Recomeçar escrita por Flower


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

COMO O PROMETIDO TEREMOS O CAPÍTULO 15 LOGO EM SEQUÊNCIA.

Bom meu amores, o Capítulo 15 ficou um pouco grande... Mais do que eu esperava, por isso demorei tanto a postar! Ah, e esse capítulo será dividido em dois por ter ficado tão grande. Ok?

Espero que vocês gostem HAHSHASHAUSHAUSHAUSAS *Riso maquiavélico*

Boa leitura. ♥



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Felicity Smoak

Minha mãe costumava me levar a uma pracinha próxima ao bar do senhor Gonzalez a todo entardecer quando era mais nova, ela era pouco movimentada e só tinham as mesmas crianças de sempre. Donna Smoak me sentava em um dos balanços e ficava me dando impulso para que eu pudesse pegar força e ir o mais longe que conseguisse. Era incrível como me sentia livre assim que o vento batia contra meus cabelos levemente encaracolados em um tom dourado. Mas enquanto estava o mais alto que podia, ficava observando as mães ao lado de seus bebês, era tão confuso o cuidado que elas tinham com eles como se fossem bibelôs de porcelana em uma estante.

Eu não entendia a necessidade de tanto zelo, um simples ensaiar de choro as faziam pegá-los em seus colos e niná-los até que pegassem ao sono novamente. E até mesmo um sorriso satisfatório à medida que se aconchegavam em seus braços já se tornava motivo de um sorriso bobo. A verdade é que em meus plenos dez anos de idade nada disso fazia muito sentido, porque afinal de contas isso eram apenas comportamentos normais de um bebê.

Durante minha adolescência também não entendia a forma como minha mãe se preocupava quando saía com os amigos e demorava a chegar em casa no horário estipulado, e claro, reclamava quando avistava Donna Smoak parada como um cão de guarda no portão do pequeno bar me esperando, aquilo era de envergonhar qualquer adolescente com seus hormônios a flor da pele, ainda mais quando se estava acompanhada de seu crush supremo.

Um leve arranhão nos joelhos calejados ou uma pequena febre também já a fazia pegar a primeira bolsa que via em sua frente me levando para o pronto socorro alegando emergência, ela não descansava enquanto eu não voltasse ao menos com um curativo ou uma prescrição médica qualquer, tudo porque ela só se sentia mais calma dessa forma.

Hoje posso dizer que a entendo, não porque cresci e me tornei uma adulta vivida, mas sim porque me tornei mãe. Me tornei mãe muito antes de ter um pacotinho se desenvolvendo em meu ventre, me tornei mãe porque William me adotou, deixou que eu fizesse parte de sua vida mesmo em tão pouco tempo. E finalmente pude perceber que ser mãe é se preocupar ao extremo, é querer dividir a dor dos nossos pequenos pelo simples fato de saber que talvez eles não sejam ainda tão fortes para aguentá-la sozinhos. Ser mãe não é um título que se adquire somente por ter o mesmo sangue correndo em suas entranhas ou porque saiu de seu próprio ventre, é muito mais do que isso. É amar incondicionalmente sem limites, é um plano muito superior que não se consegue mensurar e agora estando carregando um filho de Oliver dentro de mim tendo que superar toda a dor que William está sentindo me faz entender Donna Smoak, me faz compreender que sou capaz de tudo para que os meus bebês não se sintam sozinhos. E para que isso se torne concreto preciso dividir com Oliver o que será o motivo de nossa felicidade, o novo integrante de nossa família, o nosso outro bebê.

— Felicity?

A voz de Oliver é baixa me fazendo acordar de meus pensamentos.

— Sim?

— Você me parece pensativa.

— É engraçado como ele se tornou tão importante para mim... — William se aconchega em seu travesseiro abraçando uma de minhas mãos como se fosse seu bichinho de pelúcia.

— Pensei o mesmo quando o vi pela primeira vez, minha vida nunca mais foi a mesma.

Oliver entrelaça seus braços fortes e acolhedores ao redor de minha cintura, apoiando a base de seu queixo em meu ombro direito, passando também a observar seu filho dormindo tão calmamente.

— Estou tão preocupada.

— William está estabilizado e Sara me disse que ele terá alta ainda hoje.

Giro nos braços de Oliver podendo enxergar seus olhos azuis em transparência e então recebo um distinto sorriso de seus lábios que se aproximam dos meus em um beijo ingenuamente doce.

— Você está diferente. — acaricio sua barba por fazer me permitindo sorrir.

— Você me deu esperança.

Oliver traciona meu corpo o levando praticamente todo para si, deixando com que eu me aconchegue ao seu calor único enquanto sua boca volta a procurar pela minha com o intuito de um beijo mais intenso, quando somos interrompidos pelo barulho da porta.

— Desculpem-me pelo incômodo, mas os resultados dos exames estão em minha mesa e gostaria que me acompanhassem. — Sara adentra ao quarto. — Seus pais também estão presentes, Ollie.

Sorrio um pouco envergonhada a Sara. — Estamos prontos.

A mão quente de Oliver procura pela minha entrelaçando nossos dedos. — Estamos?

