Married By Chance escrita por ThataListing


Capítulo 2
Capitulo 1




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O contato da pele acetinada contra seu ombro acordou Sasuke de um sonho voluptuoso. Um sonho no qual uma rosada odalisca  exibia as curvas estonteantes na dança do ventre e, por fim, tocava em seu braço com expressão convidativa. Provocado, Sasuke estendeu a mão para a figura escultural, enlaçando-a pela cintura fina e desejando fazer amor com ela. Naquele exato instante, despertou.

Desconcertado, sentiu entre os dedos o tecido sedoso do lençol e, em seguida, a pele feminina contra a sua. A última coisa de que se lembrava era o episódio da liga, no casamento do seu melhor amigo. Mas nenhuma fantasia, por mais delirante que fosse, conseguiria criar uma situação assim. Era real! Havia uma mulher ao lado dele!

A descoberta explicava por que Sasukehavia acordado com uma sensação de saciedade. Girou o corpo para olhar melhor e constatou, intrigado, que a causa de tudo tinha sido Sakura Haruno, a dama de honra que conhecera na noite anterior, dona do mais excitante par de pernas que ele vira. Era a última pessoa que esperava encontrar em sua cama.

Sasuke reclinou-se contra os travesseiros e tentou recordar como e por que os dois estavam deitados juntos. Contemplou Sakura cautelosamente. Muito provavelmente, ela também le­varia um susto enorme quando despertasse.

A festa do casamento de seu melhor amigo Naruto Uzumaki com a timida Hinata Hyuuga havia se estendido até cerca de meia-noite, em animada celebração regada a champanhe. O tempo passara vertiginosamente, e ele não se recordava do que tinha acon­tecido após ter colocado a liga na perna de Sakura.

O excesso de bebida, mais o fato de estar duas noites sem dormir, talvez houvesse lhe afetado a memória. Sasuke viera de avião de Boston a Las Vegas e não pudera descansar, convocado logo na chegada para o ensaio da cerimônia.

Lembrava-se bem da perna roliça e quente que tivera na mão ao passar a liga até o alto da coxa. O elástico coberto de renda deslizara suavemente na pele macia que pôde sentir sob a meia. Para sua surpresa, o olhar de alerta de Sakura continha uma outra mensagem, ela parecia apreciar aquele toque.

E depois? O resto da história permanecia sepultado nos des­vãos da memória. Se ficasse calmo e relaxado, talvez as res­postas não tardassem a surgir.

Sasuke suspirou fundo e examinou o amplo quarto do Majestic, o hotel de Las Vegas onde o casamento civil e a recepção tinham se realizado. Também não se lembrava de ter feito uma reserva ali, para o pernoite, mas a mala perto da porta confirmava que sim. Sua roupa estava atirada em desordem sobre uma cadeira, ao lado da penteadeira, e em outra poltrona jazia um vestido verde-esmeralda, encimado por uma pequena calcinha, pelo corpete rendado e por um par de meias de seda.

Sem pressa, ele olhou para o sofá sob a janela, emoldurado pela cortina branca. Estava arrumado para dormir, com o lençol estendido e um travesseiro à cabeceira. Se havia se preparado para passar a noite ali, como tinha ido parar na cama com Sakura? Era uma questão crucial, que aos poucos começava a se de­sanuviar. Recordava-se de ter devolvido o olhar de Sakura com uma audaciosa expressão de desejo. E então? Os detalhes lhe escapavam, mas as evidências diziam que, levados pelo mesmo impulso, ele e a rosada deviam ter partilhado uma noite memorável. Sasuke demorou-se a observar a pele alva de Sakura. Ela tinha os ombros nus, o rosto plácido. Os lábios curvados em um sorriso murmuravam 

algo inaudível. Parecia imersa em sonhos de amor, e Sasuke cur­vou-se para tentar ouvi-la, sentindo uma pontada de culpa.

Ah, sim. Seu olhar caloroso para Sakura, na hora da festa, não traduzira propriamente uma intenção de conquista, mas de desafio. Quisera provocá-la, depois de vê-la encabulada ao colocar a liga. O que teria acontecido durante a noite para causar aquele sorriso satisfeito?

O ar meigo da mulher inspirou Sasuke a retirar uma mecha de cabelos de sua testa. Ele limpou a garganta e, ao som do pigarrear, Sakura despertou, esgazeando os olhos.

— Você! — ela exclamou após alguns segundos de perplexidade.

