O café durou menos de dez minutos, o clima com as duas sentadas na mesma mesa não era bom, todos percebiam. Até que por fim, a ruiva decidiu dar um basta na situação e simplesmente levantou da mesa dizendo que precisava ver a sua mãe e que se falariam depois. Scott não deixou com que ela se afastasse, seguindo-a entre os corredores.

— Lydia – chamou mais uma vez, dessa conseguindo alcança-la – Dá pra parar?

Seus pés se firmaram no chão.

— O que foi? – perguntou rudemente.

O Mccall tentou tocar em seu braço, mas ela se afastou.

— Não faz isso, Scott.

Houve um suspiro pesado.

— Não faz isso você, por favor!

— Você não consegue ficar longe dela – falou calmamente – Não posso aceitar isso.

— Eu não posso ficar longe de você – aumentou a voz – O que esperava? Você mesmo disse que eu não deveria ficar parado te esperando.

— Não, você não entende. Não é a questão de ter se envolvido com outra pessoa!

— Então, o que é? – perguntou.

— Você ainda está envolvido com ela até o pescoço. Não entendo o motivo e acho que nem você mesmo consegue compreender. Mas, se estava com Kira antes de eu voltar, é com ela que deve ficar.

Dessa vez ele conseguiu tocar o braço dela.

— Lydia...

— Já tentamos uma vez – sorriu sem mostrar os dentes – Não conseguimos ficar juntos.

— Tá me dispensando?

Ela negou.

— Você sabe que não – se afastou, quebrando o contato físico entre eles – Estará melhor com ela.

— Não diga isso  - ela tocou o rosto do garoto – Eu te amo!

— Eu também, e é justamente por isso que precisamos ficar separados. Já nos machucamos demais, não quero que outras pessoas também acabem se machucando por culpa nossa. Você entende, não é? – ele negou – Eu sinto muito.

Lydia se afastou dele lançando um ultimo olhar para o homem de sua vida. Entrou na primeira porta que viu, o banheiro feminino estava vazio, e ela agradeceu por isso. Podia ver Scott através do espelho. Estava ainda parado no mesmo lugar com as mãos presas aos cabelos quando Kira chegou, tocando o seu ombro. Lançou um sorriso carinhoso pra ele, mas não foi retribuída da mesma forma. Scott abraçou-a. A ruiva sentiu a garganta fechar, não podia fazer nada, era o certo no momento. Ele gostava dela, gostava muito, Kira o fazia bem e era tudo o que ele precisava naquele momento... sem Lydia.

— Você está bem? – a morena perguntou.

— Estou – respondeu após hesitar.

Ela preferiu não tocar no assunto.

— Quer sair?

Ele concordou, e ambos saíram da escola de mãos dadas.

A Martin bateu com a cabeça contra a parede, fechando os olhos.

— Lydia – Malia chamou-a, abaixando para ficar na altura da garota – O que você está fazendo?

— Fugindo – disse, ainda de olhos fechados – De novo.

— Por que? – indagou – Vocês se ama!

— Quero que ele seja feliz, só isso.

— Por que você mesmo não assume esse risco?

— Já tentei, lembra? Fracassei miseravelmente! – abriu os olhos dessa vez – É melhor assim.

— O que pretende fazer?

Lydia se levantou, tirando o casaco enquanto se encarava no espelho. Limpou as lagrimas que ainda estavam pelo seu rosto e ajeitou os cabelos sob o olhar atento de Malia.

— Vou seguir a minha vida.