— Sim. — correspondo ao aperto de sua mão o passando a certeza que precisa.

— Estarei os esperando em meu consultório. — Sara sorri de soslaio e então se despede.

Sinto que Oliver está mais leve em relação a todo o caos que estamos passando, ontem parecia que o mundo tinha caído ao seu redor, seus olhos estavam nebulosos e desconhecidos, não parecia nem um pouco o homem por quem me apaixonei e decidi dividir minha vida. Estava bêbado e desacreditado em sua poltrona como se estivesse se entregado a sua própria escuridão. No entanto agora pela tarde assim que viemos visitar William ainda adormecido sou capaz de enxergar um novo olhar, uma luz em sua íris que havia tempo que não via.  

Um otimismo.

Ao adentrar ao consultório avisto Moira e Robert Queen sentados com suas mãos pregadas umas as outras com semblantes preocupados, eles nos dão um sorriso nos recepcionando e logo destinam sua atenção para Sara que organiza sobre sua mesa alguns envelopes.

— Gostaria de agradecer a presença de todos nessa tarde. Estou aqui com os resultados dos testes de compatibilidade. — Sara nos mostra os envelopes já abertos. — Estão preparados?

— Querida Sara os Queen’s sempre estarão preparados. — Robert Queen se manifesta.

Um silêncio se apropria da pequena área em que estamos enquanto Sara leva longos minutos abrindo envelope por envelope os lendo com verdadeira cautela. De sua boca não sai uma minuciosa palavra qualquer, o que arranca longos calafrios da boca de nossos estômagos.

— Estou a ponto de ter uma síncope, Sara! — a voz de Oliver sai trêmula.

Sara suspira até que finalmente quebra o silêncio. — Eu sinto muito, Oliver.

Moira ainda sentada esconde seu rosto no peito de Robert iniciando um choro pesado enquanto que seu senhor a acalenta com carinho também parecendo desamparado.

— Você está dizendo que nenhum de nós somos compatíveis?

Minha pergunta sai com um gosto amargo que fica preso em minha boca.

— Infelizmente nenhum de vocês são compatíveis a William! — o semblante de Sara está frustrado.

— Eu já esperava isso.

A voz de Oliver, desta vez, é afogada.

— Isso não pode estar certo, eu tinha a certeza de que poderia... — sou interrompida por Sara.

— Vocês poderiam me deixar a sós com Felicity por alguns minutos?

Oliver estranha me destinando um olhar confuso. — O que está acontecendo?

— Eu não sei! — estou tão confusa quanto Oliver neste momento, não sei o que Sara tem para falar comigo.

Ou sei?

Que grande merda, eu não sou tão ingênua assim, é claro que sei o que Sara tem a me dizer.

Certamente eu sei.

— Não se preocupem não é nada grave, apenas poderiam nos deixar sozinhas por um momento? — Sara torna a perguntar.

Faço um sinal positivo com a cabeça para Oliver que me compreende se levantando e esperando seus pais o acompanhar, sendo assim, sou deixada a sós com Sara.

— Sara... Eu...

— Felicity, no seu exame de compatibilidade demonstrou altas concentrações do hormônio HCG, você sabe o que isso significa? — ela me pergunta diretamente.

Gonadotrofina cariônica humana, o hormônio da gravidez.

— Então você sabe que está grávida?

— Há exatamente um mês e duas semanas.

— Muito possivelmente Oliver não sabe sobre a gravidez...

— Eu não tive coragem de conta-lo, Oliver está com a cabeça cheia sobre o estado de William. Apenas tive medo de estar parecendo competir por sua atenção com seu filho e acabar não recebendo a reação que esperava ter.

— Então foi por isso que ficou frustrada ao saber que não era compatível?

— Pensei que por conta do bebê tivéssemos alguma possibilidade. — retiro os óculos de grau em meu rosto que estão levemente embaçados, deixando algumas lágrimas escaparem. — Eu sou uma irresponsável!

— O bebê pode ser uma solução, mas talvez as células de William não consigam esperar os nove meses... — Sara suspira. — O problema maior agora é outro.

— O que poderia ser mais grave do que isso?

— Laurel.

— Laurel? O que Laurel tem a ver com isso?

— Minha irmã tem acesso ao laboratório, ela também fez o exame de compatibilidade e... Estranhamente durante o meu plantão enquanto eu vinha supervisionar o andamento dos resultados notei Laurel circulando pelo laboratório e ela se assustou com minha presença. Eu não entendi o que ela estava fazendo ali uma vez que eu sou a responsável pelo caso de William até que Cisco se apresente.

— Aonde você quer chegar?

— Talvez Laurel saiba que você esteja grávida, Felicity. E ela pode usar isso a favor dela, então eu peço que conte a Oliver o mais rápido possível, antes que isso se torne um problema!

É claro, o que iria fazer Laurel se assustar com a presença de Sara, sua irmã, em um laboratório?

Ela não deveria estar ali, mas certamente ainda como funcionária do Hospital de Starling tem acesso ao laboratório e consequentemente aos resultados dos exames. Laurel não é burra, com certeza conseguiu interpretar os níveis de HCG em meu sangue, ela sabe que estou grávida.

