu a pressão, tentou deixá-la o mais confortável
possível. Sentou-se diante dela:
— Chapecó, olha pra mim - começou pacientemente a médica -, você precisa
tentar descansar, se alimentar, se não você não vai aguentar!
— Eu só saio daqui quando Joinville sair andando do meu lado, doutora
Ana!
— Eu entendo que você queira ficar perto dela, eu sei o quanto você a
ama, mas você tem que pensar que você tem uma vida dentro de você, é
nessa vida que você tem que pensar agora; deixa eu te receitar alguma
coisa pra você relaxar, não vai te prejudicar...
— Não, doutora; eu quero ficar acordada, eu quero estar acordada quando
Joinville precisar de mim!
Uma leve batida e o barulho da porta se abrindo interrompeu a
conversa das duas; Camila entrou no consultório:
— Como é que ela está, Ana?
As duas eram amigas íntimas, a enfermeira não costumava referir-se a Ana
Luísa como doutora:
— Cami - ordenou a médica calmamente -, leva essa moça pra casa, faz ela
comer alguma coisa, descansar um pouco!
— Doutora, por favor! - reagiu Chapecó:
— Amiga - continuou Camila, agora sentando-se ao lado da engenheira -,
olha pra mim, deixa eu te explicar uma coisa! Joinville está sendo operada agora, ela
está nas mãos do doutor Jaime que é um dos melhores neurologistas do
país, a gente não pode fazer nada agora! Vamos, eu vou com você pro
flat, você toma um banho, descansa, eu fico com você se você quiser!
— Chapecó - concluiu Ana -, eu não vou arredar o pé aqui do hospital;
assim que a cirurgia acabar, eu te prometo que converso com o doutor
Jaime e depois te ligo! Mas vai, vai descansar, você precisa estar
inteira pra quando Joinville acordar! Cami, você fica com ela!
Camila conseguiu convencer Chapecó a sair do hospital e ir descansar
em casa. Mas antes de chegar no flat, ela quis parar no apartamento de
Joinville e conversar com Jaraguá.


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