Unidos pelo acaso escrita por May Prince


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!
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Olhei impaciente para a tela do notebook, eu me sentia a pior pessoa do mundo por estar fazendo tudo aquilo. Eu tinha que confiar nele, não tinha? Oliver já me deu provas suficientes que me ama. Mas porque isso agora? Ele nunca dormiu fora de casa, nunca. Porque hoje ele queria fazer isso?

Minha respiração estava descompassada e minhas mãos suando. Eu precisava saber o que tava acontecendo. Por mais errado que fosse o que eu estava fazendo, eu precisava saber.

—  Fica calma, Lissy, não é nada demais - Thea falou tensa

—  Isso é estranho demais, ele tá a muito tempo na clínica, o horário dele já acabou!

—  Às vezes foi alguma emergência - sentou na cama

Eu e Thea estávamos em cima da minha cama a duas horas olhando para aquela tela. Já era noite, eu estava morrendo de fome, e tudo que eu queria era o meu amor para dormir comigo. Na verdade eu também queria uma comida japonesa no ponto, com bastante molho shoyu e um suco de beterraba e laranja. Eu precisava disso.

—  Thea estou com fome!

—  Novidade - revirou os olhos

—  Estou com desejo - coloquei a mão na barriga que roncou confirmando a minha fome tremenda

—  O que você quer, mamãe?

—  Hot Filadélfia com bastante molho shoyu, suco de beterraba e laranja e um pudim de chocolate.

—  Onde eu vou arrumar um pudim de chocolate, Felicity? São 22:00 da noite. E você é alérgica a frutos do mar. Quer morrer?

—  Ain, eu esuqeci - choraminguei - Eu quero o seu irmão - falei com voz de choro e meus olhos encheram de lágrimas, Oliver não podia me deixar.

—  Chega, eu vou ligar pra ele.

—  Não não - me recompus - A gente precisa descobrir o que ele tá fazendo.

—  Eu tô amando ser detetive, mas você tá morrendo de fome - colocou a mão na minha barriga - Mas minhas meninas estão com fome né - falou imitando uma voz de bebê e eu gargalhei - A mamãe tá rindo da madrinha, vamos chutem ela. - eu estava no quarto mês de gestação e os meus filhos ainda não tinham chutado, dado soco, se espreguiçado, nada do tipo. Tommy disse que era normal, ainda mais em uma gestação gemelar, ele disse que a qualquer momento eles dariam um sinal.

—  Eles não vão chutar pra você. Eles estão com fome e você não tá dando comida a eles.

—  Passa isso pro seu celular e vamos sair pra comer então. - revirou os olhos.

—  Não revira os olhos para mim, sou uma mulher grávida e exijo respeito - pisquei - Vou fazer o que falou.

—  Tá vou separar a chave do carro e minha bolsa - falou levantando da cama e saindo do quarto. Rapidamente passei o sistema de rastreamento para o meu celular, peguei minhas coisas e fui até Thea que me esperava na sala - Só me responde uma coisinha bem simples, assim, bem simples mesmo. Onde vende suco de beterraba com laranja? - franziu o cenho

—  Quem acredita sempre alcança. Vamos logo! - falei indo para a porta.

Depois de ficarmos meia hora rodando Starling atras de um suco de beterraba com laranja, encontramos um quiosque vegano aberto na praça da cidade. Para a nossa sorte, e bem contraditório, ao lado tinha um food truck japonês e depois de um suborno da Thea ele fez o Hot Filadélfia sem salmão. Comi feliz da vida e por um momento esqueci que estava rastreando o meu "namorido". Eu já tinha até pensado em desisti quando o meu celular começou a apitar dizendo que ele estava se movendo.

—  Que diabos de barulho é esse? - Thea perguntou esticando o pescoço para olhar meu celular

— Oliver estava indo em direção a Lamb Valley. - falei surpresa

—  Ele está indo pra Mansão?

—  É o bairro, mas não é o caminho, Thea. Ele tá indo pro outro lado de Lamb Valley. Será que ele foi encontrar com alguém? - mordi o lábio.