Agora estou em uma contagem regressiva, preciso ser mais ágil que Laurel ao contar para Oliver, porque eu sei que ela fará de tudo para que eu possa sair como a vilã. Ela estava esperando a primeira oportunidade para puxar o meu tapete, disse ontem que podia ter perdido uma batalha, mas que não a guerra. Nesse momento ela deve estar arquitetando a melhor forma de usar o meu bebê contra Oliver e isso pode me custar sua confiança, o seu amor.

— Laurel irá usar isso contra mim, Sara!

— Você precisa dizer a Oliver que está grávida. — ela levanta e se dirigi até a maçaneta da porta. — E precisa ser agora!

Rapidamente me levanto do pequeno sofá em que estava sentada tentando organizar meus pensamentos que parecem estar misturados como uma sopa de letrinhas. Minhas pernas estão um pouco trêmulas e agindo por contra própria fazendo com que eu saia do consultório sem ao menos agradecer a Sara por ter me alertado, simplesmente porque eu não sei a forma certa em como dizer isso a Oliver. Não é como chegar a ele e dizer com a maior naturalidade: “Hey você vai ser papai, desculpe por não ter lhe dito isso há exatamente UM MÊS E DUAS SEMANAS”, ele não iria me perdoar. Mas também não existe outra saída, se eu demorar mais algum tempo em conta-lo talvez possa ser tarde demais.

Ao me encaminhar para fora da sala, trombo em um corpo forte. — Você não me deu a oportunidade de agradecê-la. — a voz conhecida é de Robert Queen.

— Me agradecer? — pergunto ainda com meus pensamentos pisando em ovos.

— Outra pessoa teria sido despedida no mesmo instante, assim que me respondeu daquela forma em frente aos acionistas em meio a uma conferência de extrema importância.

— Robert, estou sem cabeça para falar sobre trabalho.

— As pessoas tem respeito por você, minha querida. Elas se tornaram mais humanas desde que você passou a dirigir a empresa, você as ensinou que respeito não é sinônimo de medo.

— Obrigada pelas palavras Robert, mas eu preciso resolver algo.

— Foi por sua causa que conseguimos a fusão com Malcolm Merlyn, mesmo nós sendo amigos há tanto tempo foi você quem conseguiu. E é por isso que os acionistas e funcionários decidiram fazer uma festa esta noite em sua comemoração, para que você receba os devidos méritos.

— Festa? Não estamos em clima de festa, seu neto está em uma cama de hospital, como ainda pensa em festejar? Não há essa possibilidade.

— Meu pai tem razão, estou sendo muito egoísta e não tenho pensado muito sobre suas conquistas. Você sempre está se preocupando comigo e sinto que não estou sendo recíproco. — Oliver se manifesta atrás de mim.

— Oliver, não há como participar de uma festa com tantas preocupações ao nosso redor! — minha voz sai exausta.

— Você está certa, mas meu pai também tem razão. Meu amor... Você conseguiu algo que eu em anos sobre direção das Indústrias Queen não tive chances. — Oliver encosta seu polegar na superfície de minha bochecha em um carinho. — William receberá alta em poucas horas, Raisa e Evelyn passarão a noite com ele e eu tenho certeza que ficará tudo bem.

— Você ouviu o que Sara nos disse? Não somos compatíveis.

— Eu ouvi exatamente o que Sara disse, mas ontem à noite você me disse que poderíamos ser a solução e eu acredito nisso, ainda não está tudo acabado!

Robert se manifesta. — Meu grande filho está sendo sábio, procuraremos os melhores oncologistas que pudermos e iremos correr atrás de uma solução.

— Estou com medo. — minha voz sai arrastada e meu olhar está atônito. — Poderíamos ter um tempo sozinhos?

— Deixarei vocês a sós, mas pense com carinho minha querida. Estaremos todos a esperar por você ás oito horas da noite em ponto!

Robert ensaia sua retirada deixando-me uma piscadela, e então, minha atenção se destina a Oliver que me leva até um dos bancos no corredor do Hospital de Starling.

— O que Sara queria com você?

As palavras adequadas custam a sair pela minha boca.

Não consigo olhar diretamente nos olhos de Oliver que estão atentos e curiosos em minha direção.

Minhas vísceras continuam dançando lambada em meu ventre.

— Como soube que se tornaria pai?

Oliver se surpreende com minha pergunta.

— Foi algo completamente inesperado, eu me lembro de que assim que vi Samantha entrando pela porta de meu escritório, ela tinha um brilho no olhar diferente! Eu não fazia ideia do que se tratava, mas era algo desconhecido para mim. — Oliver sorri abertamente como se estivesse voltando ao passado. — Ela tinha em sua mão uma caixinha de veludo da cor azul e o laço envolto nela também era azul. À primeira vista me pareciam dunets de uma confeitaria conhecida por nós, a minha preferida. Ela sempre me trazia logo pela manhã acompanhadas de um expresso.

— Não eram rosquinhas, não é?

