Passei a próxima aula no banheiro, arquitetando tudo do meu plano maligno de queimar o quarto ‘dele’. Nunca odiei NINGUEM em minha vida inteira, a não ser ele agora. Na hora da ultima aula, voltei para a sala. Assim que entrei, minha primeira visão foi de Edward Cullen, sentado em sua cadeira, anotando cuidadosamente o que estava na lousa. A segunda foi uma Alice sorridente e a terceira, foi um Dougie carrancudo. Bati a porta com força, fazendo todos se virarem pra mim.

Praticamente corri até a mesa de Dougie, que por coincidência, era a da frente da de Edward. Nenhum olhou pra mim, pois OS DOIS estavam com raiva. Acho que este é meu dom.

Angel: Dougie, ainda ta com raiva de mim? – perguntei inocente. – Não vai responder não? – silencio. – Ta bom! – sai andando, mas ele me segurou.

Dougie: Acho que não consigo ficar com raiva de você por muito tempo... – ele segurou meu rosto e roçou seu nariz no meu, depois de me dar um beijo.

Professora: É pedir demais para vocês se sentarem? Se querem saber, estão praticamente retidos este ano, muito pouco provável vão recuperar nota. Não é uma surpresa Dougie reprovar, mas você, Angel... É um desgosto!

Edward: Professora, se me permite dizer, conheço a família de Angelina e concordo plenamente com sua afirmação que é um desgosto. Posso ajudá-la na matéria e eu lhe garanto que as notas dela serão as melhores da classe. – O QUE?

Professora: Ah, sim... han, Edward. Vi suas notas... São perfeitas e acho que seria muito bom se Angel tivesse ajuda de alguém que entende a matéria. Está decidido então: Angel, você terá aulas de reforço com o Edward toda semana, vocês escolhem o dia e no final desta aula, quero anotações suas, está bem? – Edward, riu malicioso. Por que ele queria arruinar a minha vida?

Angel: NÃO. – bati o pé.

Professora: Olha só, mocinha. Você não está podendo escolher suas opções, não. É isso ou reprova!

Angel: Então me reprova logo... – falei sem medo algum.

Edward: Não seja durona. – ele se levantou, ignorou Dougie e descruzou meus braços. Arregalei os olhos quando ele foi me arrastando facilmente para a minha cadeira. – Agora senta e presta atenção na aula, ta bom? – falou como se eu fosse um bebê. Algumas pessoas riram.

Ele voltou a se sentar quando a professora começou sua explicação.

POV. Edward

Insano. Eu devia deixar ele se ferrar, reprovar de ano, mas eu sabia que isso só causaria tristeza a minha doce Bella, e isso não me agradava em nenhum aspecto. É quase impossível essa demonia ser neta da Bella e mais impossível ainda, ser chamada de ‘Angel’. Por isso eu não a chamava pelo apelido, e sim pelo nome completo. Eu também não queria intimidade, apesar que valia a pena chamá-la pelo apelido só para ver a cara de irritação da mesma e do namorado idiota.

Professora: Alguma pergunta? – disse quando terminou a explicação. Angelina, levantou a mão. Até que enfim estava prestando atenção na aula. – Sim, Angel?

Angel: Seu zíper ta aberto! – apontou a calça.

A professora corou e saiu da sala para arrumar sua calça, enquanto voltei meu olhar para a garota irritante, que colocava fones no ouvido. Então era por ISSO que ela não prestava a atenção na aula. Levantei ignorando os pensamentos pervertidos das garotas a minha volta, e fui até ela e com um simples puxão, arranquei os fones de seu ouvido.

Angel: Viado. Me devolve agora, se não...

Edward: Se não, o que? Vai me bater? – gargalhei.

Angel: Pior que isso! – gargalhei mais alto. – VOU TE ESTUPRAR! – ela se jogou contra mim.

Suas pernas ficaram em torno de minha cintura, enquanto ela esmurrava meu peito. Ela estava machucando a si próprias, já que não me doía em nada aquilo. Mas a demonia não desistiu. Continuou me batendo com uma mão e com a outra, tentava apanhar os fones de ouvido de volta. Eu tirava de seu campo de visão rápido demais.

Por incrível que pareça, quem perdeu mesmo a paciência, foi Alice. Ela tirou os fones de ouvido de mim e guardou em seu bolso. Angelina e eu a encaramos incrédulos.

Alice: Pra não dar mais briga... – e se sentou outra vez.

Angel: Olha aqui, infeliz. – agarrou a gola da minha camiseta, com raiva – Isso não vai ficar assim. O que você está ganhando infernizando a minha vida?

Edward: Não faço por você. Faço pela Bella. Não quero que ela se decepcione... – por um momento, me perguntei se este era verdadeiramente o único motivo. Sem nada mais entender, fui para minha cadeira.

É ridícula minha vontade de ajudar esta garota. Ela não tinha escrúpulos e se tivesse um coração, devia ser tão morto quando o meu.

