Destino Hyuga escrita por Pedrita


Capítulo 8
Hanabi e Neji


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Escondido atrás da porta Neji Espionova Hinata treinar, com quatro anos de idade já era treinada para o seu dever de herdeira, os golpes que o pai ha acertava não eram forte, mas era mais do que ela podia aguentar. Ela chorava e se mostrava desesperada enquanto tentava executar o taijutsu Hyuga.

O coração de Neji se apertava, ele se perguntava porquê ela era tratada assim, na verdade ele tinha muitas dúvidas. Hizashi lhe explicou seus deveres, mas ele ainda não entendia o por quê de tantas regras e disciplina.

Hinata era tão bonita aos seus olhos, ele só queria poder chama-la pra brincar. Tinha vontade de defende-la mas lembrou do que aconteceu com o pai e sentiu medo... medo era o que todos com aquela marca sentia, e a primeira vez que o sentiu foi no dia que viu o pai sofrer em seu colo.

Com o passar do tempo toda a admiração é bondade em seu coração foi engolida por rancor e ódio. Disciplina é a palavra que define o Hyuga, fútil e as vezes cego de tão orgulhoso. Ele era o que sua marca significava, um pássaro preso em tradições e deveres que lhe impediam de traçar seu próprio destino, e no fundo o que ele realmente queria era estar no lugar de Hinata, por que sempre soube, não só ele como o próprio tio, que possui mais capacidade que a futura herdeira para assumir aquele posto.

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A luz da lua cheia iluminava os dois jovens Hyuga, eles trocavam olhares agora de pouca distância, Neji havia parado na frente da prima, mas o olhar de indignação ainda permanecia. Calado ele ergue lentamente a mão, fazendo com que a manga do kimono escorregue lentamente pelo seu braço alvo.

Com os dedos abertos Neji toca delicamente a face da prima, fazendo-a recuar, mas não o suficiente para evitar contato, ele não se preocupou com a expressão de susto de Hinata, apenas continuou deslizando a mão pela lateral de seu rosto. A expressão do Hyuga de superioridade estava começando a assustar Hinata, que além de corada estava um pouco arrepiada.

Neji enfiou os dedos entre os cabelos da prima, deslizando os mesmos até as pontas enquanto trazia os fios si, a cor era tão bonita... ele lembrava da primeira vez que a viu, e de seu velho sentimento. Ele observou o cabelo da prima sumir por entre seus dedos ate uma brisa leve quebrar o silêncio entre eles e seus olhos voltarem a encontrar os dela.

Os cabelos castanhos flutuavam enquanto seus olhos perolados possuíam um charmoso tom de violeta. O kimono de tecido fino era empurrado para o destino do vento, colando em seu corpo definido e destacando os músculos do lado esquerdo.

Hinata estava paralisada, ela não conseguia tirar os olhos de Neji, nem ao menos conseguiu continuar falando ao receber seu toque, estava assustada e ao mesmo tempo impressionada, Neji a impinotizada com seu jeito majestoso. Suas pálpebras ficaram levemente cansadas e suas últimas palavras foram o nome do primo, uma tontura tomou conta de si.

Neji segurou Hinata com firmeza pela nuca e depositou a outra mão na curva de seu maxilar quase que a agarrando pelo pescoço e a beijou tão intensamente que toda a exaltação da jovem se dissipou, trazendo-lhe as mais diferentes sensações. A mão forte do jovem desceu pelo seu braço até as pontas de seus dedos causando-lhe arrepio, e agora ela conseguia entender melhor as sensações descritas por Ino.

No final do beijo Hinata abriu lentamente os olhos, dando de cara com o perturbador byakugan de Neji. Um sorriso perverso tomava conta do rosto do primo, que pronunciou com ódio "Você é um fardo!". As palavras raivosas ha aterrorizaram, um som de lâmina lhe chamou a atenção para a mão do Hyuga que acabava de sacar uma kunai. Ele enterrou a lâmina em seu abdome e sorrio para ela. Suas últimas forças foram usadas para uma última troca de olhares e Hinata assistia o prazer que ele sentia ao ve-la morrer.

Por inúmeras vezes Hinata assistiu seu beijo seguido de morte, estava presa em um genjutsu cruel onde Neji a tocava e depois a matava sem remorso. O corpo da jovem começou a desligar, o olhar vago começara a fechar, seu corpo agora desmoronava.

Diferente do que Hinata via, Neji que ainda estava a metros de distância e se aproximou em um piscar de olhos envolvendo um dos braços no corpo da prima antes que ela caísse. Hinata gemia baixo e possuía uma expressão confusa. Neji olhou o ambiente a sua volta e pegou a prima no colo levando-a de volta pra sua casa. O Hyuga não teve problemas ao entrar na casa da família principal, mesmo com guardas ele ainda era o melhor Shinobi ali.

Era a primeira vez que ele entrava no quarto da prima, era tudo simples porém sofisticado, a parede a sua esquerda possuia inúmeros retratos, um deles chamou sua atenção fazendo o jovem parar para olhar. Neji estava lá, ao lado dela, ambos ajoelhados em uma posição formal, era o aniversário da prima. A foto foi tirada horas antes dele ser marcado, ambos sorriam inocentemente, mal sabiam o que estava por vim.

Por alguns segundos o olhar firme de Neji se desfez dando lugar a pálpebras trêmulas e lábios contraídos. Aos poucos as emoções se dissiparam e um olhar raivoso tomou conta de sua face. Com o cenho serrado e nariz empinado, ele continuou encarando a foto, e o fino vidro que protegia a mesma trincou, era como se Neji conseguisse transmitir todo os seus sentimentos para aquela imagem.

Ele se assustou de leve arqueando as sobrancelhas, acabava de "acordar". Neji olhou para Hinata em seus braços e se sentiu mal, não por ela, apenas mal consigo mesmo. Deitou a prima em sua cama com cuidado e caminhou até a janela na intenção de fecha-la, ao apoiar as mãos na mesma ouviu Hinata gemer o seu nome fazendo-lhe travar por alguns segundos. Ele olhou para sua casa antes de fechar a janela e caminhou sem pressa até a porta, fechando com cautela.

