Unidos pelo acaso escrita por May Prince


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Três semanas depois

— Parabéns, Felicity! Você finalmente conseguiu!! Você vai ser mamãe!

Oh não não... Meus olhos marejaram. Tudo bem! Podemos tentar de novo certo?

— Aí meu Deus! Eu tinta tanta certeza, os enjoos, eu até desmaiei, não acredito que me enganei, Thomas! - falei com lágrimas rolando. Eu tinha tanta certeza que eu tava... - Pare aí, o que? - me levantei em um pulo

— Calma, Lissy!! - ele deu a volta na mesa dele e me abraçou - Você vai ter um bebê! Você está grávida de quase 1 mês!

— Oh meu Deus!

Apertei Tommy com força.

Eu consegui!! Eu finalmente consegui!!

— Ei, cara... Desculpa, atrapalho?

Uma voz me fez dar um pulo e me separar de Tommy - que fez uma cara de desesperado sem se virar para a porta - olhamos em direção a voz e adivinha quem estava lá? Isso mesmo!! O cretino que bateu no meu carro.

— Oliver, inconveniente como sempre! - Tommy bufou

— Eu já te conheço? - Oliver apontou para mim. Oliver, esse era o nome do Apolo - Ei! Você é a loirinha gostosa que eu bati no carro a uns dias. - entrou na sala e fechou a porta atrás de si

Eu continuei calada, eu não tinha palavras para aquele momento. Não tinha insultos. Não tinha deboche. Nada saia. Eu estava feliz demais pra brigar com alguém.

Pelos Deuses!! Eu finalmente ia ser mãe. Tinha uma vidinha dentro de mim.

Com esse pensamento e um sorriso bobo, coloquei as mãos na barriga.

— Você bateu no carro da Felicity? Meu Deus! Oliver!

— Mano, está tudo bem. No final ficou tudo bem. Sua amiga aí é bem marrentinha.

Abri a boca pra responder, mas , de novo, fiquei sem palavras para o que vi.

Ainda não tinha reparado no cretino. E quando o fiz, prendi a respiração. Ele estava com um jaleco igual ao do Tommy – o que o deixava ainda mais irrezistivel, será que o meu corpo não entendia que ele bateu no meu carro e eu devia odiá-lo? – que dizia "Dr. Oliver Queen" e embaixo "Pediatra".

Como alguém tão cheio de si tem uma profissão tão linda como essa?

— Você é médico? - foi tudo que saiu da minha boca enquanto eu voltava a respirar

Oliver sorriu assentindo

— O melhor pediatra de Starling City - e piscou

— Para de flertar com a minha paciente, Queen. - Tommy disse segurando o riso - Acabei de descobrir que fecundei ela de primeira.

Eu corei, quem ouvisse essa frase ia achar que eu e ele tínhamos transado e não feito uma inseminação.

— Oh! Deixe só o marido dela ouvir isso... - espetinho, ele queria saber se eu era solteira

— Produção independente, meu bebê não precisa de um pai. Só de mim.

— Se eu fosse o pai dessa criança, com certeza iria atrás dos meus direitos. Só pra ter uma mãe dessas pra exibir na rua - e o cafajeste deu uma piscadela

E então, do nada, Thomas ficou vermelho e começou a tossir, como se tivesse se engasgado com algo.

Me assustei e comecei a bater nas costas dele.

— Tá tudo bem, cara? - Oliver perguntou se aproximando com um olhar preocupado e colocando uma das mãos no ombro do amigo.

— Sim, sai daqui, Queen - respondeu se recuperando e indo sentar na sua cadeira, me sentei também - Vai cuidar das suas crianças. Seja lá o que você quer comigo, pode esperar. Me deixe atender minha mais nova mamãe.

Sorri com isso. Eu era a mais nova mamãe!

Oliver se despediu de mim com uma piscadela e saiu sem falar mais nada.

Tommy me passou receitas e recomendações. Pediu repouso e falou para eu não me estressar. Quanto mais longe de estresse, melhor para o bebê.

Aconselhou para que eu não fique sozinha em casa, isso era fácil. Eu tinha Curtis e Vovó. Eu também tinha Layla, mas ela estava de resguardo do segundo filho.

Sai do consultório com um sorriso no rosto.

Eu estou grávida!

Eu estou grávida!

Essa frase ficava se repetindo na minha mente. Por mais que eu sonhasse com isso, e se eu não fosse uma boa mãe? E se eu não conseguisse acordar de madrugada quando o bebê chorar? E se eu não conseguisse identificar os choros?

