Cristais de gelo escrita por J S Dumont


Capítulo 22
Capitulo 22 - Recomeço


Notas iniciais do capítulo

olá meus amores, tudo bem? aqui é a lunah eu dei uma sumidinha, começo de semestre é complicado, fiz uma pequena viagem também, mas estou de volta, com mais um cap. de cristais de gelo, logo vou responder as reviews atrasadas e também em breve responderei as do ultimo cap. de "amor por acaso", obrigada a todos que comentaram lá viu, to torcendo que gostem do cap. beijos e nos vemos nos comentários!



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22. Recomeço

Eu nunca tinha parado para pensar em como que é a morte, mas dizem que em seus momentos finais, a sua vida chega a passar diante de seus olhos, é como assistir um filme, mas nesse momento você é a protagonista.

Definitivamente, eu sempre tive certo medo de morrer, mas naquele momento parecia que as coisas haviam mudado, eu estava sentindo como se eu fosse uma nova pessoa, uma fênix, alguém que havia renascido das cinzas, que com certeza, hoje eu até não me importaria em morrer por aqueles que eu amo. Tanto, que naquele momento, logo pensei, se caso isso acontecesse, eu poderia ir em paz, eu iria feliz, pois eu fui de encontro a Cato na intenção de salvar os meus filhos, aquelas duas crianças que tanto aprendi amar.

E naquele momento eu tive a certeza de que embora elas não tivessem o meu sangue, tinha algo mais forte que nos ligavam, que é o amor, ele vem acima de qualquer laço sanguíneo.

E eu queria pensar neles, era eles que eu queria levar em meus momentos finais, os três homens da minha vida, Logan, Alex e Peeta, que sem sombra de duvidas fora o único homem que amei de verdade.

Só que não foi bem assim que as coisas aconteceram, quando achei que era o fim, tudo ficou negro, não conseguia pensar neles, não conseguia pensar em nada. Era assim a morte? Ou era eu voltando á vida?

Fora então que eu ouvi barulhos, gemidos, batidas, meus olhos foram se abrindo devagar, e por um momento achei que o que eu estava vendo não era real, e sim algum tipo de sonho, demorou para que eu entendesse que aquilo realmente estava acontecendo: Cato e Peeta estavam ali, próximo a mim, rolando pelo chão, brigando pela arma que estava nas mãos de Cato.

No momento eu não sabia se ficava surpresa ou desesperada, porque eu sabia o quanto aquilo era perigoso, eu queria gritar, mas eu me sentia fraca demais, tentei me mover, mas as cordas já estavam começando a machucar minha pele, parecia até querer rasga-la, lágrimas foram caindo dos meus olhos, enquanto eu desejava gritar varias coisas, pedir desesperadamente para Cato não machucar Peeta, mas eu sabia que isso só iria piorar mais. Só aumentaria mais a fúria de Cato.

Peeta ficou por cima de Cato e os dois continuavam brigando pela arma, Peeta tentava puxá-la da mão dele, mas a arma parecia ter grudado na mão do outro.

— Me dá essa arma! – Peeta mandou.

— Nunca, eu vou te matar e vou matar ela, posso não ficar com ela, mas ela também não vai ficar com você! – Cato falou naquele tom possessivo de sempre, enquanto tentava sair debaixo de Peeta, eu comecei a chorar mais, desesperada, com medo dele machucar Peeta. Eu queria me levantar, eu queria ajudar, Peeta não poderia se machucar por causa de mim, nunca me perdoaria se ele morresse por minha culpa, eu estava tão nervosa vendo aquela briga, que comecei a me debater e a minha visão novamente começou a embaçar, eu estava começando a ficar enjoada e tudo estava começando a girar.

Embora eu não conseguisse falar nada, eu estava cada vez mais desesperada, de embaçado tudo foi ficando negro, ouvi um barulho de motor de carro, seria a policia? Peeta e Cato ainda discutiam, mas agora eu não conseguia entender o que eles falavam, ouvi um barulho, tiro, aquilo me desesperou... Eu sussurrei: “Peeta”, antes de eu perder a consciência novamente.

