Entre Ela&Eles: Um segredo. escrita por BeaFonseca


Capítulo 17
Capítulo 16 - Diretas e Indiretas.




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— (...) Não acredito que socou Mynho. – Eu estava ao seu lado, em frente a sala do reitor Bang. Estávamos aguardando o mesmo chamar por nós dois.

— Ele te ofendeu. – Jimin parecia bastante tranquilo para alguém que estava prestes a receber uma detenção.

            Eu também havia sido chamada por motivos de envolvimento na confusão. Uma testemunha para confirmar a sentença de Jimin. Mynho ainda estava desacordado na sala de enfermagem. Não imagino o quão forte tenha sido aquele soco.

            Neste exato momento, o colégio inteiro deve está falando sobre o ocorrido. Até posso imaginar os mil e mais boatos que estavam atrelados ao meu nome.

            Suspirei.

— Vai se prejudicar por isso. – Comentei. Jimin sorriu.

— Não é a primeira vez que recebo suspensão por me envolver em briga. Ano passado, levei detenção de três dias por entrar em uma briga com Kaios... – Olhou para mim, percebendo que eu não saberia do que estava falando. – Não deve conhecer. Ele saiu antes da sua chegada. – Parecia se divertir com a lembrança.

— Então eu não deveria me preocupar? – Perguntei, mas foi involuntário. Jimin sorriu ainda mais.

— Está preocupada comigo? – Perguntou. Estava um pouco mais próximo do que havia percebido. Me senti desconfortável.

— Não deveria? Foi culpa minha. – Respondi, olhando para a porta, rezando para que o Reitor aparecesse logo. Jimin não parecia disposto a parar de me encarar.

— Acho que valeu a pena... – Se aproximou um pouco mais, e nem gostaria de imaginar o que ele teria feito caso aquela porta não tivesse sido aberta.

— Entrem! – Bang exigiu, nada satisfeito e bastante desconfiado com o nosso susto.

“Céus, Jimin ia me beijar?!”— Pensei, vendo-o entrar primeiro que eu, sob o olhar o reitor.

            É claro que eu não iria ignorar aquilo. E eu sabia que martelaria na minha cabeça por um bom tempo. Pelo menos até esclarecermos tudo aquilo. Por hora, um problema de cada vez.

— Não achei que fosse voltar a brigar pelos corredores, Park Jimin! – O reitor apontou, claramente de muito mal-humor.

— Não planejei brigar. – Jimin respondeu, um pouco desaforado para o meu gosto. – Jung Mynho usou de discriminação quando não me permitiu entrar no clube de matemática, além disso, ofendeu Jiwoo Miller, tratando-a como uma mulher da vida. – Percebi que Jimin era cauteloso com as palavras em seguida. Seu tom de voz diminuiu consideravelmente.  

            Bang nos fitou. Olhando de um para o outro, desconfiado.

— Isso é verdade, Srta.Miller? – Bang perguntou, ameno para meu lado.

— Sim. – Respondi. – Park Jimin apenas me defendeu.. de uma forma um pouco exagerada, mas ainda sim, estou agradecida pelo gesto. – Olhei para Jimin de relance, e ele deu um discreto sorriso.

— Pois bem... – Bang sorriu para mim. Eu sabia que, por eu ser filha do principal sócio do colégio, ele jamais me colocaria em uma situação de castigo. E eu achava uma injustiça é claro. – Então a Srta está liberada, é claro. – Em seguida, olhou para Jimin. – Mas o Sr. Park terei que dar-lhe uma suspensão pro agressão...

— Perdão... – O interrompi. Os dois me fitaram. – Porque eu estou dispensada? – Questionei. O Reitor Bang me encarou, juntamente com Jimin. Ambos surpresos. Afinal, eu só poderia ter enlouquecido de vez por está me intrometendo em sua decisão.

— Bem... – Bang-Ssi parecia confuso. – Pelo que sei, foi a vítima de toda essa história também.

— Park Jimin também, não é? – Pontuei. – A única diferença, é que ele socou o Mynho primeiro que eu, levando toda a culpa. Mas eu não acho que eu teria feito diferente dele. – Bang-Ssi entreabriu a boca, surpreso e, claramente, sem saber o que fazer. Vi que Jimin parecia satisfeito com alguma coisa.  

