POV Emmett

- Não precisa ficar assim_ falei tentando transmitir calma.

- Eu não consigo_ ela falou entre soluços

Subi minhas mãos até seu rosto. Obriguei-a me encarar. Ela fechou seus olhos e tentou se soltar. Tentou abaixar a cabeça, não me olhar. Não entendia o que estava acontecendo com ela, não havia motivos para ela fazer isso, para ela desviar o meu olhar. Não iria abusá-la, não iria fazer nada do que ela não quisesse, mas porque ela insistia em não me olhar?

Eu sei, eu sei mesmo, que não sou o cara perfeito, e muito menos algo que ela queira, mas eu era tão feio para ela não me olhar? O vento bateu contra seu corpo, levantando o seu perfume, único. O cheiro doce e sensível, maravilhoso, perfeito, assim como ela. Inspirei com toda a vontade que eu tenho, talvez não pudesse sentir esse cheiro por muito tempo, mas mesmo assim, eu queria senti-lo, sempre, no mínimo, guardar a recordação de tal cheiro.

A soltei, não iria discutir fisicamente com ela, discutir para que ela me olhasse. Baixei minhas mãos, soltei-a. Ela me olhou de rabo de olho por alguns instantes, guardei minhas mãos em meus bolsos. Fitei o chão. Encontrei uma marca. É, estávamos perto da minha clareira. Nada se falava. Senti seus olhos me fitarem, mas não a encarei.

- Lorde Emmett_ ela disse após passarem longos minutos.

- Sim?_ perguntei ainda fitando a marca no chão.

- Eu fiz algo errado?_ ela me perguntou

- Não sei o que é errado para você_ disse sincero, levantei meu rosto e ela abaixou o dela.

O porquê disso? Não sei. Não entendo o porquê dela não querer me olhar enquanto olho para ela.

- Sou tão feio assim?_ deixei escapar em um sussurro.

- Não é isso_ ela disse mais que depressa_ é que eu não gosto que pessoas me olhem quando não estou... Bem..._ ela procurava a palavra ideal, mas para que? Ela não poderia falar feia, porque isso eu acho que nem se ela quisesse ela conseguiria, talvez ela falaria bem, mas acho que ela não está passando mal, o que ela queria me dizer?_ apresentável._ concluiu.

- E por que acha que não está apresentável?_ perguntei curioso.

- Simplesmente porque estou com olheiras!_ ela respondeu indignada, mas sincera.

 - Obrigado pela sinceridade_ agradeci.

- Não há como mentir_ ela disse ainda fitando o chão_ não mesmo.

Voltei a passar minha mão pelo seu queixo. Ela não discutiu comigo. Seus olhos, ainda molhados, inchados e fechados me fascinaram. Tê-la tão próximo já era uma fascinação.

Eu a sentia como luz, um poema divino. Ela era luxo, alegria, minha vida, agora. Xinguei mentalmente nossos antepassados por terem começado essa inimizade, por causa deles eu não a conheci antes, não posso fazer nada quanto a isso, mas também não posso me declarar. Ela me odiaria, muito mais do que já odeia.

- Não está horrível_ a contei.

Como ela pensa que ela vai estar horrível? Por acaso ela não sabe que é a garota mais bonita de todo o mundo para mim? Ela não percebeu que nem se ela estivesse despenteada, com roupas rasgadas e sujas, ela ainda seria a mais perfeita mulher que conheço. Ela é a Rose. Mas o que sentia afinal? Meu coração estava um pouco acelerado. O ar me falhava. Ela abriu seus olhos lentamente. Seus olhos não eram mais opacos, na verdade, agora, eles estavam brilhantes. Eu queria permanecer ali, ficar parado e simplesmente a olhar nós olhos. O momento seria perfeito, nosso.

Ela se moveu um pouco, tentando sair dali. A segurei pelo braço, não deixando que ela saísse.

