Dishonored: The tyvian with the mark escrita por Rafisk


Capítulo 1
O destino do uivante e a marca


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo dessa fanfic, apenas para quem estiver curioso, se passa após os acontecimentos do Dishonored 2.



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O sangue jorrava do pescoço do pobre coitado, escorria pela mesa de pedra, pingava no chão e do mesmo percorria um canal até chegar em velas, todos assistiam o ritual sem nem piscar, com seus rostos cobertos pelo capuz de seus robes, o executor manteve a espada enfiada verticalmente no pescoço do rapaz, quando o sangue parou de fluir, ele removeu a espada ensanguentada e jogou-a na gigante fogueira que estava logo atrás, alguns componentes do sangue ficaram presos na espadas, já a água presente no sangue evaporava, deste sangue, nasceu o vazio.

Me contavam essa história desde minha infância, aquele tipo de coisa para afastar as crianças sobre qualquer coisa ligada ao Estranho ou ao vazio, de como coisas ligadas a rituais podem ser perigosas, que todo tipo de heresia deve ser evitada, mas a Abadia faz o mesmo que os hereges, execuções religiosas, se dizem protetores do povo, porém culpam-os de heresia e os matam com um tiro na cabeça, torçam o livro das Sete Estrituras e dele pingará sangue. Foda-se a honra.

E agora a Abadia ganhava ainda mais força, já que estava recebendo menos punição pelos seus atos, já que a imperatriz de Dunwall é uma jovem irresponsável e o duque de Serkonos um rico lunático que deixa a sua ilha mergulhado um conflito de cultos e gangues, ou seja, a Abadia estava crescendo no sul.

Já aqui em Tyvia, os Juízes (ou a Alta Corte), enfiaram suas cabeças na terra com medo da ascensão dos Carniceiros, depois que Mortimer Hat foi morto e sua gangue acabou, os Carniceiros roubaram e dominaram o Matadouro de Dunwall, é o principal ponto onde os piratas de baleeiros se concentravam, os Carniceiros não passam de baleeiros ilegais, que saqueiam navios de pesca e dominam porto a fim de roubar os resultados de pesca dos trabalhadores do mar, era questão de tempo até eles terem interesse em se expandir para cá.

Tyvia é a líder em caça de baleias, nossos oceanos são gigantescos e frios, perfeito para baleias, embora os mares durante metade do ano sem encontram congelados, devido a madrugada de meio ano, felizmente nossos navios são os mais avançados do mundo, navios gigantescos e majestosos que rasgam águas congeladas da mesma maneira que uma faca corta a manteiga.

O melhor negócio por aqui com certeza é a caça de baleias e a exportação de óleo bruto de baleia para Dunwall, os nobres daqui com certeza tem algum envolvimento com alguma dessas áreas, até suspeitamos que estejam se aliando com os Carniceiros, pois de um tempo pra cá essa “gangue” ganhou equipamento muito avançado, lâminas giratórias, navios corta-gelo, lança-chamas, fora todos os portos e abatedouros que eles tem posse agora.

Temos fama pelos nossos vinhos, as regiões frias, porém não tão extremas daqui, agradam os cultivadores de uvas, que produzem excelentes vinhos, porém os vinhos não são os únicos líquidos famosos por aqui, qualquer pessoa que goste um pouco de história e estou sobre os antigos imperadores, duques e tudo mais, você sempre chega em algum nobre que morreu de forma misteriosa, porém, é veneno, e aqui em Tyvia somos famosos pelos nossos venenos.

E agora chegamos ao começo de minha história, bem, neste momento estou parado em cima de um moinho de vento no Distrito da Poeira, que já teve a exploração das minas diminuídas e que agora o duque Luca Abele começou a desenterrar o distrito da poeira depois de toda merda que fez, bem, estou de olho no Crone’s Hand Saloon, o bar e base de Paolo e seus Uivantes, digamos que eles possuem algo que me pertence de certa forma.

Então eu saltei do moinho de vento para um prédio abandonado que fica ao lado do bar de Paolo, me esgueirei até uma janela aberta no segundo andar do prédio, espiei por ela e consegui ver dois uivantes conversando:

— Você sabe se o Paolo já voltou da reunião com o duque?
— Eu vi ele por essa manhã passando pelo bar, indo em direção ao apartamento dele, ele pediu pra que ninguém pertube-o.
— Precisava conversar com ele sobre uma carta de Dunwall que fora enviada para ele.
— Bem, acho que agora você terá que esperar ele sair daquele maldito quarto.