—  Só tem um jeito de a gente descobrir. - suspirou - Quer ir?

Olhei para o meu celular apreensiva e vi que Oliver tinha parado em um endereço que eu não conhecia.

O que eu faria agora?, pensei.

—  Ele parou Thea - mostrei o endereço a ela

—  Nunca ouvi falar desse lugar. - sorriu tensa - Não deve ser nada.

—  Vamos!

— Tô começando a achar uma péssima escolha. - encostou na mesa - Eu não devia ter tido essa ideia

—  Não vem? Ótimo! Eu sei dirigir!

—  Vai me largar aqui?

— Você é Thea Queen, consegue um táxi - apontei para o ponte de táxi.

—  Você é Felicity Smoak, a insuportável, consegue sempre o que quer - revirou os olhos e pisquei para ela sorrindo

—  Vamos, coisa chata! - estiquei as chaves do carro para ela e fui dando as coordenadas do endereço onde Oliver tinha parado. Vinte minutos depois chegamos na rua que o celular indicava. O bairro era um dos mais nobres de Starling City, as casas era o tipo de lugar que qualquer pessoa queria morar. A segurança dela era impecável e a beleza também - Ali o carro dele - apontei para o carro preto parado em frente a uma casa de dois andares branca com um aspecto bem moderna, vidros na frente que me fez lembrar da casa que Oliver me levou em Coast City. - O que ele tá fazendo aqui? - perguntei nervosa

— A casa é linda! - Thea disse olhando em volta. - Só tem o carro dele aqui, acho que meu irmão tá sozinho.

—  Ele por ter ido buscar... Não, ele não parou em nenhum lugar. - lembrei - Já sei! Ele ficou até tarde lá esperando alguém.

— Felicity, meu irmão nunca iria te trair! - falou com convicção

—  Vou entrar

—  Vou com você

— Não, fica aí

—  Não, eu vou

—  Thea - rosnei

—   Nossa, é assim que você vai falar com meus sobrinhos? Rosnando? Vou pegar a guarda dele. Que mamãe agressiva.

—  Cala a boca - falei revirando os olhos e saindo do carro - Se eu demorar mais de 10 min você vem atras 

—  Sim, Bond, Felicity Bond.

Dei uma risada, Thea fazer piada amenizava a tensão que tomava conta do meu corpo. Andei pelo caminho até a porta sentindo toda a tensão voltar, coloquei a mão na maçaneta da porta branca e percebi que estava aberta. Entrei na casa e me surpreendi com a beleza do lugar, tudo moderno, bem amplo, sem muitas paredes. Lugar ótimo pra se criar um filho, pensei. Olhei em todos os lugares da casa no primeiro andar e nenhum sinal de Oliver, então subi as escadas e fui olhando dentro dos quartos, tudo vazio. Até que um som no final do corredor me chamou a atenção, no último quarto a porta estava entreaberta e uma música misturada a voz de Oliver tomaram conta do local a medida que eu me aproximava. Oliver estava cantando Shake it off da Taylor Swift e imitando a voz fina dela. Seria cômico se eu não tivesse tão apreensiva. Avancei mais passos até a porta e fechei os olhos e empurrei a porta devagar. Fui abrindo os olhos aos poucos e a cena a minha frente fez meus olhos marejarem. Tinha como meu amor por aquele homem aumentar? Tinha. Porque meu peito queria explodir de tanto amor. Me senti uma idiota por pensar que Oliver estava me traindo, que Oliver iria me abandonar. Muito pelo contrário! Oliver estava em cima de uma escada desenhando nuvens no alto da parede azul bebe. Olhei o grande quarto, em cada canto da parede tinha um berço, na parede do lado esquerdo o azul era um pouco mais escuro e também tinha nuvens com móbiles de  aviões, na parede do lado direito - onde Oliver estava pintando - o tema era de balões fofos.

Oliver estava montando o quarto dos bebês, e pretendia passar a noite fazendo isso. E eu como uma tola achei que ele estava me traindo.

Sem que eu percebesse as lágrimas começaram a descer em meu rosto, solucei alto. E esse soluço chamou a atenção dele. Oliver me olhou assustado e veio correndo até mim.

