Cristais de gelo escrita por J S Dumont


Capítulo 21
Capitulo 21 - Armadilha


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, mil perdões pela demora, esses ultimos dias foram bem corridos, Lunah tá viajando, volta amanhã, então eu que estou tendo que postar, espero que gostem e peço que deixem comentários, agora falta bem pouco para o grande final... Queremos agradecer a Gabi pela recomendação e quem mais puder deixar, deixe e se possivel favoritem também, beijos beijos!



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21. Armadilha

Os próximos dias estavam sendo perfeitos no Recanto dos Cisnes, a família de Peeta foi embora, as crianças começaram a ir para a escola e Peeta e eu aproveitávamos os dias juntos, como se fossemos dois pombinhos em lua de mel.

Todos nós estávamos bem animados, as crianças cada dia aprendiam coisas novas e ficavam nos contando como havia sido o dia delas, era incrível como elas1 contavam cada detalhe, tentávamos sempre participar dos seus novos aprendizados e eu sempre quando podia os ajudava com a lição de casa, mas sempre deixava a parte dos números para Peeta. Que fazia sempre questão de lhes ensinar matemática.

Eu já havia aprendido a andar de cavalo, havia perdido o medo deles, e quase todos finais de tarde Peeta e eu cavalgávamos um pouco, cada vez íamos para uma parte mais distante da fazenda, e aproveitávamos as vezes esses passeios para namorarmos um pouco, ou as vezes apenas para observar o sol se por.

Peeta cada dia era mais romântico comigo, sempre preocupado com o meu bem estar, e eu a cada dia estava mais apaixonada por ele, por muitos momentos eu ficava apenas ali, me perguntando se eu era mesmo merecedora de tanta felicidade, tanto que às vezes eu duvidava se aquilo era mesmo real. Afinal, depois de tanto tempo sofrendo nas mãos de Cato, ás vezes eu duvidada de que pudesse existir um homem tão perfeito, tão doce e tão carinhoso, mas cada dia que passava, eu começava a acreditar que sim, Peeta é real, aquela vida é real. Aquela felicidade realmente existe.

E com os dias passando, eu até mesmo acabei me esquecendo do medo que eu sentia de Cato reaparecer em nossa vida. Por um momento eu até mesmo pensei que estava mesmo livre dele, que ele realmente havia desistido, até que um dia qualquer eu me dei conta de que estava perfeitamente enganada.

Eu sempre gostei de levar as crianças para a escola, quando Peeta não podia ir, mas nesse dia justamente eu tinha decidido ir a uma faculdade para conversar sobre valores de cursos, eu iria sozinha, pois Peeta nesses últimos dias estava ocupado demais, estávamos com um cavalo doente e ele tinha saído para comprar medicamentos e conversar com um veterinário especializado em cavalos.

Eu sai com uma caminhonete nova de Peeta, e Molly foi com um motorista até o centro para levar as crianças para a escola, tudo levava a crer que seria mais um dia normal, mas eu me enganei, me dei conta disso assim que o meu telefone celular começou a tocar.

Peguei o celular, olhei o numero e logo verifiquei que se tratava de um numero desconhecido, atendi, achando que não seria nada demais.

— Alô? – falei.

— Katniss... – ele disse, logo reconheci a voz, e no mesmo momento o meu coração começou a disparar, parei o carro no meio da estrada, devido ao nervosismo que senti apenas de ouvir aquela voz que eu tanto odiava.

Era Cato, o maldito do Cato.

— O que você quer? – perguntei, num tom ríspido.

— Você não imagina meu amor... – ele disse, num tom irônico. – Achou que eu tinha deixado para lá? Achou que eu não iria procurá-la? Que eu não iria querer acertar as contas?

— Eu não tenho nada para falar com você, o que você precisar tratar, você trate com os meus advogados! – falei, e já ia desligar, quando ouvi uma voz que me impediu.

— Tia Katniss! Tia Katniss... – era a voz de Logan, pela voz o coitadinho parecia assustado, o meu coração bateu ainda mais forte senti até mesmo a minha mão tremer. – Por favor, tia Katniss, me ajude...

— Logan... – falei, numa voz tremula. – Seu desgraçado, você está com as crianças... – falei, e lágrimas começaram a cair dos meus olhos. – Se você machucá-los...

— Você quer que elas sobrevivam Katniss? – ele perguntou.

— Você não ousaria machucá-los... – falei.

— Bom, dependerá de você e de quanto você as ama... – ele respondeu, respirei fundo.

— Cadê a Molly? O motorista? – perguntei, com as mãos mais tremulas do que antes.

— A velha está aqui também, estamos todos aqui, te esperando, só não o motorista, o paspalho deve estar esperando ela voltar até agora... – Cato disse, e então deu risada.

