Descendentes: Desenvolvendo Sentimentos escrita por Lanan Tannan


Capítulo 11
Capitulo 10 - Fairest One Of All


Notas iniciais do capítulo

(não vou nem falar nada da demora )


GEEEEENTE, PARA TUDO QUE EU ESCREVI UM MOMENTO DEVIE M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O

Mas não é pra esse capítulo, nem no próximo... Nem no próximo... Nem no próximo...
Podem ficar na curiosidade aí

FESTA NO CAPÍTULO GALERA!!
O povo de Auradon ama fazer festa, mas quem não ama, não é mesmo?
EU! Sim, odeio festas. Arg, tem que socializar com as pessoas, multidões... Não é pra mim isso.

MAAAAAS, eu sei que todo mundo ama ler sobre, então tá aí

TEM MALEN MEU POVO!!!!
E DEVIE!!!!

Nossa senhora dos otp's não resolvidos, eu vou passar mal

(eu ainda vou responder os coments, li todos e surtei de felicidade >.<)

Boa leitura
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E se você não acredita

Que ela é a mais bela de todas

A conheci no baile de cristal

Ela estava levando tudo

E se você não acredita

Basta dar uma olhada no rosto dela

Porque ela sorri com graça

And if you don’t believe

She’s the fairest one of all

Met her at the crystal ball

She was bearing it all

And if you don’t believe

Just take one look at her face

Because she smiles with grace

 

Fairest One Of All (The Spin Room)

 

Local: Auradon Prep., entrada do castelo/dormitório

Hora: 20h15m, domingo

 

Carlos pulou para trás assim que viu o filho de Naveen descendo as escadas, os encarando. O coração do garoto de cabelos brancos batia acelerado pelo susto que levou. Mal e Evie abriram levemente a boca em surpresa. Não conseguiam acreditar que tinham se livrado do guarda do museu apenas para serem pegos pelo pequeno Mino.

— O que estão fazendo aqui? – Mino repetiu a pergunta quando não recebeu nenhuma resposta dos filhos de vilões. Ele colocou as mãos no bolso e parou na frente dos quatro jovens da ilha, encarando-os de forma suspeita.

— O que... nós... – Carlos virou-se para encarar cada um de seus amigos em busca de qualquer desculpa que pudessem dizer.

— Estávamos conhecendo a escola. – Mal recuperou sua voz e respondeu rapidamente ao garoto mais novo a sua frente. – Sabe, ninguém nos falou qual seria nossas salas... então decidimos dar uma olhada.

— Mas o prédio escolar fica fechado durante a noite. – Mino ergueu uma sobrancelha, desconfiado.

— Sim, sim. – Evie pronunciou-se e sorriu de canto, enquanto sua voz suave chamava a atenção do garoto para si. – Percebemos isso agora.

— É, estamos voltando de lá. – Jay completou, seu sorriso forçadamente perceptível.

— Deviam estar no jantar. – Mino cruzou os braços, ainda encarando Evie quando a garota ficou ao seu lado.

— O jantar. – Mal murmurou e bateu a mão dramaticamente na testa. – Esquecemos completamente.

Agora estava explicado o porquê de não ter ninguém passeando pela escola.

— Você está lindo, Mino. – Evie passou a mão direita sobre os cabelos do garoto. Mino descruzou os braços – sua bochecha levemente ruborizada – e a garota arrumou o colarinho de sua camiseta social azul-celeste. Ele realmente estava bonito, vestido em uma calça azul royal, a camisa social azul-celeste e blazer também azul, só que em um tom azul-bebê. – Azul realmente é a sua cor.

— Não cai nessa, garoto. – Jay riu, entrando no jogo. Ele tinha entendido o que a garota estava fazendo. Distração. — Qualquer um que use azul, ela vai elogiar.

— Não é verdade. Mino fica elegante. – Evie virou-se para o amigo e piscou para ele. – Você fica estranho de azul.

Jay revirou os olhos enquanto os outros riam.

— Você não devia estar no jantar também? – Mal fez sua melhor expressão inquisidora ao fazer a pergunta para o garoto.

— Príncipe Ben me pediu para chamar vocês quatro. – Mino respondeu, o tom desconfiado em sua voz desapareceu e Evie sorriu ao perceber isso. – O jantar é para vocês, seria inconveniente não comparecerem.

— Inconveniente? – Jay ergueu uma sobrancelha, desdenhoso.

— Que tal você ir para o salão e nos encontramos lá? – Mal sugeriu, sorrindo de lado e já seguindo em direção as escadas. Ela não estava com vontade de ir a esse jantar e aquela seria uma ótima maneira de se livrar daquele garoto também.

— Ah... – Mino observou Jay, Evie e Carlos seguirem a amiga de cabelos roxos pela escada. Logo depois, o garoto apressou o passo para alcança-los. – Prometi ao Príncipe que iria acompanhá-los.

— Não precisamos de vigia. – Jay retrucou de forma áspera.

— Mas vocês não sabem onde fica o salão de banquetes. – Mino finalizou sorrindo ao ver que os quatro jovens suspiraram derrotados.

 

...

— Não vai dar tempo de nos arrumarmos. – Evie comentou, parando em frente ao grande espelho próximo de sua cama.

— Se depender de você, vamos demorar séculos aqui. – Mal se jogou na cama e pegou seu livro, folheando-o apressadamente até encontrar a página que procurava. – Achei.

— Nem vem. – Evie avisou ao ver a mão direita de Mal apontando em sua direção. – Nada de roupa mágica.

— Qual é, Evie? Não confia em mim?

— Não. – Evie respondeu categórica e firme. Mal pôs a mão no peito, sua expressão falsamente insultada. – Você aprendeu a fazer mágica não tem nem duas horas.

— Mas já sou uma especialista. – Mal sorriu de canto e ergueu a mão novamente. – Então...?

— Não faça eu me arrepender, por favor. – Evie implorou e mesmo receosa permitiu que a filha da Malévola realizasse o feitiço.

Uma nuvem verde envolveu o corpo de Evie assim que Mal terminou de proferir a frase mágica e fez a garota de cabelos azuis arregalar os olhos ao sentir seu corpo formigar. A estranha sensação foi logo desaparecendo à medida que a nuvem verde desvanecia e ela pode ver seu corpo novamente. Ao invés de suas antigas roupas, ela estava usando agora um vestido de manga única, na altura dos joelhos e possuía detalhes prateados ao longo da cintura, realçando a parte de cima de seu corpo enquanto que a “saia” do vestido era levemente rodada, com uma camada de tecido transparente sobreposto ao original.

O vestido era realmente muito bonito, a não ser por um detalhe...

— Sem roxo, né Mal? – Evie apontou dramaticamente para o vestido. Ele era completamente em um tom violeta, pouco mais claro que o cabelo de Mal.

Mal revirou os olhos e apontou o dedo para a garota, recitou o feitiço novamente e o vestido se tornou completamente azul.

— Melhorou. – Evie deu uma rodadinha e depois inclinou-se para mais perto do espelho, apontando para a parte de cima do vestido. – Poderia colocar um pouco mais de brilho aqui e-

— Evie. – Mal a interrompeu, seu tom de alerta. Ela apontou mais uma vez em direção a amiga e pequenas pedrinhas prateadas surgiram em torno do busto e manga do vestido, algumas formando pequeninas flores no vestido.

— Apesar de ter ficado um arraso, eu ainda prefiro minhas próprias roupas. – Embora tenha amado o vestido, Evie não iria dar o braço a torcer e admitir isso a Mal. Além do mais, provocar a garota de cabelos roxos era sempre divertido.

