Celeste escrita por MCDS Cristal


Capítulo 7
O Passado de Alguém




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Sexto Capítulo

O Passado de Alguém

Quando a névoa branca se dissipou, pensei que iria aparecer novamente em frente à Torre Stark, e presenciaria uma invasão alienígena como todas as outras vezes. 

Mas não foi o que aconteceu.

Ao invés de estar em uma rua de Nova Iorque, me encontrava no que parecia ser um laboratório. 

Era um espaço bem grande, ocupado por diversas mesas com aparelhos científicos. 

Havia ali um homem. Branco, careca, de aproximadamente quarenta anos e de expressão forte. Estava ocupado mexendo em alguns tubos de ensaio que continham um líquido cinza estranho. 

No jaleco em que usava estava o crachá de identificação, Dr. Alexander Patrick era o que dizia, Cientista Chefe da I.R.M.G. 

Nunca ouvi falar de uma instituição com essas siglas, mas não conta muito já que eu também nunca havia ouvido sobre a S.H.I.E.L.D. 

Caminhei para mais perto do homem e tentei ler o que ele escrevia em uma prancheta. Algo estava escrito na parte de cima numa língua que deduzi ser grego.

Γένεση του έργου.

Tenho que pesquisar o quer dizer isso depois, pensei. 

Ele anotava o que parecia ser fórmulas e quantidades, coisas que eu não entendia muito bem. 

— Αυτή η σχεδόν τελειώσει! - a voz grossa do homem retumbou na sala vazia junto de uma risada fria, provocando calafrios em mim. 

Estava com uma sensação ruim sobre este lugar. 

O som de passos foi se aproximando de onde estávamos, e uma mulher que me parecia familiar se colocou ao lado do homem. 

— Fale a minha língua, Doutor. - falou a mulher. 

Tinha por volta dos quarenta também. Os cabelos eram bem cuidados e eram de um tom meio acaju, os olhos verdes pareciam vazios de qualquer tipo de sentimento que não fosse pura ganância. A pele parda não possuía uma mancha ou ruga sequer e às roupas caras estavam impecáveis. 

Mesmo tendo a certeza que nunca a havia visto antes, nem mesmo em uma visão, ela continuava me sendo familiar. Ao menos o seu rosto era. 

— Eu disse que está quase terminado, minha Senhora. Depois de anos tentando encontrar a combinação perfeita, acho que finalmente consegui. - o homem seguiu até uma porta que não havia visto antes e, ao voltar, trazia em suas mãos um pequeno camundongo - Agora só preciso testar. 

Com uma seringa ele injetou parte do líquido cinza em que estava mexendo antes e aplicou no animalzinho. 

No início nada aconteceu, o camundongo continuou parado dentro da gaiola em que havia sido colocado. Mas momentos depois começou a guinchar como se estivesse com muita dor e a se contorcer, seus pelos antes bege foram se tornando negros e seus dentes viraram presas. Os olhos miúdos cresceram e ficaram brancos como leite. 

Dei um passo para trás, assustada com o que estava vendo e fiquei ainda mais chocada quando o pequeno animal começou a se esticar para o lado cada vez mais e de repente se partiu ao meio. Agora não era apenas um ali dentro, mas sim dois camundongos. 

Em um piscar de olhos eles voltaram a ter a aparência de antes, mas continuavam tendo dois deles dentro da gaiola. 

— O que é isso? - perguntei para mim mesma, pois sabia que aquelas pessoas não poderiam me ouvir. De alguma forma ele conseguiu fazer o animal se transformar e se duplicar. 

A mulher então bateu palmas e encarou o homem a sua frente com um sorriso frio nos lábios. 

— Devo confessar que fez um ótimo trabalho, Dr. Patrick. - comentou ela se abaixando para observar melhor os animais engaiolado - Creio que tenha tido cem por cento de acerto desta vez. 

— Com toda a certeza, minha Senhora. Só precisamos agora de uma cobaia humana, para saber se os resultados serão os mesmos. - falou o homem com o sotaque carregado, levando a gaiola de volta para a sala ao lado.

— Já disse para não se preocupar com isso, Doutor. - irritou-se a mulher que conseguiu se tornar ainda mais fria do que antes - Eu já escolhi quem participará dos testes, você sabe. 

— Sei que sim, Senhora. Mas será que ela irá aceitar participar? Sua filha nunca me pareceu animada com o projeto. - o homem não tinha coragem de olhar para o rosto da mulher e eu também não teria, nunca vi alguém dar tanto medo apenas com o olhar. 

— Ela não tem que querer. Rosalinda participará e ponto final. - decretou a mulher. 

Saber que ela usaria a própria filha como cobaia de algo completamente fora do normal, só a tornava ainda mais horripilante. Não se importava nem mesmo com o bem estar da filha, imagine se fosse então outra pessoa.

