A Era dos Tronos escrita por Andrew Ferris


Capítulo 13
Deslize mortal


Notas iniciais do capítulo

Nossa história está chegando ao ponto crucial, onde as coisas seguirão seu legítimo rumo, então fiquem de olho!!!



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Jon e Arya correm juntos por uma muralha nas paredes de uma das torres da enorme fortaleza nas agora chamadas Ilhas dos Dragões. Sem hesitar, os dois irmãos cortam em movimentos rápidos dois soldados do Vale antes de alcançarem uma taberna vazia onde tudo estava revirado. Mesas jogadas nas paredes e janelas, tigelas, copos e bebida espalhados como mato pelo chão, que estava tão sujo quanto molhado. Ambos encontram pegadas, mas em duas direções diferentes. Eles se olham presumindo o óbvio.
— Entregar os dois vivos para a rainha dragão - Lembra Arya segurando a própria espada com mais firmeza ainda.
— Volte para mim, irmã. Não quero perder outro parente sabendo que poderia ter feito mais para salvá-lo - Pede Snow ajustando a capa ao seu corpo e armadura.
— O mesmo para você - Declarou a irmã sorrindo levemente.
— Confio em você. Vejo que se tornou uma excelente guerreira, então mostre isso a nossos inimigos.
— Obrigada - Responde Arya sentindo sua confiança subir enquanto deixa o irmão para seguir a trilha de pegadas que vão da taberna para um lado mais distante do palácio. Jon por sua vez segue a trilha através de lances de escadas, acabando em duelos rápidos com um ou outro soldado do Vale, todos abatidos sem dificuldade pelo hábil espadachim. O Rei do Norte pula em cima de dois soldados e atinge o primeiro com um corte na barriga antes de derrubar o segundo com uma rasteira e terminar com um corte no peitoral. Quando chega no topo do muro, Jon se depara com uma dezena de soldados, todos bem armados e dispostos a lutar, embora demonstrassem algum receio em enfrentar o homem que outrora chamaram de rei. Assim, o conflito se inicia, sendo que Jon corta alguns barris no meio do caminho e arremessa a primeira tocha que vê, pulando de um lado do muro para o outro na esperança de see proteger do forno que se instalaria em instantes. Não tarde o fogo a queimar os corpos, que berram em agonia, correndo desesperados ou se contorcendo no chão na tentativa de apagar as chamas. Ao avistar o pátio, Jon se depara com uma verdadeira zona de guerra. Soldados vestidos de vermelho com armaduras reluzentes esbajando leões dourados estraçalham as forças de Daenerys sem misericórdia, dilacerando os corpos de Dothrakis e Imaculados sem demora para que tivessem uma vitória mais rápida. Sem aviso, Snow se joga no meio da batalha e se põe a defender a fortaleza, afinal ele sabia que os números estavam bem distribuídos. Ambos os lados tinham chance de vitória e não seria preciso usar os dragões da rainha Targaryen para conquistá-la. As tropas Lannisters marcham sob as torres, dilacerando sem clemência enquanto o Rei do Norte tenta realinhar as tropas para que não se perdessem da linha de frente. O fato de estarem lutando em um local tão fechado prejudicava ambos os lados, mas não era algo que impediria os exércitos de Daenerys, ainda mais um Imaculado bem treinado. Com o apoio de Jon, logo todas as tropas voltaram a se reunir, cercando os Lannisters que conseguiam antes de se espalharem novamente pelos arredores.
— Espero que tenham entendido a tática. Formem esquadrões, se dividam pelos corredores e cerquem o adversário. Se continuarmos assim, eles perderão metade dos soldados antes da metade do dia - As tropas urram e obedecem o guerreiro, que não tarda a voltar sua atenção para a batalha, aproveitando os momentos que não tinha de enfrentar ninguém para gritar por Arya, que ele não avistava em lugar nenhum.

Clara termina de subir oa degraus da escadaria com Daenerys, sendo que ambas sentam-se na cama para aguardar o término do confronto.
— Tyrion voltará em breve com o Doutor - Afirma a jovem