Glory and Gore escrita por MB, lulyluigia


Capítulo 5
Remus Lupin


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos favoritos que a história teve entre o capítulo anterior e esse
Espero que gostem desse



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Éboni ainda pensava nas informações que Amos e Winny contaram a ela há semanas. Não ouve mais casos parecidos anunciados nos jornais e Bonnie pensou que era pouco provável que estivessem escondendo os acontecimentos, já que agora era pública a informação de que os jornais informavam pouco a população. Ela pensava que a mídia iria querer a confiança dos bruxos novamente, e seria com a honestidade que ganhariam isso. Ou com uma falsa honestidade.

No café da manhã de uma terça-feira, Éboni conversava com alguns amigos do quarto ano. Falavam sobre a nova matéria que teriam na próxima aula. Ela queria poder estar com seus amigos na mesa da Grifinória, porém se saísse da mesa da Lufa-Lufa todo dia, criaria uma antipatia com os colegas de sua casa.

— O que está aprendendo em Defesa Contra As Artes das Trevas, Bon? – Susan Gray, uma garota de cabelos quase brancos de tão loiros questionou.

— Feitiços para Desarmar. – ela respondeu com a boca cheia de pudim.

— Vamos começar a ler sobre lobisomens! – Matthew Doyle exclamou animado, virando seu copo de suco de abóbora. Os cabelos negros dele estavam presos em um rabo de cavalo baixo.

— O que sabe sobre eles, Matt? – Éboni perguntou depois de desviar o olhar de uma garota extremamente bonita da Corvinal. O que estou fazendo?¸ se questionou, confusa.

— Quando se transformam perdem a noção do certo e errado. – ele murmurou um pouco envergonhado por não saber muito.

— Esquecem o passado. – Susan segurou um sorriso ao observar o olhar de Bonnie sobre a garota.

O olhar de Éboni caiu sobre a mesa da Grifinória, onde encontrou Edwina conversando animada com Remus. As cicatrizes em seu rosto lhe deram uma ideia maluca.

— Eles ferem a si próprios? – perguntou, voltando-se para os amigos lufanos.

— A dor da transformação é gigantesca! – Matt fez que sim com a cabeça. – Humanos normais podem ser mordidos por lobisomens com meses de idade, e têm de conviver com isso pelo resto da vida.

Era como se uma lâmpada se acendesse na cabeça de Bonnie, mas não podia ser, não é? Remus era tão amável...

— Sabe, Bonnie, a personalidade do lobisomem quando está em sua forma humana não influencia em nada na sua condição. – Susan sussurrou para ela, como se lesse seus pensamentos. – O lobisomem pode ser uma pessoa desagradável enquanto humano, ou a pessoa mais querida que você já conheceu. Como eu disse, eles esquecem o passado quando se transformam.

Éboni abriu a boca para falar algo, mas desistiu. Ficou por uns bons minutos encarando o nada e mordendo a boca, pensando se estaria louca ou não.

Remus voltara para Hogwarts na semana anterior, após sua mãe ter outra recaída na doença, que os amigos de Lupin nunca perguntaram qual era, pois não queriam que ele se sentisse mal ou pressionado.

Quando encontrou os colegas no dia que voltara, tinha uma cicatriz nova no pescoço, que tentara esconder com um cachecol.

— O que fez no seu pescoço, Remmy? – Win perguntou distraída enquanto iam para a aula de Voo na quadra de quadribol.

— Estava jogando quadribol com um vizinho e um balaço me fez cair da vassoura. – ele murmurou, olhando para baixo.

Sirius passou o braço pelos ombros do amigo e bagunçou os cabelos dele.

— Não sinta vergonha, Remus! Todo mundo já foi atingido por um balaço. – então ele olhou irritado para Edwina. – Principalmente porque a nossa batedora tem um problema em cumprir sua função.

Winny revirou os olhos, ignorando a referência que ele fizera sobre o último jogo que os seis haviam feito de madrugada há algumas semanas, quando, novamente, Éboni não conseguia dormir. Sirius fora atingido três vezes por balaços, já que Edwina conversava animada com Remus, parecendo que os dois haviam esquecido o jogo.

Éboni batia os dedos na mesa enquanto repassava os acontecimentos em sua mente, quando foi interrompida ao ver quase todos os alunos se levantando das mesas, pegando suas mochilas e saindo do salão principal.