— Se reclamar mais eu te deixo sem. – Mal ameaçou, empurrando Evie e ficando ela própria em frente ao espelho. Recitou o feitiço em si mesma e logo a mesma fumaça verde rodeou seu corpo antes de desaparecer e deixar suas roupas mudadas.

— Mal. – Evie suspirou desanimada ao ver a roupa que a amiga estava vestida. A garota vestia uma calça de couro preta com detalhes metalizados na lateral, uma blusa roxa simples e uma jaqueta de couro também preta.

— O que eu fiz agora? – A garota perguntou cansada de toda aquela reclamação de Evie.

— Você não acha que está um pouco... – Evie hesitou horrorizada apenas de olhar para aquela roupa. Era um pecado da moda, até mesmo para os padrões vilanescos. – “Ilha dos Perdidos” demais, não?

— E daí? Eu sou de lá mesmo. – Mal desviou o olhar e fitou seu reflexo no espelho. Aquela calça estava a incomodando.

— Eu sei, Mal. Mas está muito exagerado, até para você. – Evie apoiou as mãos nos ombros de Mal e observou o semblante da amiga pelo espelho. – Você está querendo provar alguma coisa para eles?

— Claro que não. – Mal rapidamente negou e afastou-se de Evie.

— Bom, por que se for, está fazendo isso errado. – A garota de cabelos azuis avisou, atraindo a atenção da amiga para si. Evie apenas seguiu para onde deixou sua caixinha de joias e pegou um colar prateado de pedra azul, muito parecido com o de rubi que sempre usava.

— Como assim? – Mal perguntou, observando toda a movimentação da amiga.

— Pensa, todos naquele salão estão esperando encontrar quatro jovens malvestidos e maltrapilhos. – Evie guardou seu colar de rubi e pegou outra caixa, ainda explicando para Mal. – Imagine a surpresa de todos quando passarmos por aquelas portas. Você não quer provar o quanto estão errados? – Evie virou-se e encarou a amiga, um olhar provocador em sua face. – Provar que eles estão nos subestimando? E eu sei que você adoraria esfregar toda a sua beleza na cara daquela filha da Bela Adormecida.

Mal não falou nada a princípio, apenas acompanhou os movimentos de Evie quando a garota pegou uma delicada tiara prateada com pedras azuis. Quando o assunto era beleza, a garota de cabelos roxos era um fiasco. Entendia apenas o suficiente para não se transformar no projeto pessoal da amiga, mas não levava a sério sua própria beleza. Sempre era Evie que atraia atenções, mas também olha só para a garota. Era impossível não se encantar pela azulada.

Apesar disso, Mal não se sentia mal por isso. Não dava a mínima. Até agora pelo menos, depois daquele “discurso” de Evie. A ideia de deixar os auradonianos espantados e atônitos era realmente tentadora. Mesmo assim, não confiava muito em suas qualidades.

Só foi quando Evie passou a sua frente em direção ao espelho que Mal se pronunciou:

— Você acha mesmo que eu ficaria... diferente? – Perguntou hesitante, olhando para as roupas que havia escolhido para si mesma.

— Com toda certeza. Nós vamos arrasar. – Evie arrumou sua tiara e sorriu satisfeita.

— Certo, então eu vo- Espera um pouco ai! – Mal exclamou e apontou um dedo acusatoriamente para Evie. O que estava acontecendo com ela? Desde quando se preocupava tanto assim com beleza e roupas e provar alguma coisa a alguém que não fosse sua mãe? – Você está me enganando!

— Claro que não! Como pode pensar isso de mim? – Evie soou caluniada ainda se mirando no espelho, mas seu sorrisinho de lado era perceptível quando seu reflexo piscou para Mal.

— Sei. – A garota de cabelos roxos respondeu desconfiada. A capacidade de Evie de fazer as pessoas mudarem de ideia estava melhorando a cada dia e a filha da Malévola temia por isso.

— Anda, Mal. Tenta uma coisa mais... – Evie inclinou a cabeça e fez uma careta de aversão ao mirar aquele traje bizarro da amiga. – Não sei, tenta uma coisa que eu usaria.

— Nem pensar. – Mal negou firmemente.

— Estilo, não cor. – Evie argumentou, revirando os olhos. – Um vestido sem mangas, talvez. Justo em cima... tenta.

Mal a encarou furiosa e bufou quando a amiga simplesmente ergueu a sobrancelha direita. Por fim, repetiu mais uma vez o feitiço e se concentrou na descrição feita por Evie.

— Hum, ainda não. – Evie analisou a roupa da amiga – um vestido roxo sem mangas, com fitas de couro preto na saia – e negou. – Tenta menos couro.

— Desse jeito eu fico sem magia! – Mal reclamou, mas repetiu o feitiço e eliminou todo e qualquer resquício de couro em seu vestido.

— E você tem uma bateria por acaso?

— Sei lá. Mas vai que...

— Você está linda! – Evie colocou as mãos na boca, sua expressão admirada.

O vestido de Mal continuava roxo e sem mangas, mas desta vez possuía detalhes brancos em formato de delicadas teias de aranha feitas com renda e pedras prateadas. A parte de cima era justa ao corpo e levemente rodado embaixo.

— Meninas? – Mino bateu na porta, chamando a atenção das garotas. – Já estão prontas?

Evie despertou de seu transe admirado e abriu a porta para o garoto. Mino recuperou o equilíbrio ao quase cair, já que estivera apoiado na porta. Ele encarou Evie de baixo para cima e passou as mãos sobre os olhos.

— Eu morri e estou no paraíso? – Perguntou, sua voz soando letárgica. Ele segurou a mão direita de Evie e a beijou. – Acabo de encontrar o anjo mais belo dentre todos os seres angelicais.

Evie suspirou, derretida pelas doces palavras do garoto.

— Se você fosse um pouquinho mais velho... – A garota beijou a bochecha dele e saiu para o corredor, abrindo espaço para Mal.

— Evie, um anjo? Só se for um caído, isso sim. – Mal provocou a garota de cabelos azuis e depois voltou-se para o garotinho de azul. – Achei que já tivesse ido, projeto de Romeu.

— Hoje é o meu dia de sorte e eu não estou sabendo? – Mino olhou para cima agradecido e segurou a mão direita de Mal, repetindo o que fizera com Evie. – Está dignifica.

— Para uma criança, você sabe como conquistar alguém. – Mal comentou, aceitando o gesto do garoto, divertida.

— Meu pai me ensinou. – O garoto estendeu os braços para as garotas. – Vamos?

Mal e Evie sorriram e entrelaçaram seu braço no do garoto, descendo as escadas e seguindo para o corredor do dormitório masculino onde encontraram Jay apoiado em uma das colunas.

O garoto de cabelos longos usava uma calça jeans, camisa branca social de botões e um blazer vermelho-vinho. Estava com as mãos nos bolsos e com uma expressão entediada.

— Finalmente. – Jay desencostou da parede e caminhou na direção deles. – Carlos ainda está no quarto, depois ele nos encontra.

— Então vamos indo.

— Elas não vão desaparecer quando der meia-noite, vai? – Evie questionou a amiga que revirou os olhos.

— Vai se você continuar me aborrecendo. – Mal ameaçou novamente.

Ambos os garotos ficaram perdidos na conversa, enquanto Evie ria internamente. Mal, mesmo negando, fazia o mesmo que a amiga.

 

...

