Consequências do Amor escrita por Rah Forever, Reh Lover


Capítulo 3
Capítulo 3 - Uma Reaproximação, Uma Amizade


Notas iniciais do capítulo

Oi gente ❤ Quero agradecer imensamente a DUH LEON por ter comentado o último capítulo. Muito obrigada, linda ❤ Se não fosse pelo seu maravilhoso comentário, eu não teria ânimo pra postar.

AVISO: Ficamos tristes ao ver que o último capítulo teve apenas um comentário. Gostaríamos muito de saber a opinião de todo mundo que está lendo, isso é muito importante pra nós pois assim podemos saber o que vocês estão achando, o que vocês acham que pode ser melhorado, etc...
NÃO queríamos ter que pedir uma meta de comentários para postar o próximo capítulo, pois sei que isso é bem chato com as pessoas que leem e comentam.

Então POR FAVOR, COMENTE o que você achou do capítulo. A opinião dos LEITORES é muito importante para a construção da fic. ❤

LEIAM: SE A FANFIC TIVER PELO MENOS 5 COMENTARIOS NESSE CAPITULO, AMANHÃ POSTAMOS O PRÓXIMO ❤

Espero que gostem, Boa leitura! ❤❤❤



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            "Trying not to love you, only goes so far
             Trying not to need you, is tearing me apart
             Can't see the silver lining, down here on the floor
             And I just keep on trying, but I don't know what for
            'Cause trying not to love you
             Only makes me love you more
             Only makes me love you more

 

  And this kind of pain, only time takes away
            That's why it's harder to let you go
            And nothing I can do, without thinking of you
           That's why it's harder to let you go"

 

           * Trying to not love you
                             (Nickelback)



                                           ANGIE

 

— Onde vocês estavam? — Vilu perguntou depois que German subiu as escadas e Ludmila saiu do cômodo para atender o celular. — Tenho certeza de que não vieram pra cá depois que nos despedimos no Estúdio.

— Seu pai tinha de ir escolher um terno pro noivado e… eu ajudei. — Falei de uma vez.

— Ajudou ele a escolher um terno? — Questionou. Um sorriso curioso surgiu em seus lábios.

— Sim, ajudei.

— E por que você ajudaria o papai a escolher algo relacionado com o noivado?

— Primeiro: ele estava perdido, não tinha ideia do que escolher e, segundo: quero que seu pai seja feliz. — Confessei.

Vilu balançou a cabeça em negativa.

— Quando você e papai vão entender que precisam um do outro pra serem felizes? — Ela me encarou com seus olhos castanhos me questionando.

— O quer que eu responda, Vilu? — Perguntei. — O que quer que eu faça?

— Quero que corra atrás do que realmente quer. — Ela colocou sua mão sobre a minha.

— Seu pai é adulto, ele sabe o que é melhor pra si mesmo. — Expliquei, desviando o olhar de seus olhos inquisidores. — Se ele quer se casar com Priscilla é porque é feliz com ela. Ninguém dá um passo tão grande desses se não tem certeza dos próprios sentimentos, querida.

— Papai é exceção a essa regra. — Disse contrariada.

— Vilu, seu pai está indo em busca da própria felicidade. Eu tenho de ir atrás da minha. — Dessa vez, foi minha vez de contraria-la.

Vilu não disse nada, apenas balançou a cabeça outra vez, ainda não aceitando minhas palavras e soltou um suspiro cansado.

Ficamos alguns segundos em silêncio, até que mudei de assunto:

— Já está na hora de eu ir embora, querida. — Disse me levantando.

— Não vai ficar nem pro almoço? — Vilu fez uma carinha tristonha e que quase me fez mudar de ideia e ficar, mas dessa vez eu não podia ceder. Eu chegara no dia anterior e já causara um problemão pra German.

— Infelizmente não, Vilu.

— Tá bom, mas me deixa pelo menos te ajudar a organizar suas coisas antes de ir pra sua casa. — Pediu.

— Toda ajuda é sempre bem-vinda. — Brinquei e Vilu sorriu abertamente enquanto nos dirigíamos ao seu quarto.

Vilu me ajudou a arrumar meus pertences e em poucos minutos eu me encontrava a um passo da porta.

— Tem certeza de que não pode ficar? — Falou fazendo biquinho.

— Tenho. — Respondi sorrindo com a carinha dengosa que ela estava fazendo. — Já causei dor de cabeça demais pro seu pai hoje.