  -  Felicity! O que você tá fazendo aqui, meu amor? - ele perguntou me abraçando e limpando as lágrimas em meu rosto - Porque está chorando? O que aconteceu? Você sente alguma dor?

—  Não - falei fraquinho o apertando contra mim - Me desculpa - pedi chorando mais ainda

—  O que foi, Felicity? Como você achou aqui?

— Oliver, amor, eu... - solucei

— Calma - ele se desgrudou de mim e colocou uma não em cada lado do meu rosto - Calma e me conta.

— O que é isso tudo, Oliver? Essa casa, esse quarto?

—  Você não gostou? - juntou os dois lábios em sinal de decepção - Eu sabia que você não queria morar na mansão, sabia que não queria se mudar pro meu apartamento e nem pra casa da sua avó. Então eu comprei essa casa. Não seria onde eu queira e nem onde você queria. Aquele apartamento é muito pequeno para gêmeos. Você não gostou?

— Meu amor, essa casa é perfeita - sorri e ele sorriu aliviado - Você comprou outra casa por minha causa?

—  Dessa vez foi por causa dos meus filhos, não posso? - sorriu - Quero que eles tenham onde correr. Quero que eles tenham um lugar parar construir histórias igual eu e Thea tivemos. Lá nos fundos tem uma árvore enorme, eu já planejo uma casa na árvore - sorriu em meio a pensamentos. Meus olhos marejaram novamente.

—  Como tem tanta certeza que é um casal?

—  Intuição de pai - falou se ajoelhando e colocando as duas mãos espalmadas na minha barriga - Eu quero que vocês tenham tudo que eu tive e muito mais - beijou a barriga por cima do vestido e já chorava igual um bebê - Eu sempre estarei aqui por vocês, vocês me mudaram. Vocês três. E eu sou o homem mais feliz por isso. - e então aconteceu, eu não esperava que fosse dessa tão cedo, os bebês chutaram, os dois juntos. Era como se eles aprovassem e concordassem com tudo que estava acontecendo, a surpresa da casa, a emoção de ver os quartos e a pequena declaração de Oliver. Chorei mais ainda. - Isso foi...?

— Sim, Oliver! Eles chutaram! Os dois juntos! Eles te responderam, meu amor! - olhei para ele sorrindo abobalhada. Oliver riu alto e se levantou selando nossos lábios. O beijo foi lento e cheio de amor.

— Wow, eu vim correndo achando que ir ver um barraco e dou de cara com essa coisa nojenta! - Thea falou nos assustando e nos separamos. - Q-u-e l-i-n-d-o! Mas são duas meninas! - falou entrando no cômodo e olhando cada detalhe

—  Você é tão inconveniente, irmãzinha! - Oliver forçou um sorriso

—  Haha, eu sei, também te amo, seu lindo! - falou sentando na poltrona de amamentação branca ainda no plástico bolha. Foi engraçado quando ela sentou o peso dela fez bolhas estourarem e fez barulho.  - Você não estava traindo ela afinal... Eu subi pronta pra te encher de porrada, Ollie

—  Traindo? - Oliver franziu o cenho e me olhou com interrogação

—  Desculpa, amor. - suspirei - Você estava tão estranho no telefone. Eu pensei milhões de coisas. Então eu vim atrás de você

—  Você me rastreou? - ele cruzou os braços no peito

—  Ideia da Thea!

—  Thea? - ele olhou para a irmã

— Ela tava chorando muito, eu precisava fazer alguma coisa - Thea falou em sua defesa

— Você chorou por isso? Amor, desculpa! - ele me puxou para um abraço - Eu não queria que fosse assim. Desculpa por te fazer pensar algo dessa maneira e te fazer sofrer por isso. Não foi a minha intenção...

—  Oliver, cada lágrima que derramei antes valeu a pena por ter tido essa surpresa. Eu que devo pedir desculpas por ter desconfiado de você. - sorri - Você me perdoa por isso?