Doug estava parado ao lado de uma das mesas de doces apenas observando e rindo ao ver o Príncipe tendo que cumprimentar a todos do baile. O garoto não havia parado um minuto desde que chegou e já devia ter andado o salão de uma ponta a outra.

A festa não estava tão animada como antes costumava ficar, mas mesmo assim Doug ficou surpreso com a quantidade de pessoas que tinham comparecido. Não havia nem metade dos que sempre apareciam em festas, mas havia pessoas o bastante para formar aqueles pequenos grupos espalhados pelo salão, o que dava a impressão de que o ambiente estava cheio. Se fosse uma festa comum, como as que sempre acontece ali em Auradon, alguma coisa estaria errada. Mas uma festa para os filhos dos vilões? Estava sendo um sucesso.

E por falar em vilões, nenhum deles tinha aparecido ainda. O filho de Dunga ora ou outra fitava as grandes portas na esperança de que por ela passasse os homenageados da noite. Na verdade, ele queria ver ela. Não conseguia esquece-la.

Aqueles cabelos azuis, olhos cor de avela, expressão arrebatadora e olhar incandescente havia bagunçado sua mente e coração de um jeito que nunca tinha acontecido com ninguém antes. Isso sem mencionar aquele sorriso... Ele podia passar horas e horas apenas recordando do momento em que a viu, a imagem tão vivida em sua mente que era como se ela estivesse ali mesmo.

— Hey, cara. – Príncipe Benjamin acenou e veio na direção do garoto de óculos que acenou de volta, torcendo para o amigo não ouvir as batidas descompassadas de seu pobre coração apaixonado. Espera, apaixonado? – Cadê o Chad?

— Não o vi por aqui. – Doug respondeu, empurrando os óculos e afastando aquele pensamento para longe, por enquanto. – Assim como não vi nenhum dos novos alunos.

— Pedi ao Mino que fossem chamá-los. – Ben deu de ombros. – Devem estar cansados da viagem e preferiram descansar.

— Ou estão causando confusão pelo reino. – Doug comentou risonho.

— Ou isso. – Ben riu, sem levar a sério as palavras do amigo. Ele não poderia começar a duvidar das ações dos novos alunos apenas por eles serem filhos de quem eram. Iria contra sua proclamação e contra sua própria maneira de vida. Todos são inocentes até que se prove o contrário. Não era esse o ditado? Afinal, todos merecem um voto de confiança e, se ninguém estaria disposto, o Príncipe seria o primeiro. – Daqui a pouco, Mino deve estar chegando. E, com sorte, eles virão também.

— Espero, já que a festa é para eles. – Doug deu de ombros, encerrando o assunto. Ele pegou um doce sobre a mesa e o comeu antes de perguntar: – Mas, e aí? O que houve depois que você saiu com a princesa e me deixou sozinho com os vilões?

Ben suspirou e sua expressão mudou drasticamente quando ele se inclinou para pegar um dos doces macarons amarelos na mesa ao lado.

— Foi tão ruim assim? – Doug perguntou surpreso ao notar a expressão fatigada do amigo, assim como a falta de seu característico sorriso.

— Ah, briguei com a Audrey. – Ben comentou antes de morder um pedaço do doce que tinha em mãos.

— E a novidade está aonde? – Doug colocou as mãos nos bolsos e revirou os olhos. – Ela sempre está brigando com você.

Aquilo era verdade. Desde que decidiram sair da amizade e engatar naquele estranho namoro, a garota havia começado com suas restrições e desaprovações para com as atitudes de Ben. E isso sempre resultava em discussões que eram evitadas a todo custo pelo garoto.

— Não. – Ben balançou a cabeça e mexeu em sua gravata azul, confessando logo em seguida. – Dessa vez fui eu.

— Okay, agora eu realmente fiquei surpreso. – Doug piscou confuso e encarou o amigo. – Você nunca discute com ninguém, o que houve dessa vez?

— Eu sei que a Audrey pode ser bem exagerada, mas dessa vez foi demais. – Ben pegou mais um doce macaron amarelo e deu uma pequena mordida antes de continuar. Sua mente estava tentando relembrar todos os detalhes da discussão que tivera mais cedo, porém ele preferia não lembrar de forma tão detalhada. – Estávamos recebendo os novos alunos e, não importa de onde eles são, ainda assim merecem receber a educação auradoniana que tanto pregamos aqui.

Doug concordou. Auradon era conhecida por sua generosidade e acolhimento a todos, sem exceção. Não importava se as pessoas em questão fossem filhos de vilões, o princípio básico da generosidade era pré-estabelecido e colocado em pratica para com todos.

— E o que aconteceu? – O garoto de óculos perguntou quando percebeu que Ben estava mais interessado em observar o doce do que continuar sua história.

— Por onde eu começo... pelas indiretas? Sorrisos falsos? Provocações? – Ben limpou seus dedos em um guardanapo que estava sobre a mesa e ergueu o olhar, passando por sobre todas as pessoas em seu campo de visão. – Essa não é uma atitude esperada por alguém da realeza.

— Você conversou sobre isso com ela?

— Sim, claro. E ela respondeu que a culpa era totalmente minha. – O jovem Príncipe riu e virou-se para o amigo, sua expressão neutra. – O que eu fiz?

O modo como a pergunta fora feita deixava claro que o loiro não se referia apenas a acusação de Audrey.

— Ben...

— Não, não precisa dizer isso novamente. Agora eu entendi. – Ben colocou a mão direita sobre o ombro de Doug e sorriu tranquilizador. – Acho que o limite foi atingido, sabe? Não dá mais para continuar empurrando esse relacionamento e acredito que até mesmo ela saiba disso.

— É hoje que o príncipe vira sapo. – Doug riu, sendo acompanhado pelo Príncipe que arrumava seu terno e postura. – Você vai finalmente terminar com ela?

— Vou deixar as coisas se acalmarem e ver como fica. – Ben respondeu, sua voz mais tranquila. Ele estava aliviado que conseguira pôr para fora o que estava atormentando-o desde a chegada dos jovens da Ilha dos Perdidos. Desde a chegada dela. – Mas... não dá para prosseguir com isso.

— Estou aqui para te apoiar. – Doug deu um tapinha nas costas do amigo e puxou a gola de sua camisa social branca que estava incomodando. – E tem o Chad também, apesar de que ele nem deu as caras por aqui.

Enquanto observava ao redor do salão em busca do amigo encantado em meio de todos aqueles grupos de amigos, as grandes portas da entrada do salão de banquetes foram abertas e os olhos do garoto de óculos foram imediatamente atraídos para aquela direção. Sua boca abriu-se levemente de surpresa e admiração ao fitar quem por elas passava.

— Me conta como foi com os no- Doug? – Ben estivera procurando pelo filho da Cinderela quando resolveu questionar sobre como Doug se saíra com os novos alunos. Entretanto, interrompeu-se em sua própria pergunta quando percebeu que o amigo não prestava a mínima atenção nele e, sim, no outro lado do salão. Curioso, o Príncipe virou-se e fitou o mesmo local que o garoto de óculos olhava embasbacado.

E seu mundo virou de ponta cabeça. A música soou abafada aos seus ouvidos, o ambiente iluminou-se aos seus olhos. Todos pareceram sumir diante de si, restando apenas a garota de cabelos roxos que entrava vagarosamente naquele imenso salão.

Assim como o amigo, Doug não conseguia desviar o olhar da belíssima garota que passava por aquelas portas. A diferença era que o rapaz destinava sua admiração para a garota de cabelos azuis. Parecia que ela tinha acabado de sair de um livro de contos de fadas, uma verdadeira princesa em meio a todos aqueles plebeus.

