O Outro Lado escrita por Astus Iago


Capítulo 1
O Outro Lado


Notas iniciais do capítulo

Neste conto, tentei ser o mais cientificamente correto possível. Todos os acontecimentos aqui descritos são, teoricamente, possíveis de acontecer no multiverso físico que tomamos como nosso.

No final da história, podem encontrar um pequeno glossário com os termos científicos mais complexos que são mencionados na narração.

Espero que se divirtam nesta viagem louca e psicadélica. É algo a que, comigo, já devem estar habituados. ;)



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Não é difícil conjeturar a vida enquanto fenómeno espontâneo, é só insensato. O universo físico rege-se por leis claras e precisas. O quadrado da hipotenusa sempre igualará a soma dos quadrados dos catetos. Seria ingenuidade da minha parte acreditar que assim não era, pois seria improvável que uma exceção houvesse. Poderia muito bem rejeitar todos os conceitos matemáticos e reduzi-los àquilo que, na prática, eles são: conceitos. Meras teorias tecidas por mentes poeirentas, fósseis apodrecidos. O cosmo não se revelaria por fórmulas e teoremas. O mundo conhecido seria o amor e a saudade, a paz e a guerra, o doce e amargo antagonismo que marca todas as nossas pequenas e insignificantes vidas. Mas o universo não funciona assim.

A explosão que serviu de génese a tudo isto resume-se a cálculos. Uns quantos indivíduos de bata branca traçaram contas capazes de deduzir e prever, até certo ponto, o início e o fim da raça humana. A ciência tomou o rumo da realidade, podendo ser adotada como uma espécie de nova e justificada religião, o único culto em que as nossas preces fazem o menor sentido. Sujeitos munidos das mais variadas crenças e ideologias unidos numa eterna luta por um objetivo comum: o desvendar de todos os segredos visíveis e invisíveis.

Mas isso já começou há muito. A ciência já produziu confrontos e transtornos globais. Evoluiu de passatempo a modo de vida de muitos Homens. Negá-lo seria ridículo. Equações definem o nosso destino, decidem o nosso caminho, escolhem a nossa passagem. Somos escravos do exagerado racionalismo que nos aprisionou, prisioneiros da nossa própria visão e sede de conhecimento. O mundo está a mudar, mas o mundo muda todos os dias.

Enfim, seria ingénuo conjeturar a vida enquanto fenómeno de intrínseco valor. Tudo se rege pela chamada causalidade. Uma causa gerará sempre um efeito e esse efeito será a posterior causa de um efeito consequente. É um ciclo inescapável sustentado pela lógica e a razão que nela persiste. A razão que persiste na lógica: é poesia para ouvidos simples. Para os outros, os poucos, trata-se de uma simples afirmação, proposição de um argumento maior. Assim se faz a vida, gerando-se a si própria interminavelmente. Mas como se terá gerado a vida? Qual a sua causa?

A causa universal de todas as coisas dir-se-ia o próprio nascimento do universo. Para além disso, os crentes afirmariam que foi Deus. Na verdade, a realidade de tudo isto é para nós ainda muito desconhecida. Aconteceu tudo há tantos anos, décadas, séculos, éons. Os mistérios do cosmo persistem e assim tendem a permanecer: como enigmas aparentemente insolucionáveis. O que existirá ali, escondido por trás do sombrio véu estrelado que é o céu noturno? O que estará lá, para além dos limites da nossa imaginação? Quem sabe...

Quem sabe...

 

*

 

O vazio. O vazio do universo cantando-nos hinos de sossego e tranquilidade através do rítmico cintilar das estrelas. O vazio que preenche a existência humana, obstáculo que muito nos obstrui o percurso da realização pessoal, perde todo o seu significado aqui no alto, onde a Terra parece uma formiga e os humanos minúsculas migalhas ou partículas de pó.

Apesar de todas as implicações filosóficas e do exigido caráter aventureiro, ser astronauta não é uma profissão fácil. Se muitos eram os marinheiros que naufragavam tentando desbravar novas terras, mais são os que hoje falecem nas gélidas garras do espaço inexplorado. E esta missão que tentávamos levar a cabo era suposto ser das piores.

O objetivo: analisar de perto o mais colossal exemplar de um buraco negro rotativo. Muito dispendiosa foi a nossa viagem. A tecnologia necessária para permitir operações deste gabarito, percorrendo anos-luz a uma velocidade razoável, é obviamente do mais elevado custo. Percorrer as estrelas não nos é algo natural. Tal como a vida da Terra e a escala de tempo geológica são definitivamente superiores ao tempo de vida humano, é para nós difícil compreender as implicações de empreendimentos capazes de durar centenas ou até milhões de anos. Foi para nós uma bênção ter encontrado este buraco numa proximidade satisfatória. Sem os mais avançados estudos e progressos científicos não seria possível viajar tamanha distância. Muito trabalho e suor estiveram envolvidos no planeamento desta missão de alto risco.