Sai da clínica aos prantos e veio uma vontade enorme de vomitar. Olhei pra lixeira que estava em frente ao estacionamento e vomitei todo o meu jantar de ontem ali.

Já recuperada do meu enjôo, comprei uma água e fui para o meu carro.

Só tinha uma pessoa que ia me acalmar nesse momento. E era Layla. Eu precisava do colo de irmã dela. Então decidi que não iria trabalhar, por Deus! Eu era a chefe. Fiz o percurso até a casa da Layla rápido. Conhecia aquele caminho com a palma da minha mão.

Layla e eu somos amigas desde a infância, - tínhamos uma diferença de idade de 4 anos - a mãe dela e a minha eram melhores amigas desde a escola. Quando meus pais morreram a mãe da Layla ajudou a vovó em tudo. Ela era casada com John Diggle - casaram por causa da gravidez, porém já estavam juntos a muito tempo - ele tinha uma empresa de segurança e era guarda-costas particular de uma família de riquinhos. Layla era uma ex-policial, porém decidiu se afastar quando descobriu estar grávida de Sarah a três anos. Eles se conheceram quando Jonh foi soltar seu patrão inconsequente que se meteu em uma briga, Layla quem tinha prendido ele.

Eu amava aquela família, ver eles com os filhos só me dava mais vontade de ser mãe.

Suspirei estacionando o carro. Agora eu era mãe, agora eu estava me tornando mãe.

Voltei a chorar compulsivamente!

Sai do carro e fui em direção ao prédio, estava no elevador apertando o número 3, e tentando parar de chorar a todo custo, quando meu celular começou a tocar "Tam tam tam tam tamtam tam tamtam" Eu amava a "vinheta" do Star Wars.

Era Curtis. Droga eu tinha combinado de almoçar com ele, mas eu esqueci. Droga.

— Oi, Cur... - fui interrompida

— Aaaaa, Felicity, você tem merda na cabeça? Não! Desculpe... Que voz é essa? Ta choranho? Aaaaaa, Lissy, deu negativo? Eu estou te esperando na loja pra irmos almoçar, sabia? Eu estou doido pra saber se vou ser "paidrinho". E você some. O que aconteceu? Deu negativo? Você está bem? Oh meu Deus... eu tô com você para o que d...

— Ei, ei, ei, calminha. – sorri fungando e olhando meu reflexo no espelho do elevador. Eu estava com olhos inchados e nariz vermelho. Não era pra tanto... - Eu vim na Layla. Vem pra cá. - e desliguei o celular antes que ele protestasse. Eu sabia que ele viria.

Eu não sou ruim, eu só quero ver a reação dele pessoalmente. Ele vai ser um ótimo paidrinho.

Sai do elevador , parei em frente à porta de madeira rústica e toquei a campainha.

Não demorou muito e Dig a abriu com um sorriso acolhedor no rosto.

— Não morre mais!

— Meu Deus, Jonh! Isso é jeito de receber uma visita? - falei lhe dando um beijo na bochecha e entrei - O que vocês estavam falando de mim?

Ele apertou os lábios para não rir. Mas sua expressão mudou quando viu minha cara de choro.

— O que houve? – perguntou preocupado

— Relaxa, ta tudo maravilhosamente bem – sorri, sim... Estava tudo bem, eu estava finalmente grávida!

Vi que Sarah estava na sala pintando algo e vendo TV, dei um beijo estalado em sua cabeleira e ganhei outro em minha bochecha.

— Ele quer te apresentar ao chefe dele. Mas não vai não. É furada! - disse Layla descendo as escadas enquanto Jonh trancava a porta.

Layla era linda, pele branca, olhos azuis, cabelos curtos castanhos e magra. Apesar de estar em resguardo a 2 semanas, Layla estava linda. Jonh era um brutamontes. Ele tinha porte daqueles jogadores de futebol americano que te taca no chão. Negro, musculoso, cabelos estilo militar, e um sorriso acolhedor.

Mas o que estava acontecendo que todo mundo queria me desencalhar? Logo agora que eu tinha conseguido meu maior objetivo, meu bebê. Eu não quero um peguete, namorado ou seja lá o que for. Homem só da estresse, e Tommy disse que eu não podia me estressar. Já estava conseguindo, a muito custo, fugir das tentativas da vovó de um encontro com Ray Palmer. Quando meu bebê crescer, quem sabe eu pense em conhecer alguém.

