Consequências do Amor escrita por Rah Forever, Reh Lover


Capítulo 6
Capítulo 6 - Uma Discussão, Uma Confissão


Notas iniciais do capítulo

Oii gente! ❤ Aqui está o próximo capítulo. Esperamos que gostem!

Queríamos agradecer a todas as lindas que comentaram. Adoramos os comentários! ❤ Meninas, vocês sabem mesmo como deixar duas escritoras amadoras felizes! ❤

Muito obrigada as lindas que comentaram:
- Duh Leon
- Leitora Tinista
- Violetta S2
- Gabriella Santos
- Germangie 17

POSTAREMOS O PRÓXIMO CAPÍTULO COM PELO MENOS 6 COMENTÁRIOS ❤

Boa leitura!



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"When your lips are on my lips
            Then our hearts beat as one
            But you slip out of my fingertips
            Every time you run"


                  * Give Your Heart a Break
                           ( Demi Lovato )

 


                                         NARRADORA


      Eles estavam completamente entregues ao beijo. Angie estava tão imersa nas sensações que German causava nela que nem percebeu quando ele a levantou do chão.

 

Ela apenas deixou que ele a carregasse para onde quisesse. Naquele momento ela já não estava se importando com mais nada.

 

German a sentou numa cadeira alta que ficava de frente ao balcão de mármore, que ligava a sala de estar a sala de jantar.

 

Angie passou as pernas ao redor da cintura dele. German por sua vez, voltou a beijá-la, iniciando um beijo lento. Ele não teve pressa nenhuma.

 

Dessa vez foi Angie que intensificou o beijo. Ela passou os braços ao redor do pescoço de German e deslizou seus lábios com mais força contra os dele. Ela sentia sua respiração se tornar mais rala a cada segundo. German estava deixando-a sem fôlego.

 

— German. — Angie soltou um suspiro ao sentir que ele a segurava ainda mais firme do que antes.

 

Ele estava prestes a transferir o beijo dos lábios dela para o seu pescoço, mas um som estridente invadiu o lugar. E no mesmo momento, fez com que eles parassem de se beijar.

 

Angie estava confusa, como se tivesse acabado de acordar de um sonho e agora tivesse que encarar a realidade. Ela tratou de descer rapidamente da cadeira onde estava segundos atrás agarrada a German.

 

"Não. Eu não posso ter feito isso." Angie pensou, enquanto passava as mãos freneticamente pelo vestido que agora estava todo amassado.

 

Ela olhou ao redor procurando o que ocasionara o barulho. Não demorou nada para que ela constatasse que o barulho vinha do celular de German, que estava repousado em cima do balcão de mármore.

 

Angeles se sentiu a pior pessoa do mundo ao olhar para a tela e ver quem estava ligando para ele. Era Priscilla. A noiva e futura esposa de German. Aquela que em breve ocuparia o lugar ao lado de German que ela sempre desejara.

 

Ela sentiu os olhos se encherem de lágrimas e a garganta se apertar.

 

German ao ver a reação de Angie, olhou para o seu celular. Ao ver que era uma ligação de Priscilla, ele desligou o aparelho com mais força do que a simples tarefa exigia. Ele pegou o celular e colocou-o no bolso.

 

Raiva. Era o que German sentia. Ele estava com raiva de si mesmo. Por machucar Angie e por ter feito o que fez com Priscilla. Nenhuma das duas mereciam que ele fosse um imbecil.

 

German tentou se aproximar de Angie, mas ela o afastou.

 

— Não! Não se aproxime de mim! — Ela gritou, com lágrimas escorrendo pelo rosto.

 

German, frustrado, passou ambas as mãos pela cabeça. Ele odiava ver Angie chorar e saber que o culpado das lágrimas dela era ele mesmo.

 

— Angie ... — Ele tentou.

 

— Não diz nada, porque eu não quero ouvir!

 

— Vamos conversar, por favor. — Ele pediu num tom de voz suplicante.

 

— Conversar só vai tornar as coisas piores do que elas já são German.

 

— Mas você sabe que temos que conversar sobre o que acabou de acontecer. — Ele começou, cauteloso.

