Married By Chance escrita por ThataListing


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!
axo q vou apostar todos os dias!!
q bom q vxs estao gostando!!
entaum axo q naum vou mais atrapalhar vxs



Boa Leituraa



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 —O que houve com você? — Sakura fu­zilou Sassuke com o olhar depois que o último Haruno saiu do quarto. — Por que concordou em pas­sar uma semana no campo? Não íamos nos separar amanhã mesmo? É um absurdo!

Visivelmente transtornada, ela sentou-se na cama e apertou as têmporas com as mãos. Dor de cabeça à vista. Estava pronta para simular uma viagem com Sasuke e dar-lhe adeus, longe da vista dos familiares. Agora, precisaria conviver vários dias com ele, e por iniciativa do próprio pai!

Sasuke caminhou na direção da janela e, ao passar pelo ter­ritório de Choko, teve de enfrentar de novo o rosnado feroz do cachorro. Instintivamente afastou-se para não ter a roupa presa entre os dentes do animal.

Sobrepondo-se ao apelo dos sentidos, uma voz no fundo da consciência lhe segredou que Sakura tinha razão e que uma rápida separação era a melhor saída. A despeito disso, ainda a conside­rava sua esposa. Pensava na melhor maneira de passar a última noite juntos, quando uma nova preocupação cresceu dentro dele.

— Não, não é absurdo — ele afirmou após a longa pausa.

— Acho que temos um problema.

— Mais um? — Sakura o encarou, suspirando desconsolada.

—  Qual é o problema agora?

Sasuke aspirou o ar profundamente. Não era fácil manter o autocontrole, mas devia franqueza a Sakura.

— Vou lhe dizer em um minuto. Antes, procure acalmar-se. Saiba que estou ao seu lado. — Sentiu o olhar fixo de Sakura.

Para ser honesto, seu pai pode estar certo. Existe uma chance de haver... conseqüências.

— Continuo sem entender.

— Um filho... — a voz dele saiu grave e baixa.

— De que filho estamos falando?

— Do nosso.

— O quê? — Uma sombra toldou os olhos de Sakura, e ela sentiu-se sem ar, à beira de um desmaio. — Como é possível, se você garantiu que usou proteção?

— Usei, mas foi uma longa noite, e você continuava tão atraente, tão desejável... — Parou ao perceber que estava se gabando da própria virilidade. — Juro que, para mim, está­vamos casados, e assim, na segunda vez...

O protesto de Sakura calou-se em sua garganta à medida que voltavam as imagens da noite de amor. Tinham sido tomados por uma volúpia insaciável, e apenas o cansaço, não a vontade satisfeita, fizera-os parar. Sasuke podia não se lembrar de tudo, mas ela estava razoavelmente consciente das loucuras praticadas. Casados ou não, aquela tinha sido uma noite inesquecível. — Você tem certeza? — ela perguntou com um ar esperançoso. Sakura gostava de crianças, mas não era hora de pensar em ser mãe. Não enquanto não ditasse os rumos da própria vida. Aproximava-se a hora em que poderia morar sozinha e ser independente. E então, entre borbulhas de champanhe, surgira um homem insinuante que pusera tudo a perder.

Não se eximia de culpa, mas, para Sakura, os filhos deviam ser abençoados por um casamento de verdade.

— Como se sente a respeito disso? — ele respondeu com outra pergunta.

— Traída! — ela enunciou sem raiva, sabendo que, naquelas circunstâncias, não cabiam queixas. — E duplamente engana­da, com essa história de lua-de-mel em uma casa de campo. Já tínhamos concordado em nos separar.

— Está claro para mim que é melhor envolver seu pai no plano. Será mais fácil que ele e os outros nos deixem em paz.

— E se eu estiver grávida?

Podemos esperar até termos certeza.

— Se isso acontecer, Kazu irá achá-lo mesmo que se es­conda no meio do Saara.

— Não seja tão pessimista. Se seu pai ofereceu a casa de campo, é porque está disposto a resolver o problema.

Apesar do que dizia, Sasuke mostrava-se tão aflito quanto ela com a reação de Hisoka Haruno a uma gravidez insensata e um casamento de aparências. Exausto, teve vontade de dei­tar-se e olhou pensativamente para a cama.

— O quarto é pequeno para três — argumentou tristemente. — Não vai levar o vira-lata para fora?

— Choko não é um vira-lata. É meu amigo, mais do que muita gente que conheço. — O olhar irônico mostrou que Sasuke estava incluído.

Ele coçou o queixo, imaginando como passaria mais uma noite sem dormir decentemente.

— É o cachorro ou eu, Sakura. Você não pode ter os dois.