Se despediu de Susan e de Matt, e caminhou até a mesa da Grifinória, onde Sirius e Winny tentavam colocar o máximo de cookies de chocolate em suas mãos.

— Ah... Primeira visita a Hogsmead do ano. – Lupin murmurou para Bonnie ao perceber os alunos do terceiro ano eufóricos. Éboni encarou Remus com as sobrancelhas franzidas. – Hm... Está tudo bem?

O tom preocupado dele fez Éboni se sentir mal no mesmo momento. Ela desfez a feição nervosa e passou o braço pela cintura de Remus.

— É claro! – exclamou, sorrindo. – Só fico preocupada sobre suas cicatrizes, sabe.... Devem doer muito, são fundas, Remus.

— Ah. – ele pigarreou a sorriu rapidamente para ela. – Fazer o que, meus vizinhos lá em casa são um pouco agressivos nas brincadeiras.

— Sabe que pode confiar em nós, não sabe? – Éboni parou de andar, ficando na frente de Remus. Apontou com a cabeça para James, Peter e Sirius, que riam de alguma bobagem e para Lily e Edwina, que estavam um pouco atrás dos garotos. Elas andavam de mãos dadas e sorriam uma para a outra enquanto conversavam calmamente.

Remus franziu as sobrancelhas, mas tentou disfarçar a confusão e medo. Olhou nos olhos azuis claros de Bonnie e sorriu, fazendo que sim, dando um fim àquela conversa que ele temia tanto.

— Que aula você tem agora, Bonnie? – ele perguntou após minutos de silêncio, onde tudo que ele sentia era Éboni apertar mais sua cintura.

— Herbologia. – ela se afastou dele, sabendo que a Grifinória tinha Poções. – Te vejo depois?

— Ahn... – Remus sorriu tímido e coçou a nuca. – Claro.

Bonnie sorriu animada e deu as costas para Remus, desistindo de seguir seu caminho no mesmo momento em que se virou.

— Remmy! – ela gritou, correndo até ele. O garoto achou estranho, mas andou até ela também, não esperando aquele abraço repentino. Éboni murmurou: – Sirius me contou que você odeia essas cicatrizes porque acha que as pessoas te olham estranho, mas confia em mim, você fica muito bonito com elas, ok?

Remus não conseguiu responder, já que Bonnie saiu correndo ao encontro de seus amigos da Lufa-Lufa. Apenas virou a cabeça na direção dele para ver um Remus completamente sem reação e extremamente corado.

Naquela terça-feira depois da última aula do dia, Bonnie sorriu ao ver Edwina correndo até sua direção. Ela mastigava alguma coisa.

— Você para de comer alguma hora? – ela questionou e Winny simplesmente negou com a cabeça.

— Hoje mais tarde vou sair procurar a cozinha com os garotos. – Win limpou a boca com as costas da mão. – Quer ir?

Éboni estava praticamente concordando quando viu Susan passando por ela e se lembrou do que ficou perturbando sua mente a manhã toda.

— Acho que não, Win, e você também não deveria ir.

A loira cruzou os braços e riu pela expressão de espanto da amiga.

— Por quê?!

— Está um pouco cansada, não? – Bonnie disse como se fosse óbvio e continuou, realmente preocupada. – Sério, Edwina, por que suas olheiras estão tão fundas? Você está dormindo direito?

Win hesitou por um momento, mas conseguiu disfarçar.

— Mas é claro, Bonnie, em quantas bobagens você está pensando? Só tive alguns pesadelos ontem de noite. – ela adicionou rapidamente quando percebeu que a loira a desafiaria novamente. – Só isso, mas dormi durante Aritmância e não estou cansada. Lembra-se de Rosie Price? Aquela mulher que foi assassinada? Sabia que ela era contra a filosofia puro sangue e se divorciou do marido por conta disso? Ele acreditava em uma sociedade pura e...

Winny continuou tagarelando, mas Bonnie não prestava atenção. Só mantinha sua cabeça no problema de Remus Lupin. Após alguns segundos Winny estralou os dedos na frente do rosto de Bonnie.

— Mas por que não irá conosco?

— Quero conversar com Remus. – Bonnie suspirou distraída, mas olhou séria para a amiga quando notou o olhar malicioso dela. – O que foi, Edwina?

— Não disse nada, Sra. Lupin. – Winny respondeu e sorriu para Bonnie, que revirava os olhos. – Bom, vou tirar essas vestes. Boa noite, Bonnie.