Todavia, apesar de o não saber na altura, todo esse suor havia sido derramado em vão, isto porque as proteções e cálculos que nos manteriam em segurança estavam errados desde o início. Nem sequer suspeitámos disso. Confiávamos as nossas vidas aos Homens nobres que permitiram esta aventura. Passámos anos naquele meio de transporte interestelar, fechados como sardinhas numa minúscula lata. Tornámo-nos amigos chegados, quase uma família.

A tripulação era composta por apenas seis indivíduos: eu, na liderança; Bokowski, o piloto; o McKenzie como co-piloto; a Janette como astrónoma; a Betty, a nossa médica; e Leonard, um veterano das missões espaciais, servindo como uma sábia voz da experiência e um grande companheiro. Todos profissionais altamente qualificados e dignos da sua posição. Todos eles me eram extremamente leais, acredito veementemente nisso. E a eles era eu também extremamente fiel.

Com o avançar dos meses, fomos conhecendo ao máximo a personalidade uns dos outros. Falávamos de tudo entre nós: filhos, maridos, mulheres, hobbies, sonhos, medos e desejos. Trocávamos ideias, crenças e ideologias. Nada era tabu entre nós. Gostávamos uns dos outros e pronto. Não poderia haver grupo melhor.

Deixámos para trás a atmosfera terrestre, os belíssimos anéis de Saturno, o intimidante Júpiter e o diminuto Plutão, bem como a deslumbrante cintura de Kuiper. Anos depois, tínhamos à nossa frente a constelação de Sagitário. Quão bela pode ser a proximidade com as estrelas que, numa base diária, nos povoam o céu à noite iluminando a noturna treva. Em breve estaríamos no centro da nossa galáxia, a iridescente Via Láctea. Estávamos cada vez mais próximos. E então, aquilo apareceu.

A nave em que nos locomovíamos nunca estaria preparada para ultrapassar tal aberração matemática. Uma verdadeira fissura no tecido do espaço-tempo, o devorador de mundos: um buraco negro.

Pouco demorou até os restantes membros da tripulação notarem que estávamos a ser potentemente sugados pela singularidade gravitacional, precisamente como foi descrito anos antes pelas equações einsteinianas. Próximos do limite máximo do chamado raio de Schwarzschild, a realidade em nosso redor pareceu metamorfosear-se gravemente, como que destabilizada pela presença do supremo absorsor. Os nossos relógios, esquematizados pelos mais qualificados engenheiros terrestres, começaram a abrandar.

O tempo abrandava, a sua própria passagem aproximava-se de uma inevitável nulidade. E o cenário, os nossos uniformes e os nossos corpos tornaram-se encarnados, cada vez mais vermelhos. Tal se devia a um grande decréscimo da frequência das ondas eletromagnéticas a que chamamos luz. O tempo deixaria de existir e o espaço mudaria de cor, tornando-se vermelho como sangue.

Julgo que até as ondas sonoras se distorceram quando passámos aquilo a que os teóricos chamam "horizonte de eventos", o ponto de não retorno. Isto porque, quando o metal da nave espacial se desfez em pedacinhos, derretendo a uma rapidez alarmante, não fui capaz de ouvir os gritos dos meus colegas quando, sob os drásticos efeitos da gravidade, os seus corpos se estenderam até ao ponto de rotura, suas vísceras desmaterializando-se em pleno ar.

E a escuridão total tomou-me, consumida pelo núcleo da monstruosidade. Mas, infelizmente, não morri.

 

*

 

Os veículos de quatro rodas faziam barulho lá fora, na urbanizada paisagem para além da janela do apartamento de Erwin Faulkner. Os sussurros rangentes da modernização devoravam os suaves murmúrios do vento outonal. Um dia normal. Completamente normal.

As suas anotações repousavam em cima da secretária de cedro, uma dissertação fascinante sobre determinadas anomalias quânticas associadas à fissão nuclear. As lentes redondas de um par de óculos tentavam esconder do mundo os seus olhos azuis, herança de uma mãe nórdica. Faltava pouco para terminar o prazo de entrega daquele trabalho. Felizmente, conseguira acabá-lo, revê-lo e corrigi-lo mesmo a tempo. Poucos minutos restavam até ser mundialmente aclamado pela comunidade científica. Era um projeto deveras genial, estruturado por uma mente igualmente brilhante. A sua mãe teria ficado imensamente orgulhosa, tinha a certeza disso.