Quando  viu meu estado deplorável devido ao choro compulsivo, Layla abriu os braços e fez aquela cara de mãe.

— Eu não quero um encontro - falei bufando e indo ao abraço dela - Eu estou grávida - sussurrei no ouvido dela

— Oh meu Deus! - gritou me abraçando mais forte - Johnny! Pare de tentar juntar Lissy ao Queen. Ela conseguiu!

Queen? Porque esse nome é tão familiar?

— Conseguiu o que, mulher?  -  Não precisou de muitas palavras, Layla se pôs de joelhos e beijou a minha barriga, aquele simples gesto fez meus olhos encherem de lágrimas. Lá vamos nós ao chororô de novo! - Felicity! Meu Deus! Parabéns! Uma criança é uma benção! 

Jonh veio como o Flash e embalou eu e Layla em um abraço, ela já tinha levantado e estava com os braços no meu ombro. Eu amava aqueles dois.

— Obrigada! Obrigada por sempre estarem me apoiando - falei ainda chorando - Sei que meu bebê vai ter padrinhos maravilhosos! - sai do abraço de urso, secando as lágrimas com a palma da mão e indo me sentar no sofá, Sarah logo me viu sentada e veio para o meu colo.

— Isso é um convite? - Lay perguntou se sentando ao meu lado.

— Não, é uma intimação - falei gargalhando ao vê-la batendo palminhas. - Jonh vai buscar meu JJ.

Com um sorriso bobo no rosto, ele foi.

— Tia Lissy tá com neném, mamãe? - perguntou Sarah olhando pra mãe

— Tá sim, meu amor! Tia Lissy tá com um neném bem aqui - falou espalmando a mão na minha barriga e Sarah imitou o gesto da mãe sorrindo.

Abracei forte a minha menininha.

— Você vai ser uma prima maravilhosa! - falei - E o bebê vai ter que te obedecer, porque você é mais velha.

Sarah gargalhou com as mãos na boca. Provavelmente gostando da ideia de ter que mandar em alguém.

Dig logo desceu com o bebê no colo e o entregou a Layla. Se despediu dizendo que tinha que ir na empresa e depois acompanhar o Queen em um evento.

Eu estava curiosa demais pra saber quem era esse Queen. Não na intenção de aceitar um encontro, mas porque esse nome não me era estranho. Eu já tinha ouvido em algum lugar. Mas onde?

Logo depois que Dig saiu, Curtis chegou. Contei a novidade e ele só faltou ter um treco. Chorava e ria, ria e chorava. Sarah achou tudo bem engraçado, porque gargalhava o tempo todo dizendo que o "Tio Curt" estava doido.

Falei que queria que Tommy também fosse o padrinho, ninguém entendeu o motivo. Nem eu sabia, mas meu coração dizia que era o certo.

— Ele me fecundou - falei enquanto lavava a louça, Curtis secava e Layla guardava.

— John me fecundou e nem por isso ele é padrinho.

— Ninguém me fecundou, mas eu acho isso maluquice. - falou Curtis, ele realmente não gostou da minha ideia.

— Meu coração diz que tem que ser ele também, vocês quatro. Nada irá me deixar mais feliz - falei enquanto me esforçava pra tirar o queijo grudado na bandeja.

— Se você quer, quem somos nós pra dizer que não? Espero que ele aceite. - Layla disse

— Falarei com ele na próxima consulta.

— Na próxima consulta irei com você, quero ouvir o coração da minha afilhada - Curtis disse apontando pra minha barriga

— Eu também vou. E vai ser menino. - Layla falou convicta

— Quer apostar que...

— Ei ei... vocês não vão apostar no sexo do meu bebê.  - entreguei a última louça para Curtis secar e comecei a passar um pano na pia. Mas eu escutei o Curtis sussurrar "50 pratas"

Revirei os olhos. Eles não tinham jeito.

A tarde foi ótima. Mimei Sarah e JJ e fui mimada por Layla e Curtis. Ela me disse que maternidade não era nada fácil, mas eu saberia exatamente o que fazer quando visse aquele pacotinho dependente de mim, que o amor iria me guiar.

Curtis se prontificou em ficar comigo em minha casa, dispensei. Não tinha necessidade ainda. Iria querer ele comigo sim, mas quando fosse os últimos meses da gestação. E eu também tinha a vovó. Aí meu Deus!! Eu tinha que contar para a minha avó!