Eu respirei fundo na tentativa de manter a calma.

— O que você quer para deixá-los em paz? – eu perguntei, tentando manter a voz firme, mas eu estava prestes a me desmontar.

— Quero você aqui, é você pela vida dos três... Uma troca bem justa, não acha? Pense bem, pois não acredito que aquele imbecil conseguirá ser feliz com você se ficar sabendo que os filhos dele morreram por sua causa... – ele falou, ao pensar nisso minha respiração até mesmo ofegou, quase que deixo o celular escorregar de minhas mãos e novas lágrimas foram caindo dos meus olhos.

— Não Cato, não os machuque, por favor... – eu implorei, enquanto respirava fundo. – É só me passar o endereço, que eu vou ai, só não os machuquem, eu lhe imploro! – pedi.

— Boa menina, eu vou lhe passar o endereço, ah e se você avisar a alguém ou aparecer com a policia, pode ter certeza que eu dou um tiro na cabeça de cada um deles antes de ser capturado... – ele ameaçou, e mais uma nova lágrima caiu dos meus olhos.

+++

Definitivamente eu nunca fiquei tão assustada em toda minha vida, eu sabia que não podia arriscar a vida das crianças e de Molly então decidi obedecer Cato, e ir sozinha até o endereço que ele me passou, tive que perguntar para as pessoas da rua aonde que era a fazenda Sonho meu, que era o ponto de referencia que ele havia me passado, ele me disse que estava numa cabana velha que ficava um quilometro a frente dessa fazenda, parecia que era uma fazenda famosa, pois as pessoas conheciam e me ensinou o caminho, assim que fui para o local indicado, notei que não era tão longe do recanto dos cisnes, como ele me deu um prazo de exatamente vinte minutos para chegar, eu precisei me apressar, sem poder pensar em mais nada ou em algum plano.

Assim que cheguei a frente da cabana vi que ela estava abandonada, dificilmente alguém iria imaginar que nela poderia estar hospedada um louco, que raptou uma senhora e duas crianças.

Porém, eu sabia que Peeta logo ia notar que algo estranho está acontecendo, afinal, o motorista iria informar que Molly havia decido do carro para levar as crianças e não havia retornado, não demoraria muito para Peeta descobrir que as crianças não foram a escola, logo ele iria a policia, logo começariam a nos procurar, é, essa era a minha esperança.

Eu estava decidida a tentar ter uma conversa com Cato, eu sabia que ele era meio desequilibrado, seu emocional não era um dos melhores, mas se eu fosse com calma, talvez eu pudesse fazê-lo entender a loucura que ele está fazendo, ele está prestes a destruir a vida dele, poderia parar na cadeia por ter raptado as crianças e a Molly, e ainda o que me dava mais medo é da possibilidade dele fazer algo pior.

Fechei o carro e comecei a caminhar lentamente em direção a cabana, ela era de madeira e estava bem acabada, dava para notar mesmo que ela era velha e abandonada, e ficava no meio do nada, o vidro da janela da cabana estava quebrado e a porta dela estava aberta, aproximei-me dela, e quando estava perto da porta Cato logo surgiu bem na minha frente, com a arma apontada em minha direção, tomei um susto e quase gritei. Ele me olhava com um olhar sério, quase fuzilador.

— Não venho ninguém com você, não é? – ele me perguntou, me puxando sem nenhuma delicadeza para dentro da cabana, ele olhou para os dois lados de fora e em seguida entrou e fechou a porta, em seguida já foi apontando a arma novamente em minha direção.

— Estou sozinha... – falei, e então olhei a minha volta, vi que naquele cômodo, havia apenas uma mesa, três cadeiras, não vi as crianças e nem a Molly. – Cadê as crianças? A Molly? – perguntei.

Ele se aproximou e começou a me olhar com um leve sorriso no rosto.

— Acha que eu iria ficar com aqueles pirralhos e aquela velha aqui com a gente, nos atrapalhando? Não, eu não os quero! – ele disse, e no mesmo momento meu coração disparou acelerado, e meu ar até mesmo falhou.

— Você os matou? – perguntei a voz quase não saiu, e então ele revirou os olhos.

— Não, eu os abandonei numa estrada deserta um pouco longe daqui, eu fiz os meus cálculos até eles acharem um telefone ou encontrar alguém para ajudá-los você já iria estar aqui, eu sabia que você não iria deixar de vir...

— Você me enganou... – falei, num tom baixo, dando alguns passos para trás.

Ele pegou o celular dele do bolso, começou a mexer nele, até que então me olhou com um sorriso maldoso, enquanto uma voz saia de seu celular, falando: Tia Katniss, era a voz de Logan.

