Cinco Sentidos escrita por Anny Taisho


Capítulo 5
Paladar




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Cap. V – Paladar

Dias se passaram desde o acontecido no ginásio e nenhum dos dois tocou mais no assunto. Voltaram a agir como antes, nada tinha acontecido. Aquilo fora um desproposito sem tamanho, algo que nem valia a pena ser lembrado.

Dentro da sala em que passavam o dia, apenas o essencial era conversado. Não que antes passem grandes períodos de tempo conversando trivialidades. O clima estava levemente tenso.

Os rapazes que já tinham chegado das mais diversas partes do país, agora a equipe Mustang estava de volta a ativa. E como era de se esperar, os caras queriam uma festinha de “boas vindas”.

Ótimo. Era o que ela precisava.

Iria ver Roy agarrando alguma desconhecida... Como se ela se importasse!? Ele era adulto, sabia o que fazia, não era da conta dela o que ele fazia ou deixava de fazer!

Ela NÃO se importava!

Tanto que foi fazer uma visita ao avô que estava na cidade antes. Jantou. Conversou. Relaxou. E só por fim foi ao Pub. Isso porque não estava nem aí para paçoca nenhuma!?

O motorista do avô a deixara duas ruas antes, e isso porque o tráfego estava horrível. A noite estava escura e o vento cortante. Todos em volta estavam muito bem agasalhados... Definitivamente, no frio as pessoas se vestem melhor.

Mas isso não fazia a menor diferença. A loirinha trajava um Jeans, blusa roxa de mangas longas que deixava os ombros de fora, um cachecol vermelho em volta do pescoço, sobretudo negro e botas que chegavam aos joelhos.

Logo ela avistou o Pub e nesse instante sentiu uma vontade absurda de correr para casa. Não que se importasse com o Mustang agarrando alguma desavisada, simplesmente queria estar em casa. Pelo menos era o que ela queria acreditar.

A mulher entrou no Pub ouvindo o barulhinho da sineta que ficava no alto da porta, ainda dava tempo de correr, ou talvez eles já tivessem ido embora... Ou talvez não.

Na primeira passada com os olhos que ela deu avistou a turma em uma mesa conversando animadamente. Das duas uma: Mulher ou futebol. Não existia outros assunto que fosse capaz de deixá-los tão ouriçados como pareciam.

Mas uma coisa aliviou o coração da moça: Ela não viu Roy. Talvez Kami-sama não a odiasse tanto. Não que a presença de Roy pudesse mudar alguma coisa ou fazer a diferença, só queria evitar uma possível saia justa.

No entanto, a mente da lourinha trabalhava com outro ângulo da história. O fato dele não estar presente, não queria dizer que ele não esteve presente, o que levava a suposição de que ele já fora embora, provavelmente, acompanhado!

E ELA NÃO SE IMPORTAVA!

COM QUEM O MUSTANG DORMIA NÃO ERA DA CONTA DELA.

- Boa noite, rapazes. – ela tentou parecer o mais amigável possível –

- Boa noite, Chu i. – a loirinha ouviu um coro baixo, eles pareciam estar aturdidos demais olhando-a –

- O que foi? – Riza olhou para os lados e para a roupa procurando alguma coisa suja ou fora do lugar – Algo errado?

- Eles estão apenas desacostumados a vê-la tão bonita, Riza.

Riza conhecia aquela voz que vinha detrás de si. Aquela maldita voz que fazia seus joelhos tremerem e um arrepio subir da base de sua coluna.

- Tai sho... – aquela palavra quase não saiu, ela não sabia se ficava feliz por vê-lo ali ou se entrava em pânico –

Com muito esforço ela virou o pescoço e olhou para a face masculina do homem que estava parado as suas costas. Roy tinha os cabelos penteados para trás e até onde a loura pôde ver, usava uma camisa branca com dois botões abertos abaixo do pescoço, onde se via uma corrente de prata, calça jeans e o casaco que ela vira jogado em uma das cadeiras provavelmente era dele. Estava lindo... Como sempre, se me permitem dizer.

