Mudanças escrita por carolze


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

SURPRESA!
Fiquei tão feliz com os comentários do capítulo anterior... Cês são uns amorzinhos!
Aproveitem a leitura...



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A noite fora longa, Cecília que só experimentou o sabor de uma ressaca uma única vez na vida, acordou sentindo-se dessa maneira. A boca seca, o corpo dolorido. Dormira toda encolhida na cama da filha, muitos sonhos e pouco descanso.
Pensou o quanto sua vida a apenas um dia atrás estava perfeita. A filha se recuperando normalmente e horas depois, descobre que a sua menina tem uma doença genética e que a única forma de cura-la é com uma transfusão sanguínea, vindo de um pai biológico que provavelmente sequer sabia que tinha uma filha.
E agora pensando por esse lado, no que implicaria a Cecília trazer o pai biológico pra vida de sua filha? E se ele quisesse sua menina? Ela sabia que qualquer juiz anularia a sua adoção. Mas jamais deixaria de encontrar esse homem. O que ela tem que fazer é salvar a filha, independente de qualquer coisa.
Mas no momento tudo o que mais queria no mundo, era vê-la. Saber que estava se recuperando. Sem mais demora, foi organizar o que precisaria para passar o dia no hospital, levaria algumas coisas para Dulce, livros e alguns brinquedos. Os médicos não disseram quanto tempo ficariam lá.
Depois de tudo organizado, foi ligar para Gustavo, ele atendeu antes mesmo do primeiro toque terminar. Ela sabia o quanto chateado ele tinha ficado, queria ficar com ela, ajudá-la. Mas ela sabia que precisava desse tempo sozinha. Foi por ela. Ela o amava, não havia dúvidas quanto a isso.
Durante a ligação, ele se preocupou se ela havia comido, Cecilia sequer lembrava da última vez que comeu, ele também lhe disse, que já tinha falado com Cristóvão, para que pudessem obter mais informações sobre o lugar de onde Dulce tinha fugido e como seria, quando encontrassem o pai biológico, garantias legais de que ele não iria interferir na vida das duas. Ou melhor, na vida deles. Ele não iria permitir que ninguém tirasse Dulce de Cecília.
Cecília deu um suspiro. Era bom ser cuidada. Saber que ele se adiantou em toda a burocracia e que tudo que ela precisava fazer, era concentrar-se na filha.
Ficou tão agradecida, que chorou ali mesmo, durante a ligação. Ele lhe disse que passaria em alguns minutos na sua casa para levá-la ao hospital.

Gustavo estava emocionado, sentou-se, não conseguia comer. Mas estava preocupado com Cecilia, ela sempre lhe parecia frágil. Não que fosse. Mas devido ao estresse que se encontrava por causa da filha, ele sabia que ela não comia direito e que pouco se cuidava. Seu foco era Dulce Maria. E o dele, era elas duas.
Pegou o que precisava em casa, deixaria Cecilia no hospital, daria um beijo em Dulce se possível, e iria até a empresa para que adiantasse o que fosse possível, para ter uns dias livres.
Por alguns minutos se permitiu sorrir. Sua prima estava voltando para o Brasil, estavam a anos separados. Ela viajou logo depois que Teresa resolveu ir embora. E agora, estava voltando. Ela iria amar Cecilia, sabia disso, já tinha certeza que as duas se dariam bem. E com a Dulce, Dulce ficaria enlouquecida quando visse o quão estilosa e colorida Estefânia costuma ser.