— Gravei o mais novo também falando, caso você também quisesse falar com ele... – ele disse, sorrindo maldosamente.

— Desgraçado, me deixa ir embora! – eu pedi, enquanto mais lágrimas caíram dos meus olhos, ele puxou-me pelo cabelo, obrigando-me a ficar próximo a ele.

— Você achou o que? Que eu iria aceitar isso de boa? Que eu ia abaixar a cabeça e aceitar que você me chifrou e ainda me trocou por esse paspalho? – ele falou, depois começou a apalpar meu corpo, parecendo procurar algo, parou em meu bolso, e então retirou meu celular. – Isso vai ficar comigo... – ele falou.

— O que você pensa que vai fazer? – perguntei, numa voz de choro, enquanto Cato desligava o meu celular.

— Você vai ficar comigo, iremos embora... – ele falou, me puxando e obrigando-me a me sentar numa cadeira, ele pegou uma corda que havia em cima da mesa velha, colocou o meu celular em cima da mesa e voltou então a me olhar.

— Você acha o que? Que vamos poder viver felizes e para sempre? – perguntei num tom irônico, olhando para ele com um olhar de desprezo. Cato sorriu ironicamente para mim, e começou então a amarrar-me na cadeira com as cordas. – Você não pode me manter presa o resto da vida, não podemos ser um casal normal comigo presa...

— Por que a gente não pode voltar a ser o casal que éramos? – ele perguntou terminando de me amarrar.

— O que éramos? – perguntei para ele. – Você me batia, sempre me bateu por qualquer coisa, não queria que eu tivesse uma vida normal, não queria que eu dirigisse, que eu tivesse amigos, tinha ciúmes de tudo e quando fugi, você estava já querendo me trancafiar dentro de casa, isso é uma definição de casal perfeito  para você? Não, pelo menos para mim não é...

Cato terminou e ficou em pé, me olhou com um olhar sério.

— Eu posso tentar melhorar... – ele disse.

— Não quero que você melhore, eu quero que você me solte e me deixe ir para casa...

— Sua casa é a minha casa!

— Não Cato, agora minha casa é no recanto dos cisnes ao lado de Peeta! – eu falei, o rosto de Cato endureceu-se então ele logo acertou um tapa no meu rosto, eu ouvi um estralo, o meu rosto ardeu eu até teria colocado a mão em minha bochecha, no local atingido, isso se ele não tivesse prendido a minha mão. Os meus olhos começaram a marejar quando voltei a olhá-lo.

— Você não pode agir como uma vadia, você é minha esposa e tem que ficar comigo! – ele quase gritou.

— A gente vai se divorciar... – falei.

— Não, não vamos, eu não vou aceitar te perder para ele, eu não vou aceitar que você me troque... – ele falou.

— Cato, por favor, para com isso! – implorei. – Você tem que seguir a sua vida e deixar eu seguir a minha, você pode recomeçar com outra pessoa, é só não cometer os mesmos erros que cometeu comigo...

— Não, eu não quero outra, você é minha esposa, você! – ele gritou.

— Mas não dá, vê se entende! – eu gritei de volta para ele, novas lágrimas foram formando-se em meus olhos e rolando pela minha face.

— Eu te amo! – ele falou.

— Não Cato, isso não é amor! – eu falei, olhando para o chão, não tinha mais coragem de olhá-lo.

— É sim, eu te amo, eu te amo... – ele dizia, voltei a olhá-lo e vi que ele estava meio desnorteado, enquanto tirava a arma da cintura.

— Cato... – eu comecei.

— Você tem que me amar, você é minha mulher, nos casamos, você é minha, você é minha mulher... – ele ficava repetindo, me deixando ainda mais assustada.

— Cato... Cato... – falei, e então ele olhou para mim e apontou a arma em minha direção, arregalei os olhos e meu coração disparou ainda mais forte. – Para com isso, por favor!

— Se você não vai ser minha, dele também você não vai ser... – ele disse, minha respiração acelerou e meus olhos não conseguiam se desgrudar daquela arma, ele colocou o dedo no gatilho, e minha mente no mesmo momento começou a pesar, lembranças de Peeta e das crianças começaram a passar pela minha mente, comecei a pensar e pensar em vários momentos juntos, os momentos felizes, os momentos que eu achei que finalmente eu tinha encontrado a felicidade. Tudo foi passando pela minha cabeça.

É como alguns dizem, alguns nasceram para viver o amor, outros apenas para assisti-lo. Logo pensei: aquele era o meu fim.

Fechei os olhos fortemente e então disse:

— Cato, não faz isso! – eu pedi.

E logo depois um estrondo, um barulho alto de tiro invadiu o meu ouvido. E então tudo se apagou.

Continua...


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Notas finais do capítulo

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