- Está bem, Riza? Você parece um pouco pálida... Melhor sentar.

Roy colocou as mãos sobre os ombros da moça e a guiou até a cadeira vazia, sem que ela dissesse uma única palavra. Riza não sabia o que fazer, estava entrando em pânico , a presença dele era brutal para seus sentidos, não podiam ficar tão perto assim um do outro.

A lourinha pediu uma dose de vodka e virou sem pestanejar sentindo o líquido descer queimando sua garganta e anestesiando seus sentidos que queriam deleitar-se saboreando o que lhes era proibido.

Todos ficaram surpresos ao ver aquela cena, ela se quer havia feito uma careta ao virar o líquido transparente. Roy havia puxado outra cadeira para si, sentando a frente da lourinha. Aquilo só podia ser uma brincadeira de muito mau gosto do destino.

Riza quase não abria a boca, mais ouvia do que falava. Os amigos contavam como estava a vida, dos namoros, dos lugares, dos novos amigos... do futuro, mas os pensamentos femininos estavam longe, muito longe.

A jovem Hawkeye estava muito desconfortável, tudo o que queria era ir embora. Ficar olhando para o Mustang conversando e bebendo natural, atraente e masculinamente demais. Aquela visão da barba que ela agora tinha notado estar por fazer era demasiadamente instigante.

Todo o corpo da moça começou a acordar, lembranças das mãos que a tocaram sem pestanejar, do cheiro que lhe dava água na boca... Sem contar aquela voz que era capaz de deixar qualquer criatura do sexo feminino subindo pelas paredes.

A respiração estava se tornando complicada e aquele ambiente empestado de perfumes, cigarro e álcool não estava ajudando nada. Ela precisava sair dali, extravasar toda aquela tensão. E a loirinha sabia o que seu corpo precisava, mas não derrubaria qualquer um em sua cama, pois se tinha uma coisa da qual ela tinha orgulho era de sempre ter estado com homens que tinham alguma importância, não seria leviana por conta daquele despropósito. O que a levava para um caminho que detestava...

Sem dizer muita coisa a loura levantou-se da mesa puxando seu casaco e bolsa dizendo que já voltava, não podia continuar ali olhando para aquele homem que atormentava sua sanidade. Caminhou para a porta traseira do Pub que dava para um beco mais ou menos iluminado e deserto. O frio estava realmente cortante... Vestiu o casaco e arrancou da bolsa uma carteira de cigarro.

Isso mesmo que leram caros leitores, apesar da jovem mulher não ser uma fumante, já havia feito isso no passado, mais especificamente após Ishival, foi sua válvula de escape para as noites insones que vinham após os pesadelos. Naquela época chegava a fumar duas carteiras em uma noite... Abandou o vício, mas ele sempre acabava voltando quando ela sentia-se acuada.

Não era uma coisa da qual se orgulhava, tinha na verdade muita vergonha e raiva daquela fraqueza. Aquilo significava que ela não tinha total controle sobre sua vida e seu corpo. Maldito Roy que sempre era o motivo de seus problemas e tensões!

Acendeu o bastão de papel, mas não tragou logo... Demorou alguns segundos, não queria realmente fazer aquilo. Sabia que depois do primeiro viria o segundo, o terceiro, o quarto...

Era uma derrota pessoal que causaria vergonha durante muito tempo para si mesma. Maldito, maldito, maldito Roy Mustang.

Uma grande tragada e ouviu a porta a alguns metros de si, abrir e fechar, não se deu ao trabalho de olhar... Soltou pesarosamente a fumaça pela boca já sentindo a culpa de sua fraqueza.

- Mais feio do que um homem com um cigarro na mão, só uma moça tão bonita fazendo a mesma idiotice! – ela conhecia aquela voz –

- O que quer aqui, Roy? Uma garota não pode ter um pouco de privacidade? – a loura tragou mais uma vez e soltou sentindo-o se aproximar –

- Você tinha me dito que nunca mais colocaria uma droga dessa na boca, desde quando não honra sua palavra?

O Mustang se aproximou ficando ao lado da loura.

