POV Anastacia

           Passado duas semanas de puro sofrimento, tenho consciência que a vida tem de seguir por isso levanto-me da cama sem vontade nenhuma, decidida a procurar um emprego. É tão difícil seguir em frente sem eles, custa tanto.
Nunca imaginei que fosse possível sentir uma dor tão grande, sinto-me mesmo no fundo do poço.

Apesar de já não viver com eles à mais de 3 anos, não deixa de custar, e custa mais porque sabia que estas duas semanas teria a companhia deles. Sinto-me culpada por tudo, era por mim que eles vinham para Seattle passar uns dias, se não tivesse insistido tanto para eles virem talvez nada disto tivesse acontecido e a única coisa que sentiria agora seria saudades deles e não está enorme tristeza que se agrava dentro de mim. 

Preciso de parar de me lamentar porque não posso mudar passado, presente nem futuro nenhum. Só me resta aprender a ultrapassar esta dificuldade que me foi incutida pela vida e aprender a seguir em frente. Acho que com o tempo tudo ficará melhor ou pior, realmente não sei. Apenas sei as coisas que ouço e vejo. Mas o mais difícil mesmo é ter de passar por isto sozinha, os meus familiares estão todos a quilómetros de distancia e mesmo que não estivessem a uma distancia tão grande não iriam querer saber, sempre fomos muito afastados da família.
       Com isto tudo já tomei um banho, visto-me e vou comer alguma coisa de pequeno almoço (algo que não me dê voltas a barriga porque com o nervosismo que ando nestes dia a comida não fica muito tempo parada no meu estômago). Lavo os dentes e preparo-me para sair de casa.
       Não tenho bem a certeza por onde começar a procurar, mas talvez comece por ir comprar uns jornais e procurar algo que me possa interessar. Acabo por comprar os jornais, numa papelaria perto de casa. Volto para casa e entretenho-me a ver os jornais. Procuro, procuro e procuro e nada é do meu agrado. Tudo o que encontro que talvez me possa vir a agradar precisam de qualificações e qualidades que eu não tenho. 
       Só tenho experiência em servir as mesas mas não encontro nada nos jornais para a área de restauração.
       E pronto, foi um mais um dia perdido.

      POV Christian

        Enquanto estou na empresa a trabalhar, em meio a reuniões aborrecidas, aproveito para ir procurando umas casas, dar uma vista de olhos.
Vejo uma que me  chama bastante à atenção um penthouse no Escala. 

        Acabo entretanto por dar atenção ao resto da reunião e deixo esse assunto do apartamento para depois. Quando acabo a reunião e de fechar negócio, rendendo-me uns quantos milhões, vou almoçar com outros empresários. E assim se passa o meu dia.

       Aproveito que vem ai o fim-de-semana para resolver e concluir tudo à cerca da casa para a qual me quero mudar.
       Regresso na segunda-feira de manhã à empresa e penso em como este fim-de-semana foi bastante produtivo, além de um bom tempo que passei em família, consegui comprar o apartamento que queria no Escala. Encontrei uma boa decoradora e ainda uma empresa de mudanças, pois daqui a duas três semanas no máximo espero já poder usufruir da minha nova casinha.
      Claro que a minha mãe não está muito feliz por saber que o seu querido filho vai largar as asas da mamã mas tem de ser, tenho de pensar em mim.

       Mas ainda estão muitas coisas por resolver e nada melhor  que a minha secretária para me ajudar. Acabo então por chama-lá:

—Chamou Sr. Grey?
—Chamei sim Leila, preciso que me tratas de uns assuntos não relacionados com a empresa, se por acaso tiveres de fazer horas extras por causa disto avisa-me.
—Avisarei Sr. Grey, agora diga-me então o que pretende de mim?
—Em primeiro lugar, preciso que me contactes a empresa de segurança porque quero reforçar a segurança na casa dos meus pais uma vez que agora deixarei de lá viver e preciso de o mesmo para o meu apartamento.
Em segundo, preciso que através de jornais, Internet como queiras metas anúncios de emprego porque necessito de duas empregadas domesticas. Eu próprio as  entrevistarei.
Em terceiro, mas não menos importante tem de ser feito tudo no prazo de duas três semanas, organiza a minha agenda de modo a que dê para fazer tudo (reuniões, entrevistas, palestras e almoços empresariais).
— Sim, Sr. Grey. Fique descansado que vou já tratar de tudo. Se não precisa mais de mim, com licença.
—Obrigada.

         Apesar da Leila ser uma excelente secretária, os olhares bobos apaixonados que as vezes me lança deixam muito a duvidar. Mas isso é um assunto que tenho de resolver mais tarde.