Mudanças escrita por carolze


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Feliz dia das crianças!! Olha que presente MARAVILHOSO eu estou dando pra vocês... Não percam tempo, e aproveitem a leitura!



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Cecília estreitava os olhos para a foto, ela já vira aquela mulher antes... Mas onde?! Não conseguia lembrar. Andava tão cansada depois de tudo. A noite de sono... Era isso, a noite! Cecília sabia, tinha sonhado com essa mulher, mas agora, agora que olhava a foto fixamente, sabia que aquela não era a primeira vez a via. Seu rosto era conhecido demais... E tinha mais uma coisa, o que o Gustavo tinha a ver com ela? Eram tantas perguntas, que sua cabeça já voltava a doer, e sentia-se levemente enjoada. Sabia bem que o fato de não comer a horas, ajudava nisso.
Se tinha uma pessoa que poderia lhe esclarecer tudo isso, era Gustavo. Ele prometeu que voltaria para almoçarem e irem visitar a Dulce.
Cecília levantou-se de ímpeto da cama e ficou andando pelo o quarto, tudo o que ela mais queria na vida, era ter a filha de volta ao seu lado. Ela sentia que tinha um buraco no peito, um frio que lhe chegava a alma. E que nada nem ninguém, a não ser a filha, fariam aquilo passar. Ela precisava da sua menina. Tão pequena e já passando por tanto.
Ela pegou a fotografia e saiu do quarto, quando chegou ao topo das escadas, viu que o namorado já voltava, mas ele estava abraçado a mulher completamente vestida de roxo. Era roxo das cabeça aos pés. Dulce iria adorar ver uma pessoa com tanto estilo.
Cecília estava descendo as escadas, quando mais uma vez ficou tonta. Não apenas tonta, mas antes dos olhos fecharem, ela sentiu braços fortes a pegando.
Gustavo não podia acreditar no que estava vendo, a namorada descia as escadas e de repente, perdia o equilíbrio enquanto desmaiava. Ele a segurou, e a colocou em segurança no sofá.
— SILVESTRE! SILVESTRE!
— Sim senhor... O que aconteceu?
— Cecilia desmaiou, por favor, trás alguma coisa... Álcool, um perfume forte, qualquer coisa!
Gustavo olhava desesperado para prima. Estefânia não falava nada.
Antes que Silvestre voltasse, Cecilia voltava a si. Pálida como uma folha de papel. Mas voltando.
— Amor você está bem?
— Tá tudo bem! Eu só fiquei tonta.
— Não Cecília, você não só ficou tonta, você desmaiou! Pelo o amor de Deus. Já basta a nossa filha no hospital...
Gustavo respirou fundo, sabia que estava sendo rude. Mas o que aconteceria se Cecilia também ficasse doente?! Ele não aguentaria. Ele não quebrou por ela. Ele voltou a viver devido a ela e a menina que ele tinha como filha. Se algo acontecesse a uma das duas... Ele não saberia o que fazer.
Ao olhar para a namorada viu que a mesma continuava pálida.
— Você comeu?
— Eu não consegui...
— Não vai adiantar nada pra Dulce, você ficar doente. Eu vou pedir pra servirem o almoço e nós conversamos. Ah! Essa aqui é minha prima Estefânia! Uma irmã. Eu vou na cozinha.

Estefânia olhava com curiosidade para Cecília, o primo falava muito dela, o quão boa ela era, prestativa, de coração bom e linda. O linda ela já via. A moça parecia que tinha saído de uma pintura.
— Muito prazer Cecilia, eu sou Estefânia.
Falou enquanto sentava-se no sofá e lhe dava um abraço.
— Muito prazer Estefânia! O Gustavo já me falou muito sobre você. Eu só sinto muito, pelo o momento. Minha filha vai te adorar. Você tão estilosa.
— Eu vou amar conhecer minha sobrinha. O que você tem aí na mão?
Foi nesse momento que ela se deu conta de que ainda segurava a fotografia. Estendeu a mão e mostrou para Estefânia.
— Uma foto da Teresa?!
— Teresa? A ex do Gustavo?
— Essa mesma, porque você está com a foto?
— Porquê...
Antes que pudesse acabar de falar, Gustavo voltava as chamando para o almoço.
Ela se levantou, com Gustavo ao seu lado, lhe segurando pela cintura, como se a mesma fosse cair.
Sentaram-se, a comida servida, pelo o marido de Estefânia, que era um chef de cozinha.