— Ela está linda. – Exclamaram os dois em uníssono para logo depois olharem-se estranhamente.

— Roxo. – Ben respondeu rapidamente e voltou a encarar Mal, percebendo agora que ela entrava de braços dados com o outro garoto da Ilha dos Perdidos, Jay.

— Azul. – Doug riu de lado, observando as bochechas do amigo enrubescer levemente. – Acho que descobri o porquê da Audrey ter ficado com ciúmes.

— Parece que as coisas foram muito bem com você e os “filhos de vilões”. – Ben retrucou, fazendo aspas com os dedos e ficou satisfeito quando o amigo também corou.

— Você não tem ideia. – Doug sussurrou, baixo o suficiente para que nem o Príncipe pudesse ouvir.

 

...

Quando passaram por aquelas enormes portas e entraram naquele igualmente enorme salão, os jovens da Ilha dos Perdidos não podiam ter ficado mais surpresos.

— Nossa! – Evie suspirou suavemente ao observar aqueles incríveis e delicados pequenos arranjos de flores amarelas e brancas contrastando com a decoração dourada do local. – Está lindo!

— Era pra ser apenas um jantar, não é? – Jay comentou irônico.

— E é. Vamos só dizer que gostamos de festas. – Mino sorriu. Ele virou-se de frente para os três mais velhos e curvou-se levemente. – Vou procurar o Príncipe Benjamin e avisá-lo de sua chegada. Nos vemos por aí.

Enquanto Mino se afastava, os jovens adentraram no recinto, analisando cada pessoa que por ali estava. A maioria dos rapazes que conseguiam observar estavam vestidos em trajes azuis, assim como Mino, eles apenas variavam o tom azulado. Diferente deles, as moças usavam vestes de tecidos, estampas e cores variadas.

Ao contrário dos trajes usados antigamente em bailes de contos de fadas, ali todos se vestiam de modo casual e despojado. Apenas uns e outros de ternos, a maioria preferindo roupas esportivas e mais joviais.

Mal encarou uma garota loira que passou ao seu lado. A auradoniana fez um aceno discreto com a cabeça em sua direção e sorriu levemente antes de se afastar com o rapaz que a acompanhava, o que fez com que Mal erguesse a sobrancelha surpresa pelo gesto de simpatia.

— O que é aquilo? – Evie indagou, atraindo a atenção da amiga para si. Mal virou-se para ver o que Evie observava e encontrou um estranho objeto em cima de uma mesa. Parecia com uma daquelas fontes de chocolate, exceto que o liquido que corria por ela apresentava uma coloração avermelhada.

— Vou lá ver.

O filho de Jafar separou-se das garotas e seguiu em direção a mesa com a fonte vermelha. Ao redor do objeto, havia vários copos azuis e amarelos dispostos sobre a mesa. O garoto aproximou-se mais da fonte e notou uma nota adesiva onde encontrava-se escrito: “Soda Italiana”. Aquele deveria ser o nome da bebida...

Jay deu de ombros e pegou um copo azul sobre a mesa, colocando no meio da queda vermelha. Quando o copo estava pela metade, ele o aproximou de sua boca e bebeu hesitante. Aquilo poderia estar envenenado. Se fosse na Ilha dos Perdidos seria bem provável. Entretanto, ali era Auradon. Terra da generosidade e gentileza...

E, pelo que parecia, dona da melhor bebida do mundo.

Ele encheu mais dois copos com aquela bebida refrescante sabor de cereja e seguiu de volta para suas amigas. Apenas para se surpreender ao encontrar dois garotos desconhecidos parados em frente delas.

 

...

Jay mal acabara de se afastar e dois rapazes começaram a andar em direção as garotas. Evie cutucou a amiga e fez um aceno discreto, mostrando os garotos.

O moreno era o mais alto dos dois; seu cabelo preto combinava com seus olhos negros, mas foi o “rostinho de bebê” que mais chamou a atenção. O outro garoto vestia-se mais casualmente, com uma calça jeans cinza-azulado, camisa social azul e um blazer marrom. Ele não parecia se importar com suas roupas levemente amassadas ou com seus cabelos castanho-escuro arrepiados e desajeitados.

Ambos se aproximavam com sorrisos no rosto.

— Olá, senhoritas. – O moreno de calças verdes e paletó preto foi o primeiro a se pronunciar. Ele ergueu a cabeça brevemente e sorriu de lado. – Me chamo Aziz, da Casa de Agrabah.

— Aladdin, lâmpada e essas coisas? – Mal perguntou, instigada.

— Esse é o meu pai. – Aziz piscou.

— Interessante. – Mal comentou. Jay vai adorar conhecer esse garoto, pensou esforçando-se para não rir.

— Por que dos óculos? – Evie perguntou indicando os óculos preto estilo aviador que o outro garoto usava.

— Faz parte do estilo. – Respondeu, fazendo charme com sua voz. Ele tirou os óculos e piscou um de seus olhos incrivelmente azuis. – Sou Roland Hood. – Estendeu a mão direita para Evie; o sorriso de canto ainda presente em seu rosto. – Acho que ainda não fomos devidamente apresentados.

— E nem vão. – Jay interrompeu, aparecendo atrás de Evie e Mal. Cuidadosamente – para não derramar o liquido dos copos que segurava – passou os braços ao redor da cintura das duas garotas e encarou seriamente os rapazes a sua frente.

— Você é.…? – Roland questionou ao observar o gesto feito por Jay. Ele recolocou seus óculos, mas seu olhar ainda permaneceu fixo no garoto de cabelos longos.

— Alguém que não dá a mínima para vocês. – Jay sorriu cinicamente. – Agora, deixem essas duas garotas em paz ou farei experimentarem o “tratamento especial” da Ilha dos Perdidos.

— Okay, okay. – Aziz ergueu as mãos em rendição e logo empurrou as costas do amigo para irem a outro lugar. – Bora, Hood. A Lonnie está ali, vamos falar com ela.

— O que? – Roland murmurou, encarando o amigo. – Eu não quero assistir suas tentativas falhas. – Reclamava enquanto era empurrado a contragosto.

— Você não podia ser menos inconveniente? – A voz de Evie soou irritada. Ela desvencilhou-se de Jay e o encarou.

— Qual é?! – O moreno de cabelos longos riu e estendeu um copo da bebida vermelha para cada uma das garotas. – Não me diga que gostou deles?

— São bonitos. – Mal deu de ombros e desviou o olhar para sua bebida quando Jay a fuzilou com os olhos.

— Viu? – Evie controlou o riso e continuou com sua máscara enraivecida.

— Filho do Robin Hood, aposto que é um ladrãozinho de quinta. – Jay cruzou os braços, sua expressão um exemplo de autoridade.

— Você é ladrão, Jayden. – Mal revirou os olhos ao lembra-lo do obvio.

— Por isso mesmo! – Jay fez uma breve careta por causa da pronuncia de seu primeiro nome, mas manteve a pose majoritária/autoritária. – Sei como são e vou mantê-lo longe de vocês.

— Jay, vai arrumar alguém e nos deixa em paz. – Evie virou-se e começou a se afastar do garoto. Mal sorriu e a acompanhou; a bebida pela metade em seu copo.

— Há-há-há. Se pensam que... – O garoto se interrompeu e parou de segui-las. Seus olhos se encontraram com um alvo interessante. As garotas estranharam e voltaram a encarar o amigo, apenas para vê-lo abrir um sorriso malicioso. – Já volto, meninas.

