Entre Ela&Eles: Um segredo. escrita por BeaFonseca


Capítulo 24
Capítulo 23 - Rivalidade e Mal-entendido




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Pov. Jiwoo

 

Andem logo, crianças! - Ouvi quando a Sra. Yanna animava-se com a trilha a nossa frente. Ela realmente fizera um roteiro de passeio por entre os caminhos florestais ao redor do lago. Appa divertia-as igualmente com as duas crianças ao seu lado, curiosas. Taehyung, Yoongi e eu, andávamos lado a lado em silêncio.

A área florestal era praticamente um círculo a redor do lago. Não havia nenhuma possibilidade de se perder, porque meu pai conhecia bem toda aquela área. Além do lago, estávamos muito próximo de uma cachoeira que dava acesso ao rio do outro lado da caminhada, e era para lá que estávamos indo. Havia uma pequena vizinhança também, bastante amigável, embora eu não me recordasse da convivência.

— Parece insatisfeito, hyung. - Taehyung perguntou, e eu prontamente virei-me para Yoongi, a tempo de ver sua careta de desgosto. Havia perdido o motivo, pelo visto.

— Eles precisam dar beijinhos a cada metro de caminhada? - Yoongi apontou minimamente para nossos pais, também a tempo de ver um selar simples de lábios. Fiz careta, tal como o loiro.

— Vocês deveriam se acostumar. - Taehyung riu. - Acho que os dois são muito felizes juntos. - Completou.

Olhei novamente para o casal logo a frente. De fato, a Sra. Yanna e Appa, pareciam feitos um para o outro. Em parte, eu estava feliz com a união de ambos. Papai não poderia ter feito melhor escolha. Por outro lado, o medo da rejeição me afetava profundamente. Como aquela mulher reagiria ao descobrir que eu era filha de quem era, ou pior... descobrir quem eu era...

— Jiwoo?! - Ouvi quando Taehyung tentava chamar a minha atenção a todo custo. Ouvi quando Yoongi bufou ao meu lado e imaginei que o casal havia se beijado mais uma vez.

— Hm..? - Expressei, curiosa.

— Precisa de ajuda? - Perguntou, e fiquei confusa com sua sugestão. Fiz gesto com os ombros, sem entender o motivo da gentileza, até sentir a mão de Yoongi puxar a minha própria para cima.

Por um segundo, fiquei estatalada e abismada, pois ele estava tão próximo e colado a mim, que eu podia sentir a sua respiração quente. Eu nem havia percebido que era uma subida de pedra. Imediatamente, olhei feio para ele.

— Poderia ter simplesmente me avisado antes de me puxar. – Me afastei o suficiente, soltando a respiração que eu nem havia percebido ter prendido. Ele sorriu, debochado.

— Eu não vou ficar esperando o dia todo você distraí­da e parada ai­. - Foi a única coisa que disse, antes de se afastar, seguindo o caminho da trilha. Pensei em responder-lhe, mas desisti.

— Algum problema entre vocês? - Taehyung questionou, e senti que estava levemente diferente da expressão animada de segundos atrás.

— Porque teria algum? - Retruquei, desconfiada de sua mudança súbita de humor.

— Por nada. - Respondeu, dando de ombros e igualmente seguindo o mesmo caminho.

"Mas o que diabos deu nesses garotos?“ Pensei.

***

— (...) Não mexam nessas plantas. - Ouvi quando Appa pediu aos mais novos, sorrindo. Eles, por sua vez, questionaram com muita preocupação e curiosidade. - Esse é habitat natural dos gafanhotos... - Fez um gesto com as mãos. - Conseguem ouvir?

As crianças pareciam entretidas nas bobagens sobre músicas naturais que aquela floresta produzia, e mesmo não querendo parecer interessada, foi impossível não recordar de quando eu mesma era criança e me empolgava com tudo isso. Um sorriso escapou minimamente de meus lábios.

— Ele fala a verdade. - Yoongi soltou, de repente. Estava ao meu lado. Dei de ombros.

O loiro me assustava com as súbitas mudanças de humor, assim como Tae tem igualmente feito. Mas o que eu poderia esperar? Éramos todos loucos, no fim das contas. Ao menos eu tinha um motivo justificável.

— Se interessa por música? - Questionei, curiosa, lembrando-me que eu havia visto uma foto sua ao piano enquanto a Sra. Yanna mostrava os momentos mais constrangedores do filho registrados no celular, inclusive, uma filmagem de uma queda da sua própria cadeira de computador. Lembro de ter segurado o riso o bastante para morder meus próprios lábios no ato. Yoongi nunca saberia disso, afinal.

— Eu faço música. - Respondeu.

No fim das contas, achei sua resposta um tanto quanto arrogante. De certo, ele achava que eu acreditaria nisso. Bufei.

— Conta outra. - Andei a passos largos, me afastando do loiro que fingia-se ofendido.

"Ora essa... quem ele quer enganar?"

Estava zombando, evidentemente. Só uma alma sensí­vel era capaz de produzir música de verdade. Não havia possibilidade de sair algo bonito daquela alma. Embora eu acredite que se de fato ele criava conteúdo musical, era da pior qualidade. Era fácil encontrar coisas assim hoje em dia.

(...) Faz música... essa é boa. - Resmunguei, entredentes, passando por um Taehyung entretido junto com os irmãos. Imediatamente, ele me alcançou.

— Não ouviu os gafanhotos? - Taehyung questionou. Olhei para ele, confusa, pela segunda vez naquele dia.

— O que?

— Acabou de debochar da história do seu pai. - Apontou. - Perguntei se não ouviu os gafanhotos de fato produzindo melodias com os zumbidos.

— Oh... - Houve um mal-entendido aqui, é óbvio. - Claro que ouvi! - Sorri, convencendo-o. - É maravilhoso, não acha?

— Hm... - Concordou, por fim.

Continuamos a caminhada na mais plena paz. Nada de diferente havia acontecido a mais. E quando chegamos, finalmente, na cachoeira, todos pareciam cansados e satisfeitos. A Sra. Yanna prontamente liberou as várias vasilhas com lanches e aperitivos. Appa não esqueceu da água e do refrigerante. Fizemos um verdadeiro piquenique, e por incrível que pareça, a conversa estava bastante agradável, mesmo que eu estivesse longe o bastante das águas do rio. Até mesmo Yoongi havia se soltado o suficiente para brincar com os irmãos de Taehyung. No entanto, os dois não pareciam tão próximos assim, e me perguntei o motivo. Eu deveria intervir?

"Não! Já chega de interferir na vida desses garotos. Provavelmente, logo irão se resolver. - Pensei, decidida. Mas foi apenas concluir meu pensamentos, que comecei a presenciar uma verdadeira discussão. Embora eu não pudesse ouvir com clareza o motivo.

Appa logo intrometera-se, porque, obviamente, as coisas começariam a ficar sérias. A Sra. Yanna constantemente ralhava com o filho, dizendo-lhe para controlar o tempestuoso temperamento. Taehyung recebia um belo sermão do meu Appa, e muito pouco levantava os olhos para encara-lo. Eu sabia que o fazia em respeito. Além disso, não queria parecer mal-educado em frente aos irmãos.

Eu estava curiosa para entender o que havia se passado, mas o máximo que consegui, foi o absoluto silêncio de todo o grupo na volta para casa do lago.

Pela primeira vez, eu estava preocupada e aflita com uma situação alheia. 


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Notas finais do capítulo

Chegueiiiii... to preparada pra atacar ...
okay, parei. kkkkk..
O que acharam? Próximo capítulo tem uma participação da mãe de Jiwoo...:O



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