O Hyuga odiava quando sua mente ficava confusa, por que sentia ódio e ao mesmo tempo compaixão? Era algo que preferia ignorar, mas as vezes toda essa confusão ficava expressa sua cara.

Neji caminhou pelos corredores da casa principal, mas não contava com uma surpresa, encontrar Hanabi subindo as escadas. Ela possuía um semblante de surpresa, estava voltando da cozinha provavelmente. --- Hanabi-sama ... - Com um comprimento formal Neji se despede da prima e cruza seu caminho como se nada estivesse acontecendo.

Com o seu roupão branco, a caçula estava vestida para dormir, ela o olhava nos olhos mas a única coisa que via era a cena em que o primo saia da casa da amante. Quando Neji se aproximou ela não aguentou manter o olhar e abaixou a cabeça, segurava o choro. Neji passou ao seu lado deixando seu cheiro, estava apressado, mas para Hanabi ele se movia lentamente. A Hyuga se controlava para não falar nada com o primo, mas não se segurou, virou-se rapidamente o chamou antes que ele descesse as escadas. --- Neji-kun!

Sem ao menos olhar para trás o Bouke responde friamente --- Oi?

—-- Aquela moça... Era a sua.. namorada ?

Neji nem reparou o nervosismo da prima, apenas virou o corpo ficando de lado e a olhou nos olhos --- Acho que não lhe devo satisfação. - ele deu os ombros e continuou indo.

Irritava e cheia de emoções ela serra os punhos e sobe a voz --- Volte aqui, eu te fiz uma pergunta! - Mesmo com o seu tom superior Neji a ignorou deixando-a mais aborrecida. Hanabi deu um passo a frente e prosseguio --- Você deve me obedecer, esse é o seu dever !

Aquelas frase foi absorvida palavra por palavra fazendo Neji paralisar, ele realmente estava recebendo ordens de uma pirralha mimada ? Mesmo sabendo dos deveres as famílias tentavam não deixar essa diferença social tão na cara, mas Hanabi acabou de jogar na cara do primo o seu poder.

Neji voltou a olhar Hanabi, seu olhar se mantinha firme, mas os lábios franzidos entregavam seu mal humor --- O que quer Hanabi-sama ?

Hanabi não se deixou intimidar pelo tom de Neji, se aproximou parando na sua frente e cruzando os braços --- Aquela moça que visitou, era a sua namorada ?

—-- Por que essa pergunta sem fundamento?

—-- É ou não?

Neji arqueou uma das sobrancelhas e negou, ele não entendia qual o interesse da prima no assunto e por que ela havia sido tão mimada, mas Hanabi estava começando a se entregar.

—-- Eu não acho que seja bom para sua imagem ficar... saindo por ai com essas meninas, digo por que me importo com você! - O tom da jovem mudava a cada frase.

—-- Não que eu me importe, mas por que algo como isso te incomoda ? - Ele estava perdendo a paciência.

Hanabi não sabia como se explicar, olhou para os lados procurando em sua mente palavras convincentes para dar. Ela ainda estava aborrecida, não passava na cabeça do primo que ela ainda não havia o perdoado por uma relação que so existia em sua mente. Sua atitude acabara de destruir a ponta de respeito que Neji tinha por ela e a própria Hyuga sabia, resolveu então se abrir.

—-- Eu penso que... Você pode encontrar alguém a sua altura, você é um Hyuga! - Ela ergueu o punho mostrando vigor.

—-- Um Bouke, um homem sem laços é expectativa. - retrucou ele de forma seca.

A jovem entendia a dor do primo e depois de escuta-lo sua primeira reação foi agarra-lhe a mão na tentativa de lhe confortar --- Você pode ter laços, eu acredito que posso te ajudar a ter uma vida, casando com alguém da mesma casa...

—-- Outra Hyuga ? - indagou ele confuso. --- Não vai mudar nada!

—-- Vai... se você casar com alguém da família principal , eu posso casar com ...

—-- Casar com você? - Neji a reprimiu com o olhar e puxou a mão. Ele realmente tinha escutado aquilo ? Hanabi tinha apenas dezesseis anos, além de não vê-la com outros olhos sabia que tudo isso estava fora de cogitação.

Desesperada para se explicar ela muda o foco da conversa inventando que seria apenas para ajudar o primo --- Espera, eu quero te ajudar, não que eu não goste de você, por que eu gosto!- finalizou ela dando ênfase.

A prima possuía um semblante de desespero, algo que deixava Neji mais assustado. Ele negou com a cabeça e respirou fundo finalizando a conversa --- Você é só uma menina, não sabe o que está falando... - Ele deu as costas novamente e voltou a seguir seu caminho, Hanabi avançou logo atras agarrando sua camisa, mas para evitar confronta-la usou um simples jutso de substituição deixando um tronco em seu lugar.

—-- Essa união será boa para nossa família... - Sussurrou ela em meio a fumaça deixada pelo primo. A Hyuga abaixou a cabeça triste e deixou a tão segurada lágrima escorrer.

—-- Hanabi. - A voz firme de Hiashi ecoou pelo corredor. Ele estava parado a alguns metros atrás da filha.

Hanabi arregalou os olhos ao ouvir o pai, mesmo tentando não conseguia parar de chorar, ela respirava forte e se encolhia, além da tristeza agora sentia medo. Não podia ficar parada pra sempre, precisava atender o pai, se virou lentamente e ergueu o peito, forçando uma postura seria. Ela encarou o pai e respondeu ao seu chamado. --- Oi papai...

Hiashi a olhava com o mesmo ar de decepção de sempre e diferente do que Hanabi pensava ele não há encheu de palavras, finalizou a conversa com apenas uma frase --- Chega de desgosto por hoje, vá para o seu quarto.

Aquelas palavras foram o suficiente, os olhos grandes da menina estavam quase saltando pra fora, a boca tremia e ela sabia que se arriscasse falar algo iria desmoronar, seguiu calada para o seu quarto.