Jay seguiu reto, passando por elas com o olhar fixo a sua frente. Ele destinava sua visão para o lugar onde havia duas garotas conversando mais ao longe.

— Hipócrita. – Evie murmurou, mas havia um sorriso mínimo em seus lábios quando ela tomou um pouco da Soda Italiana. – Uh!

— O que? – Mal perguntou quando viu a expressão da amiga se transformar em malicia. Evie direcionou seu olhar para um ponto atrás da garota de cabelos roxos e aproximou-se para sussurrar em seu ouvido.

— Seu Príncipe está chegando...

Mal arregalou os olhos e virou-se abruptamente, quase derrubando o que restava do liquido vermelho em seu vestido. Ben vinha em sua direção e a garota notou que ele ficava muito bem vestido naquele terno inteiramente azul. O herdeiro do Trono de Auradon sorriu e acenou quando viu que Mal o encarava – e isso fez a garota desviar rapidamente o olhar.

— Tchauzinho. – Evie cantarolou antes de encaminhar-se para longe da amiga sob o olhar protestante desta.

— Espe- Evie! – Mal chamou pela amiga, mas a única coisa que Evie fez foi acenar por sobre o ombro e seguir seu caminho para onde quer que ela estivesse indo. – Volt-

Interrompeu-se quando o sentiu cutucar delicadamente seu ombro. Respirando fundo e amaldiçoando Evie até a sexta geração, a garota de cabelos roxos virou-se em direção aos encantadores olhos verde-mel.

Ben sorriu, seus olhos brilhando de divertimento e fascínio ao perguntar:

— Está fugindo?

 

...

Jay arrumou seu blazer e colocou um sorriso galante no rosto, preparando-se para utilizar seu lado charmoso e sedutor que fazia tanto sucesso na Ilha dos Perdidos.

E com certeza faria ali também.

A sua frente se encontravam duas garotas lindas. Uma era loira, alguns de seus dourados cachos caindo sobre seus ombros e pelo vestido amarelo-claro que usava. A outra garota ao seu lado possuía cabelos pretos, mas foi as mechas violeta que atraiu mais atenção. Não parecia ser comum dentre o padrão auradoniano que observara antes.

— Olá, garotas. – Cumprimentou, sorrindo de lado ao vê-las analisando-o. Sempre era assim, bastava uma rápida análise de três segundos e já caiam na rede dele.

— Nos conhecemos? – A loira perguntou por fim, inclinando a cabeça e sorrindo.

— Vocês ainda não tiveram esse prazer. – Jay passou sua mão direita sobre os cabelos, colocando alguns fios atrás da orelha. Ele adotou um sorriso malicioso ao notar que a loira acompanhou o movimento de sua mão. – Sou Jay.

— Ally, filha da Alice. – Jay ergueu uma sobrancelha. Ele não fazia a mínima ideia de a quem a loira se referia de modo tão orgulhosa. – País das Maravilhas. Lagarta azul, gato risonho...

— Cheshire! – Jay estralou os dedos, imediatamente lembrando-se dos gêmeos, Kitty e Smike, os pequenos prodígios da travessura. – Claro, claro. Conheço ele. – Ele e não a mãe da garota, pensou, mas não falou nada. Poderia acabar com sua conquista. O garoto da ilha inclinou seu corpo levemente em direção a outra garota que permanecia quieta, apenas observando a conversa. – E você seria...?

— Jordan. – Respondeu direta. Ela o encarava com uma expressão não disfarçada de tedio. – Filha do Gênio.

— Oh! – Jay evitou a careta de repulsa e raiva que sentiu ao ouvir o nome “Gênio”. Mais uma vez não comentou nada, somente abriu um sorriso travesso. – Jordan não é nome de garoto?

— Você é da Ilha dos Perdidos, não é? – Jordan retrucou, sem se abalar com a alfinetada do garoto.

— Com todo orgulho. – Jay cruzou os braços assim que terminou de falar. Apesar da Ilha dos Perdidos não ser o melhor lugar para se chamar de lar, com todos os problemas e tal, ele realmente tinha muito orgulho de ter nascido e crescido naquele lugar. O fez se tornar o rapaz forte e determinado que ele era agora. E não mudaria isso por nada.

— Você veio pela proclamação? – Ally perguntou surpresa, sua voz alcançando tons agudos quase prejudiciais para a audição humana. Sua surpresa se devia ao fato de que ela achava que o garoto era um transferido de outra escola e não um dos delinquentes filho dos vilões.

— Não precisa mudar o tom de voz, loirinha. Eu não mordo. – Jay quase não conseguiu mascarar um tom áspero e feroz de escapar em sua voz. Podia imaginar o que passava pela cabeça da loira e estava começando a se arrepender de ter ido tentar alguma coisa. Pelo menos, por agora. Era melhor continuar com seus charmes, por isso abriu seu sorriso mais malicioso junto com uma piscadela. – Se você não quiser, é claro.

Jordan revirou os olhos, suspirando cansada daquela desnecessária conversa.

— Vou conversar com meu primo, ele fala menos besteira que esse aí. – Anunciou, fazendo uma careta quando Jay fingiu uma expressão magoada.

— Eu vi ele saindo atrás da Lonnie. – Ally comentou assim que Jordan virou-se para ir.

— Ainda é melhor do que ficar aqui. – Respondeu, deixando a amiga acompanhada apenas de Jay e seu sorriso malandro de filho de vilão.

 

...

Mal não respondeu à pergunta feita pelo jovem Príncipe, pois estava mais preocupada em disfarçar seu desespero. Sabia que iria encontra-lo uma hora ou outra naquela festa, só não esperava que fosse tão cedo e que ela estaria sozinha.

Com toda a ação que acontecera em seu dia, não havia parado ainda para considerar o fato de que havia realmente encontrado o garoto com quem sonhara. E ele estava bem em sua frente, fitando-a.

Os pensamentos da garota estavam confusos, desorientados assim como não sabia o que responder.

Afinal, não é todo dia que você encontra o garoto dos seus sonhos.

Literalmente.

— Está me evitando? – Ben perguntou, seu olhar curioso incidindo sobre a garota pensativa a sua frente.

A garota de cabelos roxos piscou, desvanecendo momentaneamente seu desespero interior para encarar Benjamin e seu sorriso afável.

— E por que eu faria isso? – Mal devolveu, levando o copo aos lábios e provando da deliciosa bebida que Jay havia lhe entregado.

— Apenas uma sensação. – Ben respondeu, desviando o olhar ao mesmo tempo em que tirava a parte de cima de seu terno azul.

— Sensação errada. – A garota riu, irônica. Ela observou o Príncipe, enquanto este apoiava o paletó em seu braço direito; a camisa branca social apertada destacando seu tórax e braços por baixo do colete azul que vestia.

— Garanto que não. – Dessa vez, Ben afirmou olhando fixamente nos olhos verdes intensos de Mal.

A filha de Malévola se sentiu pega no flagra por estar o observando e deu um passo para trás, transformando sua expressão em uma face de deboche.

— Você não devia estar com a sua namorada?

Agora fora Ben que recuara um passo atrás, o gesto acompanhado de um suspiro e desviar de olhar.

Mal notou imediatamente a brusca mudança de ânimo do rapaz. Ela inclinou a cabeça de lado, erguendo a mão direita – que segurava o copo – e apontou para o Príncipe.

— U-hu, parece que toquei em um ponto sensível.

