Cristais de gelo escrita por J S Dumont


Capítulo 8
Capitulo 8 - Enfrentando os medos


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores tudo bem?
Ai está mais um capitulo para vocês de "Cristais de Gelo", a partir de agora a fanfic voltará ser att normalmente todas as quartas-feiras, espero que gostem e não esqueçam de deixar os comentários, bgs bgs :))



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8. Enfrentando os medos

Abri os olhos lentamente, e só então fui me dando conta do que eu havia feito. Eu havia adormecido na cama de Peeta, e isso não era nada bom. Ele estava ainda com o seu braço em volta do meu corpo e seu rosto estava encostado em meu ombro, eu notei que agora não havia mais expressão de sofrimento no rosto dele. Parecia que a crise havia passado e ele agora dormia tranquilamente.

Pensei em sair do quarto de fininho, antes que ele percebesse, pela luz que havia no quarto parecia que já havia amanhecido e isso me deixava ainda mais nervosa, dormi a noite inteira com ele, não, isso não era nada bom. Eu já estava pensando em me levantar quando percebi que já era tarde demais, Peeta estava abrindo os seus olhos e pareceu ter ficado confuso assim que me viu.

Senti meu rosto esquentar, esquentar e esquentar. Desviei o olhar rapidamente e fiz menção de levantar-me, mas Peeta segurou-me pelo braço.

— Fica! – foi à única coisa que ele falou, segurei a respiração enquanto deitava-me novamente e voltava a olhar para ele, ele agora sorria levemente para mim.

Estávamos com os rostos virados um em direção a outro, e tão próximos, que não precisaríamos de muito para grudar nossos lábios num beijo, pensar naquilo deixava-me extremamente nervosa, e por um momento eu senti desesperadamente vontade de me afastar. Mas não consegui.

— É... Você estava tendo um pesadelo e eu vim aqui, é, te ajudar... Acabei pegando num sono, me desculpa! – eu pedi, o sorriso dele se alargou.

— Não precisa pedir desculpas, você veio aqui cuidar de mim, eu que tenho que agradecer... – ele falou ainda sorrindo e depois de alguns segundos tocou em meu rosto, sua mão estava quente e ela era extremamente macia, senti os seus dedos percorrerem por minha bochecha e eu mordi meus lábios inferiores enquanto olhava fixamente para Peeta, nossos rostos estavam tão próximos que eu conseguia sentir a sua respiração, seu hálito era quente e deixou-me levemente tonta, meu estomago embrulhou-se de uma forma estranha, e essa sensação diferente e ao mesmo tempo boa me assustou o suficiente para eu querer fugir.

— É... Eu vou para o quarto me trocar... – eu disse. Peeta suspirou e escorregou o corpo um pouco mais em minha direção.

— Por que não fica mais um pouco? – agora os nossos rostos estavam quase colados, e meu coração batia tão rápido que chegava a ser assustador.

— Não... – eu sussurrei enquanto o encarava fixamente. – Não dá! – eu disse, sentando-me rapidamente para afastar-me, só quando sentei-me e assim ficando longe do rosto dele eu consegui respirar melhor. Olhei para ele e vi que ele me olhava com um sorriso estranho no rosto. – Nos vemos no café da manhã! – eu disse para ele, e então eu levantei-me e sai do quarto bem rápido, e por sorte Peeta não disse mais nada.

+++

O café da manhã foi um pouco tenso para mim, embora Peeta parecesse bastante relaxado, eu não conseguia agir da mesma forma, era incrível como ele não demonstrava se incomodar com o ocorrido, já eu não conseguia esquecer.

Incomodava-me lembrar de que tivemos com os rostos tão próximos, que ele até chegou a acariciar o meu rosto, me incomodava pensar em como eu me senti bem com isso, e o pior é me lembrar de como cheguei a ficar tonta ao sentir a respiração dele, como achei bom aquele hálito quente e até por um momento cheguei a pensar como seria beijá-lo.