Hiashi assistiu a filha até o momento em que a mesma entrasse. Ele balançou a cabeça negativamente e sussurrou --- Unir as famílias... - A imagem de Hizashi veio a sua mente, ele se perguntou o que o irmão acharia disso.

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—-- Isso é uma vergonha para sua casa Hiashi. - Afirmou o ancião após escutar do líder Hyuga contar sobre a atitude de Hanabi na noite anterior. Ambos tomavam chá verde e discutiam sobre o clã.

Após pensar na atitude da filha o Hyuha chegou a conclusão que não seria má ideia uma união entre as duas casas. Neji entraria para sua devida família trazendo conforto a mente de Hiashi ja que o próprio se sentia culpado pela morte do irmão e o sofrimento do sobrinho.

—-- Eu não veria dessa forma, a União entre nossas famílias iria abolir as diferenças entre nós, acredito que seja algo há se pensar, apesar de Hanabi ser apenas uma menina. - Ele bicorou o chá para verificar a temperatura e prosseguio. --- Acredito que Hinata está mais apta.

O anciou desfez sua expressão neutra e se mostrou envergonhado, Hiashi realmente pensava em unir as famílias? Na cabeça daquele velho homem hierarquia era fundamental para o bom desenvolvimento do clã. Ele já havia aconselhado Hiashi várias vezes e o próprio líder sabia sua opinião sobre aquela idéia. --- Eu já disse o que penso, você é o líder, só espero que não acabe manchando o nome de nossa casa. - Ele apreciou o cheiro do chá antes de prova-lo. --- Não se precipite em relação a Hinata, ela é sua primogênita, case-a com alguém importante, temos recebidos algumas propostas e a mais interessante no meu ponto de vista é com o filho de um senhor feudal do país do trovão.

—-- Pais do trovão? - Mesmo que as nações tenham se unido para a quarta guerra, o país do trovão ainda é sinônimo de tristeza para aquela família, isso por que existia uma enorme ambição dos ninjas do trovão para conhecer os segredos do Byakugan, algo que causou a morte de Hizashi. Era difícil associar uma aliança com uma família daquele país.

O silêncio de Hiashi foi um sinal para que o ancião voltasse a falar. --- Eu sei o que está pensando, mas isso é passado, essa aliança é primordial.

—-- Acredito que seja melhor casar Hinata com um ninja do país do Fogo. - Hiashi se mantinha neutro, mas por dentro guardava um leve rancor.

—-- Casando-se com outro Ninja de Konoha Hinata não carregará o nome de sua casa, mas sim o nome do marido. O senhor feudal garantiu manter todos os costumes e tradições Hyugas. Nos também ganharemos mais poder político. - O ancião estava certo, eles deviam pensar no status dos Hyuga.

—-- Podemos conversar e entrar em acordo com a família do marido, é do meu agrado que minha filha permaneça no país do fogo.

—-- Acredito que o único pretendente a altura possui um péssimo status. - Comentou o ancião.

—-- Uchiha Sasuke ? - Perguntou Hiashi com uma expressão de rejeição. --- Por mais que eu acredite em uma forte linhagem, Uchiha Sasuke foi um Renegado. Nos temos bons ninjas em nossa família, você não acha ?

—-- Justamente por isso acredito ser uma péssima ideia a União com outro clã da vila, o senhor feudal ofereceu ótimos termos, aceite a oferta Hiashi, mande Hinata para uma visita sobre escolta dos nossos melhores ninjas.

—-- Não posso arriscar a vida da minha filha ... - Aquela altura o líder Hyuga já havia perdido todo o interesse em seu chá, enquanto o ancião se mostrava despreocupado.

—-- Como eu disse, ela vai sobre escolta, envie Neji para protege-la, ele serve bem quandonse trata de segurança.

—-- Como pode falar assim ? Ele é da família.

—-- Ele existe pra isso! - O tom autoritário do velho calou Hiashi, mesmo sendo líder ele devia respeito. --- Você deve agir como um Shinobi, faça o que é certo!

A conversa não se estendeu muito, Hiashi concordou em enviar Hinata para conhecer o futuro noivo, ainda não tinha pensado a respeito, a viagem era apenas para ambas famílias se conhecerem, a ideia Inicial é que cada noivo fosse visitar a família um do outro, Hinata iria primeiro.

Após deixar Hiashi sozinho para continuar o chá o ancião procurou os melhores ninjas para conversar sobre a escolta, Neji foi o último que ele visitou. O rapaz estava treinando os golpes secretos que Hiashi o ensinou. Por mais duro que fosse o tio ele acreditava que devia atenção e cuidado a Neji, uma forma de trazer o jovem para perto da família principal. O problema era que o ancião desaprovava as ações do líder, acreditando que dessa forma outros ninjas da família secundária tentariam se igualar a eles.

Neji usava a tecnica de oito trigramas palmas giratórias do céu para derrubar uma fila de árvores, ele executava perfeitamente a técnica, tão bem quanto o próprio Hiashi. Seus movimentos eram firmes e harmoniosos.

Neji treinava ao lado de seu distrito, ele sentiu de longe a presença do ancião, mas apenas parou quando ambos estavam perto demais para evitar contato. --- O que quer ? - O Hyuga respondeu friamente enquanto se virava para o velho. Ele se segurava para não demonstrar a raiva que sentia.

O ancião que possuía uma postura formal, mantinhas as mãos atrás das costas, os olhos eram tão claros que possuíam um tom de branco. --- Tenho uma missão para você, já deixei tudo claro com os outros ninjas.

O jovem Hyuga apoiou uma das mãos na cintura e torceu o nariz pronto pra retrucar dizendo que estava muito ocupado com missões de junnin. A verdade é que ele odiava servi ao ancião. --- Precisa mesmo de mim?

—-- Você vai fazer a guarda pessoal da princesa Hinata para o país do trovão, a formação da Guarda também está em suas mãos.

—-- Pais-do-trovao? - ele pronunciou lentamente sem acreditar no que ouvia, a lembrança do pai foi instantânea. --- O que Hinata vai fazer no país do trovão?