—  Só se você me perdoar primeiro - sorriu de volta

—  Ain, isso é tão meloso que tá me dando diabetes - a Queen mais nova revirou os olhos se balançando da cadeira de amamentação

—  Você por, por favor, sair daí, Speedy?

— Não me chama assim

— Speedy

—   Para, Oliver

— Speedy, Speedy, Speedy

—  Para vocês dois - gritei e os dois se assustaram me olhando. E então eu senti aquele gosto de chocolate na minha boca, gosto esse que não cheguei a sentir e eu precisava - Thea! Esquecemos do pudim de chocolate

—  Aí meu Deus! Deixei em cima da mesa do quiosque - ela bateu na testa - Vou comprar outro. Dá tempo de vocês transarem rapidinho não da? - apontou pra nós dois - Na verdade essas crianças nem merecem nada, fiquei o dia com você e eles não chutaram pra mim. Aí eles ganham uma casa é um quarto legal e eles chutam. Isso é muito vacilo.

—  Tchau, maninha! - Oliver falou sem paciência porém rindo da bobeira de Thea. Ela deu língua pra ele e saiu do quarto.

  - Oliver sobre te rastrear eu...

—  Tá tudo bem, meu amor! Eu sei que exagerei um pouco no telefone, eu estava mal por esconder algo de você e não soube como reagir.

—  Mas você sabe que não precisava com comprar uma casa não é? Agora meu apartamento vai ficar vazio, o seu também.

—  O meu eu quero dar para Thea, ela merece um agrado. Ela pode ser desse jeito, mas é a melhor irmã do mundo! E olha que ela te apoiou contra mim - sorriu - Eu achava que ela já ia pedir, tá demorando até. E você pode vender o seu, alugar, faça o que quiser... Mas aqui agora é nosso lar. Pode decorar do jeito que quiser.

—  Oliver?

—  Sim

— Obrigada! Por tudo isso!Principalmente por nunca me deixar sozinha.

— Nunca! - e então ele me beijou e me ergueu no colo - Vamos inaugurar nosso quarto - falou indo para o quarto ao lado de onde estávamos. Lá não tinha nenhum cômodo, apenas uma enorme cama de casal com uns lençóis brancos protegendo o colchão ainda no plástico. - eu troquei esse lençol assim que cheguei, está limpo - falou enquanto me colocava na cama e subia em mim tomando cuidado com a minha barriga.

Fizemos amor ali, apenas à luz da lua tomando conta do ambiente. Eu não podia estar mais feliz.

Tomamos um banho e Oliver voltou a pintar a parede do quarto dos bebês e eu me sentei na poltrona onde Thea estava. Ele disse que montou os armários sozinho, os berços foram obra de John e Roy, enquanto Tommy e Curtis pintaram as paredes de azul. - tadinho do Curtis no meio desses homens que só falam besteira quando se juntam - Eu precisava agradecer a cada um deles. Eu escolhi os padrinhos perfeitos.

—  E o tema, quem escolheu? - perguntei olhando o detalhe dos aviões na parede

—  Você!

—  Eu?

—  Não lembra? - ele perguntou e eu balancei a cabeça em negativa - Estávamos escolhendo os nomes e você disse que adoraria fazer uma festa de um aninho com esses temas. Já que você salvou até foto, e olha que nem sabemos o sexo ainda, eu achei que você ia gostar.

—  Gostar não... Eu amei! - sorri me levantando - Eu quero te ajudar. - falei pegando um pincel e contornando o desenho que já estava feito de lápis na parede. Ficamos assim por umas meia hora até que Thea chegou.

—  Qual os nomes? - Oliver me olhou - Quero escrever o nome deles na parede.

— Melissa - Thea falou sorrindo - Melissa Megan Queen e Henry Scott Queen - olhei para Oliver sorrindo e ele assentiu

— Eu amei, Thea! – falei

—  Eu não acredito que vocês gostaram! - Thea gritou batendo palmas

—  Porque Henry? - perguntei

— Significa príncipe do lar e Melissa por mais que carregue a simbologia da abelha, representa a alma e a sabedoria.

—  Olha... Ela fez o dever de casa - falei abraçando ela.

