Pacto Secreto escrita por Annie Felicity


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores!

Tem sido difícil postar essa história, pois tive alguns problemas de saúde recentemente e não tive como continuar escrevendo.

Espero que não tenha me abandonado, pois pretendo continuar essa história até o fim.

Curtam o capítulo e boa leitura!



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De volta à delegacia, Gideon voltou a se reunir com toda a equipe, a exceção de Hotch. Eles sentaram-se à mesa redonda. Gideon ficou em pé, com o corpo inclinado e as duas mãos apoiadas na mesa.

— Alguma notícia da filha do Hotch? — perguntou o chefe.

— O estado dela é grave, mas estável — respondeu JJ. — Wendy teve três costelas quebradas, um trauma na cabeça, fratura no braço esquerdo, luxação nos dedos, pulsos e pescoço. E isso é só o relatório dos paramédicos que realizaram os primeiros socorros na ambulância. Garcia ficou de enviar o relatório final assim que for liberado.

— Então sem chances de que ela possa nos dar um depoimento que nos dê pista de quem seja o desconhecido? — indagou Gideon.

— Acredito que não, no mínimo pelas próximas quarenta e oito horas, que foi o tempo que o relatório preliminar recomendou que ela ficasse sedada, mas esse período é prorrogável — falou JJ.

Gideon respirou fundo.

— Vamos fazer a vitimologia… precisamos ir mais a fundo no caso do desaparecimento de Megan. E Freddie por enquanto é o único que nos dizer o que aconteceu — disse Gideon, ficando com a postura ereta. — Todavia ele pediu a presença de um advogado e da doutora Elize Harmon.

— A psiquiatra cuja a senha foi usada para apagar todo o histórico dele na clínica? — indagou Elle.

— Exato — respondeu Gideon —, o que vai tornar esse interrogatório bem mais interessante.

— Com certeza deve ter alguma coisa naquela ficha que alguém não quer que descubramos — ponderou Morgan.

— Vocês não acham que eles entregaram a ficha rápido demais? — falou Elle. — Um profissional concordar tão rápido em quebrar o sigilo médico. Em todos os casos que trabalhamos até hoje, esse foi o primeiro que um médico não pediu uma ordem judicial para liberar a ficha de um cliente.

— Sim — retrucou Gideon —, mas quem autorizou foi o Doutor Rosenthal, sócio da clínica. Alegou que como havia assassinato envolvido, tinha a obrigação moral de ajudar. Agora vamos continuar nosso trabalho. Morgan e Elle, voltem a falar com Cassidy para ver se descobrem mais alguma coisa. Depois vão falar com a secretária da Dra Harmon, ela foi localizada e já está sendo trazida para cá para que vocês a interroguem. Reid e JJ, vão para o apartamento de Wendy e vejam se encontram alguma pista do que possa tê-la trazido de Nova Iorque a Washington. Depois vão ao legista e vejam se algum corpo foi identificado. Eu vou falar com o detetive Martin sobre a investigação do desaparecimento de Megan.

Todos entenderam suas tarefas e saíram para executá-las.

***

O Sr. Prentiss colocou a xícara delicadamente no pires após ter tomado um gole de café. Hotch o encarava com duas mãos sobre a mesa.

— Esse café está perfeito — Marlon Prentiss falou com um meio sorriso. — E isso me surpreende. Quem diria que uma pequena lanchonete de um hospital pode fazer um café tão delicioso? Sabe onde também tem um café delicioso? Irlanda, para mim é melhor do que o café colombiano. Eles fazem uma combinação de café, uísque irlandês e creme de leite fresco batido. A bebida é bem forte, mas é deliciosa.

Hotch ficou esperando calado enquanto Marlon Prentiss tagarelava, porém olhando o tempo todo para o relógio no pulso. Era óbvio que o patriarca da família Prentiss estava nervoso e esperava criar coragem para dizer algo. O homem que anos atrás não parecia temer nada, agora parecia acuado, mesmo se esforçando para manter sua postura de ditador.

