One-shot - The Day We Met escrita por Nahy


Capítulo 2
Parte II




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Uma semana havia passado.

Isabella podia contar quantas vezes havia falado nesses dias, em sua maioria quando falava era para responder alguma pergunta de Edward, mesmo assim suas respostas não passavam der monossílabas.

Ela podia perceber que ele estava preocupado, mas ele estava deixando-a ter seu tempo de luto e ela agradecia por isso, embora soubesse o quanto era difícil para um vampiro ver sua companheira sofrendo sem poder fazer nada.

E isso é tipo... Ual, ela finalmente estava admitindo isso para si mesma. Ela é realmente a companheira de um vampiro, e isso não a fazia querer correr para cavar a própria cova.

Considerando que há alguns dias ela acharia isso um absurdo se alguém lhe dissesse isso. Bom, sem sombra de duvida é um avanço.

Edward tem estado mantendo-os na estrada desde que saíram da casa de Ruby. Ela não fazia ideia para onde ele estava levando-a a não ser sobre conhecer uma “amiga”, o que por algum motivo lhe causou um sentimento desagradável possessivo, embora ela estivesse com outros pensamentos na cabeça para deter-se a isso.

Por enquanto a... Perda de Ruby, depois de alguns dias, tem se tornado suportável. Ela sabia que não seria o mesmo se Edward não estivesse ao seu lado. Ela tem se mantido calma sobre o ocorrido, mas se não fosse por ele, ela provavelmente teria corrido direto para Georgina e arrancaria sua cabeça. Claro que ela morreria antes que isso se tornasse realidade, mas a fazia bem pensar que isso poderia ser possível.

— Para onde estamos indo afinal? – perguntou cansada de olhar para paisagem verde e sem graça.

— Estamos perto – Edward respondeu. Ela podia sentir o olhar dele sobre ela, embora não pudesse ver.

Ela suspirou e virou o corpo para olhá-lo. Ela ainda achava estranho o modo que eles poderiam dirigir sem olhar a estrada, mesmo que um acidente não pudesse mata-la.

— Quem é ela? – pergunta e ele franze o cenho antes de responder, como se não achasse certo falar e isso, bom, a irritou pra caramba.

— Seu nome é Aura. Ela é uma... Amiga – disse e ela estreitou os olhos. Ele estava escondendo algo. – Por que não tenta dormir por enquanto? Você não tem dormido muito ultimamente – isso porque Ruby continuava a aparecer em seus sonhos envolta em uma poça de sangue e isso definitivamente não é algo que ela quer voltar a ver.

Ela hesitou e ele pode perceber isso. Bella poderia não contar o que se passava em sua cabeça, mas ele parecia saber de algum modo.

— Eu vou estar aqui – ele pegou sua mão entrelaçando os dedos e sorriu. – Vou protegê-la onde quer que esteja então descanse, por favor.

Ela o olhou por alguns segundos e por fim sorriu antes de encostar a cabeça em seu ombro e fechar os olhos.

Planejava fingir dormir para ele não se preocupar, mas talvez por causa de todo estresse e noites mal dormidas durante os últimos dias, o sono a atingiu e depois de alguns minutos ela sentiu a inconsciência a dominar.

Essa foi a primeira vez durante toda semana que não teve pesadelos, nem mesmo sonhos, apenas a escuridão que parecia no momento ser tão bem vinda e sentia apenas uma leve pressão sobre sua mão. Mesmo inconsciente ela podia sentir a presença dele.

E como lhe prometeu, ele ficou ao seu lado e a protegeu.

 

Isabella sentia algo tocando seu ombro e uma leve caricia em seu cabelo.

Talvez ela estivesse sonhando afinal, não sabia onde estava, mas se sentia tão confortável e em paz como em nenhum outro momento antes que não queria sair por nada nesse mundo daquele paraíso.

Infelizmente a realidade a bateu.

— Bella? – ela conhecia aquela voz de algum lugar. Levou apenas alguns segundos para ela se lembrar de tudo e abrir os olhos.

Ela percebeu que Edward havia parado o carro e agora ela se encontrava meio deitada meio sentada sobre o banco, sua cabeça descansava no colo de Edward e ele acariciava seu cabelo com uma mão enquanto a outra se encontrava no topo do seu braço.