Oliver ri de minha expressão. — Não, não eram. Samantha me pediu ansiosamente para que eu abrisse àquela caixinha de veludo. Dentro havia uma gravatinha e uma pequena camisa social também, e eu não sou capaz de dizê-la o que eu senti naquele momento. Pela primeira vez eu senti medo em minha vida, senti-me assustado com o tamanho do que aquele simples gesto significava, eu seria pai Felicity. E ser pai é algo que lhe faz repensar suas atitudes, eu não seria mais o mesmo Oliver Queen dali em diante, somente por estar me tornando pai.

— Isso te deixou tão assustado como se não conseguisse pensar em como seguir a sua vida?

— Exatamente. Porque agora eu teria que me preocupar com cada passo meu, com a minha própria vida, entende? Ter a certeza de que iria chegar intacto todas as noites em casa para velar o sono do meu pequeno ainda no ventre de Samantha, eu precisava saber todas as mínimas histórias que existiam nesse mundo encantados de bebês. Pelos simples motivo de querer ser o melhor pai do mundo e... Eu posso não ser o melhor pai da face da terra, mas aprendo com William a cada dia que se passa como posso me tornar melhor.

Ele suspira deixando com que uma lágrima escorra de seus olhos, rindo em seguida por tê-la deixado escapar.

— Oliver isso foi lindo...

— Eu não sei por que, mas vejo o mesmo brilho em seus olhos.

— É porque eu estou...

Um tremor frenético me interrompe assustando Oliver que está com seus olhos vidrados nos meus o fazendo destinar sua atenção agora ao bolso esquerdo de sua calça jeans.

— Você se importaria meu amor?

É CLARO QUE EU ME IMPORTARIA.

Que maldição.

Estou a dias tentando a melhor forma de contar que estou grávida a Oliver e na melhor oportunidade sou interrompida por uma merda de telefonema.

Felicity, lembre-se do que Cooper falou sobre se estressar, você deve se concentrar e contar até três.

Um.

Dois.

Três.

Com um sorriso forçado faço um sinal negativo com a cabeça permitindo que Oliver atenda ao telefonema. Ele levanta de sua cadeira se afastando um pouco de mim, suas palavras são baixas, porém posso perceber um sorriso. A conversa não dura mais que alguns minutos que para mim seriam preciosos, nesse instante Oliver já estaria sabendo de tudo se não fosse esse bendito telefonema.

— Algo importante?

— Cisco Ramon o novo oncologista de William, preciso busca-lo no aeroporto de Starling, mas você quem parecia querer falar algo importante.

Não há mais clima para contar algo de tamanha importância sendo que Oliver parece estar com pressa para buscar esse tal de Cisco no aeroporto.

Preciso fazer com que isso não passe desta noite ou estarei abrindo terreno para Laurel por seu plano maquiavélico em prática.

— Você está com pressa, podemos deixar essa conversa para essa noite.

— Tem certeza?

Ele parece preocupado com o que tenho a dizer.

— Vá buscar Cisco, levarei William para mansão com seus pais.

Seus lábios encostam os meus em um beijo breve. — Deixei em minha casa sobre a cama algo que gostaria que vestisse essa noite. Quero você a mulher mais linda de todo o salão...

— Não sei se quero participar desta festa, não estou no clima para isso!

— Meu amor... Você se preocupa demais conosco, deixe-me sentir um pouco menos egoísta? Essa noite é sua e eu terei todo o tempo que precisar para conversarmos.

— Tudo bem.

