O Passado Sempre Volta escrita por yElisapl


Capítulo 31
Capítulo 30: Caem as Máscaras.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada! :D



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Cinco anos atrás:  

Desde que ajudei Sweet Pea a escapar, fui presa e sedada pelos homens de Blue.  

Desde que ajudei Sweet Pea a ter sua liberdade, as que ficaram - incluindo eu, fomos locomovidas para outro lugar.  

Desde que ajudei Sweet Pea a possuir uma nova vida, a minha se tornou em um pesadelo pior que antes.  

Desde que ajudei Sweet Pea a sair desta prisão, fora há um mês. E isso significa que estou há trinta e um dias suportando todas as dores. 

Mas neste momento, eu estou apenas bebendo meu café da manhã, pois hoje é sábado e todo sábado significa ser cuidada como uma princesa, recebendo carinho, tratamentos de massagem e médicos. Tudo para que na segunda, as torturas e abusos iniciem. 

É assim que estou vivendo. Ou no caso, apenas sobrevivendo.  

—Querem um pouco de café? - Pergunto às meninas. 

—Sabe que odeio café - Rocket responde, mostrando a língua.  

—Com açúcar, por favor – pede Amber.   

—Quero o mesmo que o da japa – comenta Blondie.  

Pego três xícaras a mais do pequeno armário que Blue pediu para fazerem para mim. Além deste pedido, ele ordenou que eu tivesse uma pia, uma geladeira, um fogão, uma cama, um guarda roupa e um banheiro. Tudo isto é dado para mim, até é claro, quando a segunda-feira chegar.  

Quando ela chega, essas coisas são tomadas de mim e eu sou enviada à sala de punição, onde sou espancada (não o suficiente para quebrar os meus ossos) e depois abusada por Blue – ele vem uma vez por dia, o que é suportável. Após o abuso, passo o resto do dia trancada no escuro. Quando quero usar o banheiro, faço no chão, pois não há como sair da sala. Já perdi as contas de quantas vezes dormi no meu próprio sangue, urina e fezes.  

Fico neste ciclo durante cinco dias e então o sábado chega e eu passo o fim de semana fingindo que nada de ruim me aconteceu. 

Eu poderia muito bem acabar com este ciclo de punição. Ou ao menos, uma parte dela. Eu conseguiria fazer com que não fosse mais presa e nem espancada, poderia passar todos os meus dias neste quarto criado para mim. A única coisa que tenho que fazer é me render a Blue. Deixá-lo me ter sem lutar.  

E isso, felizmente, nunca poderei permitir. Ainda há um pingo de orgulho que reside em mim. Ainda há um pingo de esperança que logo tudo terminará. Mas, enquanto dura, tenho minhas acompanhantes: Amber, Rocket e Blondie. 

Mesmo que as três existam apenas em minha cabeça, elas são suficientes para me dar forças e aguentar a próxima semana. E a outra próxima, até que não haja o que aguentar mais.  

—Prontinho, chá para a dona odeia café - empurro uma xícara para Rocket – E dois cafés com açúcar para as mais meigas do mundo – entrego duas xícaras, uma a Amber e a outra para Blondie. - Qual será o assunto de hoje? 

—Eu acho que Blue Jones é um homem muito estúpido e cego, pois apenas um cego para não enxergar o fato de que o que ele faz não dará o que quer – Rocket tagarela, balançando seus braços de maneira engraçada.  

—Você o diminui muito, Rocket – Amber fala, séria. - Não podemos desafiá-lo. Por mim, Felicity já devia estar fazendo o seu papel de Babydoll. Afinal, o que ela perderá com isso? - Ela me dá um olhar inquisitivo. - Você sabe que é mais vantajoso se render, porque, convenhamos, seus esforços são em vão.  

—Amber! - Blondie exclama, indignada. - Não fale desta maneira. Até parece que invocou a Sweet Pea. Era ela quem falava desta maneira tão insensível.  

—Não diga o nome dela perto de mim! - Amber bate a mão na mesa. - Esta é outra que se eu pudesse, jogaria muitas verdades na cara dela. Oras, como ela pôde nos abandonar aqui? Neste inferno? 

—Ela não nos abandonou. Sweet Pea é a única salvação que temos – declaro e novamente, Amber bate sua mão. - Está bem, não falo mais o nome dela.  

—Você se está prendendo a algo incerto. O melhor é se segurar a algo que é garantido: a si mesma. Caramba, Felicity, desde quando se tornou tão burra? Sabe que a sua melhor maneira de escapar é estando 100% disposta, ao contrário do que você fica por ter que aguentar cinco dias de tortura - Amber suaviza suas palavras e depois, toca em minha mão, como conforto - Sabe que tenho razão, mas não quer abrir mão da única coisa que possui: sua escolha. No entanto, entenda-me, se você permitir, estará escolhendo uma nova chance de tentar fugir. E eu quero o melhor para você, sabe que isso é tudo o que me importa. Se você está bem, nós estamos.  

—Eu não s... - Paro de falar, pois no mesmo instante, vários homens invadem o quarto de maneira repentina.  

