Brand New Start escrita por Ciel


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Estou meio que repostando a fic, pois tive algumas ideias depois da primeira postagem e vi que seria melhor reescrever e publicar novamente. Espero que gostem.



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Como é bom estar em casa, principalmente quando não se tem nada para fazer. Graças ao meu período no hospital, meus pais cuidaram de todos os detalhes da mudança e agora só me resta aproveitar o meu último final de semana “de folga”. É estranho pensar que a minha busca pela perfeição me deixaria tão longe dela, pior ainda pensar que aquilo quase me matou. No entanto isso agora é irrelevante, estou pronta para um novo começo, uma nova vida.

—Filha, você tem visita e é melhor se apressar, o rapaz parece ter vindo de longe para vê-la.

—É quem eu estou pensando que é?

—Rápido, não o deixe esperar.

Eu desci rapidamente as escadas e encontrei Lian, um dos meus melhores amigos. Ele não havia mudado muito desde a última vez que o vi, as únicas grandes mudanças que pude perceber foram que agora ele carregava ainda mais tatuagens em seu corpo. Ele realmente as adorava, todas eram em tons escuros e isso trazia um enorme contraste com a sua pele pálida. Seus cabelos negros eram compridos e estavam sempre presos. Lian estava vestido com uma camisa cinza(que provavelmente foi preta um dia) e jeans rasgados e carregava várias malas de viagem, além de uma mochila consigo. 

—Já não aguenta mais de saudades e veio morar comigo?

— Pois é, espero que não se importe em dormir no chão. – Ele respondeu com um sorriso no rosto. – O que acha de bancar a turista na cidade?

Eu olhei para minha mãe e antes que falasse algo ela disse:

—Claro que ela quer!

—Mãe!

Antes que eu pudesse questionar algo, ele segurou meu braço e me levou com ele.

— A senhora se importa se eu deixar...

—Eu cuido disso, não se preocupe. – Minha mãe falava enquanto organizava as coisas dele em um canto.

Sem escolha, eu segui com ele sem questionar muito.  Nós andamos um pouco e paramos em uma lanchonete.

—Graças a você eu não tive tempo de pegar um centavo, então... – Disse pra ele, levemente irritada.

—Já sei, eu pago. - Ele disse enquanto colocava as mãos ao alto como um fugitivo ao se render.

Não aguentei a cena comecei a rir, ele fez o mesmo. Nós pedimos dois lanches e, enquanto esperávamos a comida eu resolvi quebrar o silêncio.

— Então, você não deveria estar na Nova Zelândia, no Marrocos ou... Na Lua?

— E perder a oportunidade de encontrar certa garotinha mal humorada? – Ele me lançou um olhar desafiador.

—Obrigada por ter se preocupado. – Eu desviei o olhar, sabia que toda a situação havia sido grave.

— Vamos mudar de assunto. – Ele disse, colocando a mão no meu ombro. – O que espera da nova escola?

— Resolvi não criar muitas expectativas, só quero conhecer uma galera legal e ter bons professores.

Eu parei por alguns segundos, já formulando uma pequena lista de tudo que gostaria de encontrar nessa nova escola, mas fui interrompida pelo garçom que trazia os nossos pedidos. O resto da conversa foi tranquilo e saímos do restaurante. Como prometido por ele, seguimos pela cidade visitando pontos turísticos, lojas e tirando fotos. Foi um verdadeiro passeio de turista. O último lugar que visitamos foi um parque que fica próximo à minha casa.

—Esse lugar é legal, ótimo pra eu te mostrar uma coisa. – Disse ele enquanto se aproximava de algumas árvores.

—Drogas? Armas? Um corpo?- eu disse enquanto o olhava desconfiada. – A forma com que me tirou de casa foi bem parecida com um sequestro. Vou logo avisando que, apesar de não parecer, minha mãe estava atenta.

—Droga, você descobriu cedo demais. – Ele estava com um sorriso no rosto. – Senta logo, só preciso da sua opinião.

Ele sentou abaixo de uma árvore e tirou o celular e os fones de ouvido do bolso. Enquanto ele desenrolava os fones eu me sentei e espiei o celular. Havia uma playlist com o nome da banda Stars From Nightmare.

— Essa não é...

—A própria. – Lian respondeu, enquanto selecionava as músicas. – Estou com as músicas por um tempo, mas confesso que não tive a menor vontade de ouvir.

Apesar de seu desânimo, ele se aproximou de mim e começamos a escutar a música. O som não me agradava e eu parei de prestar atenção na música e foquei em escolher as palavras que diria ao meu amigo, já que, apesar de ter saído da banda durante a produção do disco, ele compôs uma parte das músicas.

— Está tudo bem se você disser que está uma porcaria, essa é a sua opinião.

— Eu não disse nada!

— O seu silêncio diz tudo.

— Você tem razão, não foi o melhor álbum que ouvi. – respondi totalmente vencida. – Mas você já esperava esse resultado, não é?

—Após ser chutado pra fora da banda?- Ele pergunta enquanto desliga o telefone e o guarda em seu bolso. – Eu esperava isso mesmo.

—Não chega a ser ruim, é apenas...

— Medíocre?

Toda aquela situação me deixava desconfortável. Além de possuir muito talento, sabia o quanto ele se esforçava para construir uma carreira na música. Pensei em mudar de assunto, mas o máximo que consegui foi lançar um:

—E o cara que ficou no seu lugar? – Excelente amiga, ao invés de melhorar, consegui piorar ainda mais a situação.

—Tem o talento e a personalidade de uma porta, eu soube que estava saindo com ela.

—Ela não estava com o guitarrista?

—Está. – Ele esboçou um leve sorriso. – O meu consolo é que isso não vai durar e ela vai acabar se arrastando atrás de algum idiota apaixonado que a obedeça cegamente, como costuma fazer.

—Falando nela, de onde essa coisa surgiu?

—Nossa, eu me esqueci de te avisar desse detalhe. Ela... - Lian para por um momento se levanta. – Esquece. Está tarde e eu tenho que te levar para casa.

Confesso ter achado estranho, mas ele rapidamente mudou de assunto e como toda aquela história ainda o abalava, resolvi não mexer mais na ferida. O resto do caminho foi tranquilo, chegamos a minha casa e ele seguiu seu caminho, mesmo com a insistência da minha mãe para que ele ficasse conosco.

A noite foi agradável, pedimos uma pizza, pois meu pai não estava em casa para cozinhar e minha mãe é péssima com isso. Após o jantar adormeci ao som da minha playlist favorita (que definitivamente não tinha nenhuma música da banda cujo nome não deve ser mencionado).

Ao amanhecer levantei-me rapidamente, me vesti com meus jeans e uma camiseta de banda e corri para o café da manhã. Após terminar, me despedi dos meus pais e fui até o ponto de ônibus. A minha pressa tinha uma justificativa: além do nervosismo habitual de um primeiro dia numa escola nova, eu precisava entregar alguns documentos que faltavam para a minha ficha de inscrição e isso me deixava aflita.

Os minutos que esperava até o ônibus chegar pareciam uma eternidade, eu repassava mentalmente cada documento que teria que entregar ,cada passo que daria, o que diria para as pessoas sem parecer chata... Ufa!

Meus pensamentos foram interrompidos com a chegada do veículo.  Enquanto ele andava, eu dei a última olhada para a janela do meu apartamento e continuei fazendo e refazendo a minha pequena lista mental. Assim que cheguei à parada olhei para o prédio da escola, respirei fundo e cruzei o portão.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, aguardo o feedback de vocês. ;)



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