Mas Faulkner nunca mais entregaria a sua pesquisa. Fora uma vítima das circunstâncias, dos preceitos de uma inteligência superior a ele.

Durante segundos contemplara as enigmáticas sombras que lhe apareceram no teto. Durante segundos pensara que se tratavam de uma consequência da humidade. Julgou a súbita vibração do solo que se seguiu como um fraco terramoto. Só não foi capaz de julgar mal a bizarra estrutura que emergiu das suas paredes, entrelaçando-se sobre si própria como um exército viperino. Filamentos semi-transparentes, cuja matéria se podia comparar a algum tipo de plasma, compunham os firmes membros que o abraçavam, capturando-o como um cefalópode faz à sua presa. O que se seguiu foi uma forte pancada no topo da cabeça e uma instantânea sensação de afogamento. Uma vibração incómoda e inexplicável atingiu-lhe os membros e a sua visão pareceu clarear. O mundo em que nasceu, em que sempre vivera, estava a fugir de si.

Ou então era ele que estava a fugir do mundo.

 

...

 

A Quarta Dimensão Espacial.

Não posso dizer ao certo quanto tempo permaneci apagado, transtornado pela veloz locomoção a que o meu captor me movia no éter. Quando abri os olhos, a primeira coisa que notei foi uma completa mistura de cores que pareciam mover-se umas sobre as outras, misturando-se e confecionando cores novas como na tela de um pintor enlouquecido.

E ali, uma presença.

Para essa criatura, eu estava nu. Ela era capaz de observar todo o meu ser de todas as perspetivas possíveis ao mesmo tempo. A minha largura, o meu comprimento, a minha altura e... a outra coisa por onde eu viajava, a outra dimensão. O meu interior era para ela tão comum como o exterior. E era também assim que eu a via.

A superfície confundia-se com a profundidade numa teia de ângulos demasiado excêntricos para constarem num dos nossos polígonos. A geometria não-euclidiana chegava a níveis horrendos, impossíveis de explicar utilizando o vocabulário humano. As faces deixavam de existir, ou então pareciam existir em demasia como numa enorme coleção de espelhos côncavos.

Cada observação que eu fazia tornava-se em duas ou três, e essas duas ou três tornavam-se mais incertas à medida que o tempo passava. Tempo? O que era isso ali? As velocidades não correspondiam àquilo que estamos habituados. O fluido ácido que me preenche o vazio estomacal rodopiava sobre si mesmo, provocando uma pseudo-sensação de pré-vómito. O mesmo acontecia com os líquidos presentes no meu ouvido interno que, quando comparados com os dados visuais obtidos pelos meus olhos inquietos, resultavam num leve estado de náusea.

O famoso Princípio da Incerteza de Heisenberg parecia aplicar-se em diferentes níveis ali. Talvez nessa inatingível região do universo o microscópico e o macroscópico já não tivessem significado. Era tudo tão unificado e interdependente. Cada aresta, cada vértice daquilo que se assemelhava à grotesca face de uma existência, uma presença que afligia as minhas noções de espaço e de tempo.

Quasiastros, em órbitas irregulares, circulavam no que provavelmente era o vácuo, o vazio, lá repleto de cores cuja descrição agora me não é possível de especificar. Matemática e fisicamente, era tudo tão absurdo e irreal. Literalmente inimaginável. E eu vagueava por ali como detrito rochoso à deriva na forte corrente de um rio.

Não, seria erro dizer que estava à deriva e que vagueava por mim mesmo. Na verdade, estava nas garras daquele ser extradimensional que se revelava perante mim. Era titânico aquele monstro cujo rosto, numa crassa comparação, quase igualaria uma miríade de diamantes policromáticos móveis e irrequietos. A sua aparência era viva e dinâmica, como a membrana externa de uma célula animal. Quase se me arderam completamente os olhos ao contemplar tamanho erro da natureza.

Na retaguarda do complexo organismo, quatro cabeças de considerável tamanho pairavam, flutuando com os olhos cegos na minha direção.  Do que seriam as narinas libertavam um fumo esverdeado, e na zona do pescoço cresciam estranhas convexidades de cor arroxeada. Eletricidade estática irrompeu daqueles olhos, perturbando o espaço envolvente, fazendo-o ondular.

Sobre nós, reparei num cubo de dimensões superiores a tudo o que já vi na vida. Não era bem um cubo, só não conheço outra palavra que o descreva melhor. Parecia uma união desmesurada de vários cubos, movendo-se continuamente uns em relação aos outros, lateralmente bem como para dentro e para fora. Um hipercubo. Talvez um original tesseract, portador da sombra que todos conhecemos. Emanava um brilho fluorescente.