—Pegue a vadia – um deles manda, ele aparenta ter trinta anos e possui cabelos loiros. Os outros não demoram a fazer. Eu não entendo o que está acontecendo, mas sem hesitar, jogo as jarras do café e chá quente em dois deles, fazendo-os gritar pela queimadura. 

—O que estão fazendo? - Vocifero, furiosa. - Hoje é o meu dia de descanso.  

—Ah, sim, é o dia de enfim descansar para sempre! - O mesmo que mandara me responde. - Chega de ficar gastando medicamentos e tempo com você. 

—E o que Blue acha sobre isso? - Pergunto e pego uma panela, a única coisa mais resistente que tenho para usar como arma, visto que as outras coisas são totalmente descartáveis, não há nada aqui que possa de fato ferir alguém (ideia de Blue para impedir que eu cometa um ferimento em mim mesma) 

—Quem disse que ele sabe? - O homem ri. - Levem logo esta puta para a última vez na sala de punição - manda pela segunda vez e sai do quarto.  

Os outros que ficam tentando me prender, mas os acertos com a panela, os impedindo de se aproximar. No entanto, um deles segura a panela e a tira de mim, pois não tenho forças para segurá-la, pois ontem, outros homens pegaram minha mão e as cortaram profundamente.  

Com isto, não consigo impedir destes que estão aqui me prenderem. Não consigo nem sequer correr para o banheiro, porque eles estão na frente. Mas não paro de tentar escapar, de espernear e socar alguns. 

Quando começo a gritar, um dos homens tampa minha boca e eu o mordo, de resposta, levo um soco no estomago e isto me faz perder o ar.  

Não demoro a estar na sala de punição, mas desta vez, há um tipo de corda amarrada no teto. Ao vê-la, penso que irão me enforcar, mas não o fazem. Eles apenas amarram meus braços para o alto e minhas pernas são atadas juntas.  

Ao garantir que estou presa, a porta da sala é fechada e isto abafa qualquer som que sairá daqui. Sem chances de gritar por ajuda. Mas só agora percebo: Quem me salvaria deste fim horrível? 

—Agora está caladinha, piranha – o loiro caçoa e retira de sua cintura uma faca – Mas acredite, eu irei fazê-la berrar.  

—E depois disso contará o quê a Blue? - Tento qualquer coisa, mas ele não aparentar ter medo de Blue. Na realidade, ele vê isto como um favor.  

—Contarei que você atacou nossos homens e quando viu que seria levada a sala de punição, enfiou a faca que havia pegado de um de nós no estômago – e ao finalizar, ele me esfaqueia na barriga. Eu grito de dor. E ao mesmo tempo alivio.  

—Você acha que eu tenho medo de morrer? - Cuspo o sangue que saia de minha boca no rosto dele. - Acontece que você está me dando um presente. 

—Pouco me importa o que você sente – ele ri secamente. - Você não é ninguém, até mesmo uma boneca é mais útil que você. Sua existência é desnecessária, insignificante e irrelevante. Apenas morra dolorosamente - e então, em minhas costas, ele começa a cortá-la e não consigo segurar o grito.  

Meus olhos começam a se fechar, minha visão fica turva. O sangue amargo em minha boca para de incomodar. Estou adormecendo. E abro um sorriso fraco. Finalmente chegou o meu fim. 

Ao menos, era o que pensava até escutar o som da porta sendo praticamente arrebentada.  

Não consigo enxergar, mas minha audição ainda funciona. 

—O que pensam que estão fazendo?! - Blue vocifera, com ódio. - Saiam de perto dela – sinto sua mão tocar meu rosto.  

—Blue – o chamo, sem dar chances dos outros homens responderem. - Eu me rendo a você desde que deixe eu matar o loiro – esta é a única frase que consigo formular antes de desmaiar completamente.  

Atualmente:  

Corro rapidamente para o computador e procuro entender a razão do alarme tocar. No entanto, uma voz repentina me assusta.  

—Oliver – Sara chama. - Responda. 

—Sara, o que aconteceu? - Eu acabo respondendo antes dele.  

—Felicity? Você está de volta? Bem, isso não importa agora – ela fica surpresa igual a mim em relação ao seu contato com a arque – Oliver está aí?  

—Sim, eu estou – desta vez ele responde. - O que está acontecendo? O alarme de perigo tocou e isso significa que um de vocês precisam de ajuda. 

—Na realidade, as pessoas precisam de ajuda, Oliver – ela responde e então ouço som de tiros. Não gostando deste mistério, trato em localizá-la em uma das ruas.  

A imagem dela surge para meus olhos e mesmo assim não consigo entender. Sara está lutando com dois homens que dirigiam uma van. Apenas quando ela termina de desmaiá-los que retorna a falar conosco. 

 – Este automóvel estava passando e eu achei que fosse mais um que estava tentando sair da cidade antes do ataque, no entanto, eu escutei um grito de socorro e quando parei na frente da van, esses dois homens começaram a atirar em mim – e então a vejo abrir a porta da van e dela salta mais um cara que tenta lutar, mas falha miseravelmente. Com isto, Sara volta sua atenção o que está na parte de dentro da van. - São mulheres, pessoal. Eles estão as tirando da cidade. 