 

— Pra quê? Para eu dizer algo pra limpar a sua consciência? — Ela perguntou, sarcástica.

 

— Me perdoa Angie, eu não queria ter te … — Angie o interrompeu.

 

— Não, eu não vou te perdoar. Não se atreva a me pedir desculpas.

 

Angie andava de um lado para o outro, nervosa. Se continuasse assim, abriria um buraco no chão.

 

Ela se aproximou de German, olhou nos olhos dele e perguntou:

 

— Nós estávamos indo bem como amigos. Por que você me beijou?

 

— Isso foi um … — Ela o interrompeu.

 

— Não se atreva a dizer que foi um erro. — Ela disse, aumentando o tom de voz.

 

— Não coloque palavras na minha boca Angeles. — Respondeu no mesmo tom.

 

— Admite logo de uma vez. Era isso que você ia dizer.

 

— Você não tem como saber o que eu ia dizer.

 

— Eu estou cansada da sua covardia German. Você faz algo, depois se arrepende e eu sempre acabo te perdoando. Mas quer saber? Eu cansei. Faça o que quiser. Eu cansei de esperar que você tome alguma atitude.

 

Angie foi se aproximando cada vez mais dele. Ela estava chateada, frustrada, brava e com raiva. Tudo ao mesmo tempo.

 

Ela precisava descontar sua raiva. Então ela começou a bater no peito de German. A começo ele não reagiu, ele sabia que merecia.

 

Angie continuou a falar:

 

— Eu cansei de sempre sair machucada. De esperar que você lute pelo que sente. Você nunca reage, pelo contrário, você se esconde atrás desse seu medo idiota! — Ela continuou a esmurrar o peito dele. Lágrimas escorriam sem parar pelo rosto dela.

 

— Angie, calma! — Ele pediu, segurando com delicadeza os pulsos dela.

 

— Como você me pede calma? Me solta! — Ela tentou se desvencilhar.

 

— Só me ouve, por favor. — Ele pediu com a voz calma.

 

— Caramba German! Me deixa em paz!

 

— Só depois que você me escutar. — Ele rebateu.

 

Angie suspirou. Era tão difícil assim ele dizer o que sentia? Era tão difícil tomar uma decisão e parar de ser covarde?

 

Um soluço irrompeu da garganta de Angeles, e logo outros vieram em seguida. Ela estava cansada de ser a única a lutar.



German sentiu vontade de abraçá-la, mas ele não podia fazer isso, assim ele só a machucaria mais ainda.

 

Ela ergueu o rosto e encarou German. Foi como se ele tivesse levado um soco no estômago. Até um tiro doeria menos. A tristeza que ele viu nos olhos dela, foi mais do que ele poderia suportar.

 

— German, por favor, vá embora. Eu preciso ficar sozinha. — A voz dela saiu trêmula e fraca, parecia que iria falhar a qualquer momento.

 

A raiva parecia ter abandonado a sua voz, e agora, só sobrara a dor e a tristeza.

 

— Mas … — Ele tentou.

 

— Por favor. — Ela implorou, a voz não mais que um sussurro.

 

German fitou os olhos verdes de Angeles. Eles pareciam implorar para que ele a deixasse sozinha.

 

Com muita relutância, ele acabou cedendo. German soltou os pulsos de Angeles. E sem mais nenhuma palavra, ele foi embora. Porque ele sabia que se insistisse só a faria sofrer mais.


                                                     (…)

 

German tentou controlar sua respiração descontrolada. Era melhor se acalmar; seus punhos já encontravam-se brancos devido à tamanha força com a qual ele segurava o volante do carro.

 

Sua mente trabalhava rápida, formulando perguntas que ele não sabia responder.

 

Por que beijara Angie daquele jeito, como se o mundo estivesse prestes a acabar? Por que não conseguia medir as consequências de seus atos antes de fazê-los?

 

Se sentia um idiota, um cretino de primeira classe. Nem Angie, nem Priscilla mereciam de fato a maneira como ele se portara.