- Recaída... Não faço sempre!

Quando iria levar mais uma vez o cigarro a boca, ela sentiu Roy batendo em sua mão fazendo seu cigarro cair e logo em seguida pisando em cima. Sem a menor cerimônia.

- Não estamos em crise, ou em guerra... O que te deixou atordoada para voltar a fazer essa besteira?

- Eu tenho uma vida fora das paredes daquele quartel... – quando Riza pegava a carteira para voltar a extravasar sua tensão sente que ele arranca de sua mão e joga longe –

- Fumar não vai resolver seus problemas, quer falar sobre isso?

A mulher olhou-o incrédula, será que ele era cego ou burro? Roy não estava vendo que o único motivo dela estar com aquela coisa na mão era ele próprio?

- Não. Obrigada pela preocupação.

- Riza... – ele suspirou – A gente precisa ter uma conversa.

- Sobre? – perguntou olhando para a parede oposta aquela que estava encostada –

- Nós. Já passou da hora da gente parar com esse joguinho e colocar as cartas na mesa como adultos.

- Não sei do que está falando.

- Já passamos por coisas demais juntos para você ficar bancando a desentendida! Você sabe que nós dois temos alguma coisa, mas passamos os últimos anos fingindo que não notávamos nada.

- Eu não sei do que você está falando, então pare de falar besteiras!

Riza se desencostou da parede com intuito de voltar para dentro. Estava bastante frio ali, sem contar que ela não sabia quanto tempo mais agüentaria ficar ali negando tudo aquilo que ela sabia que era verdade.

Qualquer um era capaz de notar que rolava alguma coisa ali, caso contrário não haveriam tantos boatos a respeito de terem um caso escondidos. A tensão sexual ali era muito evidente. E se já não bastasse isso, tinha a tensão amorosa, cúmplice, amiga, apaixonada...

- Dessa vez não!! – Roy a puxou com a força necessária para fazê-la parar –

- Me solta, Roy! Não seja impertinente!

O orgulho era muito irritante! E se tinha uma coisa que a jovem Hawkeye tinha era orgulho. Roy não era nenhum homem sem orgulho, mas era capaz de admitir o que todos afirmavam.

- Quanto tempo mais a gente vai esperar? Não tem nada mais que nos impeça!! Eu pensei em você em cada maldito dia longe e eu sei que com você não foi diferente!

- Não confunda as coisas! Crescemos juntos, fomos para guerra juntos, trabalhamos muito tempo juntos, mas isso não quer dizer que tenhamos mais do que uma amizade!

O mustang cansou daquilo! Riza era teimosa demais! Se ela não queria admitir de boa vontade, admitiria depois de uma inquisição severa. Ainda segurando-a por acaso colocou-a entre a parede e si. Uma mão de cada lado da cabeça da moça ele a encarou profundamente.

- Olhe para mim e diga que não sente seu corpo reagir quando está perto de mim. E que não fica com vontade de me beijar quando me sente tão perto... – ele chegou a boca perto do ouvido dela – Eu sei que você sente tudo isso porque eu sinto as mesmas coisas por você! O seu cheiro, a sua voz, a sua imagem... Tudo, tudo me faz te desejar!

Estava muito difícil raciocinar com a voz rouca do Don Juan da Central sussurrando aquelas palavras ao pé de seu ouvido, sem contar a maneira que Roy colocava seu corpo masculino contra os seu, instigando seus instintos.

Ela queria ter forças para empurrá-lo, mas seus braços não tinham tal capacidade no momento. Ele tinha razão. Não havia como negar o que existia entre os dois. O perfume dele invadindo seus sentidos... A respiração quente dele contra seu pescoço, ela podia sentir que ele sorria.

- Está sorrindo por que seu idiota?

- Porque eu vou fazer o que desejo a muitos anos!

Dito isso, o Mustang cobriu os lábios finos de Riza com os seus. Finalmente depois de imaginar tantas vezes qual seria o gosto daquela boca, ele descobriria a verdade. No início, ela se assustara com gesto enrijecendo o corpo, mas logo se deixou levar pelas sensações da boca do Mustang contra a sua.