—Mas por que fariam isso? - Oliver questiona, sem entender.  

—E o que importa os motivos? Se elas saírem da cidade, nunca mais a encontraremos – Sara responde, grosseiramente. - Felicity, localize se há mais vans como esta e já direcione a Laurel e Diggle até elas.  

—Me dê um segundo - começo a digitar rapidamente e não demoro para encontrar imagens de vans iguais aquela. - Há mais quatro. E uma perto de você, daqui a duas quadras conseguira se encontrar com ela.  

—Pode deixar que cuido dela – ela garante. - Oliver, precisamos de você na rua. 

—Eu estou indo – com sua resposta, eu desligo o microfone. 

—Você tem que estar na Rua 9, é por lá que a outra van irá passar – explico e ele assente. - Falarei para os outros o que está acontecendo e se eu avistar mais outras vans além dessas, também avisarei.  

—Isto ajuda muito, Felicity – agradece, satisfeito. - Mas quero lhe pedir outra coisa. 

—O que é? - Inquiro, impaciente, visto que temos vidas em perigo. 

—Que fique aqui e em hipótese alguma tente bancar uma heroína. Não preciso de uma preocupação extra – eu penso em rebater, dizer que não sou indefesa e que não precisa se preocupar. Mas, para pouparmos tempo, apenas concordo.  

Nós nos olhamos por apenas um segundo, sem saber o que fazer em relação um ao outro, poderíamos nos beijar, como um beijo de boa sorte ou podíamos nos abraçar, como um abraço de ‘’cuide-se’’, mas no final, nenhuma dessas coisas foram feitas e nosso olhar simplesmente acaba. Eu o vejo ir para a porta do elevador. Pela segunda vez nesta noite, sinto um sentimento estranho e por causa disto, apenas solto para Oliver:  

—Volte para mim – os olhos dele me fitam intensamente, ele abre a boca para dizer algo a mim, mas as portas do elevador se fecham.  

Eu apenas me sento na cadeira, sentindo-me frustrada e ao mesmo tempo preocupada. Várias coisas podem acontecer nessa escuridão da noite. No entanto, balanço a cabeça para se livrar dos devaneios. 

Trato rapidamente de entrar em contato com Laurel e Diggle para avisá-los sobre as vans e eles não demoraram para se encontrar com elas, fazendo-as parar e salvando vidas inocentes.  

Ao mesmo tempo em que faço isto, tento encontrar qualquer razão para Blue e Pinguim estarem transportando mulheres para outro lugar. Ninguém conseguiu descobrir o local em que acontece a prostituição, então, não há razão de mudá-las para evitar que sejam salvas. A não ser que... Eu não acredito.  

Acesso as câmeras novamente, procuro por Sweet Pea e o Batman, mas não encontro nenhum dos dois. Internamente, desejo que ambos estejam lutando dentro de algum prédio, sendo a única razão de não os encontrar.  

—Time! Os chamo para poder avisá-los. - Diggle? Sara? - Nenhum deles respondem o comunicador. - Laurel? Oliver? - Insisto outra vez.  

—Oras, oras, pelo que parece seu brinquedinho caiu nas mãos erradas - ouço a voz de Pinguim responder. Isso significa algo ruim. 

—Onde encontrou o comunicador? - Inquiro, querendo saber de quem pertence.  

—Encontrei? Não, eu o peguei – escuto um som estranho e em seguida um gemido de dor. - Cumprimente sua amiguinha Felicity ou eu irei matá-la. 

—Felicity – desta vez a voz que escuto é de Laurel. - Eu vou ficar bem, apenas salve as mulhe... - outro gemido de dor. 

—Nós pegamos um do seus e em breve pegaremos todos. Você ficará sem ninguém, Felicity. Nesta noite, sua luta chega ao fim. De uma forma ou outra, você perdera, apenas espere e verá. Tic-tac – e então ouço um som estridente em seguida apenas sai som de chiado. Este comunicador foi quebrado e é provável que os dos outros sofrera alguma coisa.  

Sem conseguir contatá-los, rapidamente vou ao arsenal e pego uma pistola. Retorno para o cômodo central e dele vou ao elevador. Em questão de segundos, estou do lado de fora do prédio que camufla a arque.  

Eu praticamente corro em direção a pessoa mais perto que avistei na câmera: Diggle. Quando consigo encontrá-lo, vejo que está ajudando algumas mulheres saindo de dentro da van. 

—Vocês não estão seguras aqui, vão para a Rua Marte, nela há policiais que as manterão salvas – ele aconselha e todas concordam. Eu apenas me aproximo dele quando vejo que não há ninguém para nos escutar. 

—Diggle – o chamo e ele se assusta levemente quando me ouve. Seu cenho fica franzido e trato de responder sua pergunta silenciosa – Eu estou aqui para garantir que não seja pego.  

—Pego? - Sua expressão carrega ainda mais confusão.  

—Isto é uma armadilha. Nós temos que encontrar os outros, entre na van - peço, entrando no lado de motorista do automóvel.  

—Armadilha, Felicity? Me explique direito e por que não nos avisou através do comunicador? - Faz várias perguntas, mas minha cabeça não está preocupada em respondê-las. Não quando há mais urgência.  