 

Não conseguia entender: se seus sentimentos eram tão fortes por Priscilla para o fazer querer se casar com ela, por que quando ele estava perto de Angie não conseguia se controlar? Por que então seu cérebro se recusava com afinco a tirar aquele rosto angelical e aquele par de olhos verdes dos seus pensamentos?

 

German sabia que Angie era proibida pra ele e sempre seria; não havia um futuro pra eles. As oportunidades que tiveram de ficar juntos se esgotaram e não dava para voltar no tempo.

 

Sabia que já machucara ela outras vezes, e tinha total consciência de que ela merecia alguém melhor. Alguém que a fizesse feliz da forma que ele não fora capaz.

 

Eles eram amigos apenas a alguns poucos dias. E ele já se encarregara de por um fim aquela amizade prematura. Se bem que German sabia que de um jeito ou de outro, aquela amizade tinha prazo de validade, estava fadada ao fracasso. Como pensara que ele e Angie podiam ser amigos depois de tudo que se passara entre os dois?

 

German soltou um suspiro pesado enquanto passava as mãos pelo cabelo negro, em um gesto de completa frustração.

 

Até onde ele e Angie chegariam se o seu celular não tivesse tocado e os tirado do estupor em que se mantinham presos? O que teria acontecido se eles não tivessem sido interrompidos? German não tinha certeza se queria saber a resposta.

 

Antes de dar a partida no carro e seguir rumo à mansão, seu olhar voltou-se para a casa de Angie uma última vez. Um suspiro cansado inrrompeu de seus lábios.

 

                                      (…)


         A cada minuto que se passava a culpa se assomava cada vez mais sobre German. Não havia perdão para o que fizera.

 

Ele se sentia muito certo de seus sentimentos até Angie voltar pra Buenos Aires e colocar o mundo seguro e estável dele de cabeça pra baixo, abalando e confundindo seus sentimentos. Ele não esperava que a volta de Angie serviria de mártir para antigos sentimentos que ele achava que havia enterrado, virem a tona com uma força admirável.

 

Logo que chegara em casa fora direto para seu escritório. Chegando lá, vira os 300 convites para o noivado dispostos sobre sua mesa de trabalho; lembretes de que ele falhara com Priscilla e fora contra seus próprios princípios.

 

Ele precisava acalmar seus pensamentos confusos e turbulentos. Então dirigiu-se até a cozinha e serviu-se de uma taça de vinho. Não era e nunca fora o tipo de pessoa que bebia para esquecer dos problemas, mas o estorpor que o líquido âmbar poderia trazer, era um tanto tentador.

 

Ao total serviu-se de duas taças. Por sorte a casa se mantinha vazia e ele não precisaria dar explicações para ninguém.

 

Depois de devolver a garrafa ao seu devido lugar e de lavar a taça que usara, ele foi até seu escritório e até tentara trabalhar, mas não dera uma hora que ele estava trabalhando e sua cabeça já latejava.

 

Pensou em tomar uma aspirina para a dor, mas misturar bebida e remédios era sinônimo de perigo. Então dirigiu-se até seu quarto com o pretexto de descansar os músculos tensos.

 

German não esperava de fato dormir, mas logo que se deitou, o sono pareceu se apossar dele instantaneamente. De modo que ele nada pode fazer ao não ser mergulhar na escuridão, que parecia bem mais agradável e receptiva do que deixar seus pensamentos vagarem até os acontecimentos daquela tarde.

 

                                          (…)

 

Angie não podia se sentir pior.

 

Tudo o que ela queria era paz. Logo depois que German saira, ela se abraçou e deixou que as lágrimas a consumissem.

 

Aquelas eram lágrimas de ódio e repulsa por si mesma. Como pudera em sã consciência beijar German daquele jeito? Não era de seu feitio agir assim, de forma tão imprudente, mas sabia que quando estava próxima a German seu corpo parecia criar vida própria e agir segundo seus instintos e passava a ignorar os comandos de seu cérebro.

 

Ela não era aquele tipo de mulher. Em um segundo estava pendurando quadros normalmente na parede e segundos depois estava agarrada à German à mercê da tamanha emoção que partilhavam naquele momento.

