Green is the color of Love escrita por winchestilinski


Capítulo 10
Capítulo 10 - The date




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Louisa's POV

Eu nunca valorizei a liberdade mas, Deus, eu estava infinitamente feliz por estar livre de novo. Assim que Katherine e Sam - o novo amigo de Steve, cujo codinome é falcão - me encontraram, eu sabia que poderia respirar aliviada mais uma vez e, o melhor de tudo, sabia que estava a salvo.

Quando Hill me trouxe para NYC foi ainda melhor. Pepper me esperava com ansiedade - ela se tornou uma amiga incrível - e Bruce também... Poder revê-lo, sobretudo vivo e bem, foi revigorante.

Agora, a cada dia que se passa, vê-lo me fortificava ainda mais. Mesmo que eu o visse por alguns minutos - já que ele estava muito ocupado estudando o caso de Pepper.

Nosso relacionamento era, digamos que, antiquado. Óbvio que não era “sexo só depois do casamento”, mas ainda não estávamos preparados. Demorou um pouco para Bruce desabafar que ele tinha receio de se exceder durante o sexo e acabar “liberando” o outro cara. (Na verdade, o desabafo só acontecera depois de uma piada inapropiada de Tony).

— Uma jujuba pelo seu pensamento. — Ouvi a voz de Banner soar, naquele tom que tanto me acalmava. Olho para trás, vendo-o na porta da nova sala que Tony reformara no prédio.

— Ahn... — Sorri acanhada. — Estava pensando no quão feliz estou por estar livre. Eu nunca pensei que um dia eu precisasse ressentir essa liberdade física...

— Estou feliz por estar sã e salva. — Ele disse, abrindo, em seguida, aquele sorriso arrebatador, encantador, cativante, e qualquer outro adjetivo que não consigo pensar no momento. Aquele sorriso que, para mim, era como o sol em dias nublados. — Não tem noção do quão preocupado eu fiquei. — Continuou a dizer, desfazendo-se do sorriso que eu tanto amava. Aproximou-se de mim, e sentou ao meu lado.

— Eu imagino que tenha ficado, querido. — Digo enquanto coloco minha mão direita em seu rosto, fazendo um carinho.

Banner fechou os olhos, recebendo o afago de bom grado. Um sorriso bobo dançava em seus lábios, o que me fez sorrir também. Ele abriu os olhos, pegando minha mão com a sua, beijando a palma em seguida.

— Tenho uma proposta... — Ele disse, puxando minha mão de seu rosto e brincando com meus finos dedos.

— Espero que não seja uma proposta indecente, Dr. Banner. — Brinquei, tentando, com sucesso, tirar outro sorriso do homem à minha frente. Agora ele me olhava, com seus castanhos olhos, de uma maneira como se pudesse ler minha alma.

— Eu sou muito conservador, Srta. Clark. Quanto a isso não se preocupe. — Ele entrou na brincadeira, me fazendo rir.

— Qual a proposta então, Sr. galanteador? — Ele sorriu, fazendo uma careta interrogativa. — É que você está muito sedutor, Bruce. — Digo rindo de mim mesma, tentando esconder meu rubor por entre meus fios de cabelo que deixei cair sobre meu rosto.

— Obrigado, eu acho... — Ele disse receoso, puxando os fios de meu cabelo para trás da minha orelha. — Estava pensando em dar um passeio. Um primeiro encontro, o que acha? — Arqueei minhas sobrancelhas totalmente surpresa. Esperava qualquer coisa de Bruce Banner, menos um convite para um encontro.

— Eu adoraria... — Digo sorrindo sincera, enquanto pisco diversas vezes encantada com o modo que aquele homem conseguia ser fofo cada vez mais.

— Está nervosa? — Ele questiona.

— Não. Por quê? — Pergunto, enquanto trago à tona aquele odiável vinco entre minhas sobrancelhas.

— Nada... — Ele sorriu, passando a mão em meu cabelo. — É que, de repente, eu fiquei. — Deu de ombros. Achei graça naquilo, então eu ri.

— Bobo... Não é como se já não nos conhecêssemos. — Peguei sua mão que estava em meu cabelo, beijando a palma dela.

— Sim. Mas, quando há a palavra encontro, há a palavra impressionar. Não sei se sou muito bom com isso. — Ele riu sem jeito, fazendo eu rir mais uma vez.

— Você é adorável, Dr. Banner. Não há jeito de me impressionar mais do que já estou... — Eu ainda sorria abobada. Passei a ponta de meus dedos em seu rosto, fazendo um leve carinho.

— Espero que isso seja algo bom! — Ele disse preocupado, sorrindo acanhado.

— Tenha certeza que é! — Respondi, ainda sorrindo largamente.

— Eu adoro esse seu sorriso, sabia? — Ele disse olhando em meus olhos, de uma forma delicada e apaixonada. — E essa veia aqui... — Tocou em minha testa com seu grosso polegar, deixando em seguida um leve beijo no local.