Chegou a casa de Cecília, estava silenciosa e triste. Faltava a alma do lugar. A bagunça estava lá, Cecilia que arrumava sempre tudo antes de dormir, resolveu deixar, era a marca da sua filha na casa. Os brinquedos espalhados e os lápis de cor na mesinha. Gustavo engoliu em seco, sentiu o coração apertado.
Gustavo sabia que ela estaria no quarto da filha. Cecília olhava ao redor. Como se procurasse por mais algumas coisas.
– Pelo tamanho da bolsa da Dulce acho que você já tá levando tudo.
Ele a abraçou forte.
– Eu não sei, parece que eu estou esquecendo algo... Gustavo meu peito tá tão apertado.
– Isso é nervosismo de ter passado a noite longe dela. Tenho certeza que assim que vocês se verem, esse aperto desaparece.
Gustavo beijou a testa de Cecília e lá no quarto da filha ficaram por mais algum tempo.
– Se alguma coisa acontecer com a Dulce, eu morro Gustavo.
– Nada vai acontecer, nós vamos encontrar esse homem é tudo vai ficar bem!
Mais uma vez ele a abraçou. Firmou seus braços em sua cintura.
– E se ele quiser tira-la de mim? Nós não vamos poder fazer nada...
– Cecilia nós vamos lidar com um problema por vez. No momento a nossa filha precisa de você. Vamos vê-la e depois lidamos com o que vier. Eu te amo e você não está sozinha.
Eles se beijaram.
Saíram de casa e a caminho do hospital, Gustavo parou em uma padaria, fez Cecilia comer, tomar suco. Garantiu que ela estava o mínimo alimentada, sua mulher parecia um passarinho na hora de comer.
– Você me tratou como uma criança sim...
– Se você me ajudasse e comesse, eu não precisaria agir dessa maneira. Você precisa ficar bem pra Dulce.

Doutor André estava na recepção, parecia que já os esperava.
– Cecilia... Gustavo, eu preciso que vocês me acompanhem até o meu consultório.
Cecília ficou gelada. Isso não era bom. Não poderia ser.
Ela sentou-se na mesma cadeira do dia anterior, não havia mais médicos na sala. Olhou para Gustavo, ela o conhecia bem demais, sabia que estava preocupado.
– Eu não quero que vocês fiquem mais preocupados, mas por precaução, eu decidi manter a Dulce mais alguns dias na UTI.
– Porque André? Minha filha piorou?
– Não, o quadro na verdade não teve a evolução que nós esperávamos. Por isso a permanência. Vocês podem entrar um de cada vez, vê-la, pois ela continua sedada. Hoje nós vamos diminuir, começar na verdade, e ver como ela se sai.
– Ela teve alguma piora ontem?
André sentou-se ao lado de Cecília.
– A pulsação dela estava fraca. Mas o quadro foi revertido. Ela precisou de mais uma bolsa de sangue, oxigênio e houve uma melhora. Mas o quadro dela não é bom. O que vocês possam fazer para encontrar o pai biológico dela, é bom começarem a fazer logo. Eu vou liberar a entrada de vocês...
– André eu não vou entrar, para que a Cecília fique mais tempo com a nossa filha. Tudo bem?
– Claro Gustavo.
Cecília procurou a mão do namorado e a encontrou, apertou. Ela achava que teria um dia ao lado da filha, mas a sua menina ainda estava na UTI. Ela não estava bem.
Respirou fundo, e saiu logo atrás de André que ia mostrando o caminho.

A sua pequena estava da mesma forma que na noite anterior, quase, porque agora foi acrescentado um monitor cardíaco. Isso só apertou mais ainda seu coração.
Sentou naquela cadeira e chorou segurando a mão da sua menina. Lhe prometeu que logo ela sairia dali. Que ela faria tudo que estivesse ao seu alcance para que ela ficasse bem. Na verdade, faria até o impossível. Pediu mais uma vez que Deus protegesse a sua pequena. Pediu por um milagre, que esse pai aparecesse. Sua filha, que com apenas seis anos, já sofrera tanto na vida, não merecia passar por isso. Não era justo. Ela ficou lá por um bom tempo. Não o suficiente para Cecília.
Mas uma vez, lhe foi dito que fosse para casa e voltasse a tarde, André iria liberar mais uma visita.
Ela não gostaria de voltar para casa. Sentia a casa fria. Até comentou com Gustavo que talvez fosse bom para ela ir trabalhar um pouco, ele lhe disse que não. Ele iria deixá-la em seu apartamento e ela iria descansar. Eles almoçaria em casa e depois voltariam ao hospital. Mas até lá, ela iria descansar. Ela não protestou.