            Passei reto pela janela, esgueirando pelas saliências do prédio, espiando cada janela, até que me esbarrei com um andaime de madeira, subi nele, haviam latas de tinta, olhando através de janela eu vi uma espécie de quarto, só podia ser o quarto de Paolo, silenciosamente eu entrei, dando de cara com uma cama, escrivaninha e um grande baú, haviam duas portas, uma que provavelmente daria fora do quarto e uma outra que dava em outro cômodo, fui na segunda opção, aparentemente era algo que havia sido um banheiro alguma vez, mas agora era um santuário do Estranho, Paolo estava logo na frente do santuário, me aproximei pelas costas dele com minha lâmina em mãos, quando Paolo virou-se ao perceber minha presença, já era tarde de mais, minha espada havia atravessado suas costas e ele estava condenado a morte:

— Tolo! V-Você sabe que eu renascerei e irei atrás de você — disse Paolo, em um terrível sofrimento para tentar falar.
— Você não irá para lugar nenhum além de uma cova sem isso — falei enquanto mostrei a “mão amuleto” que ele deixava presa em sua cintura. — Peguei antes de te esfaquiar, você abusou tanto dos artefatos do Estranho, que tenho certeza que ele irá lhe dar um pouco de “reconhecimento” no Vazio;
— M-Mas por quê? P-Porque você fez isso? Agora Liam Byrne vai destruir Serkonos.
— Você profanou a mão de minha vó por muito tempo, maldito, mas não se preocupe Liam Byrne e você vão dividir o mesmo destino.
— V-VOCÊ É NETO DA BRUXA?! GRANNY RAGS? M-Mas como isso é possí... — Paolo finalmente havia perdido forças para falar, seus olhos começaram a escurecer, sua energia vital estava sendo puxada para o vazio.

            Retirei minha lâmina das costas dele, logo após, prendi a mão de Vera Moray em minha cintura, meu objetivo estava completo, agora eu deixava o corpo de Paolo para os ratos.

            Horas se passaram desde que completei meu objetivo no bar de Paolo, agora eu estava em uma estalagem que havia sido aberta no Distrito da Batista logo que o duque começou a salvar o distrito dos problemas da mineração, tirei meus sapatos e me deitei na cama, com a mão de minha vó ao lado da cama.

            Quando finalmente dormi, eu senti uma coisa estranha em meus pés, levantei o cobertor e a mão de minha vó estava puxando meu pé, como se tivesse vida própria, comecei a ser puxado até o pé da cama, até que a mão conseguiu me fazer cair de vez, porém antes de encostar no chão, esse mesmo se abriu, como se fosse uma fenda, sim, eu fui puxado para o Vazio.

            Eu estava caindo muito rápido, eu podia ver pedaços de terra flutuantes, como se fossem ilhas aladas, cada uma representante algo do nosso mundo, com “esculturas” e até mesmo o que julgo serem pessoas, porém apenas “sósias” de representação, estar no Vazio era como estar no meio do azul do céu, a única cor que havia em todas as direções era apenas uma espécie de branco e azul, de repente eu havia parado de cair, a mão de minha vó me segurava, naquele mundo ela simplesmente flutuava, me segurava com facilidade, me levou até uma das várias “ilhas” que haviam naquela imensidão, a mão me soltou na ilha, eu cai sobre o meu ombro direito, mas não senti nada, simplesmente levantei como se nunca tivesse acontecido nada, a mão subiu pela minha perna e foi até o bolso do longo casaco que eu usava. Tenho de recordação desde sempre esse casaco, tem detalhes que lembram a aristocracia, porém é longo e aberto na parte de baixo, seu comprimento atinge as canelas, como se fosse o traje do capitão de um navio, sua cor é cinza, possui um capuz e sempre uso um cinto na cintura para manter a parte de cima justa e a de baixo solta, deixo também uma bainha presa neste cinto, em sua parte de trás, onde posso deixar minha lâmina guardada na horizontal, ao invés de deixar a bainha na vertical presa nas costas como muitos gangsters em Dunwall fazem.