Não, aquilo era o fim, eu não podia me sentir atraída por Peeta, eu queria ser indiferente a isso, mas, eu não conseguia. Só de olhar para ele, eu automaticamente me lembrava dessa aproximação que tivemos, e meu rosto já esquentava, tanto, mais tanto, que acho que fiquei completamente vermelha.

Toda vez que nossos olhos se encontravam, eu notava que Peeta sorria, mas eu não sei se era porque ele também se lembrava do que havia ocorrido, ou se é porque ele achava engraçado o meu rosto todo vermelho. 

Eu desviava o olhar, pois eu não conseguia encará-lo mais do que cinco segundos. Até que então, ele finalmente quebrou aquele terrível silencio:

— Hoje eu vou te dar uma aula de montaria... – ele disse a mim, e eu o olhei com as sobrancelhas arqueadas.

— É, eu não sei não, eu já disse eu tenho medo de cavalos e...

— Eu sei Katniss, você já me disse isso, mas é como eu já falei a você, vou te ajudar a enfrentar os seus medos... Tenho certeza que você vai amar andar de cavalo! – ele disse, ele parecia bastante seguro do que estava dizendo, mas eu não conseguia sentir a mesma segurança que ele estava sentindo. Porém, eu não conseguir dizer não.

+++

Depois do café da manhã Peeta não demorou muito para ir até o estabulo buscar um dos cavalos, ele era teimoso e estava insistindo e muito para que eu aprendesse a montar em um deles. Eu não estava muito segura de subir em um cavalo, mesmo confiando em Peeta.

Enquanto eu estava parada em frente ao estábulo, Peeta estava lá dentro pegando o cavalo, os meus braços estavam cruzados, e meu coração disparava só de me imaginar em cima de um desses bichos.

— Aqui está, ainda peguei o Simão ele é um dos cavalos mais manso que nós temos, garanto que não vai fazer nada com você! – Peeta disse assim que saiu do estabulo, ele estava do lado do Simão, acariciando-o, eu preferi manter certa distancia dele.

Vendo o cavalo fora do estabulo pude observar como ele era bonito, sorri levemente e até senti vontade de me aproximar, mas eu não tinha coragem.

— Peeta eu acho que eu não estou pronta para subir no cavalo, ele vai me derrubar porque, ele vai perceber que tenho medo dele... – eu disse, e Peeta deu risada.

— Ele não vai te derrubar por causa disso, eu já disse que ele é manso, ele não vai fazer isso com você... – Peeta disse e então se aproximou de mim, ele parou do meu lado, com um leve sorriso nos lábios. – Quem ia imaginar que Katniss Everdeen tem tanto medo de um cavalo! – ele falou num tom brincalhão e isso até me deixou nervosa.

— Haha! – fiz sem nenhum humor. – Estou achando muita graça, e suas brincadeiras não está ajudando!

— Certo, certo, então para você começar a perder o seu medo, dessa vez você vai andar nele comigo, o que você acha? – ele perguntou, sorrindo para mim.

— Como assim? Nós dois vamos andar no mesmo cavalo? – perguntei e senti-me nervosa só de imaginar Peeta e eu nessa proximidade tão grande.

 - É, melhor do que encarar o medo sozinha, não é? Eu não disse que vou estar do seu lado! – ele sorriu para mim e pegou na minha mão, eu engoli um seco e senti algo estranho em meu estomago ao sentir esse contato físico, era intenso e estava aumentando com o passar do tempo.

Ele foi me puxando em direção ao cavalo e me ajudou a subir nele, eu tive um pouco de dificuldade e me senti uma idiota por isso, mas depois que consegui subir, Peeta subiu rapidamente e com uma facilidade incrível, o cavalo virou a cabeça para trás e no mesmo segundo eu apertei o braço de Peeta.

— Ele vai morder minha perna! – eu disse a Peeta, olhei para ele e logo depois senti-me desconcertada pelos nossos rostos estarem próximos.

Peeta então deu risada, colocou o seu braço em volta da minha cintura e no mesmo segundo eu estremeci e olhei para frente, meio assustada.