— A encontro no salão assim que voltar.

~~~

As luzes estão ofuscando os detalhes dourados espalhados por cada canto do salão dando um contraste sofisticado. Todos estão ao final da longa escada em que estou descendo com cautela devido aos salto-altos escolhidos por Oliver.

Quem diria Oliver Queen escolhendo um par de sapatos para sua garota? Sem mencionar o belo vestido em que estou trajando, os detalhes também são dourados e conversam perfeitamente com os arranjos de lírios que estão sobre as mesas de vidro distribuídas pelo salão. Há uma grande fresta em uma de minhas coxas que deixam o visual mais sensual possível, no início fiquei um pouco tímida ao ver meu reflexo ao espelho, mas confesso que o vestido acomodou-se perfeitamente a cada extensão de meu corpo.

Ao final dos degraus da extensa escada sinto a mão de Oliver tocar a minha recepcionando-me com orgulho. À medida que tocamos nossos lábios rapidamente somos acalentados com palmas fervorosas, nos arrancando um sorriso tímido.

— Como eu imaginava você é a mulher mais bela de todo o salão.

— Você também não está ruim.

Sussurro em seu ouvido me referindo ao corte perfeito de seu smoking.

Oliver diminui seu tom de voz ao pé de meu ouvido. — Confesso que estou ansioso para ver como a lingerie ficou em seu corpo, e claro, retirá-la sem a mínima pressa.

— Sempre tão sacana?

— Sempre tão implicante? — ele mordisca seu lábio inferior sem retirar seus olhos dos meus um só instante.

Isso consegue ser malditamente sensual.

Merda.

— É... — elimino os pensamentos pecaminosos que rodeiam minha mente. — Será que poderíamos continuar a conversa que estávamos tendo mais cedo?

Oliver estranha minha ansiedade sobre o assunto. — Estou começando a ficar preocupado.

— Não fique, apenas me ouça, é tudo o que eu mais quero!

— Claro meu amor, vamos até ao meu antigo escritório. — ele segura cuidadosamente minha mão nos guiando até o elevador.

— Onde os mocinhos estão pensando que vão?

A voz incrivelmente me surpreende fazendo-me virar em sua direção, e assim, avisto Donna Smoak em um vestido esverdeado coberto por pérolas ao lado de Gonzalez em um terno também sofisticado, eu nunca havia visto os dois tão radiantes, arrancando-me um sorriso.

— Mamãe?

Donna Smoak com os braços abertos corre em minha direção cobrindo-me com seus beijos abafados por todo o meu rosto.

— Bebê, estava morrendo de saudades! — Donna diz em meu ouvido à medida que me aperta contra seu corpo.

— Isso com toda a certeza deve ter o dedo de Robert Queen. Como vai, senhor Gonzalez? — Oliver aperta a mão de meu padrasto o trazendo para um abraço.

— Seu pai realmente parece pensar em tudo. — o homem com a barba mais aconchegante retribui o cumprimento de Oliver.

— Espero não estar atrapalhando. — minha mãe se afasta deixando com que eu respire um pouco depois de seu abraço de urso.

— Na verdade... — inicio algumas palavras quando sinto Oliver puxar-me pelo braço.

— Claro que não está atrapalhando nada senhora Smoak! — ele força um sorriso educado.

— Eu só preciso falar com Oliver um instante, tudo bem mamãe?

Coloco minha mão sobre o peitoral de Oliver preparando-me para fazer a saída triunfal quando sinto seu peito vibrar sob minha mão.

Jesus Cristo.

Allah.

Deuses do Olimpo. 

Santos de todos os Santos.

Vocês estão vendo o quanto estou tentando? Isso só pode estar se tornando uma ironia do destino querendo me pregar uma peça.

Pregar uma peça? Não, não, isso se chama castigo e talvez eu esteja merecendo.

Oliver observa o visor gritante em seu celular. — Sara?

— Ela deveria estar aqui. — murmuro.

— Sim, ela deveria. — Oliver franze seu cenho e então a atende.

Nenhuma palavra que me dê uma dica sobre o que Sara está falando sai da boca de Oliver, me deixando totalmente tensa.

Será que Laurel conseguiu fazer algo contra mim que envolva o bebê?

Não faz o mínimo sentindo, se o assunto fosse esse ela estaria ligando para mim e não para Oliver.

A ligação é finalizada. — Sara precisa que eu vá até seu consultório.

— Eu vou com você.

— Claro que não... Você é a anfitriã e deverá permanecer aqui até que eu volte!

— Pode ser algo com o William, eu devo estar por perto.

— Você está sempre por perto, eu a levo comigo para todos os lugares que vou.

As doces palavras de Oliver me arrancam um sorriso encabulado.

Minha mãe suspira. — Rapaz, isso foi lindo...

— Nossa Felicity está em boas mãos querida! — Gonzalez também nos destina um saudoso sorriso.

— Eu irei, mas voltarei o mais rápido que puder para você e nada irá atrapalhar o que tem para me contar, ok? — Oliver segura minhas mãos as levando até seus lábios onde deposita um beijo demorado.

 — Promete?

— Prometo.

— Cuidaremos de sua garota, meu rapaz. — Gonzalez me envolve em seus braços.

— Oliver, meu querido, sabemos de William e sentimos muito por isso. Conte conosco para o que precisar. — minha mãe sorri distintamente a Oliver.

— Obrigado.

Ele assente para Donna Smoak se retirando logo em seguida.

~~~

— Fico imensamente feliz em finalmente conhecer os pais da minha menina de ouro das Indústrias Queen Consolidated! — Robert Queen diz orgulhoso.

— Assim você acaba constrangendo a menina, Robert. — Moira Queen entrelaça um de seus braços ao redor de seu senhor.

— Sua senhora consegue ser ainda mais linda fora das capas de revista, senhor Queen! — Gonzalez cumprimenta Moira que o corresponde.

— Então somos homens de sorte, Felicity Smoak tem a quem puxar toda a beleza de sua mãe. — Robert Queen também cumprimenta minha mãe que falta derreter diante aos galanteios. — E, por favor, me chame apenas de Robert!

— Eu já disse que isso não é um mérito unicamente meu, todos fizeram parte disso. Somos um time! — Ray Palmer ao se aproximar complementa o que estou afirmando.

— Sim, somos um time, mas todo time tem um capitão e você soube comandar como ninguém. — ele encosta seus lábios em minha testa em um cumprimento.

— Palmer está certo como sempre! — Robert Queen levanta sua taça de champanhe em direção ao rapaz.

— Querida, Oliver deveria estar como seu acompanhante, mas ainda não o vi! — Moira pergunta à medida que passa seu olho ao redor do salão.

— Ele precisou atender a um pedido de Sara, mas disse que não é nada sério.

