Married By Chance escrita por ThataListing


Capítulo 1
Prólogo




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No primeiro momento, Sasuke Uchiha não identi­ficou o que o tinha atingido.

Envolto por um alegre círculo de convidados ao casamento, ele levava aos lábios sua taça de champanhe quando subitamente um objeto cruzou o ar. A liga rendada da noiva, ainda quente do calor de sua perna, alcançou-lhe a testa bem acima do olho. Passado o susto, Sasuke instintivamente a apanhou no piso de már­more do salão de festas. Os convidados abriram espaço e, para sua perplexidade, começaram a aplaudir e dar vivas.

No palco, diretamente em sua linha de visão, a dama de honra estava sentada com seu vestido um pouco erguido na cor verde-esmeralda igual aos seus olhos , uma perna em suspenso e um olhar malicioso na face. Tinha o cabelo num tom rosa exotico, bonita e apertava nas mãos o buquê de flores da noiva. Pela expressão visível em todos os rostos, Sasuke deduziu o óbvio: esperavam que ele colocasse a liga na perna que a moça oferecia.

Ao lado do noivo, a recém-casada entretinha-se em bater palmas ao compasso da música, tocada com estridência por uma banda de amadores. O baterista produziu um rufar de tambores, e o mestre-de-cerimônias gesticulou incisivamente, apontando para a coxa exposta da rosada.

Sasuke ficou paralisado. Que estranho costume!

Um turbilhão de pensamentos girou em sua mente, incluindo o de escapar dali o mais depressa possível. Devia sentir-se gratificado. Afinal, aquela era a primeira vez que ganhava algo mais do que uns parcos dólares na loteria. A situação não o encabulava, mas por que o prêmio tinha de ser um teste de masculinidade? Ele espichou o olhar para a perna escultural que o aguardava e pensou em uma boa desculpa para declinar da honraria. Não 

achou nenhuma. O noivo era Naruto seu melhor amigo desde o jardim de infancia , e ele seu padrinho. A tradição da cerimônia estava em jogo. Para evitar constrangimentos, resolveu entrar no espírito da festa.

Ele respirou fundo, tomou um gole encorajador de champa­nhe e passou a taça para o vizinho. Assim fortalecido, caminhou para junto do palco, onde a jovem ruiva permanecia cheia de expectativa, agora um tanto envergonhada. Sasuke não a culpou. Haviam se conhecido pouco antes, e o gesto que ele estava para fazer era bastante íntimo.

Ajoelhou-se diante da moça, removeu cuidadosamente o gra­cioso sapatinho e deslizou a liga com firmeza pelo pé, depois pela perna sedosa até acima do joelho. Sentiu-se ruborizado ao ver, na dama de honra, mais 

encantos do que gostaria de admitir. Parou e, batendo a mão sobre a meia rendada, fez menção de erguer-se.

—  Não, não! — fizeram em coro os convidados.

— Mais para cima! — instruiu a seu lado o mestre-de-cerimônias, mantendo-o agachado e indicando o caminho.

Sasuke suspirou outra vez, olhou para a jovem como se pedisse desculpas e subiu a liga um pouco mais.

—  Mais, mais! — gritava a pequena multidão.

Em silêncio, Sasuke conteve seu mal-estar e pausadamente moveu a liga coxa acima, mais um centímetro, depois outro e outro. Seu corpo se acalorava a cada movimento. Os incentivos que lhe eram dirigidos não amenizavam seu desconforto, muito pelo contrário. Quando chegou ao fim da meia, na parte superior da coxa femi­nina, estava rubro como um adolescente pego em flagrante.

Um último rufar de tambores e o som dos pratos assinalaram o fim da brincadeira. Como qualquer outro homem, Sasuke gos­tava de uma anedota machista, mas o olhar triste da jovem que ele tocava tão intimamente era incômodo demais.

Murmurou suas desculpas e torceu para que tudo fosse logo esquecido.


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