Sem pedir permissão ele passou sua língua para dentro da boca dela exigente por ser correspondido. As mãos delicadas correram as costas do homem alcançando os ombros e a nuca. Já as mãos dele desceram até os quadris da loira puxando e apertando a silhueta pequena contra si.

Apesar de todo frio daquela noite, nenhum dos dois sentia nada, era como se o mundo ao redor não existisse. Ele queria tudo o que ela pudesse lhe oferecer... E o gosto doce daquela boca não tinha outra no mundo que chegasse minimamente perto. Pertenciam um ao outro, há muitos anos deixaram de ser pessoas distintas para serem uma única pessoa.

Separaram-se alguns segundos para respirar e ficaram se olhando. Não precisam dizer coisa alguma, palavras se tornaram desnecessárias depois de alguns anos.

Mais alguns beijos e o vento frio daquela noite incomodou-os um pouco. Não precisavam ficar ali, sendo que Roy morava a algumas quadras.

- Vamos para minha casa!

- Hum... Certo... Mas volte lá para dentro e invente alguma desculpa, se nós dois sumirmos ao mesmo tempo, eles vão ter motivo para fofocar o resto da semana!

- Todo mundo fala de nós de qualquer jeito! A diferença agora é que não é mentira! – ele sorriu faceiro a puxando pelo braço a caminho da rua –

- Mas... – ele a abraçou pelas costas –

- Mas nada! Isso é uma ordem tenente...

- Tenente-Coronel! – replicou ela –

- Você não me deixou terminar! – ele riu contra a nuca dela fazendo-a se arrepiar –

Owari...

Bem, a história termina aqui. E não me matem, eu sei que demorei um século para postar e no final vocês não tiveram o que queriam... Mas, no entanto, todavia, eu não me negaria a escrever o que rolou no apartamento do moreno com o incentivo certo!!!

Hahahhahahhahhahahhahhahha

Espero que tenham gostado e peçam o extra!

Kiss Kiss, Riizinha (Anny Taisho)

Cap. V – Paladar

Dias se passaram desde o acontecido no ginásio e nenhum dos dois tocou mais no assunto. Voltaram a agir como antes, nada tinha acontecido. Aquilo fora um desproposito sem tamanho, algo que nem valia a pena ser lembrado.

Dentro da sala em que passavam o dia, apenas o essencial era conversado. Não que antes passem grandes períodos de tempo conversando trivialidades. O clima estava levemente tenso.

Os rapazes que já tinham chegado das mais diversas partes do país, agora a equipe Mustang estava de volta a ativa. E como era de se esperar, os caras queriam uma festinha de “boas vindas”.

Ótimo. Era o que ela precisava.

Iria ver Roy agarrando alguma desconhecida... Como se ela se importasse!? Ele era adulto, sabia o que fazia, não era da conta dela o que ele fazia ou deixava de fazer!

Ela NÃO se importava!

Tanto que foi fazer uma visita ao avô que estava na cidade antes. Jantou. Conversou. Relaxou. E só por fim foi ao Pub. Isso porque não estava nem aí para paçoca nenhuma!?

O motorista do avô a deixara duas ruas antes, e isso porque o tráfego estava horrível. A noite estava escura e o vento cortante. Todos em volta estavam muito bem agasalhados... Definitivamente, no frio as pessoas se vestem melhor.

Mas isso não fazia a menor diferença. A loirinha trajava um Jeans, blusa roxa de mangas longas que deixava os ombros de fora, um cachecol vermelho em volta do pescoço, sobretudo negro e botas que chegavam aos joelhos.

Logo ela avistou o Pub e nesse instante sentiu uma vontade absurda de correr para casa. Não que se importasse com o Mustang agarrando alguma desavisada, simplesmente queria estar em casa. Pelo menos era o que ela queria acreditar.

A mulher entrou no Pub ouvindo o barulhinho da sineta que ficava no alto da porta, ainda dava tempo de correr, ou talvez eles já tivessem ido embora... Ou talvez não.