— Gastei muito dinheiro e recursos neste projeto para que aquela menina mimada jogue tudo pelo ralo. Quanto tempo levará até que tudo esteja pronto para os testes? - perguntou a mulher. 

— Tenho tudo o que necessito aqui, só preciso fazer uma quantidade maior da fórmula. Então provavelmente ainda esta semana. - respondeu o homem. 

— Me avise assim que estiver pronto, que trarei minha filha no mesmo instante. Passar bem, Doutor. - depois de falar ela virou as costas e saiu de lá, deixando uma sensação inquietante em mim. 

O homem pegou novamente a prancheta e continuou a escrever, aproximei-me mais uma vez para entender o que era aquilo que estava vendo. Não consegui decifrar o que ali estava escrito, por mais que grego seja uma língua incrível, nunca me interessei em aprendê-la, poderia ter sido útil agora. Só pude entender dois nomes, a data e mais nada. 

Cordélia e Rosalinda Morris. 

Dezembro de 1989. 

A névoa branca começou a surgir pelos cantos, rodopiando pela sala até mim e cobrindo cada pedacinho daquele lugar. Olhei uma ultima vez para o homem e o que estava na prancheta e fechei meus olhos, me deixando ser engolida pela névoa.

Ao abri-los novamente segundos depois, me deparei com olhos azuis extremamente claros me fitando preocupadamente.

Pisquei algumas vezes tentando ajustar minha visão e reparei que ainda estava ajoelhada no meio de um dos corredores e vários pares de olhos me encaravam naquele estado.

Remexi-me incomodada pela atenção que não queria e tentei me levantar, mas uma leve tontura me atingiu e teria caído se o Capitão não tivesse me segurado a tempo. Respirei fundo tentando recuperar minhas forças e colocar meus pensamentos em ordem.

Geralmente fico assim tão fraca quando vejo o futuro, o passado normalmente é mais fácil. O que só prova que dessa vez a coisa é realmente ainda mais séria do que eu poderia ter imaginado.

Mas agora, pensando bem, é quase que obvio o que aquele cara estava tentando criar. Ele de alguma forma conseguiu um jeito de produzir genes mutantes. Poderia formar seu próprio exército.

Isso é tão errado. Mexer com o que não se deve nunca é coisa boa, todos deveriam saber e respeitar isso.

Será que a S.H.I.E.L.D sabe sobre essa tal de I.R.M.G? Será que devo falar isso com eles? Será que essa tal de Rosalinda realmente se tornou uma cobaia? E por que logo agora que estou ocupada com uma possível invasão alienígena me aparece essa visão? 

Eram tantas perguntas e nenhuma resposta no momento, e não tinha força para procura-las agora. 

— Ei. Você esta bem? - perguntou o loiro a minha frente que parecia estar falando comigo a um tempo já.

Apenas assenti com a cabeça e voltei meu olhar ao redor. Não havia tantas pessoas como antes, mas o suficiente para ainda me deixar envergonhada de ser pega caída no chão. Somente os agentes Coulson e Romanoff, juntos do Capitão estavam ali.

— O que você viu? - a ruiva foi direto ao ponto, sabendo o motivo de eu estar assim.

— Nada que seja relevante para o que esta acontecendo agora. - respondi quando tive certeza de que minha voz não iria falhar.

— Tem certeza disso? - insistiu Coulson.

— Tenho sim. Não foi algo que poderia ajudar ou atrapalhar nesta situação com Loki e tudo mais. - expliquei para que eles entendessem.

— Quer nos contar o que viu? - Steve perguntou atencioso. 

— Melhor não. Além de ter sido algo um pouco confuso, nós temos que nos concentrar em outra coisa que é muito mais importante. - respondi e logo me dei conta que ainda estava sendo amparada pelo loiro. Envergonhada, afastei-me sem ser agressiva e o agradeci com um sorriso pela ajuda - Se me derem licença, irei descansar um pouco. - falei querendo sair dali, precisava ficar sozinha e pensar. 

— Eu te acompanho. - disse a ruiva e mesmo não me sentindo muito a vontade perto dela, assenti com a cabeça e juntas seguimos em direção ao "meu quarto".


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Notas finais do capítulo

Gente linda do meu coração.
Caso alguém esteja se perguntando:Minha nossa, a MCDS fala Grego?
Não, eu não falo.
Isso é o nosso bom e velho Google tradutor e sites da net. Por isso não tenho total certeza de que esteja escrito certo.
Só coloquei grego porque precisava de uma linguagem forte, e Latim e Russo todos usam (e eu também não sei falar).
Se por acaso (ou milagre) alguém fala essa língua maravilhosa e super complicada, se apresente pois eu adoraria te conhecer.
Bjs.



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