 

Angie se assustou ao constatar no quão imprudente fora. Ela estava completamente entregue ao momento e disposta a deixar os seus mais profundos sentimentos a guiarem.

 

Uma coisa que ela aprendera desde muito cedo, era que cada ato trazia consigo uma consequência, e ela tinha certeza de que não estava pronta para lidar com as consequências do que acontecera.

 

Não conseguia entender como deixara as coisas sobressairem tanto seu controle.

 

Ela não gostava de Priscilla, tinha algo de muito estranho com aquela mulher, mas mesmo assim sabia que isso não dava o direito de beijar o noivo dela. Não a dava o direito de agir da maneira que agiu. Se fosse ela no lugar de Priscilla, não gostaria nem um pouco do que acontecera.

 

Ela se recriminou mentalmente por esperar que enfim German deixasse a covardia de lado, e pelo menos uma vez na vida, olhasse pra ela e dissesse o que sentia de verdade. Custava muito deixar o medo pra trás e lutar pelo que sentia? Ela estava cansada de lutar sozinha.

 

Ela não sabia porque ainda tinha esperança de que German fosse sincero com ela e consigo mesmo. Mas o que mais doía, era saber que German considerava o beijo um erro. Não fora certo o que fizeram, mas ainda assim era difícil ver que German considerou tão pouco do beijo. Ele não pode ver a entrega dela?

 

Ele até podia considerar aquilo um erro, mas Angie sabia que ela não fora a única naquela tarde a deixar os sentimentos extravasarem. Ela pode ver o brilho ardente nos olhos de German. Ele ansiara por aquele beijo tanto quanto ela. A maneira com que ele reagiu ao momento não passou despercebida por ela.

 

Angie fungou uma vez, enxugando seu rosto com as palmas das mãos, decidida a parar de se martirizar, mesmo que ainda se sentisse culpada. Afinal, German também tinha sua parcela de culpa.

 

Precisava aliviar a mente, então recorreu a única coisa que podia acalmar pelos menos por alguns minutos sua mente turbulenta: A música.

 

                                              (…)

 

— Angie? - German perguntou surpreso; não esperava encontrar ela ali em seu escritório, ainda mais depois do que acontecera.

 

— German. - Ela balançou a cabeça em um cumprimento breve e delicado.

 

German estranhou, já que Angie não parecia nem um pouco brava, parecia até serena. Dados os acontecimentos daquele dia, ele esperava ao menos irritação da parte dela. Mas aquela Angie parada na sua frente, diferia muito da imagem que se formou em sua cabeça de quando encontrasse com Angie novamente.

 

— O que foi? - A loira perguntou. - Parece confuso.

 

— Confuso, não. Apenas… surpreso.

 

A loira soltou um suspiro profundo.

 

— Ah, German… Por quanto tempo ainda vai lutar contra o que sente? - Perguntou com um sorriso triste emoldurando os lábios avermelhados.

 

— Não estou lutando contra o que sinto. - Afirmou, indo contra sua própria voz que soara um tanto incerta.

 

— Você pode mentir pra mim, mas não pode enganar o coração. - Angie disse, a voz tão calma comparada as palavras tão carregadas que proferiu.

 

German não sabia o que responder, então, parecendo compreender o silêncio dele como um consentimento ao que dissera, ela continuou:

 

— Ah, a covardia… Acho que ela poderia ser considerada o mal do século, não concorda? - Ela relanceou seu olhar a German, que a fitava com certa confusão. Ele tinha certeza de que tinha algo de estranho com a loira, conhecendo-a sabia que a voz dela era suave e relaxada demais pra alguém que ainda naquela tarde gritara com ele.

 

— Discordo. - Foi a única coisa que ele disse em contrapartida.

 

— É uma pena que não consiga admitir sua própria covardia.

 

— Eu não sou covarde! - German se exaltou, colocando-se de pé.

 

— Então prove. - A loira pediu, desafiando o moreno que agora estava a um passo de distância de onde ela se encontrava - Prove que não é covarde.

