Foi ficando tarde e logo os Cullens foram embora. Dei graças a Deus por isso, porque eu ia acabar virando um murro no besta do Edward, que se insinuou para minha avó a noite inteira, sem se importar com a presença do meu vô.

Quando acordei pela manha, o tempo estava nublado, como quase todos os outros dias nesta cidade insignificante. O pior é que mesmo sabendo que faria frio, eu acordava esperançosa, afim de ver o sol. Nunca acontecia.

Me vesti monotonamente e arrumei meus livros dentro na bolsa. Bella estava dormindo ainda e eu não gostava de acordá-la, então em passos silenciosos, passei pelo corredor de seu quarto e desci as escadas. Não estava com fome, então fui direto para a escola.

Eu não tinha um carro. Idade eu tinha, mas meus avós não tinham condições de me darem um possante agora, então eu me fazia de indiferente, para não chateá-los por isso. Hoje também não tinha dinheiro para a passagem de ônibus, então fui caminhando pelas ruas, com o vento tocando meu rosto, me causando arrepios. A sensação de estar sendo observada, me cercou, mas não dei atenção a isso. Continue com meu trajeto, com os fones no ouvido.

Quando virei a esquina na escola, vi o volvo prata do Edward entrando na escola, e Alice Cullen, sorriu amigavelmente pra mim. eu não estava nada amigável hoje, porque tinha vindo a pé, na garoa e cara, isso não é legal. Aumentei o volume da musica que ouvia.

Assim que cruzei o portão, eles já estavam todos saindo do carro. Impressionante como se vestiam tão bem e como era visível a forma como arrancavam suspiros de todos os outros estudantes dali. Principalmente o gay do Edward... Eu prefiro o Emmett.

Rosalie, acenou pra mim e eu dei um sorriso mínimo pra ela. O Emmett grandão Cullen, deu um grande sorriso, de estourar as bochechas e eu fiz uma careta. Edward, estava encostado em seu carro, me olhando sem nenhum tipo de interesse. Grande coisa, idiota! Também não tenho interesse em você. Desejei que ele pudesse ter lido este pensamento.

Avistei meu ficante, Dougie, perto da cantina. Ele me chamou, mas não esperou que eu fosse até ele. O mesmo, veio em passos largos até mim. estava absurdamente lindo com uma jaqueta de couro preta, desbotada e uma calça skinny rasgada no joelho. Quando chegou perto o suficiente, ele me ergueu pela cintura e me girou no ar.

Dougie: Como vai, gata? – perguntou.

Angel: To legal. – mal respondi e sua mão já estava em minha cintura outra vez, me puxando para si, e sua boca já devorava a minha.

Seu beijo era absurdamente bom. Um misto de chocolate com pimenta, bem enlouquecedor. Quando nos afastamos, olhares nos fuzilavam. Emmett, ainda tinha um sorriso idiota no rosto e Edward, quando permitiu seu olhar ir de encontro ao meu, balançou a cabeça negativamente, me repreendendo. Dougie percebeu.

Dougie: Quem é aquele cara? – apontou com a cabeça.

Angel: Não sei. Ele é novo por aqui. – parte disso era verdade.

Eu não queria ter nenhum laço com o babaca mesmo, então pra mim não fazia a menor diferença dizer que conhecia ou não ele. A coisa era que, se eu falasse que conhecia, teria muito o que explicar, e estava sem paciência, nem cabeça pra isso. Desta vez, eu puxei Dougie, meu loirinho e lhe dei um beijão de cinema. Ele riu enquanto colava sua boca na minha. O sinal tocou, indicando o inicio das aulas, então ele entrelaçou sua mão na minha e nós seguimos para a sala de aula.

Como paramos três vezes no caminho para conversar com algumas pessoas, quando entramos na sala, Edward e Alice Cullen, já estavam lá. Eles eram os únicos do clã que tinham aula comigo. Por que não era Emmett no lugar de Edward? A vida só me cutuca mesmo. Tentei não me importar com seu olhar de puro ódio e nem com seu cinismo.