+++

Quando eu acordei, eu não estava mais amarrada, e sim dentro de uma ambulância, eu estava deitada e Peeta estava do meu lado, aquilo definitivamente me aliviou, a sua mão estava segurando a minha e notei que seu cabelo estava totalmente molhado, provavelmente de suor, e quando ele me viu acordada sorriu para mim, sorriso da qual eu correspondi.

Senti os meus olhos marejarem, pois eu tive a certeza de que aquele tiro não havia acertado ele, eu queria enchê-lo com um monte de perguntas, mas eu estava fraca demais para falar, e ainda eu estava sentindo-me enjoada.

— Meu amor, está tudo bem? – ele perguntou para mim.

— Sim... – falei, num tom fraco.

— Ela está pálida demais! – Peeta disse, parecia preocupado, ele olhou para o enfermeiro que estava na ambulância com a gente e estava verificando o soro.

— Ela passou por um momento muito estressante, mas faremos os exames no hospital! – ele respondeu.

Peeta voltou a me olhar e eu continuei olhando para ele, não demorou muito para eu acabar adormecendo novamente.

+++

Ainda quando tudo estava apagado, eu ouvi a voz de Alex, falando:

— Papai, papai, ela não vai acordar não?

Imediatamente eu sorri, enquanto abria os olhos bem devagar e então deparei-me com Alex, que logo iluminou seu rosto com um lindo sorriso, ao me ver acordada.

— Mamãe acordou! – ele exclamou, dando-me um forte abraço.

— Calma Alex, cuidado pode machuca-la! – ouvi a voz de Molly exclamar.

Sorrindo olhei a minha volta, e vi Logan parado ao lado dele, com um buque de rosas vermelhas na mão, e também vi molly e Peeta que sorriam para mim. Sorrindo, voltei a olhar para Alex, uma lágrima caiu dos meus olhos, quando digeri o que ele tinha acabado de falar.

— Você me chamou de... – eu comecei surpresa e ao mesmo tempo emocionada, afinal, eles sempre me chamaram de “tia Katniss”.

— Estávamos com medo de você morrer, e ficarmos novamente sem mãe! – agora quem falou foi Logan. – Olha, compramos para você...

— Elas são lindas! – falei, sorrindo para ele, agora uma lágrima caiu dos meus olhos.

— Ela não pode pegar agora filho, mas, Molly vai por dentro de uma jarra de água para elas não morrerem... – disse Peeta, aproximando-se de Logan e colocando a mão no ombro dele, seus olhos estavam parados em mim.

 - Eu acho que eu posso sim segurá-las um pouquinho! – falei ainda emocionada, sorrindo Logan me entregou as rosas. Elas eram lindas, e ficavam ainda mais bonitas por ter sido eles que me deram.

— Como você está meu amor? – Peeta me perguntou, aproximando-se de mim, e colocando a mão no meu rosto.

— Bem... Mas antes eu estava enjoada e com fortes tonturas... – eu disse, Peeta deu um beijo em minha cabeça.

— Seus pais já estão chegando senhora, eles ficaram bem preocupados... – Molly me contou.

— Eu estou confusa, eu não sei o que aconteceu, o que houve com o Cato? – perguntei, notei que Molly e Peeta me encararam com um olhar bastante sério.

— Ele morreu... – Peeta falou, após alguns segundos em silencio. Foi então que eu entendi tudo, aquele tiro que escutei o atingiu, e pelo jeito foi fatal.

— Foi o tiro? – perguntei, sentindo um embrulho estranho no estomago, Peeta apenas concordou com a cabeça, soltei um longo suspiro.

— Ele teve o que procurou... – disse Molly.

— Com certeza, um dia colhemos tudo aquilo que plantamos... – falei, e naquele momento parecia que todas as recordações horríveis de Cato surgiram na minha mente, foi bem perturbador.