—-- Isso não lhe diz respeito. - Neji ficaria sabendo de qualquer forma, mas aquela era uma chance de pirraçar o jovem, na intenção de sempre mostrar que ele era inferior. --- Apenas faça o seu trabalho.. - Ele deu as costas para o jovem e voltou pra conversar com Hiashi.

A resposta do ancião deixou Neji tão enfurecido que o mesmo liberou toda sua raiva em uma rocha que estava ali perto, ele a golpeu inúmeras vezes com a palma das mãos, abrindo uma rachadura cada vez maior na rocha.

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—-- Hinata! - Gritou Kiba para a amiga acordar, ela estava muito distraída no treino que fazia com os colegas.

Após a noite anterior Hinata estava muito confusa, ela não havia contato a ninguém o que aconteceu pois nao sabia se foi um sonho ou não. O grito de Kiba fez Hinata olhar diretamente para as kunais que seguiam em sua direção, ela havia ativado uma armadilha por acidente enquanto andava para trás.

Assistiu as kunais ficarem cada vez mais perto, até que Shino criou uma barreira de insetos impedinto que a amiga fosse acertada. Assustada ela caiu sentada olhando os insetos com os olhos arregalados, estava trêmula.

—-- Hinata, Hinata ! - Kiba correu na direção da amiga quase tropeçando e se ajoelhou na frente da mesma olhando-a de cima abaixo com atenção esperando não achar ferimentos. --- Você está bem ? - Akamaro que acompanhou Kiba chorou de leve mostrando preocupação, lambeu a bochecha de Hinata quebrando o clima tenso e fazendo a mesma reagir.

—-- Sim... eu... me destrai... desculpa. - Hinata corou de vergonha e acariciou a cabeça de Akamaro. Ela percebeu todos a sua volta e abaixou a cabeça.

—-- Acho melhor finalizar o treino por hoje, precisamos de um descanso! - Kurenai bateu palma duas vezes e fez sinal para que todos se levantassem.

O grupo saiu de seu local de treinamento e foram comer algo pelo caminho, no fim do encontro Kiba se ofereceu para levar Hinata em casa, ele era muito ligado a Hyuga e admirava bastante o seu jeito.

Quando finalmente chegaram no Distrito Hyuga já era noite, Kiba que estava preocupado segurou a amiga na entrada, perguntando-lhe os motivos da sua falta de atenção, ele não foi o único que percebeu, mas assim como os outros prefiriu aproveitar um momento a sós para conversar com mais intimidade .

—-- Você anda bem distante Hinata, sabe que pode conversar comigo. - A voz de Kiba era cheia de marra, ele não tinha muito jeito com as palavras.

—-- Eu apenas... estou preocupada com coisas do meu clã... - mentiu ela usando o tom doce de sempre.

—-- Coisas do seu clã? Ham... ah! Não se preocupa, você vai tirar de letra, o tempo vai trazer experiência. - Afirmou ele.

Assustada com a forma que o amigo fala, quase como se soubesse do que anda acontecendo, ela leva a não até o peito e o olha tenso. --- o que ? Como assim ?

—-- Você fala da liderança do clã, certo ? Sei que anda com medo dessa mudança. - Ele coçou a bochecha com uma das garras, lembrando das últimas conversas com a amiga. --- Você é muito forte.

Era difícil guardar tudo aquilo para si, ela se perguntava se realmente era forte. Naquele momento nem pensava na sua futura liderança, o comentário de Kiba apenas aumentou sua angústia. Quando Hinata resolveu mudar o rumo da conversa um vulto cruzou seu olhar e em um piscar de olhos Neji apareceu entre ela é Kiba, assustando ambos.

Hinata gritou apavorada, deixando Kiba preocupado, que logo se lançou na frente da amiga pronto pra defende-la. --- Eu não sei o que você fez, mas pra Hinata agir assim coisa boa não foi .

Neji olhou ambos com irrelevância, humidecendo os lábios e respirando fundo antes de começar a falar --- Meu assunto não é com você, saia da minha frente. - frio ele gesticula para Kiba sair, mas o mesmo não obedece, deixando Neji irritado --- Como é? - O mesmo ergueu uma das sobrancelhas e fixa os olhos nos de Kiba. --- Você acha que pode me impedir ?

—-- Eu e Akamaro, não é mesmo Akamaro? - Sorrio Kiba sem olhar para seu parceiro que rosnava atrás de Neji.

Neji travou o maxilar e sorriu sem exibir os dentes, os olhos agora estavam fechados e um semblante cínico tomou conta de seu rosto. --- É mesmo ? - Antes que pudesse concluir sua posição de "palma gentil" Hinata interrompe o atrito entre os dois.

—-- Parem com isso ! - Gritou assustada, a Hyuga manteve os olhos no primo e considerou seu pedido. --- O que foi irmão? - Ela estava tão acostumada a chama-lo assim que deixou escapar, corrigindo em seguida em um tom mais serio --- Digo, Neji !

Neji nao enrolou, apenas torceu o nariz e a encarou com cara de poucos amigos --- Por que vamos ao país do trovão ?

Hinata arregalou os olhos surpresa, franzido a testa em seguida, sentir-se sem jeito por não saber do que primo estava falando. --- Pa-país do trovao? Como assim ? - Ela olhou rapidamente para o parceiro de equipe como se procura-se respostas.

—-- Fui encarregado de ... fazer sua guarda pessoal. - Ele mudou o tom na metade da frase, pronunciando de forma convencida enquanto olhava para Kiba, estava provocando.

Confusa ela se sentia boba por não saber o que estava acontecendo, se despediu de Kiba sem cerimônias deixando o amigo meio frustrado.

Neji esperou Hinata sumir de sua visão para dar um recado sério a Kiba. --- Não seja iludido... - Antes que Kiba pudesse retrucar o Hyuga desaparece da sua frente deixando uma leve fumaça pra traz.

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—-- Eu não quero me casar com um homem que eu não conheço! - Gritou Hinata desesperada, a herdeira Hyuga chorava e tremia, era um pesadelo, como se sua vida não pudesse ficar pior agora ela tinha um casamento arranjado com um homem desconhecido. O rosto estava vermelho, ela pressionava os lábios segurando o choro.

