Green is the color of Love escrita por winchestilinski
Notas iniciais do capítulo
Não gosto de muita enrolação logo no começo, então vamos lá. Enjoy it!
Participar das atividades extras da faculdade havia se tornado algo normal no meu cotidiano. Minha mãe jurava que nunca entendera a quem eu puxara, visto que, como ela mesma diz, odiava estudar tanto como odiava o meu pai. Podemos dizer que, é, é um ódio enorme.
Na noite anterior, após um longo dia de palestras de professores de cidades distintas, e no final do dia uma prova de literatura francesa -a qual eu ficaria muito surpresa caso tirasse mais que 5- e do seminário de linguística, fui lembrada por Kim sobre a despedida de solteira de Sabrina.
Sabrina e eu nos conhecemos no primeiro semestre do curso de Letras Francês, na USP. Nos esbarramos por acaso no campus e ela me disse que não fazia ideia de onde estava e pediu minha ajuda. Porém, eu estava tão perdida quanto ela, e, do nada, a garota de cabelo cor de rosa gritou “ÓTIMO, VAMOS FICAR PERDIDAS JUNTAS!” e foi aí que começamos nossa amizade.
No início do segundo semestre, Sabrina optou por mudar para Letras Espanhol, e foi aí que nos distanciamos um pouco. Nada muito brusco, visto que nos víamos todos os dias em algum momento no campus.
Enquanto Kim, conhecemos no trote. Kim e Sabrina já haviam se conhecido antes, por amigos em comum. Mas nos aproximamos quando começamos a fazer estágio em uma escola pública no centro da capital e íamos juntas.
Ultimo dia de aula, eu estava pronta para as férias de fim de ano. Corri pelo campus enquanto procurava meu professor de linguistica para lhe entregar o relatório sobre os seminários do dia anterior. Esbarrei em alguns estudantes de ciências sociais, que gritaram e eu mal tive tempo de pedir desculpas por esbarrar em uma das professoras mais malucas daquela universidade.
— Perdão! — Pedi assim que ela me olhou por cima de seus óculos estranhos em forma de meia lua. — Senhora Lisa, me perdoe. Eu estou a procura do professor Will, a senhora o viu por aí? — Questionei e ela respirou fundo.
— Louisa, quantas vezes já nos esbarramos enquanto você corria atrás de algum professor? — Pisquei algumas vezes sem entender o objetivo final daquela pergunta. Mas me lembrei com quem estava falando, e resolvi ir no embalo da conversa.
— Ahn... Acho que, praticamente todas as vezes que nos vimos fora da sala de aula. — Lancei-lhe um sorriso maroto.
— Isso mesmo, menina. E isso quer dizer que você deve ser mais tranquila! Eu só te vejo correndo de um canto para outro. Onde está seu espírito jovial? Só vive preocupada com notas e em entregar trabalhos... — Ela disse cruzando os braços. — Você deveria viajar, minha querida. Aproveitar essas férias que vai tirar agora, e viajar para bem longe. Por que não passeia por seu país natal?
— Desculpa, professora. Eu sou um desastre em pessoa. Bom, nessas férias minha mãe decidiu viajar para Lisboa... Mas seria muito legal ir à Inglaterra. — Olhei meu relógio de pulso conferindo que horas eram, e então continuei: — Mas agora eu estou realmente atrasada... Nos vemos depois.
— Certo, menina... Tenha boas férias! — Ela gritou assim que eu voltei a correr, apenas levantando uma mão acenando um tchau.
•
Adentrei minha casa com rapidez, passando por Tomás e minha mãe que estavam sentados no sofá assistindo algum filme. Fui correndo até meu quarto e busquei por uma roupa um tanto quanto confortável e ao mesmo tempo sensual para a noite.
Iríamos à algum bar, encheríamos a cara de tequila, íamos nos divertir com os dançarinos contratados por Kim e, no fim das contas, eu voltaria para casa bêbada igual à um gambá, o pior: sozinha!
Troquei rapidamente minha calça jeans por uma saia/short preta e minha camisa do mickey por uma cropped branca. Soltei meus cabelos, apenas balançando-os para que continuassem com a ondulação natural. Calcei uma sandalha qualquer e passei um gloss em meus lábios.
Peguei minha bolsa e voltei à sala. Desfilei em frente à mamãe e Tomás perguntando se estava bonita. Tomás jogou pipocas em mim e esbravejou um “saia da frente” enquanto mamãe acenava um joinha.
— Onde vai tão bonita assim? — Mamãe perguntou. Me inclinei para pegar pipoca, e Tomás deu um tapinha em minha mão.
— Na despedida de solteiro da Sabrina. — Olhei para Tomás e lhe mostrei a língua.