Na primeira passada com os olhos que ela deu avistou a turma em uma mesa conversando animadamente. Das duas uma: Mulher ou futebol. Não existia outros assunto que fosse capaz de deixá-los tão ouriçados como pareciam.

Mas uma coisa aliviou o coração da moça: Ela não viu Roy. Talvez Kami-sama não a odiasse tanto. Não que a presença de Roy pudesse mudar alguma coisa ou fazer a diferença, só queria evitar uma possível saia justa.

No entanto, a mente da lourinha trabalhava com outro ângulo da história. O fato dele não estar presente, não queria dizer que ele não esteve presente, o que levava a suposição de que ele já fora embora, provavelmente, acompanhado!

E ELA NÃO SE IMPORTAVA!

COM QUEM O MUSTANG DORMIA NÃO ERA DA CONTA DELA.

- Boa noite, rapazes. – ela tentou parecer o mais amigável possível –

- Boa noite, Chu i. – a loirinha ouviu um coro baixo, eles pareciam estar aturdidos demais olhando-a –

- O que foi? – Riza olhou para os lados e para a roupa procurando alguma coisa suja ou fora do lugar – Algo errado?

- Eles estão apenas desacostumados a vê-la tão bonita, Riza.

Riza conhecia aquela voz que vinha detrás de si. Aquela maldita voz que fazia seus joelhos tremerem e um arrepio subir da base de sua coluna.

- Tai sho... – aquela palavra quase não saiu, ela não sabia se ficava feliz por vê-lo ali ou se entrava em pânico –

Com muito esforço ela virou o pescoço e olhou para a face masculina do homem que estava parado as suas costas. Roy tinha os cabelos penteados para trás e até onde a loura pôde ver, usava uma camisa branca com dois botões abertos abaixo do pescoço, onde se via uma corrente de prata, calça jeans e o casaco que ela vira jogado em uma das cadeiras provavelmente era dele. Estava lindo... Como sempre, se me permitem dizer.

- Está bem, Riza? Você parece um pouco pálida... Melhor sentar.

Roy colocou as mãos sobre os ombros da moça e a guiou até a cadeira vazia, sem que ela dissesse uma única palavra. Riza não sabia o que fazer, estava entrando em pânico , a presença dele era brutal para seus sentidos, não podiam ficar tão perto assim um do outro.

A lourinha pediu uma dose de vodka e virou sem pestanejar sentindo o líquido descer queimando sua garganta e anestesiando seus sentidos que queriam deleitar-se saboreando o que lhes era proibido.

Todos ficaram surpresos ao ver aquela cena, ela se quer havia feito uma careta ao virar o líquido transparente. Roy havia puxado outra cadeira para si, sentando a frente da lourinha. Aquilo só podia ser uma brincadeira de muito mau gosto do destino.

Riza quase não abria a boca, mais ouvia do que falava. Os amigos contavam como estava a vida, dos namoros, dos lugares, dos novos amigos... do futuro, mas os pensamentos femininos estavam longe, muito longe.

A jovem Hawkeye estava muito desconfortável, tudo o que queria era ir embora. Ficar olhando para o Mustang conversando e bebendo natural, atraente e masculinamente demais. Aquela visão da barba que ela agora tinha notado estar por fazer era demasiadamente instigante.

Todo o corpo da moça começou a acordar, lembranças das mãos que a tocaram sem pestanejar, do cheiro que lhe dava água na boca... Sem contar aquela voz que era capaz de deixar qualquer criatura do sexo feminino subindo pelas paredes.

A respiração estava se tornando complicada e aquele ambiente empestado de perfumes, cigarro e álcool não estava ajudando nada. Ela precisava sair dali, extravasar toda aquela tensão. E a loirinha sabia o que seu corpo precisava, mas não derrubaria qualquer um em sua cama, pois se tinha uma coisa da qual ela tinha orgulho era de sempre ter estado com homens que tinham alguma importância, não seria leviana por conta daquele despropósito. O que a levava para um caminho que detestava...