Estou tentando me convencer que não seja nada sério, principalmente em relação a William. Eu não me perdoaria se algo estivesse acontecendo bem de baixo de nosso nariz enquanto estamos em uma festa.

A verdade é que eu deveria ter batido meu pé contra tudo isso, não há clima para derramar champanhe e encher a barriga de casquinhas de siri de um grande buffet.

O nosso menino está com um câncer que se instala em seu corpo cada vez mais depressa e possivelmente não consiga esperar até que seu irmão nasça.

Ainda tenho que conviver com meus neurônios queimando por não conseguir ter a maldita conversa com Oliver. Cada vez que temos uma chance somos interrompidos por alguém ou telefonemas importunos.

— Amigos, precisamos atender alguns acionistas que vieram de longe para conhecer nossa menina de ouro. Fiquem a vontade! — Robert e Moira ensaiam sua retirada.

— Conheço sua voz de algum lugar, meu rapaz. — minha mãe destina sua atenção a Ray Palmer ao meu lado.

— Certamente. Eu quem liguei para contatar Felicity para uma reunião nas Indústrias Queen, a senhora quem deve ter atendido! — Ray cumprimenta Moira dando-lhe um beijo na base de sua mão.

— Então você também é responsável por mudar a vida de meu bebê. — os olhos de Donna Smoak brilham.

— Felizmente posso dizer que faço parte da vida profissional de Felicity, mas seria imensamente feliz se também pudesse participar de sua vida como um todo!

Ray Palmer me destina um olhar intenso fazendo com que minhas bochechas queimem. Nesse momento, gostaria de um buraco para enfiar minha cabeça e desaparecer. Ao menos Oliver não estar por perto, esse simples comentário de Ray faria com que Oliver enfiasse sua bunda na primeira privada que encontrasse.

Antes que eu possa abrir minha boca para correspondê-lo de forma educada a voz imponente de Malcolm Merlyn surge por de trás de nós.

— Felicity Smoak, pensei que nunca iria encontra-la! — o homem vestido inteiramente de um negro fosco se aproxima de nós.

À medida que Malcolm Merlyn para ao meu lado se preparando para um possível cumprimento um silêncio mórbido se instaura ao nosso redor. O semblante de Malcolm parece paralisar como se estivesse sido acometido pelo feitiço da Medusa o transformando em uma estátua.

Donna Smoak que se preparava para pegar uma das taças repletas de champanhe em uma bandeja nas mãos do garçom, também está paralisada. E então, somos surpreendidos com a mesma bandeja de taças de cristais espatifando sobre o chão, trazendo a atenção de todos os convidados ao nosso redor para nós. Minha mãe, após derrubar as taças de champanhe ensaia um principio de desmaio nos braços de Gonzalez que reage assustado.

Todos esses acontecimentos ocorrem em minuciosos segundos não me deixando organizar minhas próprias ações, e como se meu ouvido estivesse obstruído com um enorme zumbido, assim que ouço um grito escapar dos lábios de minha mãe me permito voltar à realidade.

— Mamãe o que está acontecendo?

— Esse homem...

A voz de Donna Smoak está saindo com certa dificuldade, seus lábios estão cobertos de um intenso pálido enquanto é segurada por Gonzalez.

— Donna, você está fria! — Gonzalez encosta a palma de sua mão nos pulsos de minha mãe.

— Isso não pode ser real... — Malcolm deixa com que sua boca entreabra.  

— O que está acontecendo aqui?

Minha pergunta sai rasgada à medida que me aproximo de minha mãe ainda sobre os braços de Gonzalez. Os seus olhos estão fixados em Malcolm que permanece rígido em seu lugar desde que surgiu para um cumprimento, eu apenas não estou conseguindo assimilar todas essas reações.

A partir do momento em que minha mãe avistou Malcolm sua reação foi imediata, eu consigo ver um misto de medo e rancor em seu olhar como se conhecesse Malcolm Merlyn de algum lugar, mas me pergunto como isso seria capaz uma vez que esse homem é um camaleão dos negócios e minha mãe nunca foi antenada a essa área. Não há como ela conhece-lo, não de uma forma que arranque uma reação dessas.

— Fique longe de minha filha, ela não o merece como pai...

Assim que diz sua última palavra Donna Smoak desmaia deixando com que todos ao redor faça um grande “O” com a boca, atraindo ainda mais a atenção.

Pai.

A palavra pai saiu de sua boca?

Esse homem a minha frente seria quem me deu a vida?

Malcolm Merlyn.

Uma fisgada é dada em meu peito fazendo-me dar um passo para trás sofrendo com o impacto do corpo forte de Ray Palmer ao meu lado.

Em toda minha vida nunca tive contato com algo paternal, eu via a forma como os pais tratavam seus filhos através de gestos simples e almejava o mesmo para mim. Mas isso se tornava distante cada vez que fazia perguntas ingênuas sobre meu pai a Donna Smoak que desconversava. Tudo que eu sabia após juntar as pequenas informações que conseguia arrancar de minha mãe é que esse homem parecia importante e tinha posses, essas informações eram dadas com rancor por parte de minha mãe que fazia questão de mencionar que havia sido largada assim que esse mesmo homem descobriu que ela estava esperava um bebê.