            A mão de Vera Moray entrou no bolso desse meu casaco, era assustador, quando eu ia tentar tirar ela de meu bolso, uma fumaça preta surgiu na minha frente, logo após, um jovem de cabelo curto e escuro, sua pele era pálida e seus olhos negros, ele flutuava próximo ao chão, atrás dele havia como se fosse uma “tinta preta” flutuando, ou alguma poeira escura, essa figura parecia emitir essas “coisas”, além disso havia uma espécie de “iluminação roxa” oscilando em sua pele.

— Jacob Moray, quem diria que você viria parar aqui?

— Eu normalmente estaria impressionado se alguém como você não soubessse disto, Estranho.

— Sua avó falou de mim? Espero que tenha falado bem, foi difícil decidir poupar ela daquela expedição.

— Desembuche, o que quer comigo aqui?

— Como se você não soubesse, meu caro Moray, há anos sua avó se aventurou com uma expedição para fora do reino das quatro ilhas, ela foi a única sobrevivente daquela “tragédia”, eu ofereci um “presente” para ela.

— Que custou toda a sanidade dela.

— Ora Moray, antes louca do que morta, não é mesmo? Se loucura fosse pior que a morte, você então estaria em uma péssima situação.

— O quê. Você. Quer?

— Serei sincero, ao tentar ver o seu futuro, uma coisa estranha me acontece, sinto uma presença estranha em minha cabeça, sim, uma quase que quase nunca presenciei, uma dúvida, me perguntava o que aconteceria se eu lhe desse um dom.

— É por isso que estou aqui? Ganhar seus “dons”?

— Um dom que é concedido a poucos que me trazem dúvida, a maioria de vocês, mortais, são prevísiveis, iriam usar os dons para levarem vantagem para suas vidas, há anos atrás falei com um rapaz, que com meus poderes veio a se tornar um caça-recompensas, nada que eu não esperasse, seus poderes fizeram seus alvos serem cada vez maiores, até chegar na antiga imperatriz de Dunwall, então algo que eu não previa aconteceu, após o assassinato dessa imperatriz, o coitado perdeu sua frieza, seu coração de pedra ganhou uma rachadura, todos os poderes que eu havia dado a ele, era para descobrir sobre o que aconteceria após os seus assassinatos.

— De certa forma você se torna culpado por tudo que ele fez, todos que matou.

— Você está muito enganado, meus poderes não fizeram nada, quem faz algo são os portadores de minha marca, vocês são livres para usarem como quiser, mas tudo tem um preço e o Vazio no fim das contas sempre cobra esse preço. Então Jacob, você aceita a dádiva do Vazio? — Perguntou o jovem de olhos pretos, estendendo-me sua mão.

— Eu não preciso de “bruxaria” e você sabe disso.

— Eu nunca disse que você precisava, Moray.

            Então eu suspirei e roubei dois segundos do tempo para ficar em silêncio e pensar, era tentador e assustador ao mesmo tempo, mas, segundo o Estranho, o preço depende do jeito que usamos a marca, então que risco eu corro?

— Certo, eu aceito — Estendi minha mão e apertei a do Estranho, sua mão era completamente fria, porém logo após apertar sua mão, algo começou a queimar no verso de minha mão esquerda, olhei para ela e via uma marca surgindo, a dor era como a de segurar gelo por muito tempo, essa dor passava dão mão para o braço e corria o corpo inteiro, até alcançar a espinha e causa um gigantesco arrepio, logo após a sensação foi de leveza, como se uma brisa corresse por mim.

— Muito bem, Jacob, tenho um outro presente para você, verifique seus bolsos.

            Então eu o fiz, coloquei as minhas mãos nos bolsos e encontrei aquela mão, retirei-a e dei uma analisada, ela tinha espécies de amuletos de ossos costurados nela, uma espécie de vidro de relógio bem no centro do verso da mão, e um fio costurado pela mão que dava para segurar.

— Chamemos isso de “A Mão”, ela irá te ajudar a encontrar alguns amuletos do Vazio em seu mundo, digamos que alguns de vocês fazem amuletos de ossos de baleias que adquirem encantamentos em rituais, trazendo uma benção ou maldição ao seu dono, também há as runas do Vazio, ossos de baleias que são entalhados com minhas inscrições e que em altares acabam ganhando magia, quem chega perto de tal objeto está condenado, menos aqueles que possuem a minha marca, que podem utilizar essas runas.

— Bem, eu agradeceria, mas é óbvio que isso tem algum preço, então é melhor um “foi um prazer”, Estranho.

— Até logo, Jacob.


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