Ah como ela queria não sair daquele lugar.

— Onde estamos? – perguntou levantando o corpo. Sua voz rouca característica de quem acabou de acordar.

— Nós chegamos – ele respondeu com um sorriso contido e ela arqueou uma sobrancelha olhando em volta.

Não havia nada além de um abundancia verde e marrom.

— Por que estamos em uma floresta? – olhou-o de volta e percebeu que ele continuava com o mesmo sorriso de antes. – O que?

Ele balançou a cabeça e se inclinou em sua direção, tirando uma mecha de frente dos seus olhos.

— Seu cabelo – ela olhou para o retrovisor e percebeu como os fios estavam extremamente fora do lugar apontando para todos os lados. – Nós precisamos encontrá-la antes, ela não é uma pessoa muito... Sociável.

Isabella parou de empurrar os fios de volta ao seu lugar e ergueu as sobrancelhas.

— Quem é essa pessoa afinal? – perguntou desconfiada.

— Acho melhor você vê-la. Provavelmente não vai acreditar em mim se eu disser.

Ela suspira e rola os olhos antes de abrir a porta e sair.

— Então – diz quando Edward para ao seu lado. – Para onde vamos?

Seus lábios se curvam e sem lhe dizer nenhuma palavra ele a pega nos braços e passa a caminhar em direção as arvores.

— Me permite conduzi-la senhorita?

Ela revira os olhos e sorri antes que ele passe a correr com ela em seus braços.

Edward parou depois de alguns segundo se olha ao redor confuso. Isabella franze o cenho e está prestes a perguntar o que houve quando o corpo dele congela.

— Edward, o que... – as palavras morrem quando de repente ela se sente fraca e seus joelhos fraquejam.

Ela está arfando sem mesmo estar cansada. Olha ao redor tentando descobrir o que está acontecendo quando chamas aparecem ao redor dos dois, formando um circulo.

— Que merd... – ela arfa e seus olhos se focam em uma figura não muito longe. – Quem é você?

A pessoa, seja lá quem quer que fosse, se aproxima e o desespero dentro de Isabella começa a crescer.

— O que vocês... – era uma voz baixa e rouca. Ela para e as chamas ao redor deles somem. – Edward?

Em menos de um segundo Edward volta se mexer e ele imediatamente apoia Bella.

— Aura, você poderia fazer o favor de tirar isso?

Isabella escuta-a bufar e logo em seguida sente a força voltar para ela. Então pode ver a velha que havia acabado com suas forças e que a observava com interesse.

— Você poderia ter nos matado! – Isabella praticamente grita e Aura revira os olhos.

— Não vá tão longe – diz e Isabella cruza os braços irritada. A velha a observa por alguns segundos e balança a cabeça. – Você realmente mudou. – Isabella franze o cenho, mas antes que pudesse perguntar algo Aura a interrompeu. – Vamos, meu chá está quase pronto.

Aura vira-se e começa a andar sem esperar uma resposta. Isabella não conseguia acreditar na loucura que estava acontecendo.

— Você nos trouxe a uma louca? – questiona a Edward quando começam a seguir a velha maluca e ele sorriu.

— Ela me ajudou muito e é uma ótima amiga, só um pouco... Excêntrica.

— Ela é uma velha gagá, isso sim – murmurou torcendo os lábios em desgosto.

— Eu ouvi isso! – Aura falou alto sem se virar para trás e Isabella sorriu de lado.

— Que bom.

Cerca de 5 minutos depois eles avistaram uma velha cabana de madeira caindo aos pedaços.

Isabella fez uma careta ao ver o local. Ela iria entrar mesmo ali?

Mas foi só ver a velha louca entrando na casa que teve sua certeza. Sim, ela realmente iria.

Diferente de fora, por dentro a cabana parecia um local totalmente novo e sofisticado, a madeira polida cobria do teto ao piso. O queixo de Isabella foi ao chão diante da cena, havia um lindo sofá cinza na sala e uma moderna cozinha ficava logo atrás, ela não pode acreditar no que via, aquilo era uma TV de plasma! Uma enorme TV plasma e na cozinha havia até um micro-ondas.