— Nos encontramos amanhã então? — Vilu perguntou.

— Claro. — Sorri e abracei minha sobrinha. — Tchau, Vilu. — Beijei sua cabeça.

— Tchau tia. — Ela respondeu e eu me encaminhei pra fora da mansão, onde Ramalho me esperava, já que Vilu pedira pra ele me levar pra casa em "segurança". Eu disse que podia muito bem ir sozinha mas Violetta sabia ser muito insistente quando queria.

Logo que me viu, Ramalho sorriu e fez a gentileza de colocar minha mala e minha bolsa no porta malas do carro.

— E então Angie, fiquei sabendo que vai voltar a morar aqui em Buenos Aires. — Falou logo após dar a partida no carro.

— Vou sim, Ramalho. — Respondi. — Pensei que conseguiria ficar longe por mais tempo, mas é difícil me manter tão e por tanto tempo longe daqui.

— Imagino que sim.

 

                                       (…)


                                          NARRADORA

— Está tudo bem, senhorita Angeles? — Ramalho perguntou vendo a expressão no rosto de Angie. Os dois conversavam durante o trajeto até a casa de Angie, mas a loira mantinha o olhar pra fora do carro. Uma expressão triste manchava seu belo rosto.

Angie virou-se pra Ramalho e respondeu:

— Sim, estou ótima. — Mentiu.

— Não, não está. Seu rostinho está triste. — Ele virou-se e encarou-a com um olhar carinhoso de pai. — Assuntos do coração?

Angie não respondeu, apenas assentiu com a cabeça.

— Desculpe a pergunta, mas… tudo isso tem a ver com o German?

— Eu sei que deveria me manter afastada, mas é complicado. — Confessou.

— Aposto que pra ele também é difícil, mesmo que ele não admita.

— Ele está com a Priscilla, está noivo. Por que eu não consigo simplesmente ficar longe? — Perguntou. — Eu cansei de sofrer, de sempre sair machucada, Ramalho.

Ramalho parou o carro, já que tinham acabado de chegar na casa de Angie, e olhou pra ela.

— Olha, Angie, eu sei que não sou a melhor pessoa para dar conselhos amorosos, mas tenho certeza de que um dia você vai encontrar a pessoa certa… Mesmo eu ainda achando que um dia você e German acabarão casados.

Angie balançou a cabeça de um lado pro outro.

— Só você, Ramalho, pra imaginar uma coisa dessas. — Ela olhou pra Ramalho carinhosamente — Mas, obrigada pelo conselho. Espero que você tenha razão e eu encontre alguém algum dia.

 

                                          (…)

 

Ramalho ajudou Angie e levou as malas até a porta da casa. Angie e Ramalho se despediram com um abraço.

Logo que entrou na casa, Angie deixou sua mala e a bolsa em qualquer lugar e se jogou no sofá, soltando um longo e cansado suspiro.

Sua mente não demorou muito e a levou a pensar na manhã que tivera. Passar aquelas horas com German a fez pensar em como sentira falta dele.

Quando partiu pra França, ela prometeu a si mesma que aquela partida significaria um novo marco em sua vida e que ela seguiria em frente em relação ao amor também. Prometeu a si mesma que não deixaria mais German ocupar seus pensamentos. E ela até que se saiu razoavelmente bem; German já não era tão frequente em seus pensamentos, mas quando ela acabava se lembrando do moreno, seu coração acelerava e era impossível não imaginar o que teria acontecido se as coisas tivessem ocorrido de uma forma diferente…

Era tão ruim assim gostar de passar um tempo com ele? Quando estava com ele se sentia tão bem, tão segura…

A manhã que tiveram estava se provando tão agradável, até que German tocou no assunto do qual ela menos se sentia confortável pra conversar. Ele tinha que tocar naquele assunto? Tudo estava indo tão bem…

Outro suspiro cansado saiu de seus lábios, antes que a loira fechasse os olhos e se permitisse relaxar e descansar a mente.

 

                                           (…)

 

                                      GERMAN

Depois de deixar Angie, Vilu e Ludmila na sala, subi as escadas e me encaminhei até o quarto.

Bati na porta.

— Entra. — Priscilla disse em uma voz neutra.

Abri a porta devagarinho. Priscilla estava de pé com os braços cruzados e com um olhar crítico no rosto.