— Ele não vai te morder... – ele disse e depois bateu levemente os calcanhares no corpo do cavalo e ele começou a andar, senti meu corpo movimentando-se á medida que o cavalo andava, meu corpo ia um pouco para frente e em seguida para trás e assim que ele movimentava-se para trás, minhas costas encostavam em Peeta, meu corpo estava ficando quente e eu estava começando a ficar com calor.

O cavalo começou a andar pela fazenda, passamos em frente ao lago e também chegamos até a plantação, digamos que não era tão ruim montar em um cavalo, mas eu não conseguia me concentrar na montaria, meu cérebro estava mais focado nas sensações estranhas que eu estava sentindo em ter Peeta tão próximo de mim.

Ele me segurava fortemente pela cintura e eu conseguia escutar o barulho de sua respiração, ás vezes eu sentia vontade de olhar para ele, mas eu me continha, quando o cavalo parou próximo ao estabulo, ele novamente olhou para trás, eu fechei os olhos e gemi, com medo dele me morder, Peeta novamente riu.

— Típico mulher de cidade mesmo... – ele falou num tom zombador. – Mas tenho fé que daqui um tempo você vai virar uma bela de uma caipira! – ele disse e em seguida desceu do cavalo, eu o olhei com as sobrancelhas franzidas.

— Você já deve estar imaginando eu com duas trancinhas, com um chapéu de cowboy e com aquelas enormes botas... – eu disse no mesmo tom que o dele.

— Sim e acredito que vai ficar muito sexy, acho que vou comprar uma bota e um chapéu para você de presente! – ele disse e então eu dei risada. – Agora eu vou lhe dar algumas dicas sobre cavalos, para você ir se acostumando com eles, o Simão é muito calmo se você percebeu, mas cada cavalo tem o seu temperamento, por via das duvidas tanto com Simão como com qualquer outro cavalo nunca passe por trás, porque os cavalos tem um coice como uma de suas defesas, é bom passar sempre então pela frente deles, é os cavalos gostam de conversar, eles parecem nos entender muito bem, se você reparar Katniss, ele parece se comunicar conosco apenas com o olhar, sempre fale com eles de maneira firme e amena, olhe eles nos olhos que você vai conseguir perceber a resposta deles, eles conseguem ser ótimos ouvinte sabia?

— Com certeza, eles não respondem não é!

— Engracadinha, responde sim, com o olhar, não é Simão? – Peeta olhou para o cavalo e passou a mão no pescoço dele, enquanto sorria. – Ele tá dizendo sim eu entendo, tá legal! Ah e o Simão gosta bastante de carinho no pescoço, mas tem cavalos que tem temperamentos um pouco mais fortes, eles preferem primeiro conhecer, antes de aceitar esses contatos físicos, então nunca chegue já com intimidade em qualquer cavalo, sempre é bom respeitar o espaço dele...

— Ah claro, com certeza eu farei isso! – eu concordei.

— Você já aprendeu a subir no cavalo, certo? Primeiro você coloca seu pé no estribo, e passa sua outra perna para cima, os dois pés tem que ser apoiado no estribo, ai é bom você se inclinar sempre para ver se a sela está bem presa... – ele disse e então eu me inclinei apenas para conferir se a sela de Simão estava bem presa.

— É, dessa vez a sela está bem presa... – eu disse, e Peeta sorriu para mim.

— Claro, eu mesmo conferi isso, acha que eu te colocaria em perigo? – ele perguntou

— Acredito que não! – eu disse, ele sorriu.

— Acho que você gostou do Simão, não quer nem descer do cavalo! – ele falou num tom brincalhão, eu encarei-o com as sobrancelhas arqueadas.

— Não, que isso, lógico que eu quero descer, é que eu estava distraída ouvindo suas valiosas dicas... – eu disse.

— Certo, então vem que eu te ajudo a descer! – Peeta então me ajudou a descer do cavalo, e isso contribuiu para que nossos corpos ficassem perto de mais, assim que firmei os pés no chão, eu virei em direção a ele, nossos olhos se encontraram e no mesmo minuto senti como se meu coração quisesse explodir, eu engoli um seco, enquanto depositava minhas duas mãos no peitoral de Peeta, os olhos dele pareciam grudados aos meus, os lábios dele estavam entreabertos e ele parecia estar em transe.