Antes que Gustavo pudesse colocar a primeira garfada na boca, para organizar os pensamentos e contar tudo a Cecília, a mesma lhe estendeu uma foto. Era uma foto de muitos anos atrás. Ele e Teresa. Juntos, abraçados.
— Gustavo porquê eu sonhei com a sua ex me dizendo, que nós três ficaríamos bem? E que eu não precisava me preocupar com a nossa carinha de anjo, porquê todas as mudanças necessárias foram feitas?
Gustavo estava chocado. Nunca ouvira tantas coisas, que não faziam o menor sentindo em tão pouco tempo.
— Eu não faço ideia sobre o quê você está falando.
— É simples, eu sonhei com a sua ex me aconselhando...
Cecília olhava para Gustavo, como se ele pudesse lhe responder. Mas ele não fazia ideia do que falar. Nada disso fazia o menor sentido.
Estefânia que ouvia a tudo, e também sabia que não fazia sentindo. Pelo menos não naquele momento.
— Pessoal, eu acho que vocês devem conversar com calma. Esclarecer tudo. Tudo nessa vida de alguma forma acaba por fazer sentido. Nada é por acaso. Vamos comer e ver como resolver isso.
Nesse meio tempo o celular de Gustavo tocava, ele saiu para atender, e quando voltou, estava sorrindo.
— A nossa menina acabou de ir para o quarto!
— Eu preciso ir pro hospital agora!
— Não, você vai comer, nós vamos conversar, porque eu também preciso falar algumas coisas com você. Ai então, nós vamos. Você vai poder passar a noite com ela. Mas pra isso, eu preciso saber que você vai ficar bem.
— Eu vou ficar bem, assim que estiver com a Dulce Maria. Antes disso...
— Um pequeno esforço, por favor Cecilia. Você vai ficar doente! Isso já não estiver...
— Ok, chega de sermões! Eu como e nós vamos ver a minha filha.
— Mas antes de irmos...
— Eu vou comer Gustavo, você já pode parar com isso!
— Não era sobre isso, mas fico feliz que chegamos a um entendimento sobre isso. Você por um acaso tem alguma coisa que a Dulce trouxe com ela do orfanato?

Cecília estava levando o garfo até a boca, mas o deixou parado no meio do caminho. Era isso, a mulher da foto na mochila de Dulce, era a Teresa. Ou seja, Gustavo era o pai biológico de Dulce. Ou possível pai.
Gustavo não entendia o porquê da Cecília o olhar daquele jeito. Os olhos arregalados, e ela estava branca mais do que ele já vira. Mais até do que antes do desmaio.
Era como se ela estivesse, apesar da aparência, um passo a frente dele.
— Cecilia o que houve?
Ela respirou fundo, abriu e fechou a boca diversas vezes, parecia procurar pelas palavras certas.
— Eu preciso ir até a minha casa. E você tem que vir comigo! Preciso te mostrar uma coisa.
— Ok. Mas antes nós vamos comer.
— Não Gustavo, nós vamos agora, porque eu acho que você é, ou pode ser, o pai da Dulce. Você vai salvar minha filha.
Cecília esperava por diversas reações vindo de Gustavo. Mas ele a olhou, como se ele a estivesse vendo pela primeira vez. Parecia um peixe. Olhos arregalados.
— Gustavo, a Dulce chegou na minha casa, com uma mochila e dentro dela, havia uma fotografia. E era da Teresa. Ela me disse, que era uma foto da sua mãe.

Estefânia ouvia a tudo, e não conseguia acreditar. Porquê Teresa fez isso? Que motivo ela teria para esconder a gravidez do primo?
— Vocês dois, esqueçam o almoço e vão de uma vez até a casa da Cecília.

O caminho até a casa de Cecília foi o mais silencioso que já fizeram. Ambos estavam com a mente a mil. Gustavo não conseguia acreditar no que ela falou. Como ele poderia ser o pai biológico de Dulce? E se fosse por qual motivo Teresa esconderia isso dele? Eram tantas perguntas... E a única que poderia responder estava morta.
Se tudo se concretizasse como verdade, ele sendo o pai, ele salvaria a vida de Dulce Maria e o problema dos dois estaria resolvido.
Nada mais com o que se preocupar, assim pensou Gustavo.
Já Cecilia pensava uma única coisa, quando Gustavo percebesse que era verdade, porquê do fundo do seu coração ela sentia que era verdade. Ela já sabia que sua filha seria salva, que ela havia encontrado o pai dela.
Mas no momento, a sua maior preocupação, se assim, ela pudesse dizer, era que Gustavo quisesse tirar Dulce da sua vida, ou levá-la para morar com ele. Já que a sua adoção seria anulada. Seu coração apertou, sentiu-se enjoada novamente. Ele não faria isso. Não podia fazer isso com ela.
Ela respirou fundo, precisava manter a calma, tudo no seu devido tempo, inclusive os problemas. Quando fosse o momento certo, ela lidaria com ele.