— Viu isso, mamãe? Louisa está me mostrando a língua! — Tomás disse indignado, enquanto eu enfiava as pipocas em minha boca.
— Ah, vocês dois não comecem! — Mamãe disse se arrumando em baixo do cobertor. — Quer que eu vá te buscar? — Ela questionou enquanto eu me sentava em uma poltrona à sua esquerda.
— Não... Se a Kim não ficar bêbada ela me traz. Caso contrário, eu peço um taxi! — Sorri gentilmente para mamãe, em sinal de agradecimento.
—Tudo bem... Mas qualquer coisa, me ligue. Por favor, Lou, sabe como eu fico preocupada!
— Não se preocupe mãe... Vou voltar intacta para casa, vai ver só! — Sorri, tentando confortar minha mãe.
— Vai nada... Vai é sair com um dos caras e só volta amanhã! — Tomás disse rindo, enquanto voltava seu olhar para a TV.
— Respeite sua irmã, Tomás! — Mamãe o repreendeu e eu ri, sem sentir nenhuma ofensa.
— Olha... Bem melhor ir transar do que estar com quase 18 anos e ficar fissurada com esses filmes idiotas! — Falei apontando o filme dOs Vingadores que ele estava assistindo.
— Ah, vai se ferrar! — Tomás jogou uma almofada em mim, me fazendo rir. — Aposto que você vai ser a primeira da fila quando estrear Guerra Civil! — Ele disse rindo, enquanto Chris Evans aparecia na TV.
— Pra ver ele, obviamente! — Apontei o loiro e Tomás riu com incredulidade.
— Achei que você gostasse mais do Robert Downey Jr e do Mark Ruffalo... — Ele coçou a sobrancelha, e eu ri.
— Olha... RDJ e Mark Ruffalo são meus crushs supremos, ninguém supera. Mas convenhamos que Chris Evans é muito gostoso! — Esfreguei minhas mãos e umedeci os lábios.
— Você é ridícula! — Tomás me jogou mais uma almofada e eu me esquivei, lhe mostrando a língua novamente.
•
Shots e mais shots. Homens sexys apenas de cueca nos rodeavam e eu só conseguia pensar em como eu adoraria ver aqueles homens sem aquelas cuecas.
Sabrina me lançava olhares assustados e eu imaginava que era pela minha falta de pudor. Obviamente eu encarava os homens à minha frente como uma leoa encara sua caça, e eu não me importava nem um pouco com isso.
Levantei, após mais um shot de tequila e fui ao banheiro. Entrei em uma das cabines e, quando ia fazer meu xixi, ouvi berros vindo do lado de fora. Ouvi Kim me gritar e a xinguei de todos os nomes possíveis, erguendo meu short/saia logo em seguida.
Sai da cabine e encontrei Kim. Ela ria, e estava terrível e visivelmente bêbada. Ela puxava seu minúsculo vestido o tempo todo, enquanto ria cada vez mais.
— O que foi, caralho? — Questionei irritadiça por ser atrapalhada num momento sagrado da minha vida.
— Sabrina foi expulsa da boate... — Ela disse rindo, amarrando seus fios loiros num coque.
— Ela foi o quê? Como assim? — Questionei. Kim começou a me puxar, e saímos do banheiro. Caminhamos até a saída, ambas cambaleantes.
— Cadê ela? — A loira questionou enquanto procurávamos Sabrina do lado de fora da boate. Avistei uma cabeleira vermelha do outro lado da rua, urinando ali mesmo.
— Deus... — Comecei a rir, apontando Sabrina. Kim olhou na direção que eu apontava e voltou a seu ataque de risos.
Caminhamos em direção à nossa amiga e esta começou a se chacoalhar, assim como qualquer mulher faz quando faz xixi e não há papel higiênico para se limpar. Kim riu ainda mais, chamando a atenção de Sabrina para nós.
— Vocês são uns amores... — Sabrina disse enquanto se levantava e puxava sua calcinha consigo.
— Vou chamar um taxi pra gente... — Eu disse enquanto pegava meu celular dentro da bolsa.
— Euvóu dirixindo... — Kim disse, embolando as palavras e colocando X onde não precisava.
— Vai é se sentar aí enquanto eu chamo o taxi! — Falei e a empurrei para que se sentasse ao lado de Sabrina.
•
O taxi demorou menos que 10 minutos, e o caminho até a casa de Kim foi rápido. Paguei o taxista e puxei minhas duas amigas bêbadas para fora do carro.