— Não, tudo bem. – Ben ergueu os olhos para observa-la e forçou um sorriso mais relaxante e despreocupado do que realmente se sentia. Seu relacionamento com Audrey estava desgastando-o e ele teria que ter uma conversa séria com a garota. Só esperava que ela entendesse...

— Problemas na realeza? – Mal perguntou e dessa vez não havia nenhum pingo de sarcasmo ou desdém. E ela se arrependeu de ter perguntado assim que Ben a respondeu.

— Está interessada? – Ben sorriu e deu um passo à frente, pouco maior que o normal, ficando frente a frente com Mal.

— Claro que não. – Mal bufou e se virou, afastando-se do garoto.

— Hey, onde vai? – Benjamin perguntou, sem esconder o sorriso de satisfação que sentia ao perceber que havia afetado a garota de cabelos roxos.

— Pegar um doce.

— Sério? Eu também. – Ben se pôs a caminhar ao lado dela, enquanto Mal revirava os olhos exasperada. – Que coincidência.

— Puff!

Eles seguiram em silêncio até a mesa de aperitivos mais próxima. Mal não dirigiu nem mesmo um olhar de lado ao garoto, ao contrário deste, que a fitava a cada poucos segundos.

Ben não conseguia evitar. Queria saber mais sobre ela, conhecer cada gesto e cada atitude da garota que ele passou quatro noites sonhando – inclusive fora repetido na noite passada. Os olhos dela possuíam um tom de verde diferente do seu, mais vibrantes e ferozes, combinando com os cabelos roxos que tanto lhe chamara a atenção... Mal era muito mais bonita pessoalmente do que em seus ocasionais sonhos misteriosos.

Apesar de não entender o porquê desses sonhos terem acontecido, ele não desejava que fosse diferente.

Ben havia a encontrado e isso era o que importava.

Mas... Uma dúvida instaurou-se em sua mente quando eles chegaram numa mesa repleta de doces e salgados. E se não for apenas ele a sonhar? Será que ela alguma fez o viu em seus sonhos?

A resposta poderia explicar o porquê de a garota parecer querer se esquivar dele naquela festa, isso quando não o fitava com um olhar diferente. Ele percebera esse fato.

— E se eu te dissesse... – Ben começou, sua voz hesitando no começo quando ele observou de soslaio a garota escolher um doce macaron azul. – ... que sonhei com você algumas noites...

— Eu diria que você é louco. – Mal respondeu prontamente, mordendo um pedaço do doce azul e saboreando o gosto do recheio de chocolate desmanchando em sua boca. Aquele delicioso doce foi o suficiente para que ela conseguisse encobrir sua surpresa pelas palavras do Príncipe. – E um pouco psicopata, também.

— Hum... – Ben sorriu vacilante, desviando o olhar para a comida sobre a mesa. A reação de Mal não foi o que ele esperava, e isso afundou seu desejo sobre ela também ter sonhado com ele. Deixaria as coisas muito mais fáceis... — Então, eu não sonhei com você.

— Sorte a sua. – Mal comentou num murmúrio de voz. Por fora podia estar aparentando desinteresse e calma, mas por dentro sua mente fervilhava numa mistura louca de surpresa, ansiedade e emoção.

Já era confuso o suficiente saber que passara a última semana sonhando com um garoto desconhecido só para depois descobrir que ele é um príncipe e, pior, o herdeiro do Trono de Auradon.

Nunca teria imaginado que ele também havia tido os sonhos...

Assim como acontecera com Mal, e sem nenhuma explicação sequer.

E essa agradável, porém estranha, descoberta a fez ter um único pensamento: precisava ficar longe dele.

 

...

Evie ergueu o copo em direção aos lábios apenas para perceber que este estava vazio. A garota estava sentada em um dos enormes sofás dourados e observava Jay mais ao longe. O amigo estava conversando – flertando para ser mais exato – com duas garotas.

A jovem de cabelos azuis estava quase se levantando para ir atrapalhar o joguinho do amigo; fazer uma pequena vingança por não só a interrupção de mais cedo, mas por todas que ele já fizera durante sua vida. Ele estava sempre atrapalhando as meninas quando o assunto era “interação com o sexo oposto”. E foi por isso que Evie não pode deixar de sorrir quando viu uma das garotas afastando-se dele.

O charme de Jay parece não ter funcionado com ela.

Doug estava parado próximo a mesa criando coragem suficiente para se aproximar. Estivera observando a filha da Rainha Má de longe e seu encanto pela garota apenas aumentou. Por outro lado, o filho de Dunga não pode deixar de perceber que Evie observava constantemente o garoto da Ilha dos Perdidos.

Quando viu o sorriso despontar no rosto da garota de cabelos azuis, a coragem que Doug tanto aguardava finalmente o consumiu. Respirou fundo, pegou um dos copos amarelos com soda italiana e encaminhou-se para perto dela.

Evie nem desviou o olhar ao sentir a presença do garoto sentando-se ao seu lado.

— Namorado? – A voz dele soou e ela reconheceu de imediato a quem pertencia.

— Que? Não, credo. – Evie exclamou, surpresa pela pergunta. Ela virou-se para o rapaz ao seu lado quando ele estendeu um copo amarelo em sua direção. – Por que? – Evie sorriu maliciosamente. – Está interessado?

— Em você? Talvez. – Doug respondeu sem encara-la, apenas sorriu quando ela aceitou a bebida. – Me chamo Doug. Nos vimos mais cedo...

— Eu me lembro de você. – Evie piscou. – Então, no que exatamente você está interessado? – A garota fixou seus olhos castanhos no garoto e bebeu um pouco da bebida que ele lhe trouxera.

Foi difícil, mas Doug conseguiu manter seu autocontrole perante a intensidade daquele olhar. Encostou-se no apoio do sofá e olhou para frente, e foi diretamente para Jay e Ally.

— O modo como ele estava agindo antes... – Doug pronunciou-se, mudando de assunto. Ele fez um aceno discreto, indicando o amigo da garota ao longe. – Parecia com ciúmes.

— Desviando a pergunta, interessante. – Evie riu suavemente, virando seu corpo na direção dele. Ela pegou a mão do garoto e colocou seu copo para Doug segurar. Assim ele fez, questionando-se internamente o porquê daquilo.

E foi quando ela se inclinou sobre ele.

Doug prendeu a respiração, sentindo seu rosto esquentar quando sentiu as mãos de Evie em seu colarinho. Ela estava tão próxima que Doug podia ver os pequenos pontos verdes em seus olhos. O filho de Dunga baixou a visão tentando observar o que a garota fazia com sua camisa e faltou ter uma parada cardíaca quando notou o leve biquinho de concentração dela.

Pela maçã envenenada da Branca de Neve, como essa garota pode ser tão linda?! Doug questionava a si mesmo, o coração acelerando. Fechou os olhos, sentindo o aroma de rosas invadir seus sentidos e o entorpecer.

— Assim fica bem melhor. – Evie murmurou, afastando-se. Ela havia desabotoado dois botões da camisa social branca dele e levantado a gola da camisa para deixá-lo mais liberto. Quando ergueu o olhar para o rosto de Doug não pode deixar de sorrir ao notar que o garoto estava de olhos fechados. E com a face ruborizada. – Pode abrir os olhos.

Doug abriu apenas o olho direito, desconfiado. Isso fez Evie rir abertamente.

O filho de Dunga observou aquele sorriso simples e natural como se fosse uma nova maravilha ainda não descoberta. Admirável e encantador. E ele não pode evitar um involuntário sorriso formar-se em seus próprios lábios.

Que logo foi desfeito ao perceber o olhar furioso que Jay lhe lançava ao longe.