—-- Você tem responsabilidades com seu clã, não seja egoísta! - O tom autoritário de Hiashi podia ser ouvido por toda casa, e por mais que Hinata chorasse desesperada ele mantinha sua expressão neutra, se mostrava convicto sobre a aliança.

Alguns fios do belo cabelo roxo colavam em seu rosto molhado, o brilho dos olhos agora eram por outros motivos, olhos cheios de água e prontos pra derrama-las. Um aperto no peito lhe incomodava de forma insuportável, a vida de Hinata não podia ficar pior,a não ser por lembrar que ficaria grudada com Neji por todo caminho.

Hiashi começou a falar de como Hinata devia pensar nos interesses do clã e de suas obrigações, mas Hinata se desligou, ela começou a encarar a foto da da mãe, foto que dava vida aquela sala pouco habitada, as palavras do pai não estavam sendo maia absorvidas, agora ela tinha as mais belas lembranças da mãe.

Flashback

—-- Hinata, acorde filha...

Uma das melhores coisas para a herdeira era ser acordada pela mãe, o sorriso e olhos meigos dela te davam forças para tudo. --- Mamãe... - Mesmo cedo a mãe da Hyuga não abria totalmente as cortinas, apenas uma delas, sabia que a luz incomodava a filha.

—-- Seu pai te espera pra treinar.

Era maravilhoso sentir o carinho e cuidados da mãe, mas Hinata odiava treinar --- Mamãe, por que eu preciso treinar? Eu não gosto, o papai é... malvado.

—-- Não fale assim Hinata ! - O olhar triste partiu-lhe o coração. --- O seu pai te ama muito, ele apenas ... está cuidando de você, sei que é difícil agora, mas você ser a líder de nossa casa então tem grandes responsabilidades, seu pai acredita muito em vc...

Hinata se sentia confortável com as palavras doces da mãe, ela sempre te apoiava e ajudava a encarar sua rotina cruel. --- Eu também amo ele... e amo muito você.

—-- Eu também te amo filha ...

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—-- Hinata ! - Gritou Hiashi para a filha, se sentindo desrespeitado pela falta de atenção da filha. Ele a olhou com um ar de desgosto.

Após acordar com o grito Hinata corre para o seu quarto sem falar mais uma única palavra, mesmo sabendo que o pai ficaria frustrado o ignorou e se trancou em seu quarto para sofrer sozinha.

Hiashi prefiriu não seguir a filha, por mais duro que fosse ele entendia que não era uma escolha fácil, apenas disse pra si mesmo que logo logo ela entenderia e aceitaria.

Deitada em posição de feto, Hinata se agarrava ao traviserio tentando de alguma forma sentir o conforto do abraço da mãe, era difícil absorver tanta informação. Pensou em Naruto durante um bom tempo, fechava os olhos e imaginava o loiro se declarando para ela, dizendo que foi tolo, que não amava Sakura e sim a Hyuga... Será que Hiashi mudaria de ideia ? É daria sua mão para ele, era mesmo um sonho impossível.

Na casa de Neji o clima também estava pesado, o Hyuga não acreditava que Hiashi deu a mão de sua filha pro país responsável pela morte de seu pai, era uma ofensa. A raiva lhe subia a cabeça e ele se segurava para não ir conversar sobre tal assunto com seu tio, sabia que devia seguir as ordens sem questionar, mas além da magoa pela família algo há mais lhe incomodava, ele só não sabia dizer o que.

Arquitetou um plano em sua mente genial, acreditava que esse era um bom momento para sua vingança, além de não aceitar o casamento da prima, acreditando ser seu orgulho

Quando resolveu deitar em sua cama para descansar sabia que dificilmente conseguiria dormir, estava cheio de pensamentos maldosos, mas uma simples dúvida invadiu sua mente lhe roubando atenção "Como Hinata está em relação a tudo isso?" , poucas vezes o Hyuga se mostrou interessado. Durante um tempo Neji havia aceitado sua vida e passou a conviver de forma harmoniosa com Hinata, mas logo acordou percebendo que tudo aquilo era ilusão, fazendo o velho pensamento de Neji renascer.

Um som te chamou atenção, alguém batia na sua porta, Neji custou acreditar que não dormiria em paz, levando alguns segundos para levantar e abrir a porta. A surpresa foi dar de cara com Hiashi, que lhe encarava com frieza e para não mostrar inferioridade Neji levantou os ombros e respirou fundo estufando o peito, ele parecia um animal que acabava de ser desafiado.

—-- Neji .

—-- Hiashi-sama ... - assentiu com a cabeça sem ao menos se curvar.

Hiashi ignorou a afronta, indo direto ao ponto. --- Preciso da sua ajuda com Hinata. - Por mais imponente que fosse a voz do líder ele não amedrontada Neji. O sobrinho apenas confirmou com a cabeça sinalizando que ajudaria. --- Preciso que fique de olho nela, acredito que possa tentar algo.

—-- Eu já faço isso todo o tempo e sinceramente entendo o desespero dela.

Hiashi travou o maxilar e respirou fundo para não discutir tal assunto com o sobrinho, apenas prosseguio. --- Eu só confio em você, o melhor Shinobi de nossa família.

—-- Da família secundária, certo?

O líder humideceu os lábios e virou-se dando as costas para Neji, suas últimas palavras foram ríspidas --- Comece desde já. - partiu para sua casa sem surpresa em relacao a Neji.

Neji assistiu o tio ir embora e engoliu a saliva apertando os dentes, estava aborrecido, se sentia explorado ao máximo, algo que fazia sua raiva aumentar. Sem rodeios pôs seu kimono tradicional Hyuga e foi para a casa da prima. A sala estava vazia, Hiashi meditava em outro aposento e Hanabi estava em uma missão rank C com seu time.