POV. Angel

Quando a aula acabou, eu pretendia passar primeiro em casa para deixar minhas coisas antes de ir até a cada dos Cullens, mas por causa de Alice, tive que negar a carona de Dougie – que queria falar sério comigo -, e encarar ir no jipe de Emmett, junto com ele, Rosalie, Alice e Jasper. O gay ia na casa da minha avó...

Ótima chance pra eu queimar todas as coisas dele.

Emmett: Alice contou que você e o Edward brigaram na sala. Por que eu sempre perco as coisas legais? – falou pensativo.

Angel: Ele é um babaca, implica sem motivos comigo.

Emmett: Isso entre vocês é só tesão reprimido! – revirei os olhos.

Fui conversando com Rosalie até lá. Ela era bem legal, por sinal. Não era tão complicada como minha avó disse um dia, mas gostava de exibir sua beleza. Mas cara, ela PODE fazer isso!

Engoli um seco quando desci do carro e encarei a mansão a minha frente. É, dinheiro não era problema na família Cullen. Quando entramos na casa, uma bela vampira, com o rosto em forma de coração, e um vampiro loiro, nos aguardava.

Esme: Meu Deus, ela é muito mais bonita do que você disse, Rosalie! – exclamou, enquanto me dava um abraço gelado.

Rosalie: Eu disse que ela era linda... – me elogiou.

Carlisle: É um grande prazer conhecer a neta da Bella. – ele estendeu a mão pra mim e eu a apertei.

Angel: É muito bom conhecer vocês também, minha avó sempre falou bem de todos... – sorri. – Vocês tem uma bela casa! – tentei ser diplomática.

Esme: Ah, obrigada.

Nós começamos a conversar sobre diversas coisas, mas eu fugi do papo logo quando era me perguntou como eu estava indo na escola.

Alice: Vocês perderam a ceninha dela e do Edward em plena sala de aula... – riu.

Carlisle: Edward andou brigando? – ele uniu as sobrancelhas e depois, sorriu, sem humor algum.

Angel: Ele é um psicopata! É a primeira pessoa que eu conheço mais estranha que eu mesma e... isso já é anormal! – me lembrei de meu verdadeiro propósito ali.

Será que Alice me ajudaria?

Alice: Não vou te ajudar a incendiar as coisas dele... – falou, quando Carlisle e Esme saíram da sala.

Emmett: EU AJUDO! – deu um pulo e foi me levanto até o quarto do besta.

Quando entrei, não fiquei surpresa em ver como tudo era organizado. Não havia cama, apenas um largo sofá branco. Uma das duas estantes, era cheia de livros e a outra, era onde ficavam seus CDs. Me aproximei tocando tudo com leveza. Peguei meu isqueiro no bolso de trás da calça e o ascendi para ver se ainda tinha gás. Mas Jasper entrou no quarto assim que eu vi que TINHA gás ali.

Jasper: Desculpa cortar o seu barato, mas sabe que o fogo nos queima, não é? – perguntou educado. Bati em minha cabeça.

Angel: Ah, é mesmo... – lembrei.

Jasper: Alice o viu vindo pra cá. Ele se lembrou de que você disse que ia queimar as coisas dele... – tentou conter o riso.

Ah, eu me contentava em bagunçar tudo. talvez quando eu tivesse mais tempo, pudesse jogar tudo em algum lugar e queimar tudo, mas agora eu não tinha tempo...

Primeiro entrei em seu closet. Suas roupas, eram todas arrumadas, sem nada amarrotado. Os cabides muito certinhos... desarrumei o máximo que pude e sai de lá triunfante, voltando para o quarto. Desarrumei as ordens do seu CD e deixei alguns espalhados pelo ambiente. Sua imensa pilha de livros, fiz questão de esconder: alguns em baixo da cama mesmo, outros em baixo das suas roupas amassadas, dois foram parar no vaso sanitário... Por incrível que pareça, ela tinha um CD que prestava: Linkin Park! Dei de ombros e coloquei na minha bolsa. Eu não sou uma ladra!!! Só quero vingança. FATO.

Quando o ouvi esbravejando da escada, não pensei duas vezes em correr até a janela. Como seu quarto ficava no segundo andar, era capaz de eu conseguir pular sem me matar. Quando ele entrou, olhei para ele. Agora ele pareceu assustado com minha posição e antes que pudesse vir me deter, eu saltei de lá. Assim que bati as pés no chão, toquei o mesmo com as mãos, para aliviar a dor nos pés.

Dei um gritinho quando percebi que estava viva. Olhei para o alto e vi um Edward de olhos arregalados, já preparando pra saltar também. Antes de ele concretizar o ato, juntei meus dedos e beijei a ponta deles, mandando um beijo pra ele. Sai correndo em direção a porta da casa, mas antes que eu conseguisse dar 3 passos, senti mãos frias segurarem minha cintura. Por uma fração de segundo, eu me arrepiei inteira.