The Little Vampire escrita por DudaB


Capítulo 14
"Todas as criaturas merecem um amor"


Notas iniciais do capítulo

Awwwwe, to tão satisfeita com esse capítulo! *--* O primeiro...Bom, o primeiro alguma coisa da Anna com uma pessoa *------*

Espero que gostem pessoal!



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Anna’s Pov

 

Acordei bem cedo, antes mesmo de meus pais acordarem para arrumar minha mala tanto para a viagem com a escola, quando para meu dia com minha avó. Minha mãe iria reclamar e muito por não ter arrumado antes, para ela rever tudo o que eu estava levando, mas desse modo era melhor, pelo menos assim poderia levar meus queridos livros sem problema.

 

Peguei as duas bolsas, indo tomar meu café da manhã. Não ia ter outra escolha a não ser esperar o sono de meu pai acabar para ele me levar até a casa de Beth. Liguei a televisão, mas nada de bom passava pela manhã.

 

O tédio me sempre me deixa avoada, e com isso deixo meu olhar fixo em um ponto enquanto minha mente é preenchida por uma enxurrada de pensamentos, e mesmo que eu tentasse não conseguiria organizá-los.

 

O chá que estava tomando queimou minha boca, como era de costume. Minha mãe costumava dizer que quando meus pensamentos estavam longe da Terra, era perigoso demais deixar coisas quentes ou pontiagudas em minhas mãos, um bom exemplo disso foi quando tive de ir ao hospital por estar com os pensamentos em outro mundo enquanto cortava papel. Acho que da para imaginar bem o que aconteceu, não é?

 

Desliguei a televisão, não valia à pena gastar energia à toa. Encostei minha cabeça na janela embaçada e gelada. As pessoas passavam rapidamente, sem nem ao menos olhar por quem estava ao seu lado. Se parassem por alguns minutos, e se deixassem de lado  todos os problemas por um único instante veriam como tudo aquilo que estava em volta delas era muito bonito.

 

Quando vim para essa cidade, eu a detestei, agora nem que eu tivesse, não poderia deixá-la. Nunca gostei tanto assim de um lugar, e não era só porque havia conquistado vários amigos... Pra dizer a verdade, e nunca soube o motivo.

 

–  Anna. – Meu pai me chamou. Estava com cara de sono, e bocejando – Já? Porque acordou tão cedo?

 

–  Casa da vovó, lembra?

 

– Ah...é. - Ele pegou uma xícara de café forte – Tinha esquecido, vou tomar café e me arrumar pra te levar, esta bem?

 

– Tá... - Coloquei meus fones, e continuei olhando as pessoas na rua.

 

Meus dedos estavam gelados e começavam a doer. Coloquei-os dentro dos bolsos de meu casaco, para os aquecer. Anthony sempre tentava deixá-los quentes, mas quase nunca conseguia...mesmo assim o contado com sua pele era ótimo. Reconfortante.

 

Era como se eu estivesse em conflito comigo mesma. A possibilidade de eu gostar de Adam mais do que como meu amigo nunca me ocorreu, afinal...ele mesmo não parecia demonstrar por mim nada mais que uma profunda amizade. Mas...Anthony ou John...? Que pergunta cruel e terrivelmente sem resposta.

 

– Vamos Anna. – Meu pai tocou meu ombro. Minha mãe estava logo atrás dele com os cabelos presos em um perfeito coque.

 

– Cuidado Anna. – Minha mãe me puxou para um forte abraço – Mantenha esse celular ligado durante todo o tempo em que estiver fora de casa, entendeu?

 

– Entendi...- Isso significava que ela iria me ligara a cada 5 minutos.

 

Mães européias tentem a ser menos emotivas e ter uma forma um pouco mais fria de demonstrar o amor pelos filhos, mas a minha era totalmente diferente quando o assunto era eu ficar um tempo longe de casa.

 

– Tchau mãe - Peguei as malas, mas meu pai me impediu de carregá-las pois estavam pesadas demais.

 

– Anna...Não esta levando aqueles seus horríveis livros, está? – Estava demorando muito...

 

– Não mãe...Todos estão ai. – Mais uma mentira não faria mal, já que ultimamente é só isso o que ando fazendo.

 

Desci os degraus de dois em dois, para chegar o mais rápido possível ao carro.Aumentei o volume da música assim que passei pela porta do carro e afundei-me  no banco.Logo, as imagens estavam embasadas pela velocidade.

 

Quando minha paciência estava prestes a acabar chegamos à casa de vovó. Pulei para fora do carro e corri para a porta da grande casa. E lá estava ela, me esperando de braços abertos.  Abracei o mais forte que podia. Ela me deixava fazer tudo o que quisesse, e ler o que bem entendesse...Talvez essa fosse a melhor parte.

 

 

Dei um “tchau” para meu pai, e entrei na casa quente. Tudo bem arrumado como sempre. Tirando alguns livros que estavam espalhados pela sala de estar.

 

 – Sei que se sua mãe estivesse aqui ela iria achar ruim... – Beth apontou para os livros – Separei pra você ler.

 

– Obrigada! – Comecei a olhar os títulos.

 

– Vou trazer chá pra você. Escolha um livro e pode ir para a biblioteca. – ela sorriu – Eu estou pintando umas telas, e se precisar pode me chamar.