Estávamos eu e Layla no quarto de JJ enquanto ela o amamentava na cadeira de amamentação e eu estava jogada no tapete fofo. Já passava das 21:00, Curtis tinha ido embora dizendo que tinha um encontro com um tal de David, Sarah já estava dormindo e Jonh ligou dizendo que já estava no caminho de casa.

— Você sabe como seus peitos vão ficar depois do bebê não é? Olha para os meus. São os Senhores Murchinhos da Silva – Layla disse apontando para os seios com a mão livre.

— Você não está me encorajando muito.

— E a bexiga? Opa! Acho que acabei de fazer um pingo de xixi na calcinha.

Gargalhei

— Para de graça, Lay. Você ama as crianças!

— Amo, mais isso não significa que eles fizeram um estrago – suspirou – no meu corpo e na minha conta bancária – levantou e colocou JJ no berço, me levantei e saímos do quarto.

— Vou embora, me leva na porta para eu voltar.

— Mesmo eu não te levando você sempre volta. É muito inconveniente mesmo.

Coloquei a mão no peito me fingindo de ofendida e ela riu.

Descemos as escadas, peguei minhas coisas e ela me acompanhou  até a porta.

— Semana que vem tenho uma consulta no pediatra com as crianças, a primeira do JJ. Vem com a gente.

— Isso não foi um convite né?

— Não mesmo! – abriu a porta – Bom que você já vai se acostumando.

— Okay, me fala a data e a hora.

— Você acha que eu sei? Ta tudo anotado na geladeira. – piscou – Tenha isso em mente, a geladeira vai virar sua melhor agenda. Avisa quando chegar em casa.

Sorri meneando com a cabeça. Nos despedimos e eu fui para a casa.

(...)

— Bom dia, Susan! - entrei na Helix e cumprimentei a balconista/amiga incoveniente. - O que temos pra hoje?

— Bom dia, Chefa - respondeu sorrindo e me seguindo até a minha sala - Nada muito complicado. Um médico ligou e disse que estava trazendo seu celular aqui, parece que derramou café e ele precisa dos dados na agenda, algo relacionado ao horário dos pacientes...

— Isso é fácil! Manda ele pra cá assim que chegar. Curtis?

— Ainda não chegou, chefa. - disse se sentando na cadeira de frente para a minha mesa - E aí? Teremos um bebê?

— Sim! Daqui a algum tempo teremos um bebê correndo por aí! - falei imaginando a cena

— Yes!! - gritou - Eu sempre soube! Vou comprar o melhor presente

— Seu carinho é o melhor deles. - sorri

— Sabe que vai chegar uma hora que você não vai poder transar, não é? Ta que eu nunca reparei de você saindo muito pra trans...

— Você deixou a loja sozinha, Suzy? Xispa! - falei rindo e apontando pra porta

— Estou indo, senhora - e bateu continência - Mas você ainda pode transar. Vamos pegar uma noitada. - falou e saiu correndo. O que aconteceu que todo mundo decidiu me "desencalhar"? Por Deus! Estou grávida!  – Mas ele era bonito? – Perguntou colocando só a cabeça na porta da sala

— Ele quem, Suzy?

— O cara que você transou... – falou se debruçando na porta.

— Eu não transei com ninguém... – gargalhei – Mas a ficha dizia que ele é loiro, olhos azuis, forte. Curtis quem escolheu.

— Bem clichê, por que não escolheu um ruivo? Pentelhos ruivos. Deve ser engraçado

— Tchau, Susan. – só tem doido na minha vida!

Hoje não tinha muito trabalho. Estava tudo tranquilo. Aguardei o tal médico a manhã inteira, porém ele não apareceu. Na hora do meu almoço optei por umas frutas, nada parava no meu estômago.

Mais cedo tinha ligado para a vovó, marquei um jantar com ela e Stephen na minha casa. Não disse o motivo. Ela disse que iria ter uma surpresa para mim. Deveria ter medo? A última surpresa da vovó foi um vibrador rotativo verde fluorescente.

No início da tarde uma advogada apareceu e pediu para que eu recuperasse uns dados em seu notebook que teve um pane devido a um vírus, disse que voltaria no fim do expediente para buscar.

Então sem mais demora, me joguei de cabeça naquele simples trabalho.

Estava mordiscando minha caneta vermelha e digitando uns dados quando uma voz tomou conta do ambiente.

— Posso entrar?


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Notas finais do capítulo

Disse que ia postar o capítulo na segunda, né? Pois bem, ele tava pronto e eu não resisti.

Espero que gostem, comentem!!!