Me aproximei, parando em frente a ela.

— Já cansou então de passear com a Angie? — Seu olhar irritado fuzilava o meu.

— Meu amor… — Comecei.

— Nada de meu amor, German! — Se exaltou. — Onde você estava com a cabeça? Eu te liguei várias vezes e você pelo jeito, estava tão ocupado com a Angie que nem se lembrou de atender as ligações da sua futura esposa!

— Priscilla, eu não estava ignorando as suas chamadas. — Expliquei.

— Ah não? — Respondeu, ironia transbordava de suas palavras.

— Não, eu estou falando sério. Você pode ver, meu celular está descarregado. — Falei enquanto retirava o celular do bolso e depositava sobre suas mãos. Ela pareceu se acalmar um pouco ao ver que eu não estava mentindo. E era verdade, meu celular desligou logo depois que Angie o levou pra mim no provador, eu nem consegui ver quem é que estava ligando.

— Okay, mas isso não explica o fato de Angie ter passado a noite aqui e de vocês saírem juntos. Um jantar que eu deixo de comparecer e Angie já esta dormindo aqui… — A expressão brava retornou ao seu rosto.

— Primeiro: Angie só dormiu aqui porque Vilu insistiu e eu não vejo o porque de você se incomodar com isso já que é com você que eu estou. Segundo: Eu e Angie não saímos juntos pra nos divertir, eu apenas dei uma carona pra ela, carona da qual ela relutou em aceitar. E quando estava dirigindo recebi uma ligação da Alfaiataria e percebi que perderia o horário marcado se levasse Angie a casa dela antes de ir escolher um terno. — Expliquei e me permiti respirar, enquanto Priscilla digeria as informações. — Você sabe o quão difícil seria encontrar outro horário se eu perdesse o meu. — Acrescentei.

— É verdade, você está certo. — Ela olhou pra mim com uma expressão que pedia desculpas. — Eu não deveria ter desconfiado de você.

Ela se aproximou e segurou minhas mãos.

— Me desculpa? — Pediu sorrindo.

— Não tem o que te desculpar, Priscilla. Você está certa, eu deveria ter te avisado sobre a Angie.

— Tudo bem, o que importa é que tudo já está resolvido. — Falou e demos um selinho.

 

                                             (…)

 

                                      NARRADORA

Angie se abaixou para amarrar o cadarço do tênis que havia desamarrado.

Depois que acordara no sofá, decidiu que estava preguiçosa demais. Pelo jeito o fuso-horário estava influenciando demais seu sono. Então, tratou de vestir uma regata, uma legging e seu tênis de corrida preferido e saiu pra correr.

Angie correu por quase uma hora. E quando se deu por si mesma, levou um susto, o sol já estava se pondo.

Ela decidiu que estava na hora de voltar pra casa. E enquanto caminhava até sua casa, sentiu uma leve tontura e sentou-se no banco mais próximo que encontrou. Constatou que nem havia almoçado, e que a tontura deveria estar associada a esse fato.

Angie se encontrava tão distraída que nem percebeu quando alguém se aproximou dela.

— Angie? — Uma voz mais que conhecida chamou-a.

— German? — A loira estranhou a presença dele. — O que está fazendo aqui?

— Estava voltando de uma reunião e quando te vi aqui sentada, decidi vim ver se você está bem. — Explicou.

— Ah. — Foi a única coisa que ela conseguiu dizer. Ainda estava surpresa pela coincidência de se encontrarem.

— Você está bem, Angie? Se alimentou direito? — Perguntou ao perceber que a loira estava um pouco pálida.

— Eu estou ótima. — Mentiu.

— Desculpe, Angie, mas eu não acredito.

— Eu não estou pedindo pra você acreditar, German. — Falou, percebendo tardiamente que as palavras soaram mais ácidas do que ela pretendia. Mas ela tinha o direito de estar assim, não tinha? Todo mundo escolhera aquele dia para perguntar se ela estava bem, ela não estava afim de responder a mesma pergunta outra vez.

German ignorou a acidez do último comentário de Angie, e continuou:

— É sério, Angie. — Lançou-lhe um olhar preocupado. — Você está um pouco pálida… Você pelo menos almoçou hoje?

— German, eu já disse que estou bem. Você não tem que se preocupar comigo.

— Mas eu me preocupo. — Falou, fazendo com que ela fitasse seus olhos escuros, que a observavam com preocupação verdadeira.