- Por favor, fique_ pedi

POV Rosalie

Suas palavras ecoaram pelos meus ouvidos como se fossem uma maravilhosa canção. Ele havia me pedido para ficar? Quer dizer, ficar com ele naquele local, deserto, rodeado da primavera fora de hora? Eu queria ficar, queria ficar mesmo se ele não me pedisse. Só de ficar com ele meu coração se agitava, mas deveria?

O momento era muito mais que perfeito, éramos nós, e apenas nós. Eu não queria acabar com o momento. O olhei, seus olhos eram de pedido, não havia como negar. Voltei meus dois passos já dados. Eu me prenderia àquele momento, aquele perfeito momento. Não o deixaria passar em branco. Emmett sorriu, suas covinhas apareceram. Sorri de volta sem ar.

Era um lugar seguro, um lugar perfeito. Eu estava feliz, feliz ao ponto que chegaria a chorar, chorar mais, mas dessa vez por estar feliz, mas não, não havia mais lágrimas dentro de mim. Senti-me tranqüila, como se pertencesse aquilo, e eu não mudaria nada. Senti sua mão, que ainda envolvia a minha, me puxar, não para perto dele, mais para outro lugar. Ele me guiava, me guiava para um lugar que não conhecia, mas não, não estava com medo, eu confiava nele. E não sei o porquê, mas eu confiava a minha vida nele.

Deixei que ele me guiasse até uma clareira. Uma clareira sem flores, apenas a grama e as árvores. Bem cuidada. Verdes. Ele se sentou e encostou em uma das diversas e imensas árvores.

- O que é isso?_ perguntei abrindo os braços.

- Uma clareira_ ele disse como se fosse óbvio, mas era óbvio, eu queria saber como ela conseguia ser tão bela com apenas uma grava verde e suas arvores.

- Que é uma clareira, eu sei que é, mas o que é realmente isso?_ perguntei enquanto girava com meus olhos nas nuvens brancas contra o céu azul_ é perfeito_ comentei antes de me deixar cair ao chão.

Emmett engatinhou pela grama, apressado até mim. Sua mão voltou a prender meu rosto. Seus olhos preocupados, fofos. Sua mão afagando meu rosto.

- Se machucou?_ ele perguntou nervoso.

- Não_ falei rindo_ Você, ainda não me respondeu o que é isso.

Ele se sentou, sem tirar a mão do meu rosto, me encarando.

- Esse é um lugar ao meio das arvores_ o encarei, ele sabia que não era isso que queria saber_ Um lugar que encontrei, e que é especial_ falou_ o que mais?_ me perguntou, sua mão ainda ameigava minha face, fechei os olhos para sentir o que aquilo me causava._ o lugar que eu mais gosto, é onde venho para pensar.

- Então é muito especial_ disse por fim.

- Você não imagina o quanto_ ele disse envolvendo suas pernas com os braços que apouco estavam erguidos para que suas mãos acariciassem minha face_ eu amo aqui_ ele disse enquanto repousava sua cabeça sobre os joelhos.

- Mas é lindo_ voltei a fala, deitando-me no chão, um pouco molhado pelo orvalho, mas quem liga? Ele riu.

- Rosalie Cullen deitada no chão?_ me perguntou ainda em sua deliciosa gargalhada.

- Rosalie Cullen não está se importando com seu cabelo, não hoje_ afirmei também rindo_ muito menos com sua maravilhosa e cara roupa_ o pior era que é verdade, eu não estava nem ai para essas coisas. E quem estaria? Na presença desse homem, nesse lugar perfeito... Suspirei._ me sinto... Criança.

- E isso é bom, quer dizer que você ainda é feliz... Não como todos os outros adultos que se prendem aos negócios e somente aos negócios_ ele disse, sua posição inalterada, mas sua expressão de felicidade, com suas covinhas aparecendo, e seus olhos brilhando. Sorri_ você se considera feliz?_ ele me perguntou.

- Não_ respondi sincera_ ainda tem coisas que quero conquistar, coisas que já não sei viver, mas ainda não as tenho e coisas pela qual morreria se fosse preciso. Mas não me considero feliz, por não ter a única coisa que realmente quero, o amor_ disse encobrindo meu rosto, corado.

Bonus - Roupas da Época