— Eu mesmo — confirmou ele com a voz rouca, deslocando-se para seu lado da cama.

— O que está fazendo aqui? — Sakura puxou o lençol até cobrir os ombros.

A reação de Sasuke foi de alívio. A rosada aparentava mais serenidade do que ele previa, e talvez agora as coisas pudessem ser esclarecidas.

— Se está falando do quarto, creio que este é meu aposento. Mas, por que estamos juntos na mesma cama, eu não sei. Acabei de acordar e a vi ao meu lado. — Notou que ela parecia confusa. — Eu me chamo Sasuke, caso não se lembre.

—  E eu sou Sakura — respondeu ela, mordiscando o lábio. Era sua vez de debater-se com dúvidas embaraçosas. Lembra­va-se de ter sido rapidamente apresentada pela amiga Hinata ao padrinho do noivo. Reviu o episódio da liga, mas era óbvio que alguma coisa mais tinha ocorrido para levá-los àquela situação de intimidade.

Sakura avaliou que Sasuke tinha menos de trinta anos, cabelos pretos lisos e arrepiados na atras e olhos muito negros e profundos, a partir do peito exposto, um musculoso corpo branco e gélido. A despeito de seu embaraço, não pôde deixar de apreciar a atraente figura masculina. Admitiu que a sensualidade dele a fizera retribuir o olhar malicioso quando ele lhe tocara a perna. O mesmo olhar sensual, prefigurando beijos ardentes, prevalecia entre eles agora.

—  Não sei o que aconteceu — Sakura sussurrou enquanto apertava o lençol entre os dedos. — Mas parece que você me seduziu. Não sou de passar a noite com um homem que mal conheço.

Sasuke deslizou a mão pelos cabelos e ficou contemplando o teto.

— Francamente, é uma surpresa para mim também. — Lem­bro-me pouco do fim da festa, só sei que me senti exausto depois de ir até você e colocar a...

— Dispenso detalhes. Deve ter sido o champanhe. Nunca fiz nada parecido.

—  Nem eu. Fiquei tão encabulado quanto você. — Reviu mentalmente os olhares trocados com Sakura e imaginou o que o teria levado a praticar jogos eróticos com a melhor amiga da noiva. Forçou-se a sorrir. — Apesar das aparências, lembro de ter-me oferecido para dormir no sofá.

 

Sakura sabia que, na festa, tinha provocado Sasuke com o olhar. Queria apenas desafiar a ousadia dele e depois afastar-se. Fi­cara presa pelo sorriso tentador daquele homem e com ele partilhara muitas taças de bebida. Mas em que momento tudo havia evoluído para algo mais sério? Como Cinderela, ela devia ter optado por sair do baile à meia-noite!

Notando o rubor no rosto de Sakura, Sasuke quase desistiu de fazer o comentário que pretendia. Uma luz forte acabara de acender-se em sua mente. Talvez fosse o mais importante de­talhe a ser lembrado, na tentativa de explicar a situação. To­mou fôlego e disse com ansiedade:

— Acho que nós nos casamos ontem à noite.

 

Sakura correu a vista pelo quarto, até deter-se no sofá arru­mado com roupa de cama.

—  Ainda não acredito no que fiz — ela franziu a testa.

—  Quem sabe não foi apenas uma brincadeira? — su­geriu Sasuke.

  Talvez. — A idéia trouxe um visível alívio a Sakura.

—  Do que você se lembra, exatamente? — ele indagou.

— Do suficiente. — Ela foi lacônica e sentiu um rubor nas faces.

— O quê? Isso é ridículo. Por que eu me casaria com você, sem conhecê-lo? — Ela apertou mais ainda o lençol contra o corpo.

— Bem, é óbvio que, durante a festa de Naruto e Hinata, algo aconteceu, envolvendo nós dois.

— Sim, aconteceu um flerte que acabou na cama. Devíamos estar alcoolizados. Mas foi apenas uma brincadeira, como você disse. Agora, vamos esquecer.

—  Mas eu me lembro bem de uma cerimônia de casamento.

— Claro, a de seu amigo Naruto e minha amiga Hinata. Não me considero pronta para casar e, por mais embriagada que estivesse...

Sasuke ponderou que talvez não fosse a melhor hora ou lugar para dizer a Sakura que ele tinha pensado em fazer amor com ela. Mas o sonho com a odalisca lhe parecera muito real!

— Talvez você tenha razão, mas a cena é nítida demais...