Eles se encararam por alguns segundos. Até que German se aproximou de Angie e ajudou-a levantar cuidadosamente, e começou guia-la até o carro.

— Onde está me levando? — A loira perguntou, contrariada.

— Estou te levando pra comer alguma coisa. — Falou, sem deixar margem para discussão.

— Não precisa disso, German. — Insistiu, não precisava de mais alguém se preocupando com ela.

— Pare de ser teimosa, Angie. Vou te levar pra comer algo e ponto final.

— Eu não sou teimosa. — Retrucou. — Você não pode e não tem o direito de dizer o que eu devo e o que não devo fazer. — Afinal, quem ele achava que era pra ficar dando ordens?

— Angie, por favor… Eu já disse que me preocupo com você. — Pediu, sentindo-se cansado por ter de repetir novamente as mesmas palavras.

— Você tem coisas mais importantes para se preocupar, não precisa se preocupar comigo.

— Mas eu me preocupo…

— E por que você se preocupa tanto assim comigo?! — Perguntou logo de uma vez.

— Porque eu preciso de você, Angie. — Falou sinceramente, com um olhar intenso. Por essa resposta Angie não esperava. Ela sentiu uma sensação de calor passar por seu corpo.

— Tudo bem, mas eu não estou afim de sair pra comer fora, estou cansada. — Finalmente aceitou.

— Está bem, podemos pedir pra que entreguem na sua casa. — Sugeriu e Angie concordou, dando de ombros.

Os dois foram até o carro e minutos depois já se encontravam em frente a casa de Angie.

— Obrigada pela carona, mas daqui eu me cuido sozinha. — Falou pra German que deu a volta pelo carro e parou de frente pra ela.

— Eu não estou de partida. — Disse simplesmente. — Não vou ir embora até que você esteja melhor.

— Eu já disse que não precisava disso, German. — Falou mais calma dessa vez. — Você deve estar cansado, acabou de voltar de uma reunião…

— Angie, entenda: uma reunião não é mais importante pra mim do que o seu bem-estar. — Como ela podia ter o tratado tão mal? Ele estava sendo tão fofo, ela percebeu. Ele só queria vê-la bem.

— Tudo bem, você ganhou. — Falou esboçando um belo sorriso.

German sorriu também, ao constatar que pelo menos uma vez na vida, era ele que estava certo, não Angie. Era quase impossível ganhar uma discussão dela.

Os dois entraram dentro da casa.

— Eu vou ir trocar de roupa, pode ficar a vontade, German.

— Obrigada, Angie. — Ele agradeceu enquanto Angie foi pro seu quarto.

Ele percebeu que a casa de Angie estava cheia de caixas, as únicas coisas que diferiam das caixas eram os móveis e alguns eletrodomésticos. É, Angie teria um bom trabalho pra fazer.

Minutos depois a loira voltou. E dessa vez estava vestida com um vestidinho leve e rasteirinhas nos pés. Um coque reunia seus cachos.

Ela estava linda, German concluiu consigo mesmo. Estava tão simples, sem maquiagem, mas estava linda.

Antes que German pudesse dizer algo a respeito da beleza de Angie, a campainha tocou e ela foi atender. Fazendo com que German desse conta de que estava reparando demais em Angie ultimamente e aquilo não era certo. A única mulher a qual ele tinha olhos era Priscilla e mais ninguém, tentou se convencer.

Angie colocou a pizza que haviam pedido enquanto estavam a caminho da casa dela, sobre o balcão de mármore da cozinha.

— Pode ir se sentando enquanto eu arrumo a mesa, German. — Ela sorriu.

— Eu insisto em te ajudar. — Ele também sorriu.

— Já que insiste… — Ela deu de ombros. E em menos de dois minutos a mesa já estava pronta e arrumada.

Os dois se sentaram, um de frente pro outro e começaram a saborear a pizza.

— Essa é a melhor pizza que eu já experimentei. — Angie falou depois de dar uma bela mordida no pedaço de pizza que tinha em mãos.

— Eu sabia que iria gostar. — Ele deu de ombros. — Afinal, foi eu que escolhi.

— Ei, essa frase é minha! Você não pode rouba-lá de mim! — Fingiu indignação.

— Não é roubar, é pegar emprestado. — Ele sorriu, lançando uma piscadela pra ela.