 

German deu um passo a frente e segurou o rosto angelical em suas mãos. Olhou por ínfimos segundos aquelas profundezas que eram os olhos de Angie e reclinou-se um pouco sobre ela para beija-lá.

 

Foi a vez de Angie dar um passo pra trás.

 

— Não quero que prove nada agora. Faça isso na vida real. - Ela tocou o rosto dele delicadamente. - Se declare pra mim, mas na vida real.

 

Vida real? O que ela queria dizer com aquilo?

 

De um instante a outro, Angie desaparecera do nada; era como se de fato ela nunca estivesse estado ali.

 

Então uma luz forte demais se apossou do cômodo e envolveu-o com toda sua luminosidade.

 

                                   GERMAN

 

Acordei sobressaltado, o coração batendo a mil.



         Ótimo. Sonhar com Angie era tudo de que eu precisava no momento; como se já não bastasse minha consciência pesada e o sentimento de culpa que me cercava.

 

De todas as sete bilhões de pessoas no mundo, por que eu tinha de sonhar justo com ela? E que sonho fora aquele? Fazia um bom tempo que eu não dormia e sonhava, e na primeira vez que isso acontece em tempos, eu sonho com a única pessoa que era proibida pra mim.

 

Minha mente adorava pregar peças. Eu dormira pra relaxar e aliviar a mente de certos pensamentos, não para sonhar com Angie e me lembrar do que aconteceu entre nós.

 

Eu precisava pensar em um jeito de me desculpar com Angie e com Priscilla também; ela merecia saber a verdade.

 

Me levantei pensando que só algumas horas se passaram enquanto eu dormia. Devia estar na hora do jantar.

 

Levei um susto quando abri a janela e as cortinas do quarto. Um sol brilhante me cumprimentava. É, eu dormira mais do que pensara, já havia amanhecido.

 

Eu pensei que me sentiria relaxado depois de uma boa noite de sono, mas minha consciência estava ali me alertando, causando um cansaço repentino em mim mesmo que eu tivesse acabado de levantar.

 

Me arrumei em pouco tempo e desci pra tomar café-da-manhã.

 

Chegando à sala de jantar, me sentei no local de sempre. Olga me serviu uma xícara de café fumegante e um pedaço farto de bolo de chocolate. Em poucos minutos, o prato e a xícara se encontravam vazios. Como na noite anterior não havia jantado, me sentia faminto.

 

Olhei pro meu relógio de pulso que marcava 8:00 horas. Pelo que Vilu havia me dito, ela iria mais tarde pro Studio, então poderíamos tomar café juntos.

 

Estranhei que minha filha ainda não tinha descido pra tomar café, então chamei Olga e perguntei:

 

— Olga, você sabe por quê a Vilu ainda não desceu? - Perguntei curioso.

 

— Não, senhor German. Eu estava agorinha indo chama-lá pro café. - Explicou.

 

— Não precisa, Olga. - Eu disse me levantando. - Pode deixar que eu faço isso. Obrigada.

 

— Como quiser. - Olga assentiu e voltou pra cozinha.

 

Subi as escadas e quando parei em frente do quarto de Vilu, bati na porta e perguntei:

 

— Filha, posso entrar?

 

Vilu demorou alguns segundos pra responder.

 

— Claro. - Vilu disse, sua voz soando um tanto baixa e fraca. Estranhei.

 

Virei a maçaneta e adentrei o cômodo, que por sinal estava escuro; a cortina e a janela se mantinham fechadas.

 

Abri a janela e a cortina.

 

— Hora de levantar, Vilu. - Disse e me sentei na cama.

 

Logo que olhei pra Vilu, percebi que tinha algo de errado com ela. Seu rosto estava pálido e ela permanecia com os olhos fechados. O cobertor lhe cobria até os ombros, mesmo que o dia estivesse calor.

 

Estendi uma das mãos sobre a testa de Vilu para medir sua temperatura. E minhas suspeitas logo foram confirmadas: Vilu estava com febre.

 

— Filha, como se sente? - Perguntei preocupado. Minha filha parecia ótima no dia anterior.