— Ele está me encarando. – Doug murmurou, sua voz saindo num tom mais agudo do que ele realmente gostaria.

Evie franziu as sobrancelhas e virou-se para encarar a mesma direção que Doug.

— Jay. – Evie revirou os olhos. Ele não podia lhe deixar em paz? — Não se preocupe, não é ciúmes. É superproteção.

— Proteção? De quem? – Doug ficou confuso por um momento, mas logo se deu conta. Ele se inclinou para frente e perguntou, surpreso: – Espera, de mim?

— De todos. – Evie corrigiu. Ela acenou para Jay e o observou voltar a conversar com a garota loira ao seu lado. Quando falou novamente, sua voz soou afetuosa. – Ele é nosso irmão mais velho, sabe? O que sempre vai estar cuidando de todos, nos protegendo. Não importa o que aconteça, Jay sempre vai estar lá por nós. Assim como o apoiaremos em tudo.

— Vocês são muito unidos. – Doug comentou, comtemplado pela forma carinhosa que Evie se referia ao amigo.

— Temos que ser.

— Imagino que seja difícil na Ilha. – Doug supôs, analisando a expressão da garota ao seu lado.

Evie apenas o encarou, preferindo não responder. Difícil era um eufemismo em comparação. Crescer na Ilha dos Perdidos não é o que qualquer pessoa consideraria agradável, mas foi o único lugar que tanto Evie quanto seus amigos tiveram para chamar de lar.

— Boa noite senhor, senhorita. – Um homem vestido num paletó amarelo e calça preta estava parado ao lado deles, uma bandeja de doces em suas mãos e um sorriso discreto nos lábios. – Gostariam de adoçar um pouco a noite de vocês?

— Boa noite. – Doug cumprimentou, sorrindo de volta. Ele colocou na bandeja o copo que segurava e pegou um dos doces azuis que era oferecido. – Muito obrigado. – Agradeceu ao garçom que se retirou com um aceno de cabeça. – Tenho a sensação de que azul é sua cor favorita.

— Azul é a cor mais quente. – Evie piscou marotamente.

— Você quem diz. – Doug murmurou, risonho. Ele estendeu o doce para a garota de cabelos azuis. – Aqui.

— Ah, não. – Evie negou firmemente ao entender o que o garoto queria. Nem pensar que ela iria comer aquela bomba de açúcar, não importava o quanto parecia agradável e tentador com aquela cor azul.

— Prometo que não está envenenado. – Doug continuou, o sorriso alargando em sua face pela negativa da garota. – Vai, experimenta.

Evie desviou o olhar do doce para o rosto de Doug, encontrando o divertido sorriso dele.

— Você é insistente. – Ela empurrou levemente os óculos dele e riu ao vê-lo arregalar os olhos.

Doug limpou a garganta, se recompondo.

— Não desisto do que quero. – Afirmou, encarando aqueles belos olhos cor de avelã.

— E o que você quer? – Evie pronunciou lentamente cada palavra, seu olhar intenso sobre o garoto apenas as fortificou.

— Ah... Eu... – Doug suspirou, dessa vez não conseguindo evitar transparecer os sentimentos e sensações arrasadoras que ela lhe causava. Aqueles olhares iriam acabar com sua sanidade. – Quero que você prove esse doce.

— Passo. – Evie deu de ombros, desfazendo sua irresistível expressão sedutora.

— É sério, são maravilhosos. O sabor de baunilha é magnífico e o gosto de blueberry no final... Incrível! – Doug descrevia o doce com entusiasmo, ele adorava comer aquilo. Porém, não sabia ao certo o porquê continuava persistindo em seu gesto. Poderia ser que ele queria desafiá-la, já que a convicção dela ao negar o fazia insistir mais e mais. Queria que ela experimentasse alguma coisa de Auradon para se sentir verdadeiramente bem-vinda... – Você tem que experimentar.

O garoto ergueu o doce bem em frente ao rosto de Evie, do mesmo jeito que Carlos costuma fazer quando quer forçá-la a comer alguma coisa. Isso a surpreendeu o suficiente para erguer uma sobrancelha e mostrar um sorriso surpreso e divertido. O filho de Dunga estava se esforçando tanto para fazê-la provar aquele doce que a conquistou...

Não estava esperando isso de qualquer auradoniano. Muito menos de um que estivesse ligado ao lado da Branca de Neve, grande inimiga de sua mãe.

Por isso, inclinou-se para trás e pegou o doce da mão de Doug, ela mesma colocando lentamente na boca.

Evie fechou os olhos ao sentir o maravilhoso sabor adocicado em sua boca. Doug tinha razão. Ela nunca tinha provado nada tão maravilhoso quanto aquele doce.

— E então? – Doug perguntou sem esconder o tom ansioso em sua voz quando escutou um suspiro da garota.

— Maravilhoso.

 

...

Carlos corria desesperado. Havia demorado procurando uma roupa “adequada” e, como consequência, foi abandonado pelos amigos. Agora ele tentava descobrir onde ficava o salão de banquetes usando um aplicativo de mapa em seu celular.

Tecnologia era um assunto que ele entendia muito bem, e não demorou nada para o garoto saber como funcionava todas as operações daquele aparelho mais atualizado.

O que o estava ajudando, e muito.

Passou apressado por um corredor, mas parou antes de virar e descer as escadas. Uma voz feminina – que ele tinha certeza de já ter ouvido antes – invadiu seus ouvidos, chamando sua atenção.

Silenciosamente refez seus passos e parou em frente a uma porta pintada com um tom de azul escuro, diferente das demais. A porta estava entreaberta, o suficiente para que ele conseguisse observar um pedaço do cômodo.

Inclinou-se para frente e empurrou a porta da forma mais vagarosa possível, evitando provocar o menor ruído. Sua boca abriu em surpresa. Não podia acreditar. Era aquela princesa que os havia recebido mais cedo. E ela estava com um garoto loiro que com certeza não era seu namorado.

— Olha o que temos aqui. – Carlos riu silenciosamente quando viu os dois se beijarem. Ergueu o celular e tirou algumas fotos. – Isso vai ser muito útil.

 

...

— Príncipe Benjamin! – A Fada Madrinha chamou pelo rapaz, perto o suficiente para assustara garota de cabelos roxos que deixou cair o doce que segurava. – Me desculpe, querida.

— Tudo bem. – Mal murmurou, ouvindo as risadas fracas de Benjamin.

— O Rei pediu para que você fizesse um brinde de início da proclamação. – Fada Madrinha anunciou rapidamente ao jovem. Este parou de sorrir e colocou os braços atrás das costas, arrumando a postura.

— Poderia dizer ao meu pai que daqui a alguns minutos irem fazer?

— Claro. – A Fada Madrinha sorriu gentilmente e olhou para Mal que apenas observava. – Seja bem-vinda a Auradon, minha querida.

— Você já falou isso. – Mal respondeu, revirando os olhos em escárnio. – Mais cedo.

— Eu sei. – A Fada Madrinha não se deixou abalar pelo tom de voz da garota e a respondeu com gentileza. – Apenas quero lembrá-la de que tanto você como seus amigos são muito bem-vindos aqui e espero que se sintam em casa.

— Em casa, sei. – Mal murmurou, rindo consigo mesma.

A Fada Madrinha encarou Ben, em dúvida sobre as reações da jovem, mas o Príncipe apenas deu de ombros, sorrindo em resposta. Nem ele entendia muito bem, mas achava engraçado.

— Nos vemos amanhã às oito.