— Vejo que vai mesmo seguir na área de ator de novela mexicana. — Provocou com um sorrisinho impertinente no rosto.

— Talvez, acho que tenho um dom para as artes cênicas. — Brincou.

— A novela poderia se chamar "O Engenheiro Convencido". — Angie falou fazendo aspas com as mãos.

— Isso não soa como um bom nome para uma novela mexicana.

— Sério? Achei que combinava… — Brincou — E qual outro nome você daria?

— O Engenheiro Espetacular. — German respondeu como se fosse óbvio.

— E depois ainda tem coragem de dizer que não é convencido…

— Suas palavras, não minhas… — Piscou novamente, arrancando um riso de Angie.

Os dois continuaram conversando animadamente enquanto comiam pizza.

 

                                          (…)

 

— Não sabia que gostava de correr. — German constatou.

— Gosto bastante, é bom pra pensar. Mas infelizmente não tive muito tempo para correr na França, por isso estou um pouco desacostumada. — Explicou, antes de beber o último gole de coca-cola restante em seu copo.

— Falando nisso… Por que ficou tão irritada quando nos encontramos? — Perguntou, percebendo tardiamente que talvez aquele não fosse um assunto do qual Angie gostaria de abordar.

Ela pensou em responder porque não conseguia controlar seus sentimentos quando estava perto dele. Queria dizer que só estava em Buenos Aires por dois dias, mas que o que sentia por ele estava retornando como uma avalanche, da qual ela tinha medo que fosse sufoca-la se não conseguisse para-lá a tempo e ele se preocupando com ela não estava ajudando em nada, ao não ser em confundir seus pensamentos e, consequentemente, seus sentimentos. Mas claro que ela não conseguiria dizer uma coisa dessas, muito menos olhando nos olhos de German Castillo.

Resolveu optar por uma resposta mais impessoal:

— É que são tantas coisas pra resolver ainda. Estou me sentindo um pouco sobrecarregada. — Falou, o que não deixava de ser uma resposta praticamente verdadeira, só não era a resposta "mais verdadeira" que ela poderia ter dito. — Desculpe por ter sido chata e um pouco teimosa. — Desculpou-se.

— Só um pouco? — Ele brincou.

— Tá bom, você está certo. Eu fui muito chata e teimosa.

— Eu estava brincando, Angie. Eu entendo, você se sente sobrecarregada e tudo mais… Não precisa se desculpar.

— Preciso sim, você foi legal comigo e eu te tratei mal. — Ela o encarou.

— Angie, pare de sempre querer se desculpar por coisas que não foram culpa sua, tudo bem? — Olhou carinhosamente pra ela.

— Tá bom. — Ela respondeu sorrindo, mesmo ainda um pouco contrariada.

Eles continuaram a conversar. Conversaram sobre vários assuntos, todos eles desvinculados de "sentimentos". Era incrível a facilidade que tinham em conseguir ficar no mesmo ambiente e conversar tranquilamente sobre assuntos banais e variados.

Até que o celular de German tocou. Angie se mantinha perto o suficiente para ver na tela do celular que era Priscilla que estava ligando. German atendeu no primeiro toque.

Angie tentou reter o menos de informações possíveis da conversa, não era legal ouvir a conversa dos outros, mesmo que por telefone. Mas não pode evitar, quando German ocultou sua verdadeira localização.

— Já estou no caminho de casa. — Respondeu no celular.

Angie fechou a cara na hora. Decidiu que não iria ouvir mais nenhuma palavra que German dissesse para Priscilla. Caminhou até a porta e saiu pra fora, deixando German e suas mentiras pra trás.

Angie sentou-se no banco no pequeno jardim de sua casa. Segundos depois ela ouviu a porta se abrir e sentiu a presença de German.

— Não é certo mentir pra Priscilla. — Angie falou sem nem ao menos se preocupar em olhar pra ele. Ela não se dava muito bem com a futura noiva de German, mas sabia que se estivesse no lugar dela, não gostaria que certas informações lhe fossem ocultadas. Era mais um motivo para acrescentar na lista de "motivos para se manter afastada". Não podia permitir aquele tipo de coisa sobressair seu controle.

— Eu não menti. — Disse com ar de seriedade.

— Acabou de mentir de novo ao dizer isso. — Continou evitando olhar pro moreno parado quase a sua frente.

German soltou um suspiro cansado. Angie estava certa. Aquilo não estava certo. Mas era tão errado assim? Eles eram somente… Amigos? Ele sabia que estava sendo patético, nem sabia nomear sua relação com Angie.