— Pode se gabar dizendo que escolheu os nomes - Oliver disse indo para a parede com aviões para escrever "Henry".

— Claro que vou me gabar. - sorriu orgulhosa de si mesma. - Maninho, sabe que eu te amo né?

—  O que você quer? - ele perguntou

— Seu apartamento

—  Tava demorando - revirou os olhos

— Mas e se forem duas meninas...? – Thea começou a discussão, Oliver nem ligou. Para ele era um casal e ponto.

Os irmãos Queen estavam discutido quando o celular de Oliver começou a tocar insistente. Ele atendeu pensando ser alguma emergência, já que era mais de meia noite. Ele desligou o telefone sorridente dizendo que Helena estava em trabalho de parto. Theo estava a caminho!

(...)

1 mês depois

Mais um mês se passou, e esse foi bem corrido. Escolha de móveis,  tinta, decoração... Oliver queria tudo novo e eu queria levar grande parte da minha casa, ele já havia comprado uma casa nova, não havia necessidade de comprar tudo novo. Então chegamos no acordo de que os móveis de sala e cozinha seria comprado tudo novo – inclusive do quarto de hóspedes – e o nosso quarto seria usado o que já tínhamos. Eu amava a minha cama king size e não queria me livrar dela!

Depois que essas crianças começaram a mexer, eles faziam amostra grátis de UFC na minha barriga. O bebê da direita ganhava, porque o da esquerda sempre parava de chutar primeiro. Se tivesse um menino aqui, com certeza era o bebê da direita!

Hoje era o grande dia! O dia que eu esperei por todos esses meses. Eu iria saber o sexo dos meus bebês!

— Acorda, Oliver! – cutuquei o braço dele para que ele acordasse.

— Hmmm? – ronronou e virou para o outro lado. Bufei e continuei cutucando ele.  Me deixe dormir mais um pouco.

—  Não, já fiz até o café... Levanta! – ele nem se mexeu – Agora! – gritei

Ele deu um salto da cama que me fez gargalhar.

— Onde é o incêndio? – perguntou coçando os olhos

— Você não ta ansioso pra hoje?

— Vou descobrir o que eu já sei, amor – ele sorriu convencido e veio me dar um beijo –  Bom dia!

— Bom dia!

Fizemos nossa higiene e tomamos café da manhã apressados – corrigindo: Eu tomei café apressada, Oliver estava calmo e convicto de que sua intuição estava certa.

Chegamos na clinica atrasados porque Oliver ficou de graça e eu me enfureci.

— Achei que não vinham mais. – Tommy falou quando entramos na sala

— Tem como trocar o pai dos bebês? – indaguei e eles riram – Não? Então ta!

— O que você fez, Oliver?

— Ele ficou parando em todos os sinas, ele parou o carro pra ajudar uma senhora a atravessar a rua com as compras dela.

— Ele foi prestativo, isso é uma ação bonita, Felicity – Tommy disse rindo

— Vão a merda vocês dois.

— Eu não sei que bicho a mordeu hoje – Oliver falou rindo e eu ignorei

— Vou me trocar. – fui em direção ao banheiro. E deixei Tommy se queixando que Theo não o deixava transar, e que Oliver ia sofrer disso em dobro. Em menos de dez minutos eu já estava deitada na maca com o gel na minha barriga. Quando o som dos corações dos meus bebês tomaram conta da sala, meus olhos marejaram. Não adianta, em toda consulta era a mesma coisa. Olhei para Oliver e ele sorria abobalhado.

— E então, Tommy? – perguntei cheia de expectativa

— Preparados? – ele fez suspense e eu quis tacar algo nele, assenti – São duas meninas. – ele riu – Se fudeu, Oliver!

— O que? – levei as mãos na boca

Olhei para Oliver que estava de cara feia para Tommy.

— Mentira babaca! Eu sei ver uma ultrason. – Oliver falou como se fosse a coisa mais óbvia do planeta. Como se todo mundo soubesse ver uma ultrason. Eu não sabia!