Alice: AAAANGEEL! – Alice fez a sala inteira olhar pra gente – Que bom te ver. – me abraçou.

Angel: Oi Alice. – retribui. – Oi pra você também, Edward! – falei baixinho, para que Dougie não ouvisse. – Hãn... Este é o Dougie. – apresentei. Ele a cumprimentou com sua habitual cara de garanhão.

Dougie: Prazer em conhecê-la, Alice. – ele apertou sua mão e se arrepiou com sua frieza.

Alice: Idem. – ela deu de ombros. – Angel, espero que você possa ir a nossa casa .

Angel: Ahhh, que saco, eu vou viajar... – inventei.

Alice: Mais eu nem disse quando...

Angel: Quando é então?

Alice: Hoj... – não a deixei terminar de responder.

Angel: Eu vou viajar!

Alice: Para com isso... Você já tinha a resposta pronta, independente do dia que eu, dissesse. – se queixou.

Angel: Tudo bem, vou ser sincera. Eu não quero ir na sua casa. – afirmei.

Alice: Que maldade, Angel. – fez biquinho.

Angel: Você quis sinceridade! – a lembrei. Ele deixou o bico ainda maior. – Ta, o que você quer que eu faça lá? – ela sorriu.

Dougie: Bom, como eu estou boiando aqui, vou ali trocar uma idéia com o Ruan, ta bom? – ele me deu um selinho e foi para o outro lado da sala.

Alice: Carlisle e Esme essa hora estão na casa da Bella, mas eles querem MUITO conhecer você. Até porque Edward te descreveu como uma grande aborrecente.

Angel: Por que eu não to surpresa com isso? – eu o encarei. Ele deu um sorriso amarelo e me mostrou a língua. Como sou mais hostil, lhe mostrei meu dedo do meio. Alice observou de olhos arregalados. – Se eu for, só vão confirmar isso...

Alice: POR FAVOR! – faz tanto tempo que não me divirto como ontem...

Angel: Tudo bem, eu vou. – não acredito que disse isso. – Mas que fique bem claro que é porque eu quero tacar fogo na coleção de CDs no boiola ali. – apontei Edward. – E isso inclui Debussy... – péssimo estilo musical. Alice riu.

O professor chegou e foi logo mandando todo mundo se sentar. Sabe quando você não está com cu pra assistir aula? Então, por isso que eu dormi a aula inteira. Só acordei na hora do intervalo, isso porque Dougie me acordou carinhosamente.

Pra variar, eu não tinha dinheiro para comer hoje. Dougie também não. PQP! Geralmente eu o assalto, mas até ele está na pindaíba. Nos sentamos a mesa junto com nossos outros amigos e conversávamos animadamente até que um SER chegou, puxou uma cadeira e se sentou nela sem ser convidado.

POV Edward

COMO EU ODEIO ESSA GAROTA! Como poder ser tão descarada a ponto de dizer que nem me conhece? Como pode ser louca a ponto de pensar que eu deixaria ela tocar um dos meus CDS? Ela estava totalmente fora de si.

Mas me preocupei quando não a vi comendo. Humanos ainda precisavam de comida, certo? Pelo que observei ontem, Bella e seu ‘esposo’ não viviam em boas condições. Nem mesmo um carro Angelina tinha... Eu nunca tinha ficado tão puto com uma pessoa em toda minha existência, como estava com ela agora. O tal do Dougie, não gostava muito dela. Gostava só um pouco, mas acredito que isso só por ela ser a mais bonita da escola – e provavelmente do mundo. –‘ Me recuso a pensar nisso.

O que me sufocava era que, eu não conseguia tirar os olhos dela. Em minha mente, milhares de planos para estragar sua vida se passavam e uma vontade insaciável de lhe mostrar que SIM, eu era uma boa pessoa e além do mais, sou capaz de fazer uma garota feliz. Não que eu quisesse isso... Não mais.