— Não é certo ficarmos nos encontrando. Dessa forma, pelo nenos não. — Ela começou, sua voz consideravelmente calma. — É errado mentir. Nós sabemos mais do que ninguém o quanto a mentira machuca e cega. — Ela aprendera a lição. Até uma simples mentirinha podia tomar grandes proporções e ferir.

German permitiu-se refletir por um momento. Ela estava certa, de novo. Era inevitável não se lembrar das mentiras que foram contadas pra ele, e das mentiras que o próprio inventara, mentiras que machucaram ele e mentiras que machucaram pessoas a sua volta, pessoas com as quais ele se preocupava. Ele tinha aprendido a lição, não tinha?

— Priscilla iria surtar outra vez. E por hoje, acho que já chega de brigas. — Falou, olhando pra Angie, que agora mantinha seu olhar fixo em German. — Sei que isso não justifica, mas esses nossos… encontros, podem atrapalhar as coisas com a Priscilla.

— Eu sei. — A loira concordou, com o semblante um pouco triste.

— O fato é que, eu gosto muito de te ter por perto. — Ele admitiu. — A casa fica meio vazia sem você.

Angie sentiu seu coração pular uma batida, ao ouvir tais palavras serem proferidas pelos lábios de German.

— Eu também gosto da sua companhia. — Foi sua vez de admitir. - Mas temos mesmo que nos afastar? — Ela mesma se surpreendeu com as palavras que escaparam de seus próprios lábios.

German não sabia como responder. Não queria ter de ficar tão longe, como dissera, ele apreciava a companhia dela, gostava de conversar com ela. Eles podiam ser…

— Podemos ser amigos. — Sugeriu, sentindo-se um ser idiota por ter dito tal coisa. Eles tinham passado, bagagem demais juntos para serem apenas "Amigos", mas não queria ter de afastá-la, de mante-la fora de sua vida totalmente. Ela era importante, mesmo que nunca tivessem chegado perto o suficiente de darem um grande passo no relacionamento que tiveram… Precisava dela e se isso significasse amizade, por ele tudo bem.

        — Eu aceito ser sua amiga. — Ela abriu um sorriso reconfortante, enquanto se colocava em pé. Nunca se imaginara como amiga de German Castillo, mesmo que o aconselhasse como se fosse de fato uma, principalmente quando o assunto era Violetta.

— Amigos, então? — Ele estendeu a mão pra ela, sorrindo.

— Amigos. — Concordou, aceitando o aperto de mão.

Ficaram olhando suas mãos juntas por meros segundos, pensando se era aquilo mesmo que estava acontecendo. Angie foi a primeira a voltar a realidade, e soltar sua mão da de German, pra logo depois cruzar os braços, enquanto German colocava as mãos nos bolsos da calça.

— Eu… tenho que ir. — Ele afirmou. — Obrigada pelo jantar. — Sorriu ao se lembrar do momento agradável que passaram na companhia um do outro.

— Imagina. — Ela sorriu docemente.

— Tchau, Angie. — Ele se despediu, se aproximou, e depositou um beijo rápido e casto na testa dela. — Se cuida. — Ele disse olhando nos olhos dela carinhosamente.

— Tchau, German. — Ela assentiu e lançou-lhe outro sorriso.

Ela observou German entrar no carro e o carro começar a andar. E só entrou pra dentro de casa quando o carro sumiu de sua vista.

 

                                           (…)

 

                         * NOTAS: TRADUÇÃO


                                TENTAR NÃO AMAR VOCÊ


          "Tentando não te amar, somente vai muito longe
           Tentando não precisar de você, está me partindo ao meio
           Não consigo ver o lado bom, caído aqui no chão
           E eu apenas continuo tentando, mas eu não sei para que
           Porque tentar não te amar
           Apenas me faz te amar mais
           Apenas me faz te amar mais

 

E esse tipo de dor, apenas o tempo pode levar embora
          É por isso que é tão difícil te deixar ir
          E eu não posso fazer nada sem pensar em você
          É por isso que é tão difícil te deixar ir"

 


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Notas finais do capítulo

Devemos continuar? ❤ COMENTE o que você achou, gostaríamos muito de saber sua opinião sobre o capítulo. ❤
Beijos da Rah Forever e da Reh Lover ❤



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