— Está bem. Vou ajeitar Choko na cozinha. — Apanhou o cesto em que o animal às vezes dormia, quando não era cha­mado para a poltrona.

— Graças a Deus! Pensei que ia escolher o cachorro — Sasuke gracejou.

— Estive perto disso. Vou ficar sem meu defensor, mas es­pero que você mantenha distância de mim esta noite.

— Ora, só vamos dormir no mesmo quarto para salvar as aparências. — Ele não pretendia desafiar o destino uma se­gunda noite, apesar da sensualidade que insistia em invadir o ar quando ambos estavam juntos. E ainda havia o problema da cama estreita demais. — Você fala como se tudo o que aconteceu fosse idéia minha.

— Não, sei que é preciso dois para armar tanta confusão. Mas, mesmo assim, espero que fique quieto em seu canto.

Paz! — Sasuke sublinhou a exclamação com as mãos para o alto. — Estou rendido e esfomeado. Há alguma coisa para comer?

— Posso ver na cozinha, mas não conte com muita coisa. — Fez mentalmente o inventário da geladeira. — Todos aqui almoçam e jantam na cantina da base, onde, aliás, devem estar os homens da casa.

Perturbado pelo vazio que sentia no estômago, Sasuke seguiu Sakura quando ela saiu para a cozinha, conduzindo o cachorro e o cesto.

— Leite, pão, presunto, queijo e geléia — ela anunciou depois de acomodar Choko e examinar o refrigerador. — É geralmente o que  Seiji come.

— Se é bom para um menino em fase de crescimento, é bom para mim — ele brincou, pendurando o paletó em uma cadeira. — Posso me servir?

Ela consentiu com um gesto de cabeça e ficou observando Sasuke enquanto ele dobrava as mangas da camisa e folgava o Colarinho. Era um belo homem, sem dúvida. Sentiu o coração palpitar e a pele se abrasar...

— Não vai comer nada? — ele perguntou. — Perdi o apetite. — Percebeu que não tinha se alimentado o dia todo, mas não sentia fome, apenas

excitação. — Mas vou dividir os sanduíches com você. Afinal, o casamento é uma parceria.

— Está finalmente admitindo que somos casados?

Sakura  imaginou a boca de Sasuke em seu corpo ao vê-lo sugar da colher um bocado de geléia.

— Só na aparência, não para valer — ela emendou com desconforto.

— Você pode escolher — ele propôs. — E sua família nada tem a ver com isso. Ou agimos como casados ou não.

— Por uma semana? Você tinha concordado em fingir só por mais um dia.

— Isso foi antes. Agora temos uma lua-de-mel à vista, com as bênçãos de seu pai. Que dure enquanto durar.

Sasuke  enfatizou sua fala com um olhar insistente, depois mor­deu o sanduíche que ela havia preparado.

— Você parece disposto a uma aventura — retorquiu Sakura. — Não tem nenhuma outra mulher com quem se preocupar?

— Outra mulher? — Ele mastigou pensativamente. — Bem, existe Karin Hebi, mas neste momento ela está longe, na Itália.

— Pretende se casar com ela? — Sakura perguntou com o coração apertado, tentando convencer-se de que era apenas curiosidade.

— Bem, eu diria que há uma possibilidade. Mas essa união foi planejada por nossos pais, desde que éramos crianças. — Sasuke fez uma pausa estratégica e engoliu mais um bocado do sanduíche. — As famílias têm negócios em comum, de modo que seria muito mais um casamento por interesse.

— E como você se sente diante disso?

Não tenho pressa. Tudo há seu tempo. Agora preciso cuidar do nosso casamento.

— Você trata o assunto com tanta frieza, como se uma união entre duas pessoas não comportasse emoções. O que há de errado em se apaixonar?

Ela aproximou um copo das mãos de Sasuke, e ele serviu-se de leite.

— Nada. Mas o casamento com Karin não faz parte minha agenda.

— Agenda? Que espécie de homem você é, Sasuke? Não admira que ainda esteja solteiro.

— Sou metódico, gosto de planejar minha vida. Acho que é menos complicado.

— Como pode viver assim? Que graça tem?

— Não vejo problema algum — ele rebateu. — Estou acos­tumado com planejamento desde criança. Sem impulsos, sem surpresas.

Ante o olhar incrédulo de Sasuke, ele acrescentou:

— Você não concorda?

— Não. Se para você tudo tem de ser planejado, o que acon­teceu de especial ontem à noite?

Você é especial”, Max pensou em dizer, enquanto estudava seu copo vazio.

— Bebi demais e estava exausto.

— Não me pareceu tão cansado, na cama.

Sakura ficou nervosa com a alusão e cortou um pedaço de queijo para si mesma. Notou que Sasuke também reagia à lem­brança dos momentos que haviam partilhado.