 

— Não muito bem. - Respondeu, me encarando com olhos cansados e semi-abertos. - Me sinto cansada e com frio.

 

— Acho melhor irmos ao médico.

 

— Ah não, pai. - Reclamou. - Eu não gosto de hospitais e você sabe disso.

 

— Eu sei. - Concordei. Violetta era igualzinha a mãe nesse sentido. Maria também odiava hospitais. - Irei chamar o médico pra te atender aqui tudo bem?

 

Vilu não disse nada, apenas balançou a cabeça em afirmativa.

 

— Descanse um pouco. - Beijei sua testa e sai do quarto para ligar para o médico da família.

 

                                            (…)

 

                                         ANGIE



         Acordei com um som estridente. Meu celular tocava de algum lugar da casa.

 

Levantei e comecei a procurar o aparelho. Onde eu havia o deixado? Corri até a sala e o encontrei em cima da mesinha de centro. Logo que o peguei vi que era Vilu que estava me ligando.

 

— Oi, Vilu. - Cumprimentei, me sentando no sofá. - Como você está?

 

— Oi Angie. - Ela respondeu, a voz mais baixa que o normal. Estranhei, minha sobrinha parecia desanimada.

 

— Você está bem querida? - Perguntei preocupada. Sua voz estava tão fraca; não parecia nem um pouco com sua voz normalmente alegre.

 

— Não muito. - Respondeu, parecendo cansada como se requerisse muito esforço falar. - Estou com febre segundo o papai.

 

Febre? Vilu quase nunca ficava doente. Minha preocupação se elevou a décima potência.

 

— Você já foi ao médico? - Quis saber.

 

— Não, o papai vai chamar o médico para me atender aqui em casa. - Ela parou pra respirar e continuou: - Foi por isso que liguei, não vai dar pra gente se encontrar como combinamos. - Disse parecendo realmente chateada por ter de cancelar nosso encontro.

 

Vilu sempre se preocupando com todo mundo.

 

— Não se preocupe com isso, querida. Podemos marcar outro dia depois que você melhorar, claro. - Tranquilizei-a. - Estou indo pra sua casa, okay? Promete pra mim que vai descansar enquanto eu não chego aí?

 

— Prometo. - Concordou, para o meu alívio - Papai me disse a mesma coisa, sabia? - Disse, seu sorriso não passou despercebido em sua voz.

 

— Até doente você consegue fazer piada com as coisas, Vilu. - Fingi estar brava, mas não durou mais que poucos segundos já que Vilu riu fraca mas verdadeiramente do outro lado da linha e eu também. Não era uma das risadas típicas de Violetta, mas ainda assim fiquei feliz em ouvi-lá.

 

Conversamos por mais uns dois minutinhos e nos despedimos.

 

Me arrumei tão rápido que até o The Flash ficaria impressionado.

 

Antes de sair parei na cozinha e peguei uma maçã para comer no caminho, e logo depois me dirigi até o balcão para pegar minhas chaves. Estava com tanta pressa pra ir ver minha sobrinha, que quando fui pegar as chaves acabei batendo o pulso no balcão. Reprimi um palavrão. E ignorando a dor, peguei as chaves e saí de casa.

 

Minutos depois eu já havia estacionado meu carro em frente a mansão Castillo.

 

Toquei a campainha e cerca de dois minutos depois, alguém me atendeu.

 

Logo que elevei o olhar para ver quem havia me atendido, me senti congelar.

 

Um par de olhos profundos me encarava, sendo o dono deles ninguém menos que: German Castillo.

 

                                        (…)

 


                                * NOTAS: TRADUÇÃO


                "Quando os seus lábios estão nos meus lábios
                 Então, nossos corações batem como um só
                 Mas você escapa da ponta dos meus dedos
                Toda vez você corre"

 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? ❤ COMENTEM o que acharam do capítulo, a opinião de vocês é muito importante pra gente! ❤

POSTAREMOS O PRÓXIMO CAPÍTULO COM PELO MENOS 6 COMENTÁRIOS ❤

Beijos e até a proxima ❤



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