Mal observou a senhora se afastar e ouviu um suspiro vindo do Príncipe.

— Um brinde, ah? – A garota ressaltou, virando-se e seguindo em direção a Evie e o estranho garoto com quem ela conversava.

— Vem comigo. – Ben declarou, a encarando firmemente.

— Que?! – Mal virou-se de súbito, sem ter certeza de que havia escutado direito.

— O brinde é para vocês. – Bem completou, sorrindo de canto. Ele segurou a mão esquerda de Mal e a puxou levemente para seguir até o palco sobressalente no canto direito. – Vem, vamos.

— Espera! – Mal exclamou, mas o garoto a ignorou. – O que você... – Dessa vez, ela forçou seu corpo e parou, impedindo que ele continuasse a “levá-la”. – O que você acha que está fazendo?

Benjamin a encarou confuso por um momento até olhar para sua mão segura na da garota. Ele rapidamente a soltou, envergonhado por sua atitude rude.

— Me desculpe, foi completamente indelicado da minha parte.

Mal não evitou uma expressão surpresa ao ouvir o verdadeiro tom de desculpas em sua voz, assim como um leve tom culpado. Isso apenas por a ter arrastado poucos centímetros?

— Poderia me acompanhar até o palco? – Ben perguntou, hesitante. Não sabia como agir depois de seu ato impensável. Não era assim que ele iria conseguir ganhar a confiança e amizade que procurava. – Irei chamar seus amigos também.

— Por que? – Mal questionou, observando-o de modo analítico. – Quero dizer, não é necessário a nossa presença. Você é o Príncipe.

— Quero apresentar vocês a todos, da maneira correta. – Ben sorriu de lado e aproximou-se da garota. Ele fez uma breve mensura e segurou a mão de Mal, olhando-a nos olhos, completou: – E também... gostaria de você ao meu lado.

 

...

— Boa noite a todos. – Ben deu duas batidinhas leves no microfone, chamando a atenção para si. – Gostaria de agradecer a todos que estão aqui e, se vocês ainda não provaram os macarons, façam isso mais rápido possível. É sério, estão incríveis.

Todos riram, para o imenso alivio de Ben.

— Não acredito. – Evie murmurou consigo mesma quando o Príncipe Benjamin falou ao microfone. A surpresa maior foi ao ver que Mal estava bem ao lado direito do garoto.

— O que? – Doug perguntou, confuso pela surpresa da garota de cabelos azuis. Ele encarou o palco e logo entendeu. – Oh, não imaginava isso.

Mal havia aceitado o convite do Príncipe, mas se arrependeu no momento em que subira naquele palco e todas aquelas pessoas passaram a encara-la. Agora ela vestia sua máscara de desinteresse, camuflando seu nervosismo.

— Bom... Vamos ao propósito deste jantar. – Ben continuou, cruzando as mãos em frente ao corpo e adotando uma expressão mais séria. – Como alguns de vocês devem saber, eu fiz minha primeira proclamação. Decidi trazer quatro jovens da Ilha dos Perdidos para que tivessem a chance de viver em Auradon.

Jay ergueu a cabeça, sem se abalar ao notar os sussurros das várias pessoas que o encaravam ao seu redor.

— E, além disso, uma chance para que eles possam reescrever suas vidas, fazer seu próprio destino e ir além das escolhas e feitos de seus pais.

Mal inclinou a cabeça, ouvindo atentamente as palavras proferida pelo Príncipe. Estivera em dúvida sobre o afeto e maneira cordial com que o jovem os recebera mais cedo. Agora percebia que aquilo era como ele realmente é.

Gentil, atencioso, alegre...

Adjetivos que nunca usaria para descrever nenhum dos caras que já havia conhecido na Ilha dos Perdidos.

— E para isso, é necessário o apoio de todos. – Ben continuava com seu discurso, as palavras fluindo de si numa onda de inspiração e verdade. – Não só dos estudantes e professores de Auradon Prep., mas de toda a população auradoniana. Afinal, nós somos conhecidos como o povo mais generoso e acolhedor, vamos honrar isso.

Doug sorriu pelo admirável discurso do amigo e logo começou a aplaudir. Evie repetiu o gesto do garoto ao seu lado e imediatamente o som de palmas reverberava por todo o salão; uma ação feita por todos.

— Obrigado a todos por estarem aqui e.… bem... Vou apresentá-los a vocês. – Ben riu, nervoso. – Esta é Mal, filha da Malévola.

Ele olhou para a garota ao seu lado e sorriu ao estender a mão direita. Mal aceitou o gesto e deu um passo à frente.

— Jay? Viria até aqui?

Jay revirou os olhos e se despediu da garota morena com quem conversa e nem sabia o nome ainda. Ele seguiu até o palco, as pessoas abrindo caminho enquanto ele passava.

— Este cara aqui é o filho de Jafar. – Benjamin anunciou, socando levemente o ombro de Jay. O garoto da ilha ergueu uma sobrancelha pelo cumprimento, mas sorriu aprovando. – Gostaria de chamar também a filha da Rainha Má. – Ben prosseguiu, tendo retornado ao microfone. – Evie, poderia subir ao palco, por favor?

— Sua deixa, princesa. – Doug disse e levantou, afastando-se antes que Evie pudesse respondê-lo. Ela o encarou surpresa; era a primeira vez que alguém em Auradon a chamava de princesa, e mais uma vez, esse alguém fora ele.

Assim que Evie subiu ao palco, assovios foram ouvido. Jay cruzou os braços, encarando a multidão com a sua melhor expressão irritada e feroz. A garota de cabelos azuis apenas riu quando aceitou a mão estendida de Ben e se pôs ao lado esquerdo dele.

— E por último, mas não menos importante: Carlos, filho da Cruella de Vil. – Ben esperou pacientemente, mas não notou nenhum movimento que representasse o garoto. – Ah, Carlos?

— Aqui!

A voz fora ouvida da direção das grandes portas de entrada. Carlos estava parado, com as costas curvadas e as mãos sobre os joelhos, recuperando fôlego. Ele havia corrido todo o caminho até ali e parece que chegara no meio de alguma coisa importante.

O garoto de cabelos brancos olhou para o palco e encontrou seus amigos o observando de volta, junto com aquele Príncipe que os recepcionara.

— Carlos, poderia vir aqui? – Ben pediu novamente. Notando o olhar confuso e preocupado do mais novo, complementou: – Quero apresentá-lo a todos.

— Okay... – Carlos atendeu ao pedido. Apertou a mão de Ben quando subiu no palco e ficou ao lado de Evie.

— Como eu disse antes, este é Carlos. Filho da Cruella de Vil e acredito que seja o mais jovem. – Ben olhou para Carlos, esperando uma resposta deste.

— Mais novo e mais inteligente. – Carlos completou, frisando a última palavra.

— Isso eu duvido. – Evie murmurou, passando o braço ao redor do ombro do amigo baixinho.

— Então, é isso. – Benjamin se direcionou aos seus colegas auradonianos, sem saber ao certo como finalizar seu discurso. – Esses são os escolhidos por mim para agora viverem em Auradon. Então, aplausos para os novos estudantes da Auradon Prep., e para a nova fase que viveremos agora.

Lentamente o som de aplauso foi se agravando, mesmo que na mente de muitos predominasse o pensamento de que aquilo seria um completo desastre.


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Notas finais do capítulo

E com isso podemos ver que o Mino puxou ao pai
E o Jay, reclama da Evie, mas faz a mesma coisa kkkk

Obrigada a todos que aguentaram todo esse tempo sem postar, sei que foi difícil



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