—  Neste caso... – Bang me fitou, um pouco incerto. Em seguida, respirou fundo. – Está bem. Uma semana ajudando a Srta. Abby com a arrumação da biblioteca no fim das aulas. Começam nesta segunda. – Decidiu. – Ficarei de olho em você, Park Jimin. – Disse por fim, nos dispensando. Mas antes, resolvi perguntar a situação de Mynho. Ele não sairia impune. Olhei para trás, vendo que Jimin já andava na frente.

— Senhor Bang... – Chamei, antes de sair. – E Jung Mynho? – Ele me encarou, pensativo.

— Penso que a lição já lhe foi dada de alguma forma, mas não se preocupe... – Sorriu de lado, apenas para mim. – Ele também terá seu próprio castigo. – Assenti, aliviada.

            No momento em que nos afastamos da sala, Jimin me puxou para próximo a um pilastre no fim do corredor que dava acesso ao pátio.

— O que deu em você? Se colocou de castigo também. – Jimin questionou, preocupado.

— Tudo bem. Não achei justo escapar do castigo quando você só fez me defender. – Suspirei. – Como eu disse, eu não teria feito diferente com Mynho. – Confessei.

— Eu percebi que você o faria... – Jimin deu de ombros. – Por isso que passei na frente. – Confessou. – Além disso, Mynho já estava merecendo uma bela de uma surra. – riu, se divertindo com a ideia.

            Pensei sobre o que disse. Jimin acabou de deixar claro que se preocupava comigo em todos os sentidos, pelo visto. Me defendeu de Mynho, e ainda pensou em me livrar do castigo. Se ele não era um anjo, eu realmente não saberia dizer como eram.

            Ficamos alguns segundos em silêncio, até eu me lembrar do quase beijo que o próprio Jimin ousaria me dar caso não fosse interrompido. Onde ele estava com a cabeça?

— Jimin... – Ele me encarava, esperando eu me manifestar. – O-o que v-você pretendia naquela hora...? – Eu não sabia se deveria perguntar. Jimin sorriu, e deu um passo a minha frente, empolgado. Era uma pergunta idiota, e eu realmente não deveria ter feito desta maneira. É claro que ele pensaria errado.

— Acho que você sabe o que eu pretendia...

            Eu queria ter um pouco mais de tempo para processar aquela informação. Mas nem mesmo consegui balbuciar uma negação, pois Jungkook surgiu, de algum lugar, atrapalhando nossa interação confuso. Eu quase pude ver Jimin bufar. Era a primeira vez que eu via uma expressão de desgosto de um amigo ao ver outro amigo.

— Jiwoo, eu estava te procurando. – Disse o moreno, animado. Olhou para Jimin. – Você está bem, Jimin? Eu soube que brigou com Mynho.

            Jungkook não parecia que sabia o motivo. Me senti envergonhada com a possibilidade dele ter percebido algum tensão estranha entre o loiro e eu.

— Eu e Jiwoo recebemos um castigo. – Jimin respondeu ao amigo. Não parecia tão disposto a se vangloriar pelo ato feito, como a pouco havia me dito.

—  A Jiwoo também? Porque? – Kookie parecia tão surpreso, que fiquei pensando que imagem ele teria de mim. Se ele soubesse as coisas que já fiz, não ficaria tão chocado assim.

— Mynho a ofendeu, e eu a defendi. – O loiro respondeu me fitando, orgulhoso.

— Mynho já estava pedindo por uma boa surra. – Jungkook repetiu o que o amigo havia dito minutos atrás. – Eu teria feito o mesmo, Jimin. – Então os dois se fitaram. Eu não sabia dizer se Jimin estava decepcionado ou confuso com aquela declaração. Por outro lado, eu estava me sentindo feliz que, pela primeira vez, em muito tempo, alguém parecia disposto a me defender.

— Estava me procurando porque? – perguntei, tentando quebrar aquele clima estranho que se instalou pelo próprio Jimin.

— Ah! Sim... – Pegou em minha mão. – Preciso te mostrar uma coisa. – Saiu me puxando, sem antes se despedir do Loiro. Eu nem mesmo consegui olhar para trás, tamanha pressa do moreno.