Com certa dificuldade, consegui entrar com as duas no elevador de serviço do prédio e em seguida apertei o botão “13”. Kim gritava e Sabrina cantava algo como “quer me enterrar na areia?”. Eu gostaria que elas se lembrassem dessa noite, mas infelizmente, até mesmo eu esqueceria de alguns detalhes.
Adentramos o apartamento de Kim. As duas completamente bêbadas de jogaram no sofá. Fechei a porta e fui até elas.
— Ainnn, amígax, eu amo tanto voxex... — Sabrina disse, puxando meu rosto e o rosto de Kim para perto do seu.
— Eiii! — Kim gritou. — Eu tenho algo bem legal que encomendei há alguns dias... Perem aqui! — Pediu e saiu correndo.
— Acho que ela exta um poúquinho bebadá demaix... — Sabrina disse rindo, se jogando no sofá e colocando os pés em cima do meu colo.
— Você está bem sóbria, né? — Questionei e ela riu, apontando o dedo indicador.
— É claro que eu extou... — Respondeu rindo. Balancei a cabeça e ri.
Kim voltou correndo e tropeçando em seus próprios pés. Ficou agachada em frente a mesa de centro e ali depositou uma caixa com um enorme “cuidado, vidro” estampado na mesma.
— O que é isso? — Perguntei curiosa, me aproximando mais da caixa.
— Isso, minha querida, é um passo para o momento mais louco de nossas vidas... — Kim respondeu, ainda embolando as palavras.
— E o que é esse passo? — Sabrina questionou, ficando agachada ao lado de Kim.
— Eu tinha conversado com a professora Lisa há alguns dias atrás. Estávamos falando coisas aleatórias, quando o assunto que surgiu foi “universos paralelos”. E, bom, ela também acredita! — Kim quase pulou de alegria.
— Claro que ela acredita... Ela é louca! — Falei enquanto recostava minha cabeça no encosto do sofá.
— Então, colega, da uma olhada nisso aqui... — Kim disse, abrindo a caixa e tirando de lá um espelho.
— Ta, um espelho. E dai? — Rolei os olhos e Kim riu.
— Já ouviu falar em “Alice através do espelho”? — Kim questionou com um riso bloqueado.
— Nem vem... — Eu disse balançando a cabeça negativamente.
— Então o que me diz disso? — Kim, pra lá de Bagdá, questionou colocando minha bolsa em cima do espelho.
— Viu só? — Apontei para minha bolsa. — Está aqui... Inteirinha, intacta! — Comemorei com um sorriso colado nos lábios.
— Vamos pensar em algum filme... — Kim disse enquanto olhava para Sabrina.
— Hum... Que tal A Culpa é das Estrelas? — Sabrina disse, erguendo as sobrancelhas.
— Não... Um mais, sei lá, mais louco! — Pediu Kim, olhando para mim.
— Nem vem... Eu não acredito nisso! — Cruzei os braços e a loira bufou.
— Então eu escolho... Deixa eu ver... Hum... Os Vingadores, que tal? — Sabrina sugeriu mais um. Balancei a cabeça incrédula e voltei a rir.
— Isso aí... Um dos filmes que a Lou está quase detestando... — Kim riu é em seguida disse algumas palavras que eu mal pude entender, e de repente, minha bolsa havia entrado no espelho. A PORCARIA DA MINHA BOLSA HAVIA ENTRADO DENTRO DO ESPELHO.
— Isso... — Sabrina estava boqueaberta, apontando para o espelho.
— MINHA BOLSA, KIM! — Gritei. Não sabia se me desesperava por conta da minha bolsa com todos meus documentos, meu dinheiro e meu celular, ter caído dentro de um espelho ou se era por conta de somente ela ter ido pra dentro daquele espelho.
— Ah meu Deus... Sua bolsa! — Kim disse com os olhos esbugalhados. — Lou, desculpe... Eu achei que fosse outra coisa, eu não vi que era sua bolsa!
— Traga-a de volta... Imediatamente! — Falei desesperada.
— Amiga... Eu não sei como... — Ela disse e eu queria era quebrar aquele espelho na cabeça daquela loira falsificada.
— Como você... Droga, Kim! — Bati minhas mãos na perna. — Ta bem, legal... Eu já sei o que vou fazer. — Falei e logo enfiei minha mão no espelho. E, ela literalmente passou pelo espelho. Ouvi Kim começar a dizer algo, mas não pude ouvir a conclusão porque logo fui puxada.
Eu pude sentir somente um vento me empurrando cada vez mais e um ar me puxando. Meu corpo formigava e meus olhos não enxergavam absolutamente nada. A única coisa que eu conseguia pensar no momento era: “puta que pariu, o que está acontecendo aqui?”.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
É isso aí. Qualquer erro encontrado, por favor, me comuniquem. Até o próximo!