 

- Tá!

 

Escolhi um livro grosso que daria tempo de ler em somente um dia, e subi as escadas indo para meu cômodo favorito da casa. Em encolhi na poltrona perto na janela.

 

– Aqui Anna. Boa leitura meu bem. – Ela me passou uma xícara com chá, e deixou um bule na mesinha.

 

Voltei minha atenção para o livro. Um história sobre um monstro que todos os dias visitava uma menina, e que com o tempo passou a gostar dela. Deliciei-me com cada palavra e cada letra, meus olhos corriam pelas frases cada vez mais rápidas para ver o que aconteceria no final. Assim que cheguei a ultima frase do livro meus ombros relaxaram.

 

– “ Todas as criaturas merecem ter um amor...” – Repeti a frase olhando para fora da janela. A noite já havia caído e eu nem ao menos havia notado, normal. Sempre que estava lendo perdia totalmente a noção do tempo.

 

Assim que olhei novamente para a janela, um par de lindos olhos azuis me fitavam. Anthony bateu na janela com cara brava. Destranquei o trinco da janela esperando ele entrar. Ouvi um bate e não era vinha da direção de Tony, e sim da porta. Fechei rapidamente as cortinas e na mesma hora minha avó entrou na sala.

 

– Anna, eu vou para o meu quarto ler um pouco. O jantar esta na bancada. Boa noite. – ela virou para a direção da porta, e parou – Não vá dormir tarde. Amanhã você acorda cedo.

 

– Tá bem. Boa noite! – Assim que ela saiu puxei a cortina, e vi a face de Tony ainda mais irritada.

 

– Queria que eu morresse pelo frio!?

 

– Anthony...mas você...

 

– É Anna, eu sei que já estou morto. – Ele sentou a poltrona do lado da que eu estava.

 

– Eu não ia dizer isso! Ia dizer que você não iria morrer de frio, pois esta usando um casaco grosso. – Apontei para a peça de roupa de tom escuro que ele vestia, e ele me olhou envergonhado. – Não se preocupe, não fiquei chateada. Cada a Olga?

 

 

– Mandei ela ficar longe de você. – Olhei para ele confusa – Você não precisa saber porque.

 

 

– Ah... – Coloquei os pés para cima da poltrona. – Você cumpriu uma parte da promessa.

 

– É claro. – ele sorriu – se não você não iria me deixar em paz.

 

Mostrei a língua para ele e comecei a rir. Olhei bem para o rosto dele, e vi um corte na maça esquerda. Aproximei-me para lhe tocar o corte, e ele me olhou com olhos curiosos.

 

– O que houve...? – Toquei o machucado e ele na mesma hora pegou minha mão.

 

– Aranhei na cripta. – Ele olhava fixamente para minha mão em meio as suas. – Será que seus dedos vão estar sempre gelados?

 

– Eu não s...- Não terminei pelo susto que levei. Ele levou minhas mãos à boca e soprou ar quente, depois beijou meus dedos.

 

– Ainda bem que você tem a mim para deixá-los sempre aquecidos, não é Anna? – Ele me puxou mais para perto de si, e colou a testa na minha. Nossos rosto estavam tão próximos que eu nem ao menos respirava. Sentia a mesma coisa que senti quando conheci John. – Não fique com medo...

 

Seus lábios gelados tocaram os meus devagar. Meu coração estava a ponto de parar. Meu primeiro beijo começou devagar, da forma como sempre havia imaginado. Anthony havia me enlaçado com um de seus braços, e com o outro segurava minha cintura. O ar estava me faltando e Tony devia ter percebido pois foi me soltando aos poucos.

 

– Pena que tem que respirar...- Ele me abraçou fortemente, enterrando minha cabeça em seu peitoral. – Anna, amanhã eu vou ir lhe ver. Vou fazer isso todos os dias... – Ele beijou minha testa, e andou na direção da janela, mas antes de pular ele deu uma olhada no livro que estava na mesa. – “ Todas as criaturas ter um amor...” Concorda com isso Anna? – não pude responder, pois ele já havia ido embora.

 

Fui até a janela e olhei Anthony andando na direção de onde havia vindo. Ainda não havia acreditado no que havia acontecido. Meu primeiro beijo havia sido com Anthony...

 

Arrastei ao meu quarto e só tirei os sapatos, jogando-me na cama. Minha cabeça estava funcionando rápido demais, o melhor seria dormir... E talvez, sonhar com tudo o que havia acontecido.

 

***

 

Acordei somente quando meu celular começou a tocar, avisando que era hora de me arrumar. Respirei fundo, pegando uma toalha.

 

– Bom...Talvez nessa bendita viagem da escola Anthony  faça mais vezes o que fez ontem...Afinal, “Todas as criaturas merecem ter um amor...”

 

 


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Notas finais do capítulo

Gostam? Não?
Mandem sua opinião, plz! [ Editado ] Havia um erro na ultima frase... O certo é ela não ter aquele "não"... Na verdade seria assim: – Bom...Talvez nessa bendita viagem da escola Anthony faça mais vezes o que fez ontem...Afinal, “Todas as criaturas merecem ter um amor...”