Das bocas daquelas caras, se é que aquilo eram bocas, saíram sons de uma frequência incalculável. E após os sons, misturaram-se com a vibração que provocavam no ambiente, desaparecendo nas ondas. Nunca mais as voltaria a ver.

O ser que me mantinha refém abraçou-me contra o peito, permitindo-me aferir a existência de dois globos oculares bem definidos, ocultos sob a face cristalizada. Reconhecia aquelas íris azuis de uma memória muito antiga, de um abraço mais antigo e igualmente mais quente.

Laura Faulkner, a astronauta "falecida" em missão há trinta anos atrás, ali me abraçava contra o seu corrompido coração. Ali estava eu, pela primeira vez desde muito tempo, nos braços da minha mãe.

E não fui capaz de conter um saudável choro de alegria, pois afinal, apesar dos mistérios do universo serem vastos em complexidade e dimensão, estes não nos separam, apenas unem.


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Notas finais do capítulo

Glossário de Termos Científicos:


—Singularidade Gravitacional - A gravidade resulta da curvatura do tecido do espaço-tempo na presença de corpos de grande massa. Um planeta como a Terra possui uma massa tão grande que gera em seu redor um campo gravitacional (é por isso que, infelizmente, não andamos por aí a levitar, mas sim coladinhos ao chão). Todos os corpos de menor massa nas proximidades são atraídos em direção ao de maior massa (seguindo o nosso exemplo: nós, de menor massa, somos todos inevitavelmente atraídos para a superfície da Terra). Quando um corpo de elevada massa possui uma densidade igualmente enorme, a curvatura do espaço-tempo pode ser grande o suficiente para levar à literal rotura do tecido, formando-se um chamado "buraco negro" (que é, na prática, um verdadeiro buraco no espaço e no tempo). No caso do buraco negro, tanto o valor da massa como o da curvatura provocada são considerados infinitos. A singularidade é precisamente um ponto do espaço-tempo ocupado por um corpo de massa infinita e curvatura infinita para o qual os outros corpos são atraídos pela poderosa gravidade, da qual nem a luz consegue escapar. Um buraco negro é um exemplo de singularidade.
Link da Wikipédia (para mais informações): https://pt.wikipedia.org/wiki/Singularidade_gravitacional


—Raio de Schwarzschild - Raio equivalente à extensão máxima do horizonte de eventos, medido a partir do núcleo de um astro. Quando o tamanho do astro (estrela, planeta, etc.) decresce tanto que torna o seu raio inferior ao Raio de Schwarzschild, o seu volume torna-se tão minúsculo em comparação com a sua massa que todo o corpo acaba por se transformar num buraco negro.
Link da Wikipédia (para mais informações): https://pt.wikipedia.org/wiki/Raio_de_Schwarzschild


—Horizonte de Eventos - Ponto de não retorno. Fronteira em redor do buraco negro a partir da qual a gravidade é tão forte que nada pode escapar, nem mesmo a luz. Digamos que, se nos aproximarmos de um buraco negro, tudo bem. Mas se passarmos o horizonte de eventos... ups...
Link da Wikipédia (para mais informações): https://pt.wikipedia.org/wiki/Horizonte_de_eventos


—Quarta Dimensão Espacial - Considera-se, matematicamente, que vivemos num universo com três dimensões espaciais (comprimento, largura e altura) e uma dimensão temporal (tempo). Certas teorias científicas prevêem a existência de dimensões espaciais superiores à nossa. Na prática, é-nos impossível imaginar uma dimensão superior (tal como um quadrado nunca conseguiria imaginar um cubo, pois não consegue compreender o que é uma altura). Eu tentei... mas foi só por diversão.
Link da Wikipédia (para mais informações): https://pt.wikipedia.org/wiki/Quarta_dimens%C3%A3o


—Geometria Não-Euclidiana - A geometria euclidiana, inventada por Euclides (daí o nome), trabalha em referenciais com duas (x, y) e três dimensões espaciais (x, y, z). A geometria que não é euclidiana, é a não-euclidiana. Eh eh. Não percebo muito de geometrias...
Link da Wikipédia (para mais informações): https://pt.wikipedia.org/wiki/Geometria_n%C3%A3o_euclidiana


—Princípio da Incerteza de Heisenberg - Princípio enunciado por Werner Heisenberg que diz que, se medirmos com exatidão a posição de uma partícula subatómica, não conseguimos depois calcular com exatidão a sua velocidade, e vice-versa (calculando com exatidão a velocidade, deixamos de poder saber com rigor a posição da partícula). É sempre impossível sabermos as duas coisas em simultâneo, daí a incerteza.
Link da Wikipédia (para mais informações): https://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_da_incerteza_de_Heisenberg



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