Ao chegar na porta da prima ameaçou bater mas desistiu, opinando por entrar sem autorização, mas com cautela. --- Hinata-sama? - acreditava que não seria atendido se pedisse autorização para a prima. --- Onde você esta ? - O silêncio estava começando a preocupar Neji, ele caminhou até o centro do quarto e olhou ao redor, se perguntando aonde Hinata estaria, mas um detalhe em especial lhe chamou atenção, a janela estava aberta e aquela noite estava fria demais para ela não está fechada. --- Não... de novo não. - Sussurrou o Hyuga aborrecido antes de usar seu Byakugan para procurar Hinata em um campo de 180° a sua frente. --- Encontrei...

Ele lançou um último olhar no porta retrato havia rachado na sua última visita antes de sair pela janela atrás de Hinata. Sabia exatamente onde ela estava e usou toda sua velocidade para alcança-la.

A noite estava sem lua, nuvens carregadas escondiam o seu brilho, aquela noite o céu choraria o luto de Hinata.

O olhar firme do Hyuga enxergava a prima cada vez mais perto, ele explorava todo o potencial do seu Byakugan. As veias em volta dos olhos eram tão alteradas que davam um ar assustador a aquele homem.

Hinata que corria sem rumo sentiu tarde a aproximação do primo, ele não estava sendo cauteloso, mas sua cabeça estava tão cheia que a mesma não o notou cedo que estava sendo seguida. Começou a se desesperar, estava muito abalada para tentar uma luta, além de saber que não tinha chances.

Ao olhar por cima do ombro Hinata conseguio ver Neji, ele estava sério e com uma expressão de determinação, não havia pra onde correr mas ela não estava pronta pra desistir assim. Pulou contra o tronco de uma árvore a sua frente pegando impulso e voltando pronta para um golpe certeiro e com sorte "final". A palma da não carregava chakra suficiente para ferir o primo seriamente, aquela altura ela já não se importava.

Neji era ágil, mas se surpreendeu com a atitude da prima, ele usou seu bom reflexo para esquivar girando corpo no sentido anti-horario. Assistiu Hinata acertar uma árvore que acabou se partindo no meio e caindo sobre as outras árvores.

—-- Me deixa em paz Neji ... - Choramingou Hinata com um tom de raiva enquanto tirava a mão de dentro do tronco.

—-- Eu vim busca-la ... - respondeu ele sem emoção enquanto entrava na base, pronto para desafiar o taijutsu da prima. --- Você querendo ou não.

Hinata direcionou a palma da mão para ele enquanto veias nasciam em volta de seus olhos violetas. Ela correu na direção do primo, mirando seu peito, estava desesperada pra finalizar o atrito, o rosto carregava uma expressão de tristeza e agonia, algo que foi notado pelo primo, já que estava se mostrava descuidada em seu movimento.

Neji abaixou os braços e assistiu Hinata se aproximar, ele sabia que não se mistura sentimento e razão. Esperou Hinata chegar bem perto para agarra-la pelo pulso centímetros antes de ser acertado, apertando o braço da prima. --- o que pensa que está fazendo ? Não foi assim que treinamos.

O chakra foi sumindo aos poucos da mão da Hyuga e uma expressão de desconforto tomou conta de seu rosto. --- O que? Me solte agora ! - Hinata tentou acertar Neji com a outra mão mas ele começou a torcer seu braço fazendo-a ajoelhar. A dor agora era forte mas ela não pensou em desistir, sacou uma kunai da bolsa presa em sua perna e levou sem remorso ao abdômen do primo.

Neji segurou com rapidez a kunai entre seus dedos do meio, cortando um pouco sua mão, estava deixando bem claro que era mais forte e não desistiria da sua missão. --- Você é fraca ...

—-- Fra-fraca ? - Gaguejou ela.

—-- Por que você age assim ? - Não dava para negar que era prazeroso assistir Hinata de joelhos, mas naquele momento ele estava com raiva . Puxou a kunai da mão da prima jogando-a fora e fez a mesma levantar puxando-a pelo braço e gritando na sua cara. --- Pare de me dar trabalho!

A Hyuga estapoeu o peito de Neji com sua mão livre enquanto ordenava para que ele a soltasse --- Eu não preciso que você me siga para todo lado! - Ela tentava puxar o braço mas era inútil --- Você está sendo cruel! - Ela desistiu de se soltar e começou a chorar, se sentia fraca e tudo que queria era um apoio. --- Eu Nã-não quero me casar ... eu-eu não quero...

Ao notar sua angústia ele soltou a prima e continuou a observa-la, estava começando a sentir sua dor e ficou ainda mais sentido quando Hinata se jogou em seus braços buscando conforto. Ela o abraçou tão forte que por um segundo lhe faltou ar. --- Hinata-sama... - O tom agora era de compaixão, com muita falta de jeito ele retribuiu o abraço, se sentindo confuso com em relação aos seus sentimentos, " O que pensa que está fazendo ?" Seu subconsciente dizia o quanto aquilo era errado.

Eles permaneceram ali durante um longo tempo até que Hinata desfez o abraço para olhar o primo nos olhos. --- Neji ....

O Hyuga que ignorou seus próprios avisos estava começando a sentir prazer naquele abraco, como se Hinata fosse parte de si, acordou instantaneamente com o afastamento, trocando olhares com a mesma --- hum?

—-- Eu sonhei com você ... - Ela falava quase que sussurrando, em um tom fraco quase falhando e com uma expressão confusa.

Neji engoliu seco e franziu a testa se fazendo de desentendido --- Sonhou? - No fundo se perguntava como ela não percebeu o genjutsu.

—-- Você me beijava ... de novo e depois me ma-matava .. - quando falou sobre a morte abaixou a cabeça olhando para o local onde levara a lâmina, apoiando a mão sobre o mesmo e voltando a olhar Neji nos olhos. --- Por que você faz essas coisas ? Você está sempre em todo lugar, você já foi gentil e agora procura formas de me machucar ,você roubou o meu primeiro beijo ... - Era inevitável esquecer aquilo, toda vez que Hinata olhava para Neji lembrava do beijo.

Neji torceu o nariz e desviou o olhar, ele realmente não queria discutir aquilo, o Hyuga não era muito sentimental. --- O beijo que devia ser de Naruto? - retrucou ele causando surpresa na prima.