Como uma coisa caindo aos pedaços pode ser assim por dentro?

E mais importante: como esse lugar tinha energia?

Ual... Isabella nunca foi de se impressionar muito, mas esse lugar é realmente algo.

— Impressionante não? – Edward perguntou com os lábios curvados enquanto observava suas reações e ela tratou logo de se recompor.

— É... Bonitinho – disse tentando soar indiferente e ele soltou um riso sarcástico.

— Sei.

Ela revirou os olhos e observou Aura ir em direção ao fogão – que surpreendentemente era a gás – e ela tirou uma chaleira do mesmo.

— É um feitiço de esconderijo – Aura falou enquanto colocava chá em uma xícara. – Por fora é como uma cabana velha abandonada, mas por dentro é o que você vê.

Isabella prendeu o lábio entre os dentes, ela estava tão curiosa para saber, mas seu orgulho vinha em primeiro lugar e a impedia de perguntar.

Mas espera, ela disse...?

— Feitiço? – perguntou com os olhos aumentados.

— Sim querida – disse indo em direção ao sofá com a xicara em mãos. – Eu sou uma bruxa de Vanskley, assim como você.

Essa foi provavelmente à primeira vez que alguém colocou Isabella sem palavras.

Por um momento o sangue fugiu do seu cérebro e ela esqueceu como falar.

— O-O... Que? – Woah, eu acabei de gaguejar? Perguntou-se ainda tentando processar as informações, embora no momento isso fosse uma missão impossível. – Isso não é possível.

— Impossível – riu diante da palavra e a olhou nos olhos. – Isso é algo idiota. Impossível como?  Como o fato de você ser a companheira de um vampiro? – questionou levando a xicara aos lábios ressecos e Isabella se surpreendeu. Como ela sabia? – Ou como a certeza que nós, seres não-humanos, existimos?

Isabella abriu a boca para responder, mas não tinha argumentos contra isso. Pela primeira vez ela admitiu que alguém tinha razão.

— Impossível é algo que não existe para nós – acrescentou depositando a bebida em cima da mesinha e indicou o sofá para eles sentarem. – Podemos não acreditar, mas nada é impossível no nosso mundo. Assim como um dia eu fui uma fiel bruxa de Vankley... – ela suspirou e levantou os olhos para Isabella. – Você também um dia foi uma das três feiticeiras que nos ensinou tudo que sabemos e fizeram de nós o que éramos no passado – Isabella estava prestes a dizer o quão absurdo aquilo era quando Aura a interrompeu. – Deixe-me terminar.

Mesmo não querendo Isabella assentiu.

— Nem sempre o castelo Vankley existiu, nós viemos de um pequeno vilarejo, onde vivíamos felizes e em paz, caçávamos, mas não como hoje, não como Georgina ensinou – adicionou com os olhos em fenda, o ódio presente em sua voz. – Vivíamos escondidos e tudo ia bem até que um viajante nos encontrou e descobriu nossas “habilidades”. Ele escapou e contou a outros sobre o que viu. Não passou muito tempo para os humanos começarem a nos perseguir. – ela suspirou e balançou aa cabeça. – Um dia eles vieram dispostos a nos matar, mas não podíamos lutar contra humanos, isso era a nossa mais sagrada lei. Então os adultos ficaram para proteger-nos enquanto escapávamos. – Aura baixou a cabeça e não levantou mais os olhos, como se envergonhasse por isso. – Muitos morreram. Eu e a maioria dos outros não passávamos de crianças, não podíamos lutar. Então só nos restou nos escondemos até... – parou e olhou para Isabella. – Até vocês vierem nos buscar.

Isabella perdeu o folego, ela não podia acreditar. Então essa, essa é a verdade por trás de tudo?

— Você, Lilyan e Dinah conseguiram sobreviver e escaparam. Disse-nos que todos haviam morrido e que não podíamos voltar. Até hoje não sei porque eles não reviveram – Aura ficou em silencio por alguns segundos antes de continuar. – Mas tínhamos que seguir em frente, então horando a memoria de todos que se sacrificaram construímos ele, o castelo Vanskley. Você, Lilyan e Dinah eram as mais velhas de nós e nos ensinaram tudo sobre lutar e magia, não era como hoje, vivíamos ajudando umas as outras e éramos todas felizes até que ela chegou. Georgina.