— Comportei-me como um adolescente desmiolado e não estou contente com isso. — Serviu-se de mais um copo de leite, e ela resolveu servir-se também. — Basta ver as conseqüências.

— Já disse que não foi somente culpa sua. Eu também agi de maneira imprudente. Desde que me entendo por gente, acho que o casamento é o passo mais importante da vida. Tenho certeza de que vou saber, quando surgir à pessoa.

— Esse é o ponto. Até ontem à noite, eu nunca pensei em procurar ou esperar a pessoa certa. Aceitava o fato de que eu e Karin íamos nos casar algum dia.

Sakura contemplou Sasuke demoradamente. Atração à parte jul­gava que ele estava longe de ser o companheiro ideal para o resto da vida. Casar-se com um homem tão pragmático não deixaria nenhum espaço para a paixão, Com um sorriso amar­go, imaginou que teria de embebedá-lo com litros de champanhe a fim de humanizá-lo.

Ela fez mentalmente uma lista dos prós e contras de estar casada com Sasuke. Colocou-o no rol dos homens controladores e repressivos que marcavam sua existência, o tipo de gente do qual queria se livrar. A coluna dos pontos positivos ficou em branco.

Apesar da forte sensualidade de Sasuke e de uma noite inesque­cível, Sakura preferiu acreditar que o rompimento era de fato a melhor solução. Karin Hebi poderia ficar com aquele frio con­quistador, que com certeza não levava nenhuma emoção a sério.

— O que vem a seguir em sua agenda?

O sorriso dele denotou que estava ciente do que Sakura pen­sava sobre seu estilo de vida. Deixou-a sem resposta enquanto ela se erguia da mesa. Com o avanço das horas, as luzes das casinhas geminadas da base militar iam se apagando. A noite caía com uma promessa de decepção.

Sakura observou os pratos e copos usados. Normalmente, poria tudo na pia, para lavar na manhã seguinte. Desta vez, porém, resolveu arrumar a cozinha. Era uma boa maneira de adiar o momento de ficar sozinha com Sasuke no mesmo quarto.

— Quer sentar-se na sala enquanto eu limpo aqui? — sugeriu.

— Não, vou ajudá-la. Você mesma disse que o casamento é uma parceria.

— A parceria tem seus limites — ela sentenciou, colocando o avental. — Nem pense que dormiremos juntos hoje ou na semana que vem.

— É o que eu chamo de desperdício — Sasuke ironizou.

As insinuações de natureza sexual a deixavam constrangida, além de confusa. Desde aquela manhã, tentava superar a ten­são que a envolvia quando tinha rápidas visões da tórrida cena de amor vivida com Sasuke. Lúcida como estava agora, não queria ceder aos impulsos que certamente a levariam a um impasse, a um maior sentimento de perda quando ele a abandonasse.

— É melhor você ligar a televisão enquanto eu cuido da cozinha — insistiu. — Não vou demorar.

— Está bem. Dou-lhe dez minutos para vir à sala. Veremos televisão juntos, como qualquer casal de verdade. Tem pipoca?

—  Posso fazer — ela respondeu, aceitando o jogo que ele propunha.

Fechou a porta da cozinha atrás de Sasuke e refletiu que aquela noite estava proporcionando uma idéia fiel do que seria a vida conjugai com ele. O pensamento fez sua mente girar.

Sakura entrou na sala com um pote de pipoca, que colocou sobre a mesinha. A televisão estava ligada em um barulhento intervalo comercial. Sasuke tinha adormecido no sofá. Suas longas pernas se estendiam sob a mesa de centro, a cabeça inclinada em duas almofadas. Uma das mãos jazia no peito que arfava. Ela sentou-se perto dele, admirando sua figura irresistível. Estaria dormindo de verdade ou era mais uma encenação? — Acorde Sasuke. Fiz pipoca.

Ele continuou respirando pesadamente. Sakura suspirou e pro­curou com o controle remoto um programa para ver. Em poucos minutos, ouviu lá fora o ruído de um carro que estacionava. — Acorde Sasuke — falou mais alto dessa vez e bateu-lhe na perna. — Meu pai chegou.

— Ahn? — Ele despertou vagarosamente, esfregando os olhos. — O que aconteceu?

— O que papai vai pensar se me flagrar vendo televisão e você dormindo?

— Não há nada de errado com isso.

— Precisamos agir como recém-casados lembra-se?

— E o que quer que eu faça?

Ele ergueu-se sem jeito e esbarrou o pé na mesa. As pipocas voaram em todas as direções. Choko latiu com o barulho do pote caindo e veio desde a cozinha para lamber o carpete.