Hinata paralisou, Neji estava certo mas ela não iria admitir ali, não conseguia falar apenas olha-lo fixamente enquanto tremia de leve.

"Covarde" pensou ele ao voltar a olha-la --- Abra os olhos, Naruto não ama você, e algo me diz que você sabe disso ... - Ele tombou a cabeça e arqueou as sobrancelhas com uma expressão debochada. - Não seja tola...

—-- Por que me me beijou então? Já que eu sou... tola e ... pouco atraente... - Ela se agarrou na manga do próprio casaco e encolheu os ombros, estava tímida com a pergunta.

Constrangido, Neji contrai os lábios e serra o cenho, ele não sabia como responder, mas não iria transparecer sua vergonha, apenas focou nas últimas palavras da Hyuga para responder. --- Eu não disse que você não é atraente. - respondeu sério, levando alguns segundos pra prosseguir. --- Não sei por que fiz aquilo.

Não era bem o que Hinata esperava ouvir mas se sentiu melhor com a resposta do primo, de certo modo ele a elogiou. --- Então você me acha bonita?

Cada vez mais angustiado com o rumo da conversa ele fala com um semblante sério --- Se não fosse eu não teria beijado você... Acho que está tarde, vou levar você pra casa . - Por mais maldoso e calculista que Neji fosse era estranho pra ele ser a presa da situação, sim, ele realmente se sentia assim, Hinata estava deixando ele constrangido e geralmente é ele quem domina tudo.

—-- Espere, eu preciso perguntar... - Segurou a manga da camisa do primo antes que o mesmo se afastasse. Estava carente e buscava respostas. --- O que você sentiu quando me beijou ?

Incrédulo, ele abriu a boca pra responder rapidamente mas desistiu, não sabia o que realmente sentiu em relação ao beijo, mas de certo modo gostou, só não estava disposto a admitir isso. Astuto, respondeu a pergunta com outra pergunta. --- E o que você sentiu ? - Nessa hora, ele se aproximou da prima, ansioso com sua resposta.

—-- Eu ... eu ... não sei... - Hinata começou a soar, não precisou abaixar muito a cabeça para esconder os olhos atrás da franja. Ela juntou as mãos e enlaçou os dedos procurando uma resposta em sua mente, lembrando do que Ino lhe contou.

A resposta imparcial agradou o jovem, sua confiança diante a situação acabara de voltar. --- E se eu te beijar outra vez ?

Cética, ela lembra do outro beijo e das sensações, no fundo queria sentir aquilo outra vez, só não acreditava que Neji fosse a melhor pessoa, mas uma coisa era certa, Naruto não a beijaria, provavelmente seus próximos beijos seriam com um rapaz que ela nunca viu.

O sonho de Hinata era viver um amor verdadeiro, isso foi o que mais lhe pesava a mente. Ela olhou Neji nos olhos, mesmo que estivesse próximo de mais não hesitou em negar a possível proposta, apoiou a mão sobre o peito forte do primo pra evitá-lo e respondeu enquanto desviava do mesmo na intenção de se afastar --- Eu não acho que você seja o ...

Interrompida por Neji, que lhe puxa pelo braço trazendo-a para si, ele a envolve com um dos braços e cola sua testa na de Hinata, sentindo a maciez da franja. Com seu olhar desafiador e imponente ele pronúncia com a voz baixa, ficando com o tom mais grave que o normal --- Seja o cara certo... ? - O cheiro doce de Hinata o animava, e respiração dela istigava os lábios do Hyuga que acabara soltando um rápido rosnando antes de beija-la com vontade.

"O que está fazendo Neji?" Perguntava-se ele, não sabia mais se o beijo era pra provoca-la ou por sentir atração, algo era certo, aquilo lhe excitava, e ele gostava da sensação.

A mão grande se encaixou perfeitamente atrás da cabeça de Hinata, ele segurava firme para que ela não o evitasse. Os cabelos roxos se prenderam por entre seus dedos, e alguns fios ficaram levemente bagunçados. A mão que apoiava-se nas costas entrou sorrateiramente para dentro do casaco grosso da Hyuga, e a única coisa que impedia o contato com pele era uma camisa fina de algodão. Ele a apertou contra seu corpo enquanto massageava os lábios dela com os seus. O sabor dela era tão gostoso, as salivas se misturaram criando pequenas teias que ligavam aquelas bocas.

Os olhos de Hinata se apertaram inúmeras vezes no início, era um sinal de nervosismo, ela demorou a se acostumar com o beijo, mas Neji foi paciente e desacelerou aos poucos para que ela se adapta-se.

A língua do Hyuga deslizou lentamente para dentro da boca de Hinata, fazendo-a arrepiar, ele explorou cada canto daquela boca atraindo a língua da prima. O beijo estava ficando mais quente e a temperatura de Neji também. Hinata sugava sua língua várias vezes entre o beijo além de deixar o beijo mais molhado do que deveria, era falta de experiência mas Neji estava se deliciando em seus lábios, era tão gostoso lhe arrancar a inocência, mas gostoso ainda seria arrancar toda aquela roupa...

—-- Na-na-nao! - falava ela entre o beijo antes de se afastar interrompendo tudo. A mão do Hyuga deslizo pelas costas de Hinata enquanto ela se afastava e ele afundou as unhas curtas no tecido leve de sua camisa como se não quisesse solta-la. As coisas estavam muito quentes ali.

Hinata estava corada de vergonha, sua boca ao redor se encontrava vermelha como da primeira vez, os lábios húmidos lhe deixava mais atraente e ela respirava com os lábios entre abertos, foi literalmente um beijo de tirar o fôlego. Ela observou Neji por alguns segundos lembrando do "sonho" em que recebia um beijos depois era morta, mas naquele momento Neji apenas a olhava sem entender por que ela interrompeu algo que parecia está gostando.

—-- Nos não... podemos fazer isso... você... você está se ... aproveitando de mim. - Gaguejou confusa.

