Capítulo 21 - Confronto

Mal pôs os pés no gramado ao lado do lago, Harry quase teve um ataque: uma criatura gigantesca carregava Severus em seus braços. Seu amado estava agitado, gritando, mas Harry não conseguia entender as palavras.

- Oh, não! Aquele monstro peludo e horrível está tentando raptar Severus! Preciso salvá-lo!

Naquele momento, Dumbledore estava chegando ao local, com Sirius, Remus, Kingsley e Minerva. Fawkes sobrevoava o grupo.

O bruxo chamado Gellert gritou:

- Não, Harry! Esse é Hagrid! Ele está protegendo seu amado!

- Protegendo? - Harry olhou em volta. - De quem?

Severus apontava para atrás de Harry:

- Deles!! Harry, cuidado!

Num impulso, Harry se abaixou, bem a tempo de se desviar de um raio vermelho lançado pela mulher de cabelos negros e expressão dementada, que estava acompanhada de mais quatro homens. Harry arregalou os olhos:

- É Lord Voldemort!

O Lord apontava uma varinha contra ele:

- Você me paga, garoto! Eu confiei em você! Você tinha que me trazer Severus!

- Você mentiu para mim! - respondeu Harry. - Deixe Severus em paz!

Sirius gritou:

- Invasores! Invasores!

- Aquele ali é o Draco? E o Peter? Eles estão com Voldemort!

- Traidores! Traidores!

Mais raios foram atirados. Ron se agachou:

- Nós vamos morrer! Nós vamos morrer! Eu vou morrer sem minha Hermione!

Um raio vermelho malvado atingiu Hagrid, que cambaleou. Severus foi ao chão, com um grito. Num golpe rápido, Lucius agarrou Severus e sumiu com ele, numa nuvem negra.

- Nãããooo!!

O grito foi de Draco, que tinha corrido para o lado de Severus, mas seu pai foi mais rápido. Então, de repente, o jovem se viu frente a frente com um gigante peludo, barbudo, cujos olhos muito pretos o encaravam com curiosidade:

- E que beldade é essa que chega perto de mim?

Draco arregalou os olhos:

- Você me acha bonito?

O vozeirão era suave:

- Não. Severus é bonito. Você é lindo, um anjo caído do céu. Estonteante. Nem me incomodo que você esteja do lado dos maus. Você não pode ser mau, lindo desse jeito. Nossa, meu corpo está todo vibrando!

Draco estava vermelho feito um pimentão. Kingsley Shacklebolt, porém, corrigiu as palavras de Hagrid:

- Na verdade, acho que esse tremor são os centauros e outras criaturas da mata.

Era verdade. Cascos, centenas de cascos, reverberavam ao bater contra o chão da floresta. Eles chegaram à beira do lago, e Harry observou as estranhas criaturas esqueléticas e aladas que pareciam ser comandadas por uma menina loura, que sorria de maneira distraída. Aquilo também distraiu Hagrid, que se dirigiu ao cavalo alado mais próximo:

- Meus bichinhos! Tenebroso, você está aqui!

Mais gente chegava à batalha: soldados, noviços, fantasmas, todos pareciam saber que o ataque estava chegando.

- Isso é que ele chama de ataque surpresa? - disse Pettigrew, tremendo. - Eu vou é me mandar!

- Ah, não vai, não!  - gritou Sirius, espada em punho. - Volta aqui, seu traidor!

A confusão aumentava, com gente guerreando e novos comandados de Lord Voldemort chegando! Havia espadas, varinhas, maldições e feitiços cortando o ar a torto e a direito.

E nesse momento de caos e tragédia, Harry entendeu a profecia.

- Todo mundo para trás! O Cara-de-Cobra é meu!

Os demais obedeceram, e um clarão se abriu no campo de batalha. Harry e Lord Voldemort se postaram frente a frente e passaram a se estudar, circundando um ao outro como se fossem lobos prestes a se atirar numa luta sangrenta e encarniçada.