“Ela dizia ser uma sobrevivente e nós a acolhemos e a tratamos como uma de nós, mas ela costumava se isolar não importa o que fizéssemos. Um dia ela chamou Lilyan para conversar e a matou... Eu não sei como ela conseguiu, mas fez isso com todas e quando renascemos ela selou  nossas memorias e virou a líder. Desde então fomos ensinadas do seu jeito e ela formou o Conselho. Não sabemos o motivo, mas nunca mais Lilyan nasceu. Tudo ia conforme o seu plano, mas Georgina não era tão poderosa como hoje e as nossas memorias começaram a voltar para algumas e um dia você lembrou de tudo, nos contou tudo e resolvemos lutar.”

“Mas nada foi como o planejado, nós lutamos... Entretendo, éramos facas demais em comparação a Georgina e ela conseguiu matar a todos... Em seus últimos momentos você me pediu para fugir e um dia acabar com a tirania de Georgina e então fiz, eu fugi... Não posso dizer que me orgulho disso, mas durante todo esse tempo estive treinando e me preparando para esse dia. O dia em que você voltaria.”

Isabella ficou em silencio durante todo o tempo e fechou os olhos meneando com a cabeça. Parecia inacreditável a ideia que um dia ela foi feliz e todo inferno que viveu naquele castelo foi por causa da ganancia de uma velha estupida. E caramba, ela estava tão irritada.

— Então é isso? – perguntou, a voz seca como um deserto, e Aura olhou-a confusa. – Essa é a verdade? Aquela maldita velha egoísta foi... Foi culpa dela todo esse sofrimento que passamos? Matar, morrer... Tudo não passou de uma porcaria de um plano?

Aura soltou o ar pesadamente e apertou a mão em punho. – Sim.

Isabella apertou os olhos e mordeu o lábio com força. Um gosto metálico forte invalido sua boca.

Merda! — disse querendo quebrar algo e olhou para Aura. – Então tire isso da minha cabeça! Eu quero minhas memorias!

Ela se irritou ainda mais quando Aura meneou com a cabeça.

— Não posso, talvez um dia as memorias possam começar a voltar. Mas a magia de Georgina está poderosa demais.

Isabella balançou a cabeça e se pôs em pé.

— Não posso acreditar nisso! – apontou, raiva nublando sua visão. – Você passou todo esse tempo aqui, escondida como um rato, e não sabe tirar a merda de um feitiço? – ela não conseguia controlar o que dizia e por isso não se arrependeu quando disse as próximas palavras. – Não deveria ter te mandado escapar se soubesse que você fosse ser tão inútil!

Ela percebeu a dor tomar conta do semblante de Aura e em outro momento ela poderia se culpar, mas não agora. Não quando acabou de descobrir que passou toda sua vida sendo uma maldita marionete.

Então, sem mais delongas, ela marchou até a porta em passos duros e saiu pela mesma.

Edward observou sua Bella sair e soltou o ar pesadamente antes de virar o olhar para sua velha amiga.

— Ela não quis dizer isso – disse e ela levantou os olhos doloridos para ele. – Saiba disso.

Aura soltou um sorriso fraco que ele retribuiu antes de levantar e sair em direção a porta.

Um sorriso surgiu em seu rosto ao ver a destruição que Bella deixou para trás e partiu na mesma direção que as arvores quebradas, embora pudesse segui-la sem isso.

Não andou muito até encontra-la sentada em cima de uma pedra com as pernas flexionadas e a cabeça jogada para frente com as mãos entre os cabelos.

— Ah cara – ele disse se sentando ao lado dela. – Isso me faz lembrar o passado.

— O que? – ela murmurou sem levantar a cabeça.

— Eu vim a esse mesmo lugar depois que Aura me deu uma surra quando nos conhecermos – disse inclinando o corpo para trás afim de olhar para o céu. – Foi humilhante.