— Impossível. Se nós houvéssemos nos casado, eu me lem­braria. Repito: nunca pretendi me casar.

—  Está bem, pense o que quiser. — Sasuke ergueu no ar a mão direita. — Mas juro que a última coisa de que me recordo é ter arrumado o sofá para mim. Você também se lembra disso?

Por mais sinceridade que ele demonstrasse, pensou Sakura, nada impedia que tivesse vindo do sofá para a cama durante a noite. E não para dormir, a julgar pela maneira como seu corpo formi­gava. Debaixo do lençol, ela tocou-se ansiosamente. A liga rendada que havia provocado toda a situação ainda estava em sua perna. Mas, para seu assombro, era tudo. o que tinha sobre a pele.

Em sua mente formou-se a imagem do pai, dos três irmaos e de outros parentes, acusando-a de conduta imprópria. Nua na cama, com um desconhecido! Não deixavam de ter razão.

— Do que mais você se lembra? — apressou-se a perguntar. — Chegamos a...

— Deve haver uma explicação... — Sasuke esquivou-se de res­ponder diretamente e pensou em se levantar, mas percebeu em tempo que também não trazia nada sobre o corpo. Nem. mesmo as meias.

A expressão de desconsolo de Sakura prenunciava grandes problemas. Ele esforçou-se inutilmente para encontrar uma explanação diferente da que era óbvia e que ela relutava em aceitar: Sakura era sua esposa legítima, e ambos haviam con­sumado, o casamento naquela noite.

—  O que vamos fazer? — ela exasperou-se.

—  Juro que não sei.

Desistindo de explicar o inexplicável, Sasuke concentrou-se no próximo passo. Talvez Sakura o ajudasse nisso, embora não pa­recesse disposta a compreender e perdoar o impulso que pos­sivelmente os levara a um dos vários cartórios de plantão na madrugada de Las Vegas.

—  Se estamos casados, deve existir um documento — ela argumentou. — Com ele, podemos entrar com um pedido de divórcio. Ou de anulação.

Era uma sugestão civilizada. Sasuke engoliu em seco, ao antever os problemas acarretados por qualquer uma das iniciativas.

— E se não estivermos casados — ele propôs esperançoso —, prefiro esquecer esta noite e tudo o mais. Concorda?

Sakura pensou rápido. O que parecia ter sido um interlúdio romântico, à luz do dia ganhava as dimensões de um ato ir­responsável. Com toda a honestidade, não podia culpar apenas Sasuke. Ele podia tê-la instigado durante a festa, mas nunca chegaria àquele ponto. Ela tinha sido tola em pensar que o flerte terminaria como brincadeira. Além do mais, eram ne­cessárias duas pessoas para fazer o que tinham feito.

O problema é que a amiga Hinata havia assolado seus ouvidos com elogios a Sasuke e referências ao que eles tinham em comum. Na rápida apresentação, durante o ensaio, Sakura sentira um estranho arrepio ao contato com a mão de Sasuke. Depois, houve o episódio da liga e o toque dele em uma parte sensível de seu corpo. Reconhecia que ele era a pessoa mais sensual que já conhecera, mas, depois do pai e dos irmãos mais velhos, não queria outro homem em sua vida. Mesmo que fosse Sasuke.

Um novo pensamento perpassou-lhe a mente. A prolífica família Haruno, de origem Japonesa, representava um exército de tios, primos e sobrinhos, a maioria do sexo masculino, e Sakura estava cansada das atitudes machistas que era obrigada a enfrentar, além das anedotas picantes que tinha de ouvir. Ela simplesmente estremeceu ao cogitar que podia ter engravidado de Sasuke.

— Algo errado? — ele perguntou ao perceber-lhe o desconforto.

— Talvez — ela murmurou, apertando os lábios de preocu­pação. — Você usou alguma proteção? Eu não tomo a pílula.

Sasuke engoliu em seco, não se recordava desse detalhe. Caso julgasse que Sakura era sua esposa legítima, talvez não tivesse usado nada. Mas sempre trazia um preservativo na carteira.

— Sim... — afirmou com certa hesitação. — Eu não seria tão irresponsável.

Logo que fosse possível, iria conferir na carteira. Antes de retomarem a conversa, eles ouviram uma batida na porta.

—  Quem será? — Sakura sussurrou, verificando se estava bem coberta. — Não posso ser vista aqui.

— Vamos fingir que ainda estamos dormindo, e irão embora — Sasuke disse baixinho ao colocar um dedo sobre os lábios dela.