— Vamos logo ao que interessa: o que quer falar comigo?

Ambos mantinham a postura ereta e encaravam-se desafiantes.

— Eu pensei bastante — disse Marlon, bebendo mais um gole de café. — Você já fez sua parte no acordo que fiz com minha filha de não ficar no seu caminho até Wendy ser encontrada...

— Acha mesmo que vou deixar minha filha na hora que ela mais precisa de mim? — indagou Hotch, interrompendo o Sr. Prentiss.

— Hotch, Hotch. Eu não queria isso, mas vou ter que refrescar sua memória — Mais uma vez ele mostrou-se confuso, mas logo voltou a compostura —, eu preciso te lembrar que ainda há uma ordem de restrição contra você?. Não pode chegar perto nem da minha filha e muito menos da minha neta.

O agente respirou fundo, mantendo-se firme. Em segundos um filme passou pela sua cabeça, . sobre como as chantagens e ameaças do Sr. Prentiss o fizeram abrir mão do que mais amava na vida. O jovem Hotch teve medo, mas o Hotch atual, mais velho e amadurecido não tinha.

— Nada nesse mundo, nem mesmo uma ordem de restrição idiota, vai me afastar da minha filha.

— Se você não for embora, eu vou chamar a polícia para te tirar daqui à força e logo que minha neta acordar, eu vou contar para ela o porquê o pai dela representa um perigo para ela  — disse Marlon, apoiando a mão direita na mesa. — Ah, Hotchner, se eu mostrar aqueles documentos para ela, minha neta vai te odiar para o resto da vida.

— É óbvio que você não conhece Wendy — Hotch o encarou confiante. — Se você mostrar esses documentos para ela, com certeza ela vai ficar furiosa. Disso não tenho dúvida, no entanto, ela vai me procurar para tirar satisfações e vai ser quando eu vou contar minha versão dos fatos. E sabe de quem ela vai ter raiva?

— Quanta asneira!

— E eu ainda vou ter o apoio da Emily. Vai ser a palavra dos pais dela contra a de um velho narcisista doentio com transtorno da personalidade histriônica.

— Seu petulante…

— Por que você me odeia? Por que eu não ficava te bajulando,  é isso?

— Minha neta não vai acreditar numa palavra que vier de você.

— Sabe, eu encontrei com a Wendy recentemente...

— Eu sei, no caso do Senador Baynes... eu falei para Wendy ficar bem longe de você.

— É pelo visto ela não obedeceu.

Marlon olhou surpreso para Hotch, enquanto este continuou a falar:

— Wendy quer respostas. O respeito por você a impede de ir atrás delas, porém uma hora a curiosidade vai falar mais alto. E acredito que não vai demorar muito.

O Embaixador ficou alguns segundos pensativo.

— Eu já disse, Wendy nunca vai acreditar em você.

— Quer mesmo pagar para ver? — indagou Hotch levantando-se para voltar para onde a filha estava. Todavia, no meio do percurso, virou-se novamente encarando o Sr. Prentiss. — Se se importa tanto assim com Wendy como diz se importar, deixe as coisas como estão.

— Agente Hotch — chamou o Sr. Prentiss —, volte aqui.

***

Reid e JJ entravam no carro para ir no apartamento de Wendy.

— Garcia me enviou o histórico de ligações de Wendy  — disse JJ quebrando o silêncio. — Nenhuma ligação diferente das que ela estava acostumada a receber. Mas sabe o que me intriga? Pense na seguinte situação: você está em perigo e tem a oportunidade de fazer uma ligação para pedir ajuda. Qualquer pessoa ligaria para a polícia ou para algum parente ou amigo próximo. Wendy não, ela ligou para mãe que estava quilômetros de distância... separadas por um longo oceano. Por que ligar para a minha mãe, se posso ligar para a polícia?