Por um momento eu quis desesperadamente saber o que ele estava pensando.

— É... Peeta... – eu disse, porém ele não me respondeu, tanto ele como eu estávamos ofegantes, senti minha boca secar e meu queixo tremer. Nossos lábios estavam apenas milímetros de distancia, e Peeta estava parecendo querer acabar com ela, quando seu rosto começou a se aproximar ainda mais do meu.

A cada aproximada minha respiração aumentava mais e mais, minhas mãos fecharam-se, apertando a camisa dele, e senti-me tonta, meus olhos foram fechando ao mesmo tempo em que os dele fecharam-se, e então eu senti, sim, eu senti nossos lábios se tocarem e levemente e ele roçou, roçou os seus lábios macios contra os meus.

Senti uma imensa vontade de subir as minhas mãos até os cabelos dele, apertar os fios, senti vontade de beija-lo intensamente, de apertar os nossos corpos um no outro e sentir aquele calor gostoso que o corpo dele exalava. Eu sentia vontade de fazer muitas coisas, mas eu não consegui fazer nada, o meu corpo pareceu travar e por alguns segundos eu achei que eu iria cair.

Nossos lábios apenas se encostaram, mas eu consegui sentir tantas coisas naquele simples toque, era como se tivesse sido o beijo dos séculos, senti Peeta entrelaçar-me pela cintura, percebi que os lábios dele começou a entreabrir-se, para que o beijo realmente acontecesse, quando. Ouvimos uma voz:

— PAPAI! – sim, um menino gritou. Aquilo foi suficiente, para eu me separar de Peeta num pulo, só foi nós nos separarmos que o garotinho grudou-se em Peeta, abraçando a perna dele com força.

— Filho... – Peeta disse sorrindo, ele parecia surpreso e ao mesmo tempo emocionado em ver a criança, ele agachou-se para abraça-lo. Era um garotinho loirinho, de olhos azuis, magrinho e pequeno. Parecia ter no máximo seis anos, então eu me lembrei do menino mais novo que Peeta me falou, o Alex. Peeta olhou para mim, com um sorriso no rosto. – Katniss, esse é o Alex! Filho, essa é a Katniss!

— Ela é sua namorada? – ele perguntou e no mesmo minuto meu rosto esquentou e olhei para o chão. – Ela é bonita!  - ele acrescentou.

— É concordo com você, ela é muito bonita... – Peeta disse, e então pegou o garoto no colo, e olhou para mim, nos encaramos com olhares intensos. – A mulher mais bonita que já vi na minha vida... – ele acrescentou, meus lábios se entreabriram, e novamente meu coração se acelerou, eu não consegui dizer nada. Por sorte Peeta logo trocou de assunto. – Agora vá me explicando como você está aqui, sua mãe te trouxe?

— Não foi á vovó... – ele falou e então um dos funcionários de Peeta aproximou-se.

— Senhor Mellark, ah que bom eu estava procurando esse garotinho, ele soltou-se da mão de sua mãe e saiu correndo... – o funcionário falou, dando um beijo no rosto de Alex.

— Ela está aqui, é? E o Logan também? – Peeta perguntou.

— Sim, ele, a sua avó, a sua mãe, a Molly, Annie e o Rick! – ele disse.

— Glimmer não está com eles? – Peeta perguntou.

— Não! – ele respondeu, e então Peeta suspirou.

— O que será que aconteceu Joshua? – Peeta perguntou, parecia ter ficado preocupado.

— O Logan está machucado, então, ele pode ter caído... – o funcionário respondeu, Peeta discordou com a cabeça, pareceu ficar nervoso com o comentário de Joshua.

— Não, ele não caiu, eu já até imagino o que tenha acontecido, vamos filho, vamos Katniss, é Joshua leva o Simão para o estabulo!

— Pode deixar senhor Mellark! – ele respondeu, e então Peeta e eu começamos a andar em direção a casa grande, olhei para Peeta, ele parecia extremamente preocupado enquanto continuava carregando Alex no colo.

Continua...


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