Ela soltou um riso e levantou a cabeça para olhá-lo.

Você levou uma surra de uma velha? – ele deu de ombros e sorriu de lado.

— Você sabe, eu meio que estava paralisado.

Ela balançou a cabeça e prendeu o lábio entre os dentes, impedindo o sorriso.

— Deve ter sido humilhante.

Ele olhou-a e não demorou para ela soltar um riso. Ele não se importou, no entanto. Adorava vê-la sorrir.

— Ela é uma boa pessoa, você sabe – disse depois que ela se controlou e ela soltou um suspiro.

— Eu sei. Só estou um pouco... Confusa – ele sorriu e trouxe uma das pernas para o outro lado da pedra e passou o braço em volta da sua cintura, puxando-a para seus braços. Ela se acomodou no seu peito e fechou os olhos aproveitando o momento. – Tudo que eu vivi lá... Tudo que eu passei... – ela sentiu o corpo dele ficar rígido com o assunto e colocou uma mão em seu braço. – Todos esses anos não passando de um fantoche nas mãos daquela maluca. Eu queria muito bater nela.

Ele soltou um riso seco e sem humor.

— Acredite, eu também – sua voz ardia em raiva e ela sorriu. Se ele soubesse o que ela fez. Pensou, mas balançou a cabeça e mudou de assunto.

— Isso é meio sexy – disse abrindo os olhos e se afastando para olhar em seu rosto. – Seu lado mau. Acho isso muito sexy.

Os olhos dele aumentaram em surpresa, mas logo se recompôs e seus lábios se curvaram para cima.

— Mesmo? – perguntou e ela assentiu. – Só o meu lado mau? Estou me sentindo meio ofendido – brincou e olhou pensativo para cima. – Eu deveria começar a ser malvado perto de você?

— Talvez... – murmurou colocando a mão em seu peito firme e duro e se inclinou para mais perto. – Principalmente agora, eu queria que você fosse um menino muito mau.

— Muito mau?

— Hu-hum – Isabella, no entanto, parecia estar mais concentrada em tocar seus braços fortes.

Ela se inclinou para seu pescoço e depositou um beijo singelo sob os dois pequenos furos e ela sentiu seu corpo tremer.

— Bella... – sussurrou apertando sua cintura fina. – Posso ser malvado agora?

Ela murmurou alguma coisa indecifrável e ele não tomou tempo. Puxou seu rosto de encontro ao seu e colou seus lábios aos dela.

O beijo parecia uma coisa louca e desesperada. Ela jogou seus braços em volta do pescoço dele, puxando os cabelos da sua nuca com nenhum pouco de delicadeza. Ela estava agradecida que ele não pudesse sentir dor.

Então, sem nenhum aviso prévio, ele levantou seu corpo pequeno colocando-a no seu colo, não deixando qualquer espaço entre seus corpos.

As mãos dele desceram por suas costas, achando o fim da sua regata e infiltrando suas mãos embaixo da mesma. Ela tremeu sob seu toque frio, que parecia incendiar sua pela a medida que suas mãos subiam pela lateral do seu corpo até pararem logo abaixo dos seus seios.

Isabella não se importou com o contato intimo, ela mesma estava fazendo sua própria exploração quando desceu suas mãos por seu pescoço e tocou o inicio das suas costas por debaixo da camisa que ele vestia, sentindo seus músculos se contraírem com o contato.

Mas o ar estava começando a faltar e ela teve que se afastar antes que desmaiasse. Ela não teve tempo para se decepcionar, no entanto, pois logo os lábios dele desceram por seu pescoço e continuaram o seu caminho, e ela quis arrancar sua regata quando ele continuou, mas antes que eles fossem longe demais ele parou.

— Droga... – murmurou colando sua testa a dela, sua respiração ofegante como se houvesse acabado de correr uma maratona.

Ela teve que levar alguns segundos para processar suas palavras e estava prestes a perguntar o que aconteceu e porque, pelos céus, ele parou e exigir que voltasse ao que fazia quando ouviu passos.

— Se os dois já tiveram sua refeição, quero falar com vocês. – era Aura, ela estava parada há alguns metros e parecia que não ia sair dali.