Eu queria fazer muitas outras perguntas, mas não queria fazer na frente das crianças, então naquele momento decidi não me aprofundar naquele assunto.  Mas antes de procurarmos falar sobre qualquer outra coisa, a porta do quarto se abriu e um médico entrou, com um sorriso bem amável em seus lábios.

— Senhora Everdeen, como está se sentindo? – ele me perguntou, aproximando-se de nós.

— Melhor, o enjoo e as tonturas já passaram! – falei. – Mas eu me lembro que desmaiei algumas vezes, isso não acostuma acontecer, acho que foi o susto, porque meu primeiro desmaio foi logo quando Cato atirou em minha direção, eu nem sei como o tiro não acertou em mim!

— Eu cheguei bem no momento Katniss, e isso acabou fazendo com que ele errasse o tiro... – Peeta explicou.

— Com certeza seu desmaio foi devido ao susto, e agora você precisa de bastante repouso e evitar qualquer tipo de estresse, principalmente devido a sua condição! – o medico explicou.

— Condição? – eu perguntei meio confusa.

O medico então sorriu.

— Você está gravida! – ele falou, e então eu fiquei boquiaberta, olhei para Peeta que estava tão surpreso quanto eu, ele sorriu e olhou para mim, bastante emocionado.

— Você ouviu amor? Vamos ter um bebê! – ele disse, com os olhos marejando, me dando um longo beijo no rosto, as crianças também deram gritos, pareceram bastante empolgados por descobrirem que vão ter um irmãozinho.

— Ai minha nossa, que noticia maravilhosa! – exclamou Molly, também emocionada. E sorrindo, olhei para o médico.

— Ele está bem? – eu perguntei, e a voz quase não saiu, eu ainda não havia me recuperado da surpresa.

— Sim, o bebê está ótimo, agora você só precisa recuperar-se do susto e começar seu pré-natal, parabéns! – o médico falou, olhei a minha volta e todos estavam sorrindo, felizes, assim como eu, afinal, por um momento eu achei que eu iria morrer, e agora eu estava ali, mais viva do que nunca, e ainda carregando uma nova vida dentro de mim.

+++

Um mês depois:

Era incrível como nossa vida consegue mudar em tão pouco tempo, em um momento eu vivia num inferno, sem esperanças e sem fé de que algo pudesse acontecer para as coisas mudarem, já em outro, eu estava me sentindo como se estivesse em um paraíso, e vivia tão feliz, como nunca imaginei que o amor de uma família poderia me proporcionar.  

Ali, no “recanto dos cisnes” eu aprendi muitas coisas, e ainda continuava aprendendo. Hoje, de tudo que a minha vida me ensinou, a lição mais preciosa que aprendi até o momento é que nós somos aquilo que nós escolhemos, uma vez na minha vida eu havia feito uma escolha ruim, casei com o pior dos homens que só me trouxe infelicidade, mas agora eu havia feito uma nova escolha, a melhor de todas, que me proporcionou uma nova chance, e me mostrou que ainda a vida poderia sorrir para mim.

E enquanto eu olhava-me no espelho, lágrimas caiam dos meus olhos, eu nunca senti-me tão emocionada por estar vestida de noiva, e definitivamente, eu sentia uma diferença bem grande de agora, e de quando eu vesti um vestido de noiva pela primeira vez. A emoção sem sombra de duvidas, não era tanto pelo vestido, mas sim pelo que ele representava.

Ele não era branco, e isso era o que eu mais gostava, ele era champanhe, afinal, eu não precisava seguir as regras, eu não precisava casar de branco só porque é um costume. Ele era comprido, tomara que caia, e bem brilhoso por cima, e da cintura para baixo, bem volumoso, achei ele perfeito. Eu havia cacheado todo meu cabelo, de escuros, agora eu havia os pintado de loiro, isso porque eu tinha decidido mudar um pouco, era como se quisesse deixar aquela velha Katniss para trás.