Dirijo até onde Sara está e tenho sorte, pois a encontro com Oliver. Ambos estão lutando freneticamente com muitos homens. Nesta van que eles pararam, não havia mulheres, apenas os capangas de Pinguim e Blue. 

Pulo do carro, assim que o paro e começo a atirar em alguns deles. Os acertos e os vejo caírem com vida. A tentação de matá-los é grande, mas resisto.  

—Felicity? - Oliver inquira, estupefato.  

—Isto tudo é uma armadilha – declaro. - Precisamos ficar juntos e seguros. Estamos em perigo estando na rua – volto a entrar na parte de motorista da van. - Entrem na van. Não podemos ficar aqui.  

—Mas e Laurel? - Sara inquira, preocupada.  

—Ela está na arque – minto, apenas para fazê-la ir conosco, para que possamos ficar em segurança.  

Com minha mentira, Oliver e Sara entram na van e eu nos tiro das ruas e nos levo para a arque. Ao sairmos do elevador, vejo Sara procurar por Laurel, mas quando não a encontrar, isso a deixa furiosa. 

—Você disse que ela estava aqui! - Sara grita - Você mentiu. Ela foi pega na armadilha, não foi? - Inquira, se aproximando cada vez mais de mim.  

—Sim, ela foi – respondo. - Eu menti para trazê-la para cá, vocês não podem ir atrás dela, não há chances de andarem pelas ruas. Está perigoso demais.  

—E minha irmã está no perigo! - Sara me empurra para trás e eu apenas deixo que sua raiva seja exposta. - Eu vou ir atrás dela agora – a vejo caminhar para o arsenal e não a atrapalho.  

—Alo, alo? - Escuto novamente a voz de Pinguim, mas desta vez, esta voz sai através do comunicador que eu estava usando para falar com Batman e Sweet Pea. - Felicity, diga-me que está ouvindo.  

—O que você QUER DE MIM? - Respondo furiosamente e isso atrai os olhares de Oliver e Diggle para cima de mim. 

—Nada demais.... Apenas você! - Ele dá uma longa risada. - Você está com o seu time de super heróis, não está? Bem, diga a eles que eu entregarei Laurel sã e salva se me entregarem você. Ah, quase me esqueci, apenas para motivá-la ainda mais, eu estou com Sweet Pea – sinto uma faca ser cravada em meu coração.  

Eles a pegarem de novo. Não. Não pode ser verdade.   

— Babydoll - ouço sua voz. - Eu e Laurel vamos ficar bem - é única coisa que consegue dizer.  

—Não, elas não ficarão - Pinguim diz – Ou você se entrega em meia hora, ou as duas morrem. Nós estamos te esperando no prédio da empresa do Queen, não tente nenhuma gracinha, pois nós estamos em mais. E acabo de me lembrar, fico feliz que Oliver esteja vivo, pois assim verá a grande decepção que você é.  

E então, o ouço quebrar novamente o comunicador.  

A única reação que tenho é gritar. Gritar até que o ar de meu pulmão acabe. Isto faz até com que Sara me olhe.  

—O que está acontecendo, Felicity – Oliver pergunta. - Você precisa nos dizer o que está havendo – eu retiro de minha orelha o comunicador que usara para falar com Sweet Pea e Batman.  

—Pinguim acaba de me dizer onde está Laurel – os olhos de Sara se esticam. - Mas ele só a entregara se nós dermos Babydoll em troca. Ele nos deu meia hora para entregarmos ela a ele, caso o contrário, Laurel morre.  

—Nós podemos ir até o local onde Laurel está - Sara declara.  

—Se formos lá sem Babydoll, seremos recebidos com tiros. Eles estão na empresa de Oliver. Não conseguiremos entrar lá sem que sejamos descobertos. Qualquer erro será pago pela vida dela. 

—Acha que não conseguiremos salvá-la se tentarmos? - Ela pergunta, se sentindo ofendida. - Acha que não consigo salvar a vida da minha própria irmã?  

—Sara, pare – Diggle a interrompe. - Não podemos agir de maneira impensada.  

—Diggle está certo – Oliver retorna a falar. - O plano é o seguinte: Eu irei para as ruas, irei procurar por Babydoll e tentarei prendê-la e fazê-la se render. Caso não consiga, está na mão de vocês encontrarem outra solução. Mas não saiam daqui sem mim, voltarei em vinte minutos com ou sem Babydoll.  

Ninguém o contraria e então, Oliver se vai.  

Fica apenas eu, Diggle e Sara. Todos procurando uma maneira de tirar Laurel desta situação. Pelo computador, pego imagens das câmeras que estão perto da empresa, mas inteligentemente, todas estão quebradas, me impedindo de verificar se há pessoas do lado de fora, pois se houver, nunca conseguiremos se aproximar antes que alguém nos veja. 

Ficamos os vinte minutos discutindo planos, mas nenhum era o suficiente. Eu conheço a empresa Queen e sei que não há nenhuma entrada secreta, nenhum lugar que possamos usar para entrar secretamente. Não há possibilidades de invadirmos o local sem sermos vistos. Sem que Pinguim fosse avisado.  