— Deve ser por que é a única pessoa com quem ela sempre pode contar.

— Mesmo assim é estranho.

— Ela tinha certeza que a mãe faria de tudo para achá-la com vida. É muito forte a ligação dela com a mãe.

Reid ficou parado alguns segundos, pensando.

— JJ, você pode ir sozinha para o apartamento dela. Eu vou falar com o legista, assim adiantamos o trabalho.

— Gideon nos colocou para trabalhar em dupla...

— Eu só quero adiantar o serviço.

— Não é não... Você não quer ir ao apartamento dela, ter contato com as coisas dela… não é isso?

Reid ficou nervoso e gaguejou tentando se explicar.

— Spence, seja profissional e trabalhe nesse caso da mesma forma que trabalhamos nos demais.

— Eu não consigo. Não é qualquer caso. Eu conheci a Wendy antes...  — ele fez uma pausa, fechando os olhos, esboçando leve sorriso e em seguida encarou a amiga. — Você falou isso de propósito, para que eu pudesse desabafar.

— Spence, você sabe que pode confiar em mim, por favor converse comigo — ela falou passando a mão no ombro do amigo.

— Nosso método de trabalho consiste em analisar o perfil do assassino. As vítimas são meras ferramentas para se definir o perfil e... — Reid vacilou, se sentindo desconfortável.

— Eu entendo perfeitamente. É diferente quando conhecemos a vítima.

— Não é só isso. Ela é filha do Hotch. Ela poderia ter morrido sem saber sua verdadeira história.

— Verdadeira história? — indagou JJ confusa. — Você sabe o motivo do divórcio do Hotch?

— Eu não disse isso!

— Disse sim. Você sabe. Mas como?

— Eu não sei de nada.

— Você sabe mesmo! Como você descobriu? Ele nunca toca nesse assunto, pelo menos não com gente, com o Gideon com certeza deve ter falado, mas com a gente não.

— Eu não quero falar sobre isso. Não é da nossa conta.

—  Perdão Reid, não deveria estar te pressionando — JJ olhou para Reid ,  que parecia distante. — Pronto para voltar ao trabalho?

O rapaz colocou o cabelo de trás da orelha e balançou a cabeça, concordando.

***

Emily estava com o rosto colado no vidro, vendo do outro lado a filha entubada. De fora ela ouvia cada bip do aparelho medidor de frequência cardíaca.

— Desculpe-me.

Emily escutou uma voz masculina. Ela olhou para o lado e viu um jovem moreno, visual despojado, um tanto eufórico, as mãos enfiadas nos bolsos.

— Eu acho que estou perdido — o rapaz continuou falando. — Eu vim visitar uma tia minha que está internada aqui. O quarto dela é o trinta e sete. Esse é o trinta e seis, ali é o trinta e oito. Cadê o trinta e sete?

— Desse lado ficam os quartos números pares. Os ímpares ficam na outra ala — respondeu Emily, voltando a olhar para Wendy.

— Não acredito. Como eu sou idiota. — O rapaz falou sorrindo e em seguida olhou para Wendy. — Ela é o que sua?

— Filha.

— Ela vai ficar bem?

— Espero que sim...

— O que aconteceu com ela?

Emily abaixou a cabeça por alguns segundos e depois encarou o rapaz.

— Para qual jornal você trabalha?

— Quê?

— Você é jornalista e quer fazer da minha filha a sua próxima notícia...

— Eu não sou...

— Não subestime minha inteligência.

— Tudo bem. Eu sou jornalista, mas não estou aqui pelo que você está pensando.

— Vá embora ou eu chamo a segurança.

— Me escuta. Meu nome é Alex Taylor, eu tenho um blog...

Emily deu as costas ao jovem jornalista, indo chamar os seguranças.

— Vocês olharam o que tinha na garganta das outras vítimas?


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de comentar. Os comentários sempre me incentivam a continuar.

Beijão e até o próximo capítulo



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