A batida soou mais alta, desta vez insistente.

— Estamos sem sorte — ele resmungou. — Vou ver quem é. Enrolou-se em uma toalha de banho e foi atender. Sakura já havia esticado o lençol até cobrir a cabeça. De passagem, la­mentou o desalinho em que se encontrava o quarto, com as roupas espalhadas. Costumava ser uma mulher organizada, amante da ordem. Até isso havia mudado naquela noite! — O que deseja? — Sasuke perguntou pela fresta da porta. — Sou o subgerente do hotel, senhor. Trouxe as cortesias incluídas na suíte nupcial. Ontem, o senhor e a sra. Uchiha entraram muito tarde e não receberam os brindes.

Sra. Uchiha? Suíte nupcial? Ali estava a confirmação de que, para o bem ou para o mal, ele havia se casado com Sakura. Era um convicto apreciador da companhia feminina, mas, do mesmo modo que ela, também não se achava pronto para o casamento. O subgerente lhe passou, pelo vão da porta, um cesto de guloseimas e, depois, um balde de prata com uma garrafa de champanhe.. Sasuke resmungou um agradecimento e já ia fechar quando o funcionário lhe apontou o carrinho de serviço, em­purrado por um garçom.

—  Um desjejum especial, senhor, por nossa conta;

O carrinho estava decorado com fitas e laços em forma de coração, o que Sasuke considerou um exagero. Virou-se para olhar para a cama e, vendo que Sakura permanecia bem escondida, abriu a porta para o garçom passar.

— Qualquer outra coisa que deseje, senhor, basta me avisar — despediu-se o gerente, apressando o garçom e lançando um olhar panorâmico pelo quarto e depois fixar-se levemente es­candalizado na toalha que recobria Sasuke. — Nossos melhores votos de felicidade ao casal.

Felicidade? Ali estava uma palavra descabida naquele con­texto. Nada podia ter-lhe acontecido de pior, refletiu enquanto examinava o conteúdo do carrinho.

— Já foram embora? — inquiriu Sakura com a voz sufocada debaixo do lençol.

— Sim, e trouxeram o café da manhã. — Pôs de lado o champanhe, atribuindo-lhe toda a desgraça que enfrentava. Com o estômago doendo de fome, verteu café em uma xícara, para esfriar, e mordiscou uma fruta. — Você quer?

— Não tenho vontade — avisou Sakura. — Vou me arrumar e depois decidiremos o que fazer.

Com o canto dos olhos, Sasuke viu quando ela, enrolada no lençol, recolheu suas roupas e trancou-se no banheiro. Pouco depois, ouviu água caindo do chuveiro.

Ele aproveitou para vestir a calça, adiando o banho, e fartou-se com o saboroso desjejum, rico em sucos, frutas, queijos, bolos e pães dos mais variados tipos. Não tocou no cesto de vime com os presentes, cuja alça vinha enrolada em fita de cetim, termi­nando com um coração de veludo vermelho bem no centro.

Sakura não demorou a entrar, convenientemente vestida e penteada. Logo teve a atenção despertada pelo cesto e apro­ximou-se para conferir. Rasgou o papel de seda e sentiu-se acalorada pelas implicações sensuais dos brindes: sais aromáticos de banho, escovas de formas diversas, incluindo um par de cabo comprido para esfregar as costas, miniaturas de perfumes inebriantes, máscaras pretas para dormir ou para algum exótico ritual amoroso.

Tudo isso criou um inevitável clima erótico. A visão do torso nu de Sasuke lhe despertou imagens extasiantes das próprias mãos deslizando por aqueles músculos rígidos. Depois viu-se igualmente massageada por ele, em cada centímetro do corpo. Cerrou os olhos e teve a impressão de sentir os dedos percorrendo suas pernas.

Ao voltar para a realidade, Sakura notou a inscrição no coração vermelho que viera junto com o cesto: "Sr. e sra. Uchiha". Seguiam-se palavras de congratulações aos noivos e votos de felicidade.

 

Suspirou profundamente e retraiu-se ante o olhar curioso de Sasuke. Se era verdade que estava casada com ele, então podia desfrutar sem culpa as delícias da lua-de-mel, antes da previsível separação.

Sasuke não disse nada. Deixou-a pensativa e foi arrumar-se.

 

 

 

Continuaaa...


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Notas finais do capítulo

ahh gente eh minha primeira fanfic
me ajudem poder ser em criticas ,sujestoes
qualquer coisaaa
beijux
fui