— Você está mesmo muito sedutor hoje, Bruce... — Digo de olhos fechados, tentando reviver aquele grudar de lábios em minha testa. Cada toque de Bruce Banner me deixava estática, não sei se era saudável aquilo. — Desse jeito eu não aguento. — Choraminguei, abrindo os olhos em seguida. Ele sorria tímido.

— É o efeito que Louisa Clark causa... — Comentou rindo. — Sou um homem totalmente diferente quando estou com você, Lou. — Disse chocando seus lábios levemente contra os meus, levando a mão direita de encontro ao meu rosto, enquanto a esquerda brincava com os fios de meu cabelo.

— Espero que isso seja algo bom... — Digo sorrindo contra seus lábios.

— Sem dúvidas é! — Dito isso, aprofundamos o beijo.

A cada beijo, cada toque, cada carícia... A cada momento, eu me sentia mais e mais envolvida por Bruce Banner. É completamente impossível não submeter-se aos encantos dele.

Eu me sentia cada vez mais entregue ao sentimento que borbulhava dentro de mim. Talvez ele não soubesse o quanto era apaixonante, até em seus pequenos detalhes.

Aquele não era o meu mundo, era fato e eu, mais do que ninguém, sabia. Mas com Bruce, eu conseguia me encaixar. Com ele eu me encaixaria em qualquer mundo!

O beijo estava muito intenso. As mãos de Banner, antes calmas e fadadas apenas à um calmo carinho, agora estavam apertando meu ombro e minha coxa, enquanto o beijo rapidamente descia para meu pescoço. Minha respiração estava falha, e eu sabia que se aquele beijo continuasse não terminaria apenas ali.

Mas eu simplesmente não conseguia largar. Seus lábios eram como uma droga, feitos exclusivamente para mim. E pelo jeito, ele também estava longe de conseguir conter-se.

Aquele beijo era como água no meio do deserto, e eu estava sedenta. Sedenta até demais.

Mas eu tive de ser forte. Sussurrei um “calma” quando senti o membro de Bruce pulsar sob a calça. Ele estava deitado em cima de mim, e eu estava com minhas pernas ao redor de sua cintura. Ele se acalmou, parando de me beijar e colando sua testa na minha, enquanto respirava fundo.

Ele se sentou, abotoando sua camisa que eu sequer havia notado ter desabotoado, e arrumando seu cabelo. Eu também tentei, falhando, arrumar meu cabelo. Sorri, pensando em como estávamos parecendo dois adolescentes religiosos na puberdade e que precisavam se segurar para não cometer nenhum ato contra os ensinamentos dos pais.

— Então... — Disse ele após terminar de pentear seus fios com os dedos, me olhando nos olhos com uma expressão que eu não sabia descrever ao certo. — Nos vemos mais tarde. Preciso voltar ao laboratório... Tony deve estar surtando.

Antes de levantar-se do sofá, ele depositou um demorado beijo em minha testa, passando seu polegar por cima logo depois. Como poderia um homem passar de altamente ardoroso para profundamente gentil?

— Ei. — O chamei. Bruce, que já estava na porta de entrada e saída da sala, virou-se para mim e cerrou os olhos. — Está me devendo uma jujuba! — Digo séria, tirando mais um sorriso dos adoráveis e macios lábios de Banner.

— Okay. — Ele disse, ainda com o bobo sorriso em seu rosto. Colocou suas mãos nos bolsos frontais de sua calça social, virou-se para a saída, e novamente virou-se para mim. — Prometo pagar! — Ele riu.

— Eu vou cobrar. — Digo franzindo os lábios, tentando soar o mais séria possível (e falhando miseravelmente).

Ele assentiu, ainda sorrindo. Em seguida, retirou-se da sala.

Eu ainda tentava recuperar o fôlego, enquanto passava os dedos indicador e médio em meus lábios, revivendo aquele caloroso beijo. Lembrei de suas mãos fortes em meu corpo, me apertando contra si. Por Deus, eu enlouqueceria a qualquer momento!

De três coisas eu estava convicta. Primeira, Bruce era intenso quando queria. Segunda, havia uma parte dele - e eu não sabia que poder essa parte teria - que tinha anseio por mim. E terceira, eu estava incondicional e irrevogavelmente apaixonada por ele.

(...)

A noite finalmente chegara, e com ela, meu encontro com Bruce. Eu estava terminando de colocar o cachecol quando JARVIS anunciou que o Dr. Banner me aguardava na sala de estar no andar inferior. Agradeci a IA por me avisar e passei uma camada de gloss nos lábios.

Eu não estava, hum, digamos que sedutora. Creio que um frio de 6ºC não seja uma temperatura adequada para alguém conseguir arrumar-se dessa forma. Elegante, era essa a palavra para o modo que eu estava. As vezes sinto falta do meu Brasil e o calor...

Calcei as botas preta e sai do meu quarto. Desci de elevador até o andar inferior e, antes que eu saísse do local, Bruce apareceu com seu sorriso encantador.

Ele vestia uma calça jeans de lavagem escura num tom quase preto. Um suéter cinza e, possivelmente, uma camisa por baixo. Um sobretudo preto aberto, com um cachecol cinza apenas jogado em seu pescoço. Nos pés, um sapato social mais esportivo do que o normal, deixando-o com outro ar. Os adoráveis cabelos enrolados estavam da mesma forma como sempre.