Tomado por um sentimento que não me dava permissão de me controlar, me levantei e fui até sua mesa, puxei uma cadeira e me sentei, pronto para desmenti-la, dizendo que nos conhecíamos. Se fosse preciso, eu até a agarraria aqui, só pra ficasse como mentirosa. Angelina, me encarou boquiaberta. Dei uma piscadela falsa pra ela.

Edward: E então, gata, vai aparecer lá em casa hoje? – mordi o lábio, tentando parecer indiferente.

Nossa, se ela não for, eu vou.

My God, como ela tem um amigo desses e nem apresenta?

Eita, o Dougie ta levando chifre.

Ué, ela não disse que NÃO conhecia esse cara?

Esses foram os pensamentos dos outros sentados ali.

Angel: O que? – ela cuspiu. – Vai sonhando, idiota.

Edward: Ah, qual é... Não se importou de ficar comigo ontem... – eu sempre fui um ótimo ator.

Dougie, se levantou da mesa e com cara de bravo, veio puxando a gola da minha camisa. Pela primeira vez em décadas, eu ri com vontade.

Meus irmãos perceberam que teria briga, assim como o refeitório quase inteiro e vieram rápido na tentativa de apartar o que ainda nem tinha começado.

Edward: Tire suas mãos de mim. – mandei. Ele não obedeceu, mas mesmo tentando me levantar, não conseguiu.

Quantos quilos esse cara pesa? Pensou.

Quando ele fez menção de me dar um soco, segurei sua mão e a empurrei longe. Ele me olhou espantado.

Edward: Cuidado criança, pode se machucar. – me virei para Angelina, que estava assustada. – Te vejo em casa mais tarde. – só pra sacanear, sacomé, né?

Segui para minha mesa em passos calmos, sem pressa. Emmett gargalhava. Parecia ser o único que tinha gostado da cena. Me senti ‘jovem’ com isso.

POV. Angel

Isso foi uma puta falta de sacanagem. O que aquele retardado pensou que estava fazendo. Agora, fiquei como mentirosa para Dougie e cara, isso eu não conseguia assimilar.

Angel: Dougie, você ta bem?

Dougie: Por que você mentiu, hem? – uniu as sobrancelhas. – Você tava com aquele cara a noite passada? – ele nem me deixou explicar. – Ah, dá licença, vai. – se levantou e saiu andando.

Não prestei atenção nos meus amigos atrás me chamando, apenas corri até a mesa dos Cullens e dei uma bolsada com toda minha força na cara do Edward. Juro que pensei que ele ia me matar!

Edward: Qual é a sua em garota? – ele agarrou meu braço com força.

Angel: Qual é a SUA, idiota. Por que fez aquilo? Dougie, não quer falar comigo agora.

Edward: Será que é porque você é mentirosa? E além do mais, ele não está perdendo nada. – ele me olhou de cima abaixo.

Angel: Ta se esquecendo de que você também é um mentiroso? Lembra o que fez com a minha avó, canalha? – sim, eu sabia que isso o provocava.

Edward: Cala a boca, você não sabe minhas razões. – raiva nítida nos olhos.

Angel: E você não conhece as minhas. Fica na tua, que eu fico na minha. – ele me soltou.

Emmett: E assim serão dois em uma só carne... – suspirou.

Sem querer mais papo, sai vazada de lá. As palavras de Edward, de certa forma, foram bastante ofensivas. ‘Ele não está perdendo nada’. Infeliz! Se ele não percebeu, sou a humana mais bonita daqui. Nunca me importei com isso, a não ser agora. Eu podia não ser boa o bastante pra ele, mas com certeza, muitos garotos daqui iam adorar ficar comigo. Agora ele não ia escapar: hoje em sua casa, eu vou incendiar seus CDs, seus livros e TUDO o que eu encontrar pela frente. . .