Sem dizer muita coisa a loura levantou-se da mesa puxando seu casaco e bolsa dizendo que já voltava, não podia continuar ali olhando para aquele homem que atormentava sua sanidade. Caminhou para a porta traseira do Pub que dava para um beco mais ou menos iluminado e deserto. O frio estava realmente cortante... Vestiu o casaco e arrancou da bolsa uma carteira de cigarro.

Isso mesmo que leram caros leitores, apesar da jovem mulher não ser uma fumante, já havia feito isso no passado, mais especificamente após Ishival, foi sua válvula de escape para as noites insones que vinham após os pesadelos. Naquela época chegava a fumar duas carteiras em uma noite... Abandou o vício, mas ele sempre acabava voltando quando ela sentia-se acuada.

Não era uma coisa da qual se orgulhava, tinha na verdade muita vergonha e raiva daquela fraqueza. Aquilo significava que ela não tinha total controle sobre sua vida e seu corpo. Maldito Roy que sempre era o motivo de seus problemas e tensões!

Acendeu o bastão de papel, mas não tragou logo... Demorou alguns segundos, não queria realmente fazer aquilo. Sabia que depois do primeiro viria o segundo, o terceiro, o quarto...

Era uma derrota pessoal que causaria vergonha durante muito tempo para si mesma. Maldito, maldito, maldito Roy Mustang.

Uma grande tragada e ouviu a porta a alguns metros de si, abrir e fechar, não se deu ao trabalho de olhar... Soltou pesarosamente a fumaça pela boca já sentindo a culpa de sua fraqueza.

- Mais feio do que um homem com um cigarro na mão, só uma moça tão bonita fazendo a mesma idiotice! – ela conhecia aquela voz –

- O que quer aqui, Roy? Uma garota não pode ter um pouco de privacidade? – a loura tragou mais uma vez e soltou sentindo-o se aproximar –

- Você tinha me dito que nunca mais colocaria uma droga dessa na boca, desde quando não honra sua palavra?

O Mustang se aproximou ficando ao lado da loura.

- Recaída... Não faço sempre!

Quando iria levar mais uma vez o cigarro a boca, ela sentiu Roy batendo em sua mão fazendo seu cigarro cair e logo em seguida pisando em cima. Sem a menor cerimônia.

- Não estamos em crise, ou em guerra... O que te deixou atordoada para voltar a fazer essa besteira?

- Eu tenho uma vida fora das paredes daquele quartel... – quando Riza pegava a carteira para voltar a extravasar sua tensão sente que ele arranca de sua mão e joga longe –

- Fumar não vai resolver seus problemas, quer falar sobre isso?

A mulher olhou-o incrédula, será que ele era cego ou burro? Roy não estava vendo que o único motivo dela estar com aquela coisa na mão era ele próprio?

- Não. Obrigada pela preocupação.

- Riza... – ele suspirou – A gente precisa ter uma conversa.

- Sobre? – perguntou olhando para a parede oposta aquela que estava encostada –

- Nós. Já passou da hora da gente parar com esse joguinho e colocar as cartas na mesa como adultos.

- Não sei do que está falando.

- Já passamos por coisas demais juntos para você ficar bancando a desentendida! Você sabe que nós dois temos alguma coisa, mas passamos os últimos anos fingindo que não notávamos nada.

- Eu não sei do que você está falando, então pare de falar besteiras!

Riza se desencostou da parede com intuito de voltar para dentro. Estava bastante frio ali, sem contar que ela não sabia quanto tempo mais agüentaria ficar ali negando tudo aquilo que ela sabia que era verdade.

Qualquer um era capaz de notar que rolava alguma coisa ali, caso contrário não haveriam tantos boatos a respeito de terem um caso escondidos. A tensão sexual ali era muito evidente. E se já não bastasse isso, tinha a tensão amorosa, cúmplice, amiga, apaixonada...

- Dessa vez não!! – Roy a puxou com a força necessária para fazê-la parar –

- Me solta, Roy! Não seja impertinente!

