POV Alice

Não suportava vê-lo partir. E eu nem sabia exatamente o porquê. Olhei para eles novamente, Jazz agora ajudava sua irmã a montar no cavalo.

- Emmett_ chamei meu irmão que também estava perdido em seus pensamentos._ Eu também quero voltar.

- Tudo bem_ ele disse sem tirar os olhos dos dois cavalos brancos que estavam distantes_ Lorde Jasper, nós também vamos_ ele gritou.

Caminhamos até nossos cavalos negros que estavam prendemos em algumas árvores ali, antes do Emm decidir que deveríamos ir olhar a fonte que tinha ali perto e eu me embolar nas árvores. Olhei mais uma vez para os gêmeos. Eles se olhavam e o cavalo de Rose começou a andar, lentamente, mas Jasper ainda estava parado nós esperando.

Assim que Emm me colocou em cima do cavalo eu comecei a caminhar lentamente até onde Jasper estava enquanto ele montava ao seu cavalo. Meu cavalo começou a correr quando Emmett passou por mim cavalgando. O freie assim que cheguei perto de Jasper, Emmett continuou.

- Nossos irmãos estão em uma corrida?_ ele me perguntou ao ver Rose se afastar também em alta velocidade.

- Deve ser_ disse pouco interessada enquanto nos colocávamos a andar._ só sei que Emm vai perder a saída para voltar_ falei olhando a terra levantada pelos dois.

- E tem volta? Seu irmão conhece o caminho_ Jasper perguntou preocupado.

- Muito bem_ garanti_ ele não vai se perder_ garanti.

Jasper me olhou e sorriu. Sorri em retorno.

- Então somos somente nós dois_ comentei.

- Prefiro assim_ ele disse em um sussurro.

POV Rosalie

Estava cavalgando veloz. Emmett estava logo atrás de mim, isso tudo porque eu estou horrível, aposto que se eu quisesse que ele estivesse atrás de mim, quando estivesse radiante, ele estaria atrás de qualquer uma que não seria eu.  Deixei que algumas lágrimas escorressem e fossem cortadas pelo vento. Ele não me conseguiria ver chorar, estava atrás o suficiente para não ver, era o que eu esperava. O seu cavalo ultrapassou o meu parando um pouco a frente. Abaixei meu rosto enquanto meu cavalo diminuía a velocidade.

- Tudo bem?_ ele me perguntou.

- Não_ disse sincera_ não quero falar sobre isso_ pedi.

- Quer falar sobre o que?_ ele disse descendo do cavalo.

- Do por que você esta descendo do cavalo. Nós não vamos voltar?_ perguntei.

- Eu gosto daqui_ ele disse levando seu cavalo até uma arvore_ Você reparou que tinha flores naquele campo? Reparou como as arvores estão dando frutos e flores mesmo estando no inverno?_ ele me perguntou.

Assustei-me estávamos no inverno. Havia me perdido no tempo, inverno... A estação da neve, do frio, das árvores sem folhagem... Mas não ali, ali as árvores tinham flores, frutos, folhas, tudo era verde. Lembrava-me a primavera, e como gosto dessa estação. A estação das flores, do amor... Suspirei, ainda era inverno.

- Parece enfeitiçado não é?_ ele me perguntou_ Quer descer?_ sua voz soou pelos meus ouvidos, eu queria descer?

Na verdade nem era motivo de querer eu queria ficar com ele, mas...

Eu devia descer?

POV Emmett

Estendi meus braços para poder ajudá-la a descer, se ela quisesse claro. Uma mão tremula segurou minha mão. A olhei, ela voltou a encarar o chão, entendi. A segurei pela cintura enquanto ela se impulsionava para frente descendo do cavalo. Seu corpo próximo ao meu, sua boca próxima a minha, seus olhos molhados e lindos me olhando, seus braços sobre os meus. Era fácil eu a beijar, eu podia fazer isso, podia encostar nossos lábios, eles já estavam próximos, mas e ela? Provavelmente me bateria e depois contaria a todos, não que me importasse, eu teria a felicidade daquele momento, mas não. Eu não a queria em um momento.

- Porque estava chorando?_ perguntei quebrando o silencio que se fez para nossa troca de olhares.

- Eu_ ela hesitou_ é confuso_ disse.

- Quer tentar explicar?_ perguntei.

- A você?_ ela sorriu_ meu inimigo?_ ai como não queria que essa palavra existisse, inimigo... Como queria uma vez, uma única vez, poder voltar no tempo e acabar com essa inimizade de nossas famílias.

- Não pensa que ao contar para um amigo ele irá falar o que você quer ouvir, simplesmente para não perder sua amizade, mas se contar ao um inimigo ele fale a verdade, já que não tem sua amizade para perder?_ perguntei.

- Em partes está certo, mas acredito não poder lhe contar_ ela falou, como queria saber o que atormenta seu coração..._ não são coisas que possa pedir conselhos, são coisas que devo viver, devo sentir_ completou mais para si mesma do que pra mim.

A apertei em um abraço, ela não queria contar, mas eu ainda estava ali, e nada melhor que um abraço para poder se acalmar. No inicio seus músculos estavam rígidos, renegavam o abraço, mas aos poucos eles se relaxaram, deixando a sensação mais gostosa.

POV Jasper

- Isso é estranho_ falei enquanto ela ria.