Na escola eu convivia com perguntas indiscretas de professoras que perguntavam sobre meu pai, essas perguntas eram como fantasmas em minha vida e sempre apareciam em datas comemorativas como o Dia dos pais em que todas as crianças de minha turma levavam seus pais pelas mãos para uma breve apresentação ou até mesmo no dia da “profissão” que ocorria todos os anos, mas que somente minha mãe estava lá.

Não, eu não estou reclamando, minha mãe foi por toda minha vida a pessoa mais forte que conheço, ela foi minha mãe em grande parcela mas também foi o pai que eu não tive, passar a vida sem respostas para perguntas sem fim se tornou um monstro escondido de baixo de minha cama ou dentro de meu armário. E até que eu conseguisse forças para levantar de minha cama durante as noites sem ter medo de que esse monstro puxasse meus pés na primeira oportunidade me levou tempo e maturidade, no entanto tudo parece desmoronar neste exato momento em que consigo enxergar nos olhos de Malcolm Merlyn que isso possa ser uma realidade, que esse homem a minha frente que um dia desprezou minha mãe com um bebê em seu ventre é o mesmo homem que despreza seu filho cotidianamente.

É difícil acreditar que esse homem que um dia almejei tanto conhecer é Malcolm Merlyn.

— Mamãe!

— Felicity, precisamos conversar.

Malcolm Merlyn toca meu braço e um mínimo toque é capaz de revirar meu estômago.

— Não toque em mim! — grito em sua direção o assustando.

— Donna, acorde minha querida! — Gonzalez lhe dá leves toques no rosto de minha mãe que não o corresponde.

— Chamarei uma ambulância. — Ray Palmer corre em direção à porta. — Senhores tudo ficará bem, não é nada grave eu apenas peço a compreensão de todos vocês para que nos deixem a sós. — ele se dirige aos convidados que nos assistem como o último capítulo de uma novela.

— Eu não poderia imaginar que você fosse o bebê... — Malcolm cospe as palavras rapidamente tentando organiza-las.

— O que disse? — deixo escapar uma risada irônica. — Você abandonou minha mãe no momento que ela mais precisava!

— Eu era um rapaz assustado Felicity, não tinha maturidade para um descuido! Os negócios de minha família dependiam de mim e eu descobri que minha esposa estava esperando Tommy.

Ele tanta se explicar, mas a cada palavra tudo vai conseguindo ficar ainda mais inescrupuloso.

Estou com a mesma sensação que tive quando vi Oliver segurando os braços de Laurel assim que adentrei aquela suíte na mansão. Minhas pernas estão tremendo sem contar a imensa vontade de colocar tudo que ingeri para fora.

— Então fui um descuido? Claro, o futuro homem de negócios não iria poder deixar sua família de aparências de lado por conta de uma diversão!

Meu sangue está subindo por minhas veias.

Os meus dedos indicadores, desta vez, estão batendo contra o peito de Malcolm que reage dando um paço para trás a cada impacto que sofre de mim.

Minha voz deve estar gritante agora, pouco me importo se estou me excedendo.

— Você agora faz parte da selva que vivemos, não podemos deixar de lado a nossa vida de empreendimentos por conta de... — Malcolm se auto interrompe.

— Termine o que iria dizer!

— Vamos para um lugar mais adequado.

— Lugar mais adequado do que este? Não há. — viro-me para algumas pessoas que restaram no salão segurando a força com que as lágrimas fazem ao baterem na parede de meus olhos. — Esse homem ele abandonou minha mãe grávida de mim sozinha, essa mulher quase morreu em um parto sem apoio de ninguém por perto simplesmente porque esse sujeito a largou.

Malcolm segura pelo meu braço com certa força. — Você está nos levando a um caminho sem volta, é melhor que cale a boca!

— Você está me ameaçando?

— Estou apenas lhe mostrando que no lugar que está chegando eu já pertenço há muito tempo e sua carreira depende de homens importantes como eu.

Seu olhar é ardiloso.

Depois de tudo que acaba de saber sua única preocupação é com seus negócios, aumentando meu repúdio.

— Eu tenho nojo de você, Tommy tem razão... Você é repugnante!

— Malcolm, agora não é o momento. As energias estão alteradas, são muitas informações em um pequeno espaço de tempo, então apenas dê espaço a ela!

Ray Palmer surge em minha frente afastando o corpo de Merlyn crescente sobre mim ainda segurando meu braço de forma agressiva.

— Não haverá mais conversas, eu não quero contato nenhum com esse homem!

Minhas pernas ainda estão trêmulas e estou sentindo minha cabeça levemente pesada.

— Somos sócios senhorita Smoak, sinto muito em alertá-la. — Malcolm sorrir maquiavelicamente.

— Eu não estou me sentindo bem... — ao fraquejar apoio no braço de Ray Palmer que me segura com seus braços envolto ao meu corpo.

— Se mantenha longe dela Malcolm ou eu chamarei os seguranças! — Palmer ergue meu corpo ajudando-me a manter os pés firmes sobre o chão.

— Minha mãe... Não posso deixa-la!