Um pouco aborrecido, Neji fecha a cara e levanta os ombros --- Aproveitando? Acho que você devia aproveitar também, por que provavelmente eu serei o último homem que você vai beijar antes de se casar.

Hinata se surpreendeu, ela gravou aquelas palavras, a frase ecoava em sua mente. Era duro se imaginar casada sem amor e por mais abalada que estivesse a única coisa que ela conseguio dizer foi --- Eu não quero me casar com um homem que nao conheço, eu estou com medo ... - Pouco a pouco ela foi imaginando várias situações em que estivesse que está com o futuro noivo e sentiu nojo. Fechou os olhos e começou a tremer --- Eu não quero ser tocada por um homem que eu não conheço Neji...

As palavras da jovem afetaram o Hyuga, além de todo o orgulho de não querer se aliar ao país do trovão, a ideia de ver alguém que ele não confia tocando uma mulher tão doce e bondosa como Hinata lhe perturbava, seria hipocrisia tentar bancar o herói agora, o próprio Neji já teve pensamentos maldosos sobre ela, mas parecia que aos poucos as coisas estavam mudando, pode ser bobeira de homem mas Neji não queria perder seu trunfo pra outro homem.

—-- Eu odeio o país do trovão. - Falou em um tom raivoso.

—-- Eu entendo irmão, mas as coisas mudaram... não carregue esse ódio em seu coração... - respondeu ela tentando conforta-lo.

—-- Não me chame de irmão Hinata. - Disse Neji sem se alterar. A viagem era a oportunidade perfeita para uma vingança, mas ninguém podia saber de seus planos. --- Não fique com medo, eu vou te acompanhar, ninguém fará mal a você. Lembre, é só uma visita para vocês se conhecerem, não é totalmente certo que se casem. - O tom neutro passou segurança para prima durante aquela noite, mas existia mais coisas a serem discutidas.

—-- Uma visita? - indagou curiosa. - Meu pai não me falou, apenas confirmou o casamento.

—-- Acredito que ele não queria te dar esperanças, mas não se preocupe. - Neji respirou fundo e travou os dentes por um tempo antes de continuar --- É a sua oportunidade de conhecer seu marido, quem sabe você goste dele.

—-- Eu não sei, não se apaixonada por alguém do dia pra noite, amor vem com o conviviu ... - Ela falava com um ar de menina apaixonada, algo que deixou Neji com nojo.

Ele revirou os olhos e bufou --- Se fosse assim, deveria-mos nos amar. - O tom foi debochado mas ao perceber o que acabava de falar sentiu-se envergonhado.

Fazia sentido, eles passavam muito tempo juntos, em todos esses anos Hinata saia mais com Neji do que o próprio Naruto, mas mesmo assim sentia que conhecia melhor o Uzumaki. --- Eu... eu...

—-- Não gosta de mim? É recíproco, agora vamos! - Ele não queria escutar Hinata dizer que não gostava dele, por mais que soubesse disso preferiu acabar com a conversa.

—-- Neji-kun...

—-- Sim ?

—-- Eu.. eu gostei - respondeu ela sem jeito, com o rosto totalmente corado, aquela altura já não se importava de se abrir em relação ao que sentia, durante muito tempo escondeu seus sentimentos e acabou perdendo muita coisa.

—-- Gostou? - O Hyuga não se tocou do que a prima falava, mas ao associar deixou escapar um semblante surpreso, ficando sem jeito.

Eles se olharam por alguns segundos até Hinata desviar o olhar, mas Neji continuou olhando-a por mais algum tempo. Ela estava tão linda com aquele jeito meigo, como imaginar alguém como Hinata sendo entregue a um velho inimigo.

Neji chamou Hinata para voltar mas ela negou com a cabeça, paciente ele garantiu protege-la e apontou para que a prima fosse na frente, e a olhou de cima a baixo enquanto ela andava.

Ele caminhou atrás e minutos depois que partiram de volta, uma chuva grossa começou a cair sobre os dois fazendo ambos pararem quase que em sintonia para olhar o céu, que estava cinzento. Não demorou muito para ambos ficarem encharcados, Hinata olhou para Neji e ele fez sinal com a cabeça como se soubesse exatamente o que ela estava pensando.

Ambos correram de volta pra casa, os cabelos compridos estavam encharcados. A camisa fina de Neji transpareceu seu abdômen definido e alguns fios de cabelo ficaram colados no rosto, ele estava extremamente atraente.

O casaco de Hinata estava pesado, os cabelos te incomodavam e ela passava a mão no rosto jogando o mesmo para trás várias vezes, o vento forte a deixava com mais frio.

Quando ambos pularam entraram no distrito Hyuga, Neji notou que havia alguém em sua porta. Hanabi estava sentada na varanda de sua casa esperando por Neji, provavelmente havia batido na porta e até usado seu byakugan para bisbilhotar, mas a última coisa que Neji queria naquele dia era dar de cara com ela.

Puxou Hinata para trás de uma casa e pediu para que fossem direto para sua casa, mentindo sobre Hanabi, com a desculpa que ela queria ajuda com o treinamento de armas e ele estava tentando evitar, era uma desculpa estranha por que já era tarde para a caçula visita-lo, mas convenceu Hinata.

Eles caminharam sorrateiramente e entraram pelos fundos da casa, estavam encharcados e montaram todo o caminho até o quarto da Hyuga.

Hinata chegou procurando por roupas secas e quentes e se trancou no banheiro para se trocar. Neji arrancou a camisa tentou usar a mesma para se secar, mas estava tão húmida que não ajudou em nada, deixando o Hyuga irritado e fazendo o mesmo a jogar sobre uma cadeira no canto do quarto. Ele ameaçou abrir a janela pra torcer seu cabelo mas ao lembrar da prima em sua porta recuou e se sentou na cadeira beira da cadeira que tbm abrigava sua camisa, esperando Hinata voltar. Arrancou a xuxa das pontas do cabelo e a colocou no pulso, estava com frio mas resistia tranquilamente, apoiou os cotovelos sobre os joelhos e manteve os olhos na porta.


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Notas finais do capítulo

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