Entraram em casa, Cecília saiu quase correndo na frente de Gustavo. Entrou no quarto, e lá, no armário de cima, onde parecia que a muito tempo havia colocado estava a mochila.
Eles sentaram-se na cama, enquanto Cecilia abria a mochila. De dentro ela tirou algumas roupas, um envelope e a fotografia.
Gustavo perdeu o fôlego por alguns segundos, na fotografia estava Teresa, meio que sentada em uma cama e mostrando uma barriga que indicava final de gravidez.
Ele não podia acreditar que ela fizera isso com ele. Lhe escondeu que esperava um filho. Naquele momento, o sentimento que teve foi de raiva, sentiu raiva dela. Por toda a confusão que causou, ele não pôde proteger a própria filha, de sofrer o que já sofrera. E era tão pequena ainda. Estava chorando e não percebeu. Sentiu o abraço de Cecília. Ela dizia em seu ouvido palavras de carinho.
— Eu acho que nós devemos abrir essa carta. Mesmo ela sendo endereçada a Dulce. A Teresa pode estar explicando alguma coisa... O que você acha?
— Pode abrir. E foi o que Gustavo fez. A leu em voz alta.

Querida filha, minha carinha de anjo. Eu antes de mais nada, quero te pedir desculpas por não estar na sua vida. Por não poder compartilhar seus primeiros momentos. Me desculpe. Mas eu abri mão da minha vida, para que você pudesse nascer. Não se preocupe, eu escolhi você e faria tudo novamente.
Me perdoe mais uma vez por você ter passado um tempo longe do seu pai. Ele tem cara de bravo mais é um homem amável, e eu sei que no momento em que te colocou nos braços, passou a te amar. Assim como eu te amei, no momento em que eu soube que você estava comigo. Desejo que você cresça saudável e feliz, que sempre esteja cercada de pessoas que te amam.
Seja boa e educada. Siga sempre os conselhos do seu pai, e daquela que você tenha como sua mãe, porque eles vão sempre pensar em você primeiro lugar.
Te amo minha carinha de anjo.
Sua mãe Teresa.

Ali acabava a carta. Gustavo e Cecilia estavam chorando abraçados. Ambos sabiam o que aquelas palavras significavam para eles.
Mas Gustavo ainda não sabia o porquê da Teresa ter escondido algo dessa magnitude dele. Ele não entendia.
Deu o envelope a Cecília, e quando ia se levantando.
— Amor tem mais uma carta aqui...
— Eu não vi...
Já estava na mão dela. E dessa vez foi Cecilia quem leu.

Querido Gustavo, não existem palavras que possam expressar o quanto eu sinto pelo o que te fiz. Principalmente em relação a nossa filha. Mas no fundo eu tive medo, medo que você fosse contra a minha decisão de tê-la, quando soubesse da minha saúde. O médico me disse, que era suicídio seguir em frente com a gravidez, quando se tinha uma doença como a minha. Mas o que eu faria? Além de trazer ao mundo a filha do amor da minha vida. Mil perdões.
Espero que tudo tenha dado certo, e que você nesse momento esteja com ela nos braços. Cuide bem do nosso amor.
Perdoe-me por tudo.
Pra sempre vou te amar e espero que você refaça a sua vida. Você merece toda a felicidade.
Te amo, Teresa.

Gustavo não conseguia acreditar no que acabara de ouvir.
— O que ela pensou que eu iria fazer? Pedir que ela tirasse o nosso filho?! Será que ela não me conheceu o suficiente...
— Gustavo... Amor, olha pra mim.
Ele virou-se e encarou a namorada.
— Ela estava doente, e sabia que ter a Dulce Maria a mataria. Não seria fácil contar isso a você. Ela estava com medo, e no meio de tudo isso, ela só pensou em uma pessoa, na filha. Eu não a recriminaria. E nem você deveria. Porquê imagina por um segundo, o quão difícil foi pra ela abrir mão de você... Da própria vida. Compreensão no lugar de raiva seria o melhor.
Gustavo respirava fundo, abraçou Cecilia. O que seria dele e de Dulce se essa mulher incrível não tivesse entrado na vida de ambos? Ele nem queria pensar no que aconteceria.
— Gustavo, nós precisamos ir ver a Dulce. Eu preciso ver a minha menina. E mais, falar com o médico. Você vai salvar a minha filha.
— Vamos... Leva a carta que está endereçada a Dulce, e vamos salvar a nossa filha.


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Notas finais do capítulo

Então, desculpem pela demora. Mas eu precisava resolver tudo isso, nesse capítulo. Não queria ficar de enrolação! Nem eu aguento os dramas!
Enfim, as provas acabaram... Prometo postar mais um ou dois capítulos durante esse feriadão MARAVILHOSO !

POR FAVOR ME DIGAM O QUE ACHARAM! SOFRO DE ANSIEDADE!
Bjos :)



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