Gustavo deixou Cecilia aos cuidados de Silvestre e da Franciely. Ele esperava que ela ficasse bem. Ela ficou muito abalada por Dulce continuar na UTI. Ele tinha confiança no trabalho do André, mas apesar disso, precisava de uma segunda opinião. Iria ligar para um pediatra que conhecia em São Paulo, só para tirar dúvidas. Não iria comentar nada com Cecília, afinal, o médico poderia dizer a mesma coisa que André. Mas apenas por via das dúvidas...
– Silvestre eu preciso que você garanta que a Cecília fique bem. Você sabe do que ela gosta... Deixem que ela descanse, mas depois subam com um chá... Algo para ela comer.
– Tudo bem senhor, não precisa se preocupar. Nós vamos garantir que ela fique bem.
– Eu sei. Obrigado! Eu volto na hora do almoço.
Gustavo subiu até seu quarto para que pudesse se despedir da namorada, mas ao chegar lá, ela já dormia. Encolhida em um canto da cama. Não parecia ser a posição mais confortável mas era a que tinha feito dormir. Isso já era bom. Ele foi até ela, deu um beijo rápido em seus lábios com cuidado para que ela não acordasse.

Chegando ao escritório, foi direto falar com Cristóvão, seria o amigo que ficaria a frente da empresa pelo o tempo que fosse necessário. Ele se dedicaria em cem por cento a mulher e a filha. É só viria, se fosse altamente necessário.
– E então Cristóvão? Você conseguiu as informações que eu te pedi ontem a noite?
– Gustavo, hoje de manhã eu consegui entrar em contato com o abrigo que a Dulce ficou, mas eles já me adiantaram que não possuem qualquer informação relevante, quanto ao parentesco dela. Ou seja, sem nomes dos pais.
Gustavo bateu a mão na mesa.
– Mais que droga! Como podem não ter registro de nada?! Afinal, alguém deve ter levado a Dulce até lá.
– Então, eu chegaria nesse ponto...
– Cristóvão minha filha está doente, você começa pela a boa notícia, não o contrário!
– Tudo bem, com calma. Eles disseram, que quando a Dulce foi deixada no abrigo, junto com ela tinha uma carta. Que estava endereçada a menina. Bom, eles falaram que a carta deve estar com ela. Já que quando ela fugiu, levou junto a bolsinha com a qual a deixaram no abrigo.
– Você acha que está com a Cecília?
– É o provável.
– Obrigado meu amigo, mais uma vez você me salvando. Agora, vamos trabalhar.

Enquanto trabalhava, Gustavo pensava em uma maneira de entrar no assunto com Cecilia. Ele não via outra forma que não fosse ser direto ao assunto. Provavelmente as respostas para as suas perguntas estavam em algum lugar da casa dela.
Mas infelizmente pela a quantidade de papel que tinha para assinar, ele não sairia dali cedo. Antes que começasse o trabalho, ligou para o hospital, e soube que Dulce estava saindo da sedação. Mas não sabiam se os médicos a liberariam da UTI. Já era uma boa notícia. Ligou para casa, mas como Cecilia ainda dormia, daria a notícia quando chegasse.

Cecília acordou um pouco mais relaxada, não bem, mas estava descansada.
Olhou ao redor do quarto, não tinha nada seu ali, apesar de todo o tempo que já estava com Gustavo, iria descer para pegar uma roupa na mala e tomar um banho, mas a mala já estava no quarto. Apanhou um par de roupas e foi tomar uma ducha, sabia que daqui a pouco seria hora de Gustavo voltar para casa. Ela rezava para que sua menina tivesse tido alguma melhora.
Tomou uma ducha, e percebeu que esqueceu o trivial, desodorante... Quem esquece isso? Simples, quem está com a cabeça na UTI em que a filha está internada.
Abriu o guarda-roupa de roupa, nunca fizera isso, mas se não estava no banheiro, só poderia estar lá. E estava, bem próximo a uma caixa, ela puxou o desodorante usou e foi guardar, mas aquela caixa, a caixa era decorada com flores, não parecia ser do Gustavo.... Talvez de uma ex-namorada? Bom, se fosse, ela iria descobrir nesse momento.

Pegou a caixa e a colocou na cama, abriu. E a primeira foto que viu, foi a de um Gustavo um pouco mais jovem abraçado a mulher com a qual sonhou na noite anterior.
O que significa?


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Notas finais do capítulo

Bom... Foi isso! Antes dos nossos dias bombásticos na novela!
Semana que vem acredito que dê pra postar mais um... Duas semanas de provas não é fácil! Mas fazendo o possível!
Roendo as unhas para saber o que vocês acharam!



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