O orgulho era muito irritante! E se tinha uma coisa que a jovem Hawkeye tinha era orgulho. Roy não era nenhum homem sem orgulho, mas era capaz de admitir o que todos afirmavam.

- Quanto tempo mais a gente vai esperar? Não tem nada mais que nos impeça!! Eu pensei em você em cada maldito dia longe e eu sei que com você não foi diferente!

- Não confunda as coisas! Crescemos juntos, fomos para guerra juntos, trabalhamos muito tempo juntos, mas isso não quer dizer que tenhamos mais do que uma amizade!

O mustang cansou daquilo! Riza era teimosa demais! Se ela não queria admitir de boa vontade, admitiria depois de uma inquisição severa. Ainda segurando-a por acaso colocou-a entre a parede e si. Uma mão de cada lado da cabeça da moça ele a encarou profundamente.

- Olhe para mim e diga que não sente seu corpo reagir quando está perto de mim. E que não fica com vontade de me beijar quando me sente tão perto... – ele chegou a boca perto do ouvido dela – Eu sei que você sente tudo isso porque eu sinto as mesmas coisas por você! O seu cheiro, a sua voz, a sua imagem... Tudo, tudo me faz te desejar!

Estava muito difícil raciocinar com a voz rouca do Don Juan da Central sussurrando aquelas palavras ao pé de seu ouvido, sem contar a maneira que Roy colocava seu corpo masculino contra os seu, instigando seus instintos.

Ela queria ter forças para empurrá-lo, mas seus braços não tinham tal capacidade no momento. Ele tinha razão. Não havia como negar o que existia entre os dois. O perfume dele invadindo seus sentidos... A respiração quente dele contra seu pescoço, ela podia sentir que ele sorria.

- Está sorrindo por que seu idiota?

- Porque eu vou fazer o que desejo a muitos anos!

Dito isso, o Mustang cobriu os lábios finos de Riza com os seus. Finalmente depois de imaginar tantas vezes qual seria o gosto daquela boca, ele descobriria a verdade. No início, ela se assustara com gesto enrijecendo o corpo, mas logo se deixou levar pelas sensações da boca do Mustang contra a sua.

Sem pedir permissão ele passou sua língua para dentro da boca dela exigente por ser correspondido. As mãos delicadas correram as costas do homem alcançando os ombros e a nuca. Já as mãos dele desceram até os quadris da loira puxando e apertando a silhueta pequena contra si.

Apesar de todo frio daquela noite, nenhum dos dois sentia nada, era como se o mundo ao redor não existisse. Ele queria tudo o que ela pudesse lhe oferecer... E o gosto doce daquela boca não tinha outra no mundo que chegasse minimamente perto. Pertenciam um ao outro, há muitos anos deixaram de ser pessoas distintas para serem uma única pessoa.

Separaram-se alguns segundos para respirar e ficaram se olhando. Não precisam dizer coisa alguma, palavras se tornaram desnecessárias depois de alguns anos.

Mais alguns beijos e o vento frio daquela noite incomodou-os um pouco. Não precisavam ficar ali, sendo que Roy morava a algumas quadras.

- Vamos para minha casa!

- Hum... Certo... Mas volte lá para dentro e invente alguma desculpa, se nós dois sumirmos ao mesmo tempo, eles vão ter motivo para fofocar o resto da semana!

- Todo mundo fala de nós de qualquer jeito! A diferença agora é que não é mentira! – ele sorriu faceiro a puxando pelo braço a caminho da rua –

- Mas... – ele a abraçou pelas costas –

- Mas nada! Isso é uma ordem tenente...

- Tenente-Coronel! – replicou ela –

- Você não me deixou terminar! – ele riu contra a nuca dela fazendo-a se arrepiar –

Owari...

Bem, a história termina aqui. E não me matem, eu sei que demorei um século para postar e no final vocês não tiveram o que queriam... Mas, no entanto, todavia, eu não me negaria a escrever o que rolou no apartamento do moreno com o incentivo certo!!!

Hahahhahahhahhahahhahhahha

Espero que tenham gostado e peçam o extra!

Kiss Kiss, Riizinha (Anny Taisho)


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