— Felicity, eu e Moira iremos acompanha-la até o Hospital de Starling! — Robert Queen ordena aos homens de branco que passa por nós.

Os paramédicos adentram ao salão com uma maca em suas mãos se aproximando de minha mãe ainda desacordada. Eles a acomodam na maca e a prendem com cintos de segurança.

— Minha querida, nossa Donna estará em boas mãos e eu não soltarei de sua mão um só momento. — Gonzalez auxilia os paramédicos. — Lhe manterei informada.

Faço um sinal positivo com minha cabeça deixando com que Gonzalez se encaminhe para fora do salão até a ambulância a sua espera.

— Estou enjoada!

Coloco uma de minhas mãos em meu ventre.

— Eu a levarei para casa. — Curtis surge por trás de mim com seu semblante preocupado.

— Rapaz se afaste, eu cuidarei dela! — Ray Palmer como uma muralha me afasta de Curtis.

— Felicity... Isso é perigoso, deveríamos ir até o Hospital de Starling! O Dr. Cooper saberá o que fazer sobre seu estado.

Curtis está certo, eu não poderia estar passando por tantas emoções, mas no momento eu não conseguiria está no mesmo local que minha mãe sem me preocupar com seu estado. Isso se tornaria muito pior para mim, o melhor é que eu tome um pouco de água e tente me acalmar em algum lugar mais tranquilo.

— Curtis eu estarei muito melhor com você assistindo minha mãe. Gonzalez é alheio à tecnologia e sei que ele não irá cumprir com sua promessa, então apenas pegue o carro e vá até o Hospital de Starling.

— Você tem certeza que deseja ficar?

Curtis pergunta receoso.

— Está com algum problema em entender as ordens de Felicity? — Ray responde Curtis de forma grosseira.

— Ray! — o repreendo.

— Farei o que está me pedindo, mas qualquer coisa...

Interrompo Curtis. — Você será uma das primeiras pessoas que irei contatar.

Curtis assente e após destinar um olhar intimidador a Ray, se afasta em direção a porta.

— Vamos até a minha sala, lá tem água fresca e uma ventilação que a deixará mais calma.

Meu corpo está um pouco mole e minhas pernas não me obedecem como gostaria.

— Oliver... Eu preciso de Oliver aqui comigo, apenas ligue para ele.

Meu celular está desligado.

Não há outra forma de me comunicar com ele a não ser por Ray.

— Eu farei o que me pede, mas antes você precisa se estabilizar.

O elevador nunca pareceu demorar tanto para chegar ao andar solicitado.

Ao saltar do mesmo nos encaminhamos pelos corredores vazios até a sala de Ray Palmer que tem uma vista belíssima de toda a cidade. Ele me senta em um sofá macio retirando os saltos-alto de meus pés que se encontram inchados.

Confesso que estou levemente incomodada com a aproximação de Ray, porque eu sei que sente algo por mim que ultrapassa os laços de amizade. Ray Palmer é um grande amigo para mim, porém minha amizade é tudo que posso dar a ele.  

— Oliver é o único que consegue me deixar mais calma, por favor, ligue para ele.

Pego das mãos de Ray um copo com água e minhas mãos surpreendentemente tremem.

— Você o ama tanto assim? Capaz de tê-lo como sua calmaria?

— Ele é a minha paz. Descobrir quem é meu pai depois de tanto tempo pareceu um tiro a queima roupa bem no meu peito, somente Oliver será capaz de me mostrar algum lado bom de toda essa história!

— Oliver nunca será o cara certo para você Felicity, ele vive de momentos... Esses momentos são passageiros.

Ray Palmer senta ao meu lado tomando a liberdade de pegar em uma de minhas mãos que está livre.

Seus olhos estão sobre mim como se estivessem me engolindo.

Permito-me chegar para trás sem que perceba, afastando um pouco nossos corpos.

— Ray, eu entendo que vocês têm suas diferenças e isso não é de minha conta, mas o que sinto por Oliver me faz acreditar que não serão apenas momentos passageiros. Temos algo que irá nos ligar por toda a vida, algo que nasceu de nosso amor!

Seus polegares tocam meu rosto e sua boca se aproxima de tal maneira que posso sentir seu hálito quente bater contra meus lábios. Neste momento estou assustada, meu espaço está sendo invadido por Ray que está cada vez mais perto indicando que fará algo que se arrependerá por toda sua vida, porque minhas mãos irão colar em seu rosto deixando a marca de meus cinco dedos.

— Somente me dê uma chance de mostra-la...

E antes que eu possa tomar espaço para afastar seu corpo pesado contra o meu.

Seus lábios tomam os meus em um beijo.

A força que faz em meu rosto impede que eu o empurre imediatamente.

E, então, permanecemos colados um no outro.


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Notas finais do capítulo

Ufa, que capítulo foi esse!!

VIMOS NESSE CAPÍTULO UMA DAS VERDADES... A partir desse capítulo vocês imaginam qual é a outra verdade?

1 - William entra em coma;
2 - Oliver renegará o bebê de Felicity.

Aguardo vocês nos comentários. ♥.♥



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