- Não acho, na verdade eu acho muito engraçado_ ela falou entre seus risos. Em nossa frente dois esquilos brigavam por uma das nozes que haviam caído da arvore.

- Talvez seja_ eu falei rindo com ela_ mas ainda é estranho.

- Talvez seja estranho Lorde Jasper_ ela disse seria, isso me preocupou, eu falei algo errado?_ mas ainda é engraçado, mas vamos, não tenho tempo para perder com coisas estranhas e engraçadas.

Seu cavalo começou a andar, mas parou inesperadamente. Alice voou para frente, mas não caiu, segurando no cavalo que sambava porque viu uma cobra. Uma cobra?

Aproximei meu cavalo o suficiente para segura-la, mas afastado para que não sofresse a mesma reação. Estiquei meu braço procurando sua cintura. O cavalo dificultava o meu lado, ia pra frente e pra trás não deixando que me encostasse a ela. Ele dava alguns pulos e Alice segurava-se a ele. Sua expressão era de medo. Assustada, coitada...

Tentei mais uma vez fechar meus braços ao seu redor. Consegui. O cavalo ameaçava empinar. Alice chorava. Aproximei mais meu cavalo para puxá-la para perto de mim. Funcionou.

Posicionei Alice entre meus braços. Sua cabeça escorada em meu peito e meus braços ainda a envolvendo.  Sussurrava alguma coisa tentando acalmá-la. Uma de minhas mãos apressou a percorrer sua face secando todas as lágrimas que por lá estavam.

- Está tudo bem, está tudo bem..._ eu repetia a ela. Seu pequeno corpo se estremeceu. Seu rosto ela escondeu entre meus braços. Ela chorava e soluçava_ Eu estou aqui, não vou fugir ou sair, eu prometo_ prometi a pequena e adorada Alice.

POV Bella

Sentei na cama repassando meu plano infalível.

Quando estiver em Nice eu irei brigar com minha mãe, assim sairei pelas portas da frente chorando. Sim, eu estaria chorando de verdade, simplesmente porque sabia que seria a ultima vez que as veria. Depois seguiria para uma floresta que tem lá perto, onde me encontraria com Edward. Assim seguiríamos para Paris, onde nos casaríamos. Quem sabe mais pra frente, quando estivermos mais velhos, possamos voltar e falar “Olha pai, depois que briguei com minha mãe em Nice, naquele ano, se lembra? Então depois disso eu segui rumo a Paris, sozinha. Quando cheguei lá eu me apaixonei, me apaixonei por um Cullen! É, mas ele estava sozinho, usava apenas seu sobrenome, tinha residência lá, então eu pensei: quais são as probabilidades dele ser um Cullen de Londres? Nenhuma. Bem vou direto ao ponto: casamos-nos, somos felizes...” e bem, se até lá isso acontecer “... temos uma filha! Não é maravilhoso? Mas gostaria de pedir um favor... podemos parar com essa inimizade?” Bom até esse ponto meu pai já não vai mais me escutar, eu tinha certeza. Provavelmente ele iria pular em meu pescoço, me enforcar e depois matar Edward e nossa filha. Definitivamente, eu morreria se ele fizesse isso, matá-los. Espera, mas eu já estaria morta... Ou talvez não, quem saiba, ele não me deixa por ultimo, para falar “Viu? Você construiu sua própria morte...” ou algo do gênero.

- Lady Isabella_ alguém me chamou entrando em meu quarto._ ele aceitou_ me contou.

Senti a alegria mais pura e real que já senti, e comecei a rir, a chorar e a pular. A empregada me olhou assustada, mas eu não estava nem ai.

POV Edward

Eu tinha um mês para conseguir mudar para Paris. Quem sabe conto para meu pai que irei fazer medicina lá? Não, papai falaria que as melhores universidades de medicina estão em Londres, ou pior ele tentaria me ensinar. Esqueci que papai já estudou medicina, apesar de não executar essa profissão, mas sim, ele sabe tudo e mais um pouco. Quem sabe eu falava que quero estudar arquitetura? Não, mas ai a mamãe falaria “Que bom querido, quem sabe eu não possa te ensinar?”. Mamãe se gabava de saber arquitetura, se gabava que o pai dela tenha sido o melhor arquiteto de toda Europa, e que tenha ensinado tudo a ela.

Pensei mais um pouco. Quem sabe falaria em advocacia? Ninguém tentaria me ensinar isso. Talvez essa fosse à solução.

Teria que pensar agora em abandoná-los. É, talvez abandono não seja o termo certo. Caminhei pelo corredor passando frente aos quartos. A porta do quarto de meus pais estava aberta. Papai mantinha os braços ao redor da cintura da mamãe, ela estava com a cabeça encostada em seu peito, brincando com a blusa de papai ela sorriu. Sai antes que eles me vissem. Sentiria a falta deles. Passei frente ao quarto do Jazz. Lembrei de quando éramos crianças, ele me contava historias de guerras e disputas entre todos os tipos de pessoas. Olhei mais para frente, o quarto da Rose. Uma irmã chata, mas que eu amo. É ela que me ensinou a acreditar no amor, querendo ela, ou não, acreditar.

Percebi que existia alguma coisa perdida dentro de mim. Alguma coisa que mais tarde floresceria forte e indestrutível. A saudade...