— Eu estava no meio dela Aura – Edward disse se afastando e tirando suas mãos a contra gosto. – O que você quer?

Isabella estava chateada, ainda mais quando Edward a tirou do seu colo e a depositou ao seu lado. Ela ofereceu um olhar mortal à velha maluca e a mesma sorriu atrevendo-se a se aproximar.

— Acho que fomos descobertos – disse colocando um rosto serio. – Um dos meus contatos disse que muitas bruxas estão vindo para cá.

— O que? – Isabella arqueou uma sobrancelha. Contatos? – Você tem contatos?

Aura olhou-a por um longo momento antes responder.

— Não fui apenas eu que escapou naquele dia. – disse a surpreendendo. – Existem outras. Outras que estão dispostas a lutar. A questão é: você está?

Isabella não respondeu.

— Fujam, vocês dois. Não estamos indo hoje a luta, precisamos de mais tempo – disse antes de se virar para ir embora.

— Espere! – disse Isabella e Aura parou, mas não se virou para olhá-la. – Você disse que o nome da outra feiticeira que comandava era Dinah. Eu nunca conheci uma Dinah. – falou e esperou uma resposta, mas esta não veio. – O que aconteceu a ela?

Aura tomou uma respiração profunda e se virou para trás. Sua expressão não dizia nada, mas Isabella podia perceber o sentimento expresso em seus olhos, ela conhecia aquilo. Era ódio.

— Ela também escapou naquele dia – disse seca, as mãos apertadas em punhos. – Mas até hoje ela vive escapando, Dinah é apenas uma covarde.

Aura se virou e foi embora, deixando Isabella sem palavras.

— Vamos – disse Edward, colocando-se de pé. – Precisamos sair daqui.

Isabella assentiu e se deixou ser levada, mas no fundo, bem no fundo do seu coração sentia um incomodo persistente. Estava cansada.

Estava cansada de escapar.

***

— Então é aqui? – Isabella perguntou depois de horas de viagem de carro e Edward assentiu.

Ela achou o achou louco quando propôs isso a ela. Ela não tinha nenhuma lembrança da sua vida anterior. Como podia conhecer esse humano?

Mas então ele lhe disse o quanto o humano queria encontra-la e decidiu aceitar.

Agora ela estava achando que não foi uma boa ideia.

— Não se preocupe – disse Edward ao perceber sua hesitação e ofereceu sua mão. – Ele conhece você. Realmente conhece, então não se preocupe.

Ambos andaram pelos corredores dos hospitais sob a atenção de todos. Era por isso que Isabella não gostava muito de locais públicos, humanos costumavam se deslumbrar fácil demais e isso atraia a atenção.

Finalmente eles chegaram ao quarto do humano doente e Edward bateu levemente na porta. Um baixo “entre” foi ouvido e logo eles estavam dentro.

Ela ficou impressionada ao ver o homem velho deitado na maca respirando com a ajuda de aparelhos. Ele tinha os cabelos grisalhos e um bigode estranho, mas aqueles olhos... Aqueles olhos ela já havia visto em algum lugar.

— Olá Charlie – disse Edward e o homem velho prendeu seus olhos em Isabella, deixando um sorriso se espalhar por seu rosto.

— Não acredito que esse dia chegou – ele levantou a mão em sua direção e ela imediatamente a pegou.

Ela sentiu um calor que nunca antes havia sentido. Edward frequentemente a fazia se sentir assim, mas este era diferente. Apesar de não se lembrar dele e nunca ter o visto antes, esse homem a fazia se sentir como um animal pequeno protegido. Um sentimento estranho a tomou, ela queria se jogar em seus braços e chorar como um bebê, pois sabia, não, sentia que ele a faria se sentir melhor.

— Bella... – ele chorava, e ela não sabia como, mas lagrimas passaram a cair dos seus olhos. – Eu senti tanto a sua falta, minha amiga.

— Eu... E-Eu – ela lutava para falar, mas as lágrimas irritantes a impedia. Por que de repente ela se sentia tão fraca?