— Não deixa nem eu brincar – Tommy revirou os olhos

— Eu to sobrando nessa conversa – falei apontando pra mim

— Eu estava certo, amor! Melissa e Henry. – ele falou vindo beijar meus lábios. A essa altura eu já estava chorando compulsivamente. Oliver estava certo afinal. Mas eu precisava saber quem me chutava descontroladamente.

— Quem é quem? – perguntei limpando as lágrimas

— Melissa é a da direita e Henry é a da esquerda. – Tommy falou apontando para o monitor

— Ela é terrível!

— Porque? – Oliver perguntou rindo. A menininha do papai afinal, desde o inicio ele disse que tinha uma menina aqui dentro. E não é que ele estava certo?

— Ela é a mais agitada, uma amostra grátis de UFC aqui. E ela sempre ganha.

— Ou ele a deixa ganhar – Tommy piscou. – Theo já tem uma namorada

— O inferno que tem! – Oliver rosnou

— Cara, lembra as coisas que você fazia com a filha dos outros? – Tommy gargalhou – Vão fazer com a sua!

— O inferno que vai! – dessa vez foi a minha vez de rosnar e os dois riram.

Quando saímos do consultório, Oliver me deixou no asilo para contar a vovó sobre os bebês e foi para a clínica. Ele disse que mandaria John me buscar. Desde o acidente ele tem levado muito a sério isso de não me deixar sozinha. Já que eu não podia ir trabalhar, só tinha uma coisa que me passava na cabeça para matar o tempo.

— Vovó, vamos as compras? – falei me levantando de sua cama

— Ah querida! Eu achava que você nunca ia me chamar! – bateu palmas e se enfiou no banheiro.

Vovó era uma versão mais velha de Thea, pensei.

Passamos a tarde fazendo compras, roupinhas rosas, azuis, amarelas, verdes, lilás, um verdadeiro arco Iris de roupas. Fui até a lojinha de bebês onde Thea comprou o body escrito Queen rosa e tratei de comprar um azul.

— Você está feliz não é? – Vovó perguntou enquanto empurrávamos o carrinho cheio de compras para o caixa.

— Sim, muito! – sorri – Queria que mamãe e papai estivessem aqui para dividir essa alegria comigo.

— Eles tão querida. Acredite – ele acariciou meu braço - Você não sabe o quanto isso me deixa feliz também.

— Porque a senhora também não da o próximo passo vovó? Você ta enrolando muito.

— Olha aquele carrinho, quanto deve ser? – ela desconversou apontando para um carrinho de bebê no alto da estante. Segui seu dedo e me apaixonei, eu queria ele.

(...)

— Oliver! – gritei da porta do apartamento, o carrinho não passava lá. – Oliver vem me ajudar! – gritei

— Mas o que? – ele apareceu correndo com a toalha na cintura e apontou para o carrinho de bebê cheio de sacolas - Que isso! Assaltou a loja? Vamos ter quantos filhos pra enfiar nesse carrinho?

— É Bugaboo, uma das melhores marcas de carrinho de bebê.

— Mas que não passa na nossa porta – cruzou os braços.

— Vai me ajudar ou vai me julgar? – fiz bico

— Tenta passar ele de lado. – girei o carrinho de lado e fizemos força, mas não entrava.

— Não passa, Oliver – cruzei os braços – Eu não quero trocar de carrinho

— Espera, ele deve fechar – Oliver se agachou e começou a procurar um meio de fechar o carrinho – Ai merda! Prendi meu dedo – ele resmungou e levou o dedo na boca. Oliver estava estressado.

— Ta tudo bem? - passei por cima de carrinho derrubando a sacola de roupas no chão

— Você comprou fantasias? – ele perguntou pegando a roupinha de marinheiro do chão

— Bebês Village People, amor! – sorri animada

— Pra que isso tudo? Eles não vão usar nem metade dessas coisas. E esse carrinho que nem passa pela porta.

— Oliver, se não tiver gostando a porta é logo ali – falei séria apontando para a porta.