— A pipoca espalhada pode ajudar na encenação — Sasuke justificou-se antes de bocejar.

Ela acercou-se para limpar com a mão a camisa dele e, com isso, ficaram muito juntos. Antes que pudesse protestar, ele roubou-lhe um beijo.

— Sasuke! — Esquivou-se de seus braços. — Não quero que papai nos veja assim.

— E quer que nos veja como? Ele já se convenceu de que somos marido e mulher.

— Vamos para o quarto. — E puxou-o atrás de si. Que estranha criatura era Sakura pensou Sasuke ao segui-la em passos trôpegos. Em um momento, negava que estivessem casados. Em outro, insistia para que se isolassem e fingissem uma intimi­dade que não existia. A idéia, porém, aprazia-lhe. Quem sabe...

— Certo, vamos. Mas não me culpe se nenhum de nós con­seguir dormir.

Ao adentrar o quarto, ela apontou a porta do banheiro.

— Pode se trocar se quiser, enquanto eu cumprimento meu pai.

— O que disse? — ele mostrou-se surpreso.

— Vou dar boa-noite a papai.

— Espere um pouco. — Sasuke a tomou pelo braço. — Deixe-me dizer uma coisa claramente. Nenhum pai do mundo espera que a filha recém-casada deixe o marido sozinho no quarto e venha dar-lhe boa-noite. Assim como não espera que ele durma no sofá, vendo televisão. Você poderá vê-lo amanhã cedo e explicar a desordem na sala.

Sakura corou levemente e oscilou a cabeça para os lados.

— Você tem razão. Vou ficar aqui mesmo.

Momentos depois, Sasuke saiu do banheiro vestido em pijama curto. Teve de enfrentar o riso divertido de Sakura.

— Sinto muito, mas por sorte trouxe este pijama na mala. Habitualmente, durmo sem nada no corpo.

O sangue dela agitou-se nas artérias. No hotel, Sasuke deita­ra-se nu e o mesmo acontecera com ela, exceto pela liga na perna que ele fizera questão de manter, talvez como símbolo de uma grande aventura. Mas aquela noite seria diferente. Sakura não iria correr novos riscos nem encorajar Sakura.

— Se meu pai estivesse fora, eu pegaria um pijama dele para você.

— Eu não aceitaria. Prefiro dormir com o que tenho. — Esboçou um sorriso diante do rubor da mulher. — Vamos nos deitar.

— Em um minuto. Preciso me trocar. — Ela apanhou o robe que jazia em uma cadeira e desapareceu no banheiro.

Sozinho, Sasuke dobrou a colcha de retalhos e viu que debaixo dela já estava estendida uma coberta leve, apropriada para o clima fresco da noite. Afofou o travesseiro e acomodou-se, preo­cupado com o reduzido tamanho da cama.

Sakura voltou encantadora em uma camisola de seda decotada e bordada, combinando com o robe. As pantufas cor-de-rosa, porém, davam um toque infantil, que contrastava com o olhar desafiador.

Achava que Sasuke iria atacá-la, estava enganada. Na noite anterior, ele havia desfrutado de seu corpo o suficiente para agora poder enxergar a pele sob a roupa e imaginar-se tocando toda aquela suavidade perfumada. Visões intermitentes assal­taram-lhe a mente, e ele cerrou os olhos, recordando a cena que ganhava contornos precisos em sua memória.

— Pronta? — Sasuke murmurou depois de um breve suspiro.

— Acho que sim... — ela hesitou.

— Eu para um lado, você para o outro — ele instruiu. — Acho melhor ficarmos de braços abertos.

— Como? — Retirou as pantufas e inclinou-se para deitar.

— Assim. — Ele esticou um braço acima do travesseiro dela. — Você faz o mesmo. Não vai tirar o robe?

— Ah, lógico. — Estava visivelmente atrapalhada. Nunca lhe acontecera de dividir o próprio leito com um homem, principal­mente alto e forte como Sasuke. Tirou a peça de roupa, arremessando-a na cadeira, e ajeitou-se em seu canto da cama. Sasuke guiou-lhe um braço para acima de sua cabeça e puxou a coberta.

— Agora vamos manter silêncio — Kelly sussurrou. — Papai está do outro lado da parede.

Ainda que houvesse o banheiro a separar os dois quartos e abafar eventuais gemidos de prazer, já não existia um clima erótico entre eles. Assim, Sasuke e Sakura permaneceram deitados como um casal de irmãos. Ele contou diversas vezes os qua­drados da colcha, na tentativa de induzir o sono. Ela adormeceu rapidamente, coberta até o queixo.

Sasuke dormiu tarde e pouco. Tinha passado por mais um teste.

 

 

Continuaa...

 

 

 


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