— Shiii não se preocupe – disse, usando a outra mão para limpar seu rosto. – Esperei tanto por esse dia. Lutei com todas as minhas forças para ser capaz de encontra-la novamente. – ele sorriu. – Posso ver que não se lembra de mim, mas não se preocupe. Sei que você sofreu, sei que lutou e estou feliz por vê-la aqui ao meu lado, apenas isso me basta.

Ela balançou a cabeça e colocou a outra mão em cima da sua.

— Me desculpe... E-Eu sinto tanto... – murmurava como um mantra e ele repetia sem parar.

— Tudo bem, tudo bem.

Então eles passaram a contar sobre suas vidas. Charlie contou tudo que ela queria saber e eles passaram horas falando, em algum tempo Charlie parou de falar, mas Isabella continuou falando sobre tudo, sua amiga, sobre Edward, sobre a velha Aura, ela falou tudo. Ela sentiu o aperto de Charlie diminuir e não ouviu mais sua respiração, mas não parou de falar. Porque se ela parasse, sentia como se fosse quebrar e a única coisa que a segurava era a mão flácida de Charlie sobre a sua.

— Bella... – Edward colocou uma mão em seu ombro. – Ele se foi querida.

Ela balançou a cabeça, as lágrimas continuaram a sair e ele a abraçou.

— Ele realizou o sonho dele, ele encontrou você. Todo esse tempo esteve a esperando. – ela deixou cair a mão de Charlie e se virou para os braços de Edward. – Está na hora de deixá-lo descansar.

Isabella nunca em sua vida chorou por um humano ou se importou com um, ela apenas tinha que salvá-los e isso bastava. Mas agora ela se sentia impotente.

E pela primeira vez, ela chorou por um humano.

 

Havia passado algumas horas depois da morte de Charlie quando Isabella falou pela primeira vez.

— Você sabe o que eu percebi? – perguntou a Edward que se encontrava deitado na mesma cama que ela em sua antiga casa, protegendo-a em seus braços.

— O que?

— Estamos sempre fugindo – murmurou apertando sua camisa. – Georgina está mantendo todos ao seu controle porque estamos assustados e ela fara de tudo para manter assim. Ela não irá descansar enquanto não me matar e mostrar aos outros o que acontece se alguém for contra ela. Ela está com medo.

— O que você quer fazer? – ela suspira e se inclina para trás a fim de olhar em seus olhos.

— Eu quero acabar com isso. Quero parar de me esconder. Quero lutar.

Ele solta um sorriso. – Então nada de ser mau por enquanto?

— Bom... – diz levando a mão para tocar seu rosto. – Acho que seu lado malvado pode aparecer. As vezes.

— As vezes? – pergunta erguendo uma sobrancelha. Um sorriso lento e atrevido surgindo em seus lábios. – Tipo, agora? – Ela soltou um riso e balança a cabeça fazendo-o suspirar. – Eu posso ser um cara paciente.

— Ainda estou de luto – diz e o abraça, encostando seu rosto em seu peito firme. – E segundo a cultura humana, seria meio errado fazer algo assim agora.

Ele sorri e coloca uma mão na base das suas costas.

— Ok, então o que fazemos agora? Já que meu lado mau tem que ser ignorado por algum tempo?

Ela solta o ar pesadamente.

— Precisamos encontrar Dinah – diz e levanto os olhos para ele. – E você vai precisar ser, tipo, muito mau mesmo para o que estou planejando.

— Bella... – ele arqueia uma sobrancelha e seus lábios se curvam. – Acho que você não percebeu.

— O que? – pergunta e ele inclina a cabeça para baixo, sussurrando perto do seu ouvido.

— Eu já sou um cara muito mau.

Ele se afasta de repente e por um momento ela perde a linha do raciocínio.

— É – diz, a respiração irregular e os pelos arrepiados. – Acho que você tem razão.

Bom, de uma coisa ela tinha certeza.

Manter o luto por Charlie iria ser uma tarefa muito difícil.

Essa iria ser, de longe, a mais difícil missão que ela já teve que enfrentar.


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Notas finais do capítulo

Finalmente termino de postar a prometida continuação rsrs
Então, o que acharam? Façam essa autora feliz e não deixem de deixar seus reviews ;)
Beijinhos gente e até uma próxima!



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