— Sério? Vai fazer isso mesmo? – ele alterou a voz – Eu odeio quando você vem com essa de “Pode ir embora, Oliver, não contava com você mesmo” – fez uma imitação ridícula da minha voz

— Posso saber o motivo desse mau humor?

— Você deu a volta no John, saiu sozinha, não levou o celular, você tem noção de como eu fiquei? Ai você aparece aqui sorridente e cheia de coisa enquanto eu nem conseguia atender ninguém direito porque estava desesperado achando que poderia ter acontecido algo com você. –ele soltou de uma vez só. E então me toquei que meu celular estava em casa.

— Desculpa, desculpa mesmo! – falei indo até ele e peguei sua mão – Eu não fiz por mal, chamei vovó para as compras e nos empolgamos com tudo. – beijei seu dedo machucado – Desculpe!

— Vem aqui – ele me puxou para um abraço – Eu fico louco só de pensar em algo acontecendo com vocês novamente.

— Eu sei, - beijei seu pescoço – Desculpe.

Pesquisei na internet e então conseguimos fechar o carrinho, Oliver disse que iria trocar no dia seguinte por um que passasse na porta, ele ficou com medo de que não passasse na porta da casa nova também e não dava pra ficar abrindo e fechando toda hora. Meu coração doeu por ter que me desfazer daquele carrinho.

— Você demorou – falei já deitada na cama de camisola em cima do meu travesseiro minhoca quando Oliver entrava no quarto com a sacola do meu lanche

— Não tem muitos lugares abertos a 2 horas da manhã, amor – ele me deu a sacola de frango empanado e Milk Shake do Big Belly.

— Você é O Paizão – falei comendo o frango

— Eu sei – sorriu e se jogou na cama ao meu lado – Me da um?

— Não, porque não comprou pra você? – segurei o pacote contra o peito para que ele não pegasse

— Vai ficar mamãe gorda assim.

— Uma mamãe gorda feliz – sorri e estiquei o pacote para ele que negou – Bom que sobra.

— Você já contou os outros sobre os bebês? – perguntou

— Ainda não, amanhã eu conto – coloquei o pacote de lado e subi nele – Vamos aproveitar só nos dois agora. – comecei a beijá-lo

— Amor – ele falou entre o beijo – Tem frango no seu cabelo

— Tira, tira – passei a mão nos meus fios e tirei. Ele riu – Sabe... Nesse período da gravidez a gestante tem variação de humor e os parceiros devem ser bem compreensivos – falei beijando seu pescoço

— Ta tentando me seduzir? – apertou minha bunda

— Entenda como quiser – enfiei a mão por dentro da blusa dele e arranhei o abdômen

— Hm, eu gosto – ele riu com malicia e me virou ficando por cima de mim. Mas ele colocou o joelho no travesseiro minhoca que fez ele se desequilibrar para o lado – Já chega Felicity, ou eu ou ele! – se levantou e pegou o grande travesseiro

— Me deixa pensar... – falei rindo e ele levantou uma sobrancelha. Oliver não me deixou responder, abriu a janela do quarto e tacou o travesseiro pra rua – Hey! Era da Layla!

— Acredite, o John odeia isso também – voltou para a cama e tirou meu lanche de cima dela – Fiz um favor pra ele. – deitou e me puxou para deitar no seu peito

— Bem melhor que o travesseiro.

— Eu sei – ele riu

— Eu te amo – falei fechando os olhos

— Eu também te amo – colocou a mão na minha barriga e os bebês mexeram – Amo vocês também.


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Notas finais do capítulo

Henry em homenagem a Reign, porque sou apaixonada pela série e o Nick Slater é lindo demais. Scott saiu quando eu estava escrevendo rsrs Melissa porque eu sou apaixonada por esse nome e sempre digo que quando eu tiver uma filha, terá esse nome. Megan porque pediram nos comentários.

A fic está com poucos comentários, postarei o próximo quando esse cap tiver com máximo 15, ok?

To muuuuuito feliz que consegui postar hoje o/

No próximo capitulo vou dizer quantos caps faltam para o fim.

Espero que tenham gostado.

Comenteeeeeem muito!!!

O link dos quartos abriu gente?