Eu havia colocado uma coroa de brilhantes e a maquiagem estava tão perfeita, eu estava me sentindo uma princesa, e ainda, por sorte a barriga estava pequena, ainda bem já que o vestido que escolhi destaca bastante a cintura.

Virei para minha mãe, Prim, Annie, Rose e Lourdes, Todas me olharem, emocionadas, vi que caiam varias lágrimas dos olhos da minha mãe.

— Ahhh você está tão linda! – disse minha mãe entre os suspiros.

— É a noiva mais linda do mundo! – falou Lourdes, toda animada. Alias, não parava de sorrir desde que soube que estou gravida.

— Eu estou tão nervosa! – falei, tentando segurar o choro, para não borrar a maquiagem. – Ai, vamos logo, não quero deixar o Peeta me esperando! – falei, segurando o vestido para começar a andar, minha mãe, agarrou-me em meu braço, para me acompanhar, realmente o vestido era longo, e eu estava com o salto bem alto, era perigoso eu tropeçar.

Enquanto eu seguia até a igreja dentro da limusine, eu ficava pensando de como a vida é irônica com a gente, eu nunca imaginei que iria desejar entrar numa igreja vestida de noiva novamente, era algo que eu havia prometido para mim mesma que nunca mais iria fazer, e agora, lá estava eu, extremamente feliz por estar quebrando essa promessa.

Assim que desci da limusine e olhei para a igreja, eu não consegui segurar as lágrimas, enxuguei-as rapidamente, enquanto meu pai, parava ao meu lado, e segurava o meu braço.

— É um belo de um recomeço minha filha... – ele falou para mim e eu sorri para ele.

— É sim, o melhor de todos! – eu falei o olhando.

— Eu me sinto muito feliz, de dessa vez poder estar entregando você para um homem que te mereça de verdade e que vai te fazer realmente feliz... – ele falou para mim, os olhos dele marejaram, e eu sorri. Meu pai havia ficado muito mexido com o que havia acontecido há um mês, eu o entendia, ele não havia conseguido ainda se libertar do sentimento de culpa, por ter me convencido a me casar com o Cato, apenas para se livrar de seus problemas econômicos.

Eu nunca o culpei, pois ele não sabia que Cato me maltratava, ele vivia na ilusão de que eu estava feliz em meu casamento, se alguém errou, fui eu por ter me calado por tantos anos.

E realmente ao pensar em tudo que havia acontecido, eu sabia que havia tido muita sorte, naquele dia eu renasci, já que era para eu ter morrido, se Peeta não tivesse insistido em me encontrar, se ele não tivesse saído na estrada a minha procura e perguntado de mim as pessoas, ele não descobriria onde eu estava, sorte que eu perguntei há algumas pessoas onde era a fazenda sonho meu e Peeta encontrou essas mesmas pessoas que se lembraram de minha pergunta e informaram esse detalhe a ele, o fazendo ligar os pontos e chegar a conclusão de que eu estava na cabana velha. Foi muita sorte, ele foi o meu herói.

Logo depois, decidi parar de pensar nesse assunto, esse momento desagradável tinha que sumir definitivamente de minha mente, pois agora, eu ia começar uma nova vida, na verdade eu já havia a começado algum tempo, desde que eu decidi ir para a fazenda “recanto os cisnes”.

— Podemos entrar? – meu pai perguntou para mim.

— Sim! – eu disse, emocionada.

Trocamos sorrisos e então seguimos em direção a igreja, passamos pela enorme porta e cheguei ao tapete vermelho, meu coração disparou, ao ver os convidados em pé me olhando e Peeta ali no altar me esperando, sorrimos um para o outro, e vi que aqueles olhos lindos brilhavam em minha direção, aquele sorriso tão maravilhoso que demonstrava todo o amor que ele tinha por mim me confortou, e não pensei duas vezes, logo comecei a andar de encontro a ele, louca para cair novamente naqueles braços, para não sair deles nunca mais.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Gente, não deixem de comentar viu? beijos!



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