Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 14
CAPÍTULO14




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    Depois de ter passado dois anos praticamente isolada do mundo em uma
fazenda na casa de uns parentes, Itajaí estava de volta; reabriu a
matrícula na faculdade, seu sonho de ser advogada ainda existia, e mais
do que ser uma advogada, ela queria Chapecó de volta.
Logo nos primeiros dias de aula, a moça acabou fazendo amizade com
Blumenau; as duas se falaram pela primeira vez na cantina da faculdade,
perceberam que tinham muita coisa em comum, e em pouco tempo, Itajaí já
sabia que a irmã de sua melhor amiga era a atual namorada de Chapecó;
resolveu que só falaria com Blumenau sobre sua vida amorosa na hora
certa.
    Na noite em que Chapecó esteve na universidade para a apresentação
do TCC, Blumenau saiu com Itajaí da universidade e foi deixá-la em casa;
ela estava morando em um apartamento pequeno, em um bairro longe do
centro mas estava procurando um lugar mais próximo.
E dentro do carro, em uma rua praticamente deserta, Itajaí revelou à
amiga que foi namorada de Chapecó e que pretendia reconquistá-la a todo
custo.
Blumenau nunca acreditou que sua irmã seria feliz naquele
relacionamento, por isso, se comprometeu a ajudar a amiga no que fosse
preciso.
    Chapecó, por sua vez, se abriu com Joinville naquela noite; contou
sobre Itajaí, o relacionamento difícil que manteve com ela e que agora
ela estava de volta. Joinville deixou claro que acreditava em seu amor,
acreditava na felicidade que teria ao lado de Chapecó e prometeu ficar
ao lado dela caso alguma coisa acontecesse.
    - Mana, começou um aluno novo na minha classe! - confidenciava
Jaraguá, na quinta feira de manhã com Palhoça; as duas estavam se
arrumando pra ir à escola:
— E é bonitinho? - interessou-se Palhoça:
— É; bonito, super educado, não é como os outros garotos da classe,
sabe! Tem gente que fica criticando ele só porque ele é educado!
— E como é que ele chama?
— São Miguel do Oeste!
— Jesus Cristo, o nome é grande!
— Ele é um pouco tímido, mana; prestativo, diferente dos outros garotos!
— Mana, impressão minha ou você está de olho no garoto? - a pergunta de
Palhoça veio acompanhada por um sorriso malicioso:
— Não estou de olho em ninguém; e vê se não espalha essa sua impressão
pra escola toda! Ele é tímido, tem caráter, e é filho de uma professora
lá da escola; só não sei direito de quem é!
São Miguel, realmente era diferente dos outros meninos que Jaraguá
conhecia; havia começado a estudar com ela a uma semana mais ou menos, era um
garoto um pouco reservado, prestativo, bem diferente da maioria dos garotos da
escola. Jaraguá foi a primeira colega que se dispôs a ajudálo no que
fosse necessário, e isso fez com que uma linda amizade nascesse entre os
dois.
    Joinville desceu a escada que separava o quarto do resto do
apartamento; Chapecó ainda estava lá em cima:
— Vou preparar o nosso café! - avisou ela lá da cozinha:
— Sim, minha querida - concordou Chapecó -, eu vou tomar um banho e já estou descendo!
A campainha tocou, deixando às duas surpresas; quem estaria ali a uma
hora dessas?
— Eu vou abrir! - avisou Joinville já caminhando em direção à porta;
girou a maçaneta e deu de cara com uma linda moça com um vestido branco,
cabelos soltos, uma maquiagem bem leve e um sorriso discreto:
— Você deve ser Joinville! - deduziu a visitante:
— Sim, sou eu; e você é...
— Muito prazer, Joinville; Itajaí!
    A moça não queria acreditar; estava ali, diante do passado de
Chapecó e tinha que decidir rápido como queria lidar com isso:
— Você vai me convidar pra entrar ou vai me deixar plantada aqui na
porta? - Joinville percebeu que Itajaí era ousada, sabia o que queria,
não tinha papas na língua:
— Eu não tenho direito de decidir se você vai ou não passar dessa porta,
Itajaí! Chapecó me contou de você essa noite, essa noite ela se abriu
comigo e me falou da relação de vocês!
— E o que foi que ela te contou?
— O que ela me contou não importa; eu só quero que fique bem claro que
eu acredito nela, eu acredito na felicidade que eu tenho e que vou ter
com ela!
— E cadê Chapecó?
— Está no banho! Eu acho melhor você voltar uma outra hora, Itajaí, numa
hora que ela estiver aqui e...
— Sua irmã me falou que você era assim; insegura, sensível...
— Eu não sou insegura, Itajaí; sou sensível mas não sou insegura; eu só
acho que eu não tenho esse direito, o direito de invadir uma história
que é de vocês! Chapecó está comigo, eu acredito no amor dela; mas isso
não me dá o direito de invadir a vida dela! Volta uma outra hora, por
favor!
    O olhar de Itajaí, de sereno tornou-se ameaçador; ela agora segurava
as duas mãos de Joinville e a olhava firmemente:
— Eu posso até ir embora; sim, eu vou! Mas eu quero que você saiba que
eu vou lutar; eu ainda amo Chapecó, eu passei esses anos praticamente
isolada de tudo na casa de uns parentes mas ela nunca saiu do meu
coração! Mas eu vou lutar por ela, com todas as minhas forças eu vou
lutar por ela; com todas as minhas forças e com todas as minhas armas!
Joinville viu Itajaí lhe dar as costas; pela primeira vez o olhar de
alguém lhe causou medo. Ao vê-la desaparecer no elevador, Joinville
fechou a porta, caminhou até o sofá e se sentou; precisava pensar,
precisava decidir como queria enfrentar o que certamente estaria por
vir.
    Ainda naquela semana, Florianópolis teve uma linda surpresa. Estava
chegando do super mercado com Márcia quando percebeu que a porta do
apartamento que ficava de frente para o seu estava aberta; achou
estranho, aquele apartamento pertencia a uma velha amiga sua, a melhor
amiga que passou pela sua vida. Não demorou muito para que ela
descobrisse que Lages, que passou cinco anos fora do Brasil, estaria de
volta dentro de alguns dias.
Faziam cinco anos que as duas não se viam, embora tivessem mantido
contato pela internet durante esse tempo. Lages estava voltando a o
Brasil, agora pra ficar; ainda não sabia que sua amiga de juventude
estava grávida do quinto filho.


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