Éboni acenou para Edwina e começou a andar pelo castelo, ainda com o uniforme. Sabia que se fosse para o seu salão comunal, não teria coragem de sair para falar com Remus. Andou sem rumo por alguns minutos, ignorando os olhares de alunos mais velhos, que achavam estranho ver uma garota ainda com as vestes andando lentamente pelos corredores.

Depois de quase uma hora, Bonnie viu Remus correndo para as escadas, sendo acompanhado de Sirius, Peter e James.

O que aprontaram dessa vez...?, a garota pensou, um pouco cansada e caminhou rapidamente até eles.

— Remus. – ela chamou, recebendo olhares desconfiados dos outros três garotos. – Posso falar com você?

Lupin assentiu preocupado e acompanhou Bonnie até o salão principal, onde apenas um casal estava na mesa da Sonserina. Éboni respirou fundo, porém agradeceu pelo salão estar vazio. Ela se sentou na mesa da Lufa-Lufa e foi seguida por Remus.

— Não acha que... – começou, nervosa. – Não acha que está na hora de...

— De...? – Remus perguntou, receoso.

— Dizer-onde-vai-toda-lua-cheia? – Bonnie quase cuspiu as palavras e falou rápido demais, porém Remus entendeu. A garota teve sua resposta quando ele ficou branco e sem reação. Ele tremia levemente e seus olhos marejaram por alguns segundos. – Se for o que estou pensando, Remmy, está tudo bem!

— Bonnie, não conte para eles! – Lupin começou a suplicar, e passou as costas da mão pelos olhos, secando as lágrimas. – Sirius, Peter e James vão ficar muito bravos quando souberem que estão dividindo um quarto com um monstro e...! E Winny, Bonnie? Ela vai pirar! Ela vai pirar ao saber quantas vezes abraçou um lobis... Um lobisomem, Bonnie. – ele sussurrou e não deu chance para Éboni falar. – Lily... Eu não quero pensar na reação de Lily!

— REMUS! – Bonnie precisou gritar para que ele se calasse. – Está tudo bem! Parece que não conhece seus amigos! Acha mesmo que os garotos vão ficar bravos? Eu acho que vão achar o máximo ter um amigo lobisomem! Não consegue imaginar Sirius tendo mais segurança em fazer as bobagens dele ao descobrir sobre você? E Winny vai gostar ainda mais de você, Remmy! Ela é sua melhor amiga, mas é claro que vai te apoiar! Lily nem se fala! Pense, Remus, acha que eles vão te abandonar por descobrir um detalhe sobre você?

O garoto ficou em silêncio por bons minutos e quando voltou a olhar para Bonnie, a única coisa que conseguiu fazer foi abraçá-la. Ela sentiu seu coração palpitar um pouco de felicidade pelo amigo.

— Não conte para eles tão rápido, sim? – Remus sussurrou. – Tenha certeza do que eles irão fazer caso descubram.

— Quer que eu conte, Remmy? – ela se surpreendeu e Remus desfez o abraço, balançando a cabeça positivamente.

— Não vou ter coragem.

Após uma semana exatamente, Bonnie contou para os marotos.

Remus quase surtou quando descobriu e ficou mais nervoso ainda quando Éboni não lhe contou a reação deles. Apenas disse que o lobisomem tinha que acompanhar ela até o dormitório, porque eles queriam falar cara a cara com Remus.

A garganta dele queimava de nervosismo durante todo o trajeto até a sala comunal da Grifinória, que nunca pareceu tão longe. Aquelas pessoas eram as únicas que Remus poderia considerar como amigos e apenas o pensamento de que todos se afastariam dele já o machucava demais. Porém ele não ficaria sozinho. Tinha Bonnie!

Quando ele parou na frente da porta do quarto que dividia com os garotos, olhou tenso para Éboni, que apenas o encorajou, fazendo-o movimentar a maçaneta. Após o choque de ver como os amigos estavam, Remus começou a rir descontroladamente.

A frente da faixa, escrita claramente com a letra de Sirius, onde se lia “Bem-vindo, lobinho”, James, Six, Lily, Peter e Winny estavam com os rostos pintados. Tinham bigodes desenhados nas bochechas e orelhas pretas nas cabeças.

— As orelhas de cachorro foram o mais próximo que conseguimos achar de você, Remmy. – Winny exclamou, correndo para abraçar o amigo, que ainda ria, extremamente feliz.


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Notas finais do capítulo

Não sejam leitores fantasmas, o que acharam?



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