E não podíamos tentar a sorte, pois ele me garantiu que mataria Laurel e Sweet se tentássemos qualquer coisa. E eu também sei que não há chances de duvidar de suas palavras. Isto não é apenas uma ameaça vazia, porque Blue também faz parte dela. E ele não hesitou em matar a Madame e Blondie. Pessoas que eram seus aliados. Então, o que o impede e acabar com seus inimigos: apenas eu.  

Abruptamente, enquanto estava perdida em meus pensamentos, Sara se levantou e caminhou para perto de elevador, no entanto, Diggle se colocou na frente.  

—Nós vamos conseguir salvá-las – ele se refere a Laurel e também as mulheres. 

—Talvez seja melhor pararmos de nos iludir. Essa vigilante não irá se revelar. Elas serão mortas e nós não conseguiremos fazer nada. O nosso tempo está acabando – as palavras de Sara são duras e diretas. 

—Sara, eu não posso deixá-la – ele afirma. Ela simplesmente não se importa e tenta passar por cima dele. - Eu não posso deixá-la ir sozinha – desta vez conclui.  

—Oliver pediu para nós o esperarmos – falo, apenas para segurá-los um tempo mais. Porque diferente deles, eu sei consigo enxergar a realidade: Não conseguiremos salvar ninguém. Não se eu não me entregar.  

A única coisa que vejo em é uma mulher egoísta e mentirosa, que não liga para quem morrer. Diz que sofreu na mão dele, mas foi você quem o trouxe para uma cidade cheia de inocentes e é apenas você que permite que Blue faça outras pessoas sofrer. Se realmente fosse boa, se sacrificaria pelo bem da cidade. 

As palavras de Oliver surgem em minha mente e neste momento, elas pesam mais do que antes. Laurel e Sweet Pea irão morrer se continuar a me esconder. No entanto, do que me escondo?  

De Oliver.  

A verdade é que eu tenho medo de me revelar. Não era agora que queria fazer isso. Ou se eu realmente faria isto. Eu apenas queria deixar o meu passado para trás, tudo de mal que fiz e tudo de ruim que tive que aguentar. Se pudesse, apagaria minha mente. Ou que eu nunca tivesse nascido, pois se não existisse, minha irmã, mãe e pai jamais iriam se separar. As meninas nunca morreriam e no final, Bruce iria conseguir salvá-las, porque ele já estava investigando Blue.  

No entanto, se eu tivesse algum poder, mudaria a vida de todos. Impediria que qualquer um sofresse. Mas não tenho esta habilidade para fazer tal coisa. A única que tenho é a mim. E eu posso ser útil para impedir que duas mulheres importantes para mim – e tantas outras que por minha culpam estão sendo mantidas presas.  

—Mas nós podemos ir sem ele – finalizo o que falo. Sara e Diggle assente. Desta vez não me impedem de ir com eles, pois precisam de toda a ajuda possível. 

Com isto, nós três entramos na van que deixamos abandonada a duas quadras da arque e apenas saímos do automóvel quando ficamos apenas uma rua de distância, impedindo que fossemos vistos ao chegarmos. 

No caminho para a empresa Queen, discutimos o que iriamos fazer. O plano se baseia em Diggle aparecer na porta, chamando total atenção para si, enquanto isso, eu e Sara vamos pelas laterais, desmaiando todos os homens que encontrarmos e acima de tudo, vamos impedi-los de avisar aos outros.  

Este era o plano deles. Já o meu baseia-se em me entregar para Blue e implorar para que liberte Laurel e Sweet Pea com a vida e que meu time saia daqui sem nenhum problema. Nas piores hipótese, Diggle e Sara sairão com alguns ferimentos, pois duvido que Blue os deixarão  

Estou com uma arma que não faz som e dentro dela, são balas com tranquilizantes. Nós, infelizmente, não matamos pessoas. Mesmo que estas sejam más. Não somos os juízes, mesmo eu querendo que sejamos. Mesmo que eu deseje matar cada um que está dentro da empresa e principalmente Blue. Diggle e Sara podem não ser assassinos, mas eu sou. Tenho sangue mais sangue em minhas mãos do que qualquer pessoa que conheça. Talvez Blue esteja certo, nós somos perfeitos um para o outro, pois a quantidade de pessoas que ferimos são idênticas. 

Apesar de matar pessoas por motivos diferentes, me tornei um monstro igual a ele.  

—É melhor irmos a pé a partir daqui – fala Diggle e Sara para o carro no mesmo instante. - Vamos nos separar a partir daqui e nos encontramos quando tivermos com Laurel totalmente a salva. 

—Você vai conseguir distrai-los – diz Sara. 

—E nós vamos conseguir tirar sua irmã de lá - eu afirmo sorrindo.  

—O que diabos vocês pensam que estão fazendo? - A voz furiosa de Oliver ecoa pela escuridão da rua. Não era para ele estar aqui.  

—Se você está sozinho, vejo que não conseguiu encontrar a vigilante – Sara estala a língua, debochada. - Então, a melhor opção é juntar-se ao nosso plano.  