— Jungkook! – Ralhei. – Não pode pegar meu braço assim e sair me arrastando como um saco de batatas.  

— Me desculpe, mas precisava te mostrar isso.

            Tirou do bolso um papel. Desamassou tentando não fazer nenhum rasgão. Fiquei esperando que fosse algo realmente importante, pois ele parecia bastante nervoso. Fez sinal para que entrássemos em uma sala qualquer do corredor. Estava tudo vazio, então não teria problema.

— Jungkook... estamos perdendo a palestra. – Avisei, ansiosa por voltar e pedir desculpa a Jimin por isso. Para ser honesta, eu não sei porque sentia essa necessidade de dar explicações a Jimin o tempo todo, mas sentia que deveria. Com ele, as coisas pareciam ser tão complicadas...

— Prometo que será rápido. Você foi a única que descobriu o meu segredo e não me criticou por isso... – Lembrou. Em seguida, me mostrou o papel. – Terminei a minha primeira música. Queria a sua opnião!

            Peguei o papel, fitando de um para o outro. Ele parecia realmente ansioso com a minha avaliação.

— Jungkook... eu não entendo nada de música. – Confessei.

— Então eu canto para você. – Disse, sorrindo, com se tivesse tido a melhor ideia.

— C-cantar? – Perguntei, mas ele não prestou atenção. Pegou o papel, pedindo para eu sentar na cadeira a sua frente.

            Mesmo a contra gosto, fiz o que me pediu. E ele não hesitou nenhum momento quando deu inicio a melodia. Sua voz era realmente belíssima, e eu quase esqueci em que situação estávamos. Qualquer um poderia chegar a qualquer momento.

            Seu vocal era bastante afinado e quase angelical. Seus lábios estavam mais avermelhados que o normal, e seus olhos fechavam com tanta delicadeza... Era até mesmo sexy...

            “Mas o que eu estou pensando?”

            “Este é Jeon Jungkook... um dos populares. Um garoto tímido e reservado... Um garoto bonito também... Aishh”

— Disse algo? – Kookie perguntou, e me senti constrangida com a possibilidade dele ter ouvido. – Enfim.. – Sentou a minha frente, puxando a cadeira para mais perto. – Gostou? 

— Lindo.. quer dizer.. – Me senti embaraçada. – É linda a música!

— Porque está envergonhada? – Naquele momento, eu quis que o chão se abrisse, ou na pior das hipóteses, Hoseok surgesse, me procurando.

— E-eu? – Apontei para mim mesma. – Não estou não. Achei que você que ficaria assim depois de cantar.

— Então foi ruim? – Sua expressão desanimou.

— Não! – Neguei. – Não foi nada ruim. Estava maravilhoso! – Elogiei. Ele sorriu.

— Não tenho vergonha de cantar para você, e isso é estranho, não é? – Questionou, pensativo. – Acho que é porque você me deixou a vontade.

— Ah.. certo. – Assenti, sem saber o que dizer, exatamente.

— Acha que tenho chances no mercado da musica? – Perguntou.

— Eu compraria um CD seu. – Sorri, tranquilizando-o. De fato, ele era muito bom, e estava no caminho certo.

— Já tenho uma fã? – Jungkook brincou, me arrancando uma risada.

— Pode ter certeza. – Respondi.

            E então, em meio a risos, me lembrei que ainda precisava voltar para a palestra. Havia esquecido completamente das atividades lá fora. Jungkook, incrivelmente, tinha uma áurea confortável, me deixava descontraída. Seria um bom amigo, não nego. Apesar da primeira impressão ter sido péssima.

— Aigoo... – Me levantei. – Preciso resolver um assunto. – Kookie se levantou igualmente, me dando passagem até a porta.

— Jiwoo... – Kookie me chamou, e voltei a fitá-lo.

— Hum?.. – Esperei que dissesse. Pós as mãos na nuca, indeciso.

— Deixa.. eu ia perguntar algo, mas é besteira. – Sorriu.

— Pode perguntar. – Incentivei.

— Realmente não é nada importante.

— Tudo bem.. – Ele deu de ombros. – Até mais. – Foi a última coisa que eu disse antes de sair da sala.


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Notas finais do capítulo

Oiii genteeeee!!

Logo postarei o próximo capítuloooooooo ♥
Bjsss

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