— Você está linda! — Ele disse, beijando minha bochecha esquerda após entrar no elevador. Ele apertou o botão do térreo e se aquietou ao meu lado, pegou minha mão e entrelaçou seus dedos nos meus.

— Eu só coloquei várias roupas. — Digo, virando-me para olhá-lo. — Me sinto um boneco de neve que crianças enfeitaram com diversos casacos. — Ele sorria. Ao redor dos olhos apareceram as poucas rugas que ele tinha, o que me fazia derreter. Se tem uma coisa que eu sempre fui fã em homens, são as marcas do tempo. Podem me chamar de louca!

— Você é adorável. — Ele comentou, beijando meus lábios. O sinal alertou que havíamos chegado ao nosso destino. Mas antes que saíssemos, uma voz soou dentro do elevador.

— Cuidado, crianças. Eu não quero ser tio tão cedo! — Era Tony, fazendo mais um de seus hilários comentários inoportunos.

— Por Deus, Tony! — Agora foi a vez da voz recriminante de Pepper aparecer. — Divirtam-se! — Ela disse num tom divertido para nós.

— Pode deixar. — Bruce comentou baixinho, me olhando de soslaio.

Saímos do edifício logo depois, caminhando pelas calçadas da fria cidade. As luzes dos prédios refletiam nos olhos de Bruce, deixando-os ainda mais brilhantes. E, por mais que eu tentasse me controlar para não ficar tempo demais admirando-o, eu não conseguia.

Ele estava tão leve, tão tranquilo... Tanto que, olhando assim, ninguém diria que aquele homem guardava dentro de si um ser que poderia causar grande estrago.

Conversávamos bobagens o tempo todo, tirando risadas um do outro... Agindo como se fôssemos dois adolescentes apaixonados.

Preciso confessar que as ruas ficavam ainda mais lindas com a neve presa ao chão. Claro que, eu, como desastrada que sou, escorreguei umas três ou quatro vezes durante toda a caminhada até chegarmos ao Central Park.

Quando Bruce disse que nosso passeio se iniciaria na pista de patinação, eu quase tive um ataque de pânico... Quase. Mas, enquanto calcávamos os patins e o rapaz nos passava instruções, senti a mão forte de Banner apertar a minha, num claro sinal de reconforto. Todo o nervosismo que eu sentia, desaparecera por hora.

Mas foi só colocar o pé direito na pista que meu coração disparou. Banner, que já estava na pista, segurava minhas mãos tentando me passar conforto, mas dessa vez não estava dando tão certo.

— Bruce... Isso não vai dar certo. — Eu finalmente disse, pouco antes de colocar meu outro pé na pista.

— Eu estou aqui, Lou. Prometo não te deixar cair! — Ele disse com certo brilho no olhar. Levaria essa frase comigo para onde eu fosse, para qualquer obstáculo que eu tivesse de enfrentar.

— Certo... Eu confio em você. — Digo enquanto tento me equilibrar, falhando miseravelmente e quase caindo por cima de Bruce. — Eu só não confio no meu próprio equilíbrio! — Frustrada e bufando, eu confesso. Eu nunca fui boa em equilíbrio físico. Era uma negação completa para qualquer tipo de atividade física, quem dirá para algo que eu nunca enfrentei antes!

— Ei. — Sua voz suave soou perto de meu ouvido. Eu ainda estava jogada em seus braços, tentando respirar normalmente. Meu nariz escorria, como se eu estivesse gripada. Sentia minhas mãos congelar por dentro das finas luvas que eu usava. — Vai dar tudo certo! Confie em você mesma, Louisa Clark. Você pode fazer o que quiser. Você tem controle de si mesma! — Aquelas palavras me atingiram. Ele as dissera com tanta certeza mas, no fundo, com um pingo de amargura. Eu sabia o quanto Bruce odiava ter de lidar com seu alter ego, mas não que ele o feria tanto assim.

Levantei minha cabeça de seu peito, olhando-o nos olhos. Os profundos olhos castanhos que me trazia paz. Eles apresentavam dor. Eles apresentavam rancor. Bruce estava num dilema interno e confuso, eu jamais poderia entender.

Eu apenas assenti. Não poderia dizer nada. Nada do que e dissesse deixaria aquela situação menos desconfortável. Então, segurei em seus braços, tentando mais uma vez me equilibrar em cima daquelas lâminas. Assim que consegui ficar numa posição mais correta e ereta, desci minhas mãos para as suas.

E, pela primeira vez na vida, eu patinei numa pista de gelo. Levei alguns tombos - que, sem dúvidas, haveria algumas marcas na manhã seguinte para lembrar-me deles - mas, por fim, eu havia superado mais um desafio.

Enquanto eu andava de um lado para o outro como uma criança boba, pude ver Bruce me encarando do outro lado da pista com um sorriso sincero nos lábios. Por Deus, aquele homem mexia com as minhas estruturas sem nem ter ideia.


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