—Um plano suicida! - Ele vocifera. - E ainda trazem Felicity, a colocando em perigo e duplicando a preocupação. Vocês estão equivocados. Não será desta forma que salvaremos Laurel. Se fizerem isto, falharão.  

—Você tem alguma ideia melhor? - Inquiro a Oliver, tentando me manter calma e não o demonstrar o quão furiosa me deixou por falar que não tenho utilidade.  

—Primeiro que você saia daqui – responde rispidamente. - E somente aí que poderemos usar o tal plano de vocês. Compreendem que envolver Felicity nisto é pior, pois não será só a segurança de Laurel em perigo – mordo minha língua para não o retrucar. Sem muitas escolhas, Sara e Diggle concordam com Oliver.  

—Está bem, eu vou embora – anuo, mesmo não sendo verdade. Minha ideia é apenas sair das vistas deles e somente assim me entregar a Blue.  

No entanto, inesperadamente, um som explosivo nos faz entrar em alerta. No mesmo segundo, vários homens surgem na rua. Em seguida, uma fumaça começa a subir. Minha visão começa a ter dificuldades em enxergar.  

—Nós estamos cercados - ouço Sara gritar.  

—Vamos enfrentá-los, eles não possuem arma – Diggle declara, convencido e com razão. Eles não estão armados, não querem nos machucar, apenas nos prender.  

Quando sinto braços me puxando para trás, eu penso em reagir e acertá-lo com qualquer soco. Mas qualquer pensamento simplesmente para quando escuto a voz de Oliver no meu ouvido:  

—Sou eu, Felicity – ele continua a me puxar - Não se preocupe. Tudo ficará bem – eu acho graça, porque mesmo sabendo que nada ficará bem, Oliver tenta ao menos me manter calma, como se me ver surtada fosse algo ruim.  

—Não ficará - o contrário por impulso.  

—Apenas fique perto e atrás de mim, pois assim conseguirei mantê-la segura e protegida – seu modo protetor me causa uma dor no peito. Se soubesse que sou a razão de estarmos nesta situação, ele provavelmente já teria me entregado a Blue e não se arriscaria a me proteger.  

Após segundos, a fumaça abaixa e nisto, Diggle e Sara estão lutando contra vários homens, não me esforço a contá-los, pois realmente são muitos, chutaria por volta de trinta homens. Ou mais que este número.  

A princípio, Diggle e Sara chamam total atenção e os homens esquecem de mim e Oliver, todavia, quando os dois começam a ser dominados, os outros capangas caminham em nossa direção.  

De modo protetor, Oliver indireta sua postura e permanece em minha frente como se fosse um escudo. Sou empurrada ainda mais para trás, quase tropeçando com o empurrão que levo. Não é por querer que sou empurrada bruscamente.  

—Fiquem longe se não quiserem sofrer – Oliver rosna para os homens. Nenhum deles ligam e eles avançam ainda mais.  

No mesmo instante, uma luta começa. Todos focam em Oliver e ninguém liga para mim. Meus olhos desviam da luta dele quando escuto um gemido de dor vindo de Diggle. O olho e o vejo lutando para se libertar dos três homens que caíram em cima de seu corpo para dominá-lo. Ao outro lado, está Sara, girando em volta de si mesma, pois diversos capangas fizeram um círculo em volta dela. Tanto ela quanto Digg estão sangrando e com ferimentos facilmente visíveis.  

Rapidamente, minha visão retorna para Oliver ao ouvi-lo urrar aflição quando um dos homens tenta vir para cima de mim. Os movimentos de Oliver são rápidos, ágeis e cheios de fúrias. Mas não é suficiente para cuidar de todos que estão aqui. 

De maneira estranha, todos os homens recuam e deixam nós respirarmos. Diggle e Sara caminham em direção a mim e Oliver. 

—Oras, oras, o que temos aqui – a voz de Pinguim predomina o local. Então, fora por este motivo que os capangas recuaram. Não demoro a conseguir ter sua visão e ao seu lado está Blue. - Eu havia avisado para não lutar, Felicity. Senão, elas morreriam – e no mesmo instante, Sweet Pea e Laurel surgem também, ambas amarradas e com os rostos inchados.  

—Eu dou a vocês uma última chance. Me deem Babydoll e eu deixarei que levem sua aliada – desta vez, quem fala é Blue, com uma voz séria e objetiva.  

—O que fazemos? - Diggle pergunta para nós, em um sussurro baixo. - Nós não estamos com a vigilante.  

—Vamos lutar. Não temos outra opção  - Sara afirma, preparada para usar seu grito. 

De modo desesperador, Oliver vira-se para me encarar. Seus olhos estão cheios de medo e preocupação. Os seus azuis me encaram com pidão:  

—Corra em direção ao carro, Felicity – ele pede. - E salve-se. Se mantenha segura – me manter segura. Isso é injusto. Meus olhos vão para Sweet e Laurel que lutam para poderem se manter em pés e depois retorna para Oliver que está com o rosto todo machucado e sangrando.  

Não há chances alguma de eu me manter segura. Mas ao menos posso tentar deixá-los seguros. E o mais importante: vivos.  

—Eu sinto muito, Oliver – lamento, começando a caminhar para frente, direto para Blue e Pinguim. Eles não querem o time. Querem apenas a mim. 

—O que acha que está fazendo, Felicity? - Oliver pergunta, pegando em meu pulso e me tentando fazer parar. - Você tem que se salvar. Não vou suporta que algo te aconteça. Caramba, Felicity, eu amo você! - Sua declaração me deixa atônita, no entanto, não dura por muito tempo, pois as mesmas palavras que me levam aos céus, me trazem de volta ao chão. Ele ama apenas uma ilusão. Ele não tem ideia de quem sou. O que sente não é real. E isto me fere por dentro.  

—Tenho que me entregar - é a única coisa que consigo respondê-lo - só assim conseguirão sair vivos daqui – puxo o meu braço com força, resultando em ser solto. Os olhos azuis dele me fitam, confusos.  

—Do que está falando? Se entregar? Meu Deus, Felicity, pare de tentar ser a heroína e se salve, por favor. Você precisa fugir! - Abruptamente, viro-me para ele.  

— Não, Oliver. É você quem precisa fugir. Precisa fugir para longe de mim. Eu sinto tanto por tudo – o olho de maneira triste e sinto que vou chorar, mas não o faço, pois não posso chorar na frente dele. Não posso parecer fraca. Em um momento, meus olhos se encontram com o de Diggle e de Sara, ambos entendem o que está acontecendo e com isso, ficam chocados.  

—Felicity, pare! - Oliver começa a vir até mim, no entanto, é segurado por Sara e Digg. - Me soltem! - Ele berra. - Vocês não estão vendo? Felicity está se colocando em perigo! Ela está se entregando ao inimigo! - Com suas últimas palavras, ele simplesmente paralisa. Ele simples consegue entender o que sua frase significa.  

Os olhos dele encaram o chão enquanto raciocina o fato de que menti este tempo todo. O fato de que estive usando uma máscara para ocultar tudo. Mas agora não há nenhuma máscara. Ela caiu de meu rosto. Agora ele sabe que sou Babydoll. Que sou um monstro. E no momento em que conclui isto, seu rosto retorna em minha direção e se encontra com o meu.  

Sua expressão é de pura tristeza. Seus olhos lacrimejam. Ele se sente traído, magoado e destruído. Noto um vestígio de raiva, mas ela não me incomoda. O que me atinge é vê-lo se sentir mal por minha causa. E por ter esmagado seus sentimentos. Mas o prefiro assim do que morto. 

Viro meu rosto para frente e continuo a caminhar, paro apenas quando estou perto de Blue o suficiente.  

—Eu me entrego – anuncio e vejo um sorriso surge em seus lábios. - Agora as solte e as deixe ir.  

—Felicity?- Meu olhar se encontra com Laurel e vejo que os olhos dela estão arregalados. Ela está surpresa pelo que acaba de descobrir.  

—Levem as três para a empresa – ele declara – E não deixem que os outros passem daqui – alguns homens me puxam para dentro, outros fazem o mesmo com Sweet e Laurel. Eu não entendo a razão disto, mas não questiono, só quero que tudo seja resolvido. As quero livre, não importa se para isto tenho que sofrer. 

Todas nós somos arrastadas para dentro e apenas quando os homens se afastam de nós, Sweet sussurra para mim:  

—Você está agindo de maneira estúpida.  

—Nunca fui muito inteligente quando se trata de escolhas – respondo, sorrindo tristemente.  

—Bem, agora que estamos todos reunidos, direi a razão disto – Blue começa falando e gesticulando exageradamente. - Infelizmente, Babydoll, você e seus amigos quebraram o acordo. Se não tivessem tentando nada, Sweet Pea e Laurel poderiam sair livres e vivas. Mas não foi o que aconteceu e é por isto que você terá que escolher – Pinguim entrega uma arma para ele. - Escolherá quem sairá daqui viva. Laurel ou Sweet? É simples. 

—Não, você não pode fazer isso! - Respondo automático.  

—Sim, eu posso. Escolha! Quem você vai salvar? A sua preciosa Sweet Pea ou seu canarinho Laurel? - Ele varia a direção de sua arma para cada uma. - Pessoalmente eu ficaria com a canarinho, porque você já salvou uma vez Sweet Pea. Que tal dar uma chance para outra pessoa? 

—Eu não vou escolher! Você não vai me obrigar a fazer isto! - Berro, colocando-me no meio das duas, ficando na direção da arma.  

—Não irá? Ah, que pena – ele lamenta falsamente. - Felizmente, irei matar as duas, já que não quer escolher – meus olhos arregalam. - Rapazes, leve Babydoll daqui – com sua ordem, quatro homens caminham até mim.  

Dois deles tentam me prender, mas eu desvio rapidamente de suas mãos e devolvo como resposta socos em seus rostos. Os outros dois que tentam me derrubar, são eles que acabam no chão e no mesmo instante, pego as armas dele.  

Com duas pistolas, eu as aponto na direção de Blue e simplesmente bravejo:  

—Você não vai tocar em nenhuma das duas! - Afirmo, continuando no meio delas. - Caso o contrário, eu atiro em você.  

—Você atira em mim e meus homens atiram nelas. Estamos em mais, Babydoll. De qualquer forma você perde. Mas eu a dou uma última chance: Escolha uma para viver – suas palavras me acertam como um tapa. Ele tem razão. Minha luta é uma causa perdida.  

Eu me viro para olhar para Sweet e Laurel.  

—Salve Laurel – Sweet Pea pede, com os olhos tristes. - Blue está certo, você já me salvou uma vez, agora dê a chance para outra pessoa.  

—Não - Laurel rebate, no automático. - Eu nunca suportaria saber que para viver uma vida teve que morrer – neste momento, sua voz sai aguda – Salve ela, Felicity. Eu não sei o que está acontecendo, mas sei que ela é importante para você. Faça este favor para mim, me deixe morrer como uma heroína.  

—Eu não posso... - murmuro. E meus olhos se direcionam para Sweet - Bruce seria infeliz pelo resto da vida se você morresse – com a afirmação, encaro Laurel. - A Sara nunca perdoaria a mim e você se fizermos isso – eu suspiro. - Mas se tenho que escolher... Eu escolho a mim! - Direciono a arma para minha cabeça. 

—Felicity! - Vejo os olhos de Laurel lacrimejar.  

—Você não pode fazer isto! - Selina grita, temerosa.  

—Blue, se você não as libertar, eu juro por tudo que amo que irei me matar – meus olhos encaram os dele que estão arregalados. Não esperava minha reação. 

—Ela está blefando – Pinguim argumenta.  

—Não estou – afirmo, pressionando a arma ainda mais em minha cabeça. - Apenas um gatilho, Blue, e com isto, sua preciosa Babydoll morrerá.  

—Se você morrer, elas morrerão em seguida – Ele responde, furioso.  

—Isso não me fará diferença se eu já estiver morta – falo séria, sem um pingo de hesitação.  

—Vocês dois parecem crianças! - Pinguim intervém e ri. - Vamos resolver isto de uma vez por todas. Felicity, se você se matar, o que na minha visão é burrice, pois você é valiosa em muitos aspectos, mas continuando, se você morrer, todos que amam também morrerá. Nós iremos atrás de Sammy, Thea e Roy. Isso é claro, quando matarmos Sweet Pea e Laurel que estão aqui e em seguida, eliminarmos o seu time. O seu amado Oliver. E com estas mortes, não haverá ninguém para proteger as mulheres indefesas. Sempre soube que era uma pessoa má, mas você será tão egoísta assim? - sua pergunta me deixa desconcertada.  

E por culpa deste mero segundo no qual me pus vulnerável, Pinguim sacou sua arma e atirou na mão que estava apontando a pistola em minha cabeça. Eu grito de dor e raiva. Como pude ser tão estúpida? Tão fraca em cair em um jogo psicológico? Anos de treinamento e não foram o suficiente para evitar que eu fracassasse.  

No entanto, nos meus treinamentos, eu não tinha com quem me preocupar, pois as únicas pessoas que haviam em minha vida, Bruce e Sweet Pea, ambos estavam seguros e longe do perigo. Não havia fraqueja para usar contra mim.  

Eu sou idiota por ter me envolvido, por ter me apaixonado por Oliver. Eu me deixei ser vulnerável. Como sempre, a culpa é minha. 

—Leve Babydoll daqui! - Pinguim exige, com um sorriso no rosto. - E Blue, você sabe o que fazer – desta vez, seu tom de voz sai apenas como um conselho.  

—Laurel! Sweet Pea! - Eu as chamo, desesperada! 

—Felicity, cuidado! - Ambas gritam juntas. 

Vários homens vão para cima de mim, tento lutar, mas não consigo fazer muito com apenas uma mão funcionando direito. Eles conseguem me prender e começam a me arrastar do lugar.  

— Não! Me larguem! - Tento escapar de seus braços, mas não consigo. - Se você tocar nelas, Blue Jones, eu juro que vou te torturar, que irei fazê-lo sofrer, que o odiarei tanto que a única coisa que desejarei pelo resto da minha vida é vê-lo gritar de dor e implorar para te matar!   

A cada segundo sou distanciada das meninas. Continuo me mexendo para que eles me soltem, mas não surte efeito. Eu olho para trás, para ver o quão longe delas estou, no entanto, a única coisa que vejo é Blue puxando sua arma e mirando na direção da cabeça de Selina. Os olhos dela me encaram, dizendo que tudo ficará bem, mas eu consigo ver além disso e sei que ela está com medo.  

Quando o som da arma disparada ecoa pelo lugar, eu fecho os meus olhos no mesmo instante. Não consigo ver isso. Não posso acreditar nisto. 

E então, no segundo seguinte, outro tiro é disparado. Abro meus olhos, mesmo querendo mantê-los fechado. De longe, eu apenas enxergo os corpos de Laurel e Sweet Pea no chão. E uma poça de sangue que pertence às duas.  

Isto é tudo culpa minha. Eu gostaria de ter morrido há cinco anos atrás, quando aquele homem de cabelos loiro me esfaqueio. Eu gostaria de ter morrido naquele momento. Se pudesse volta no tempo, imploraria que cortasse minha garganta, pois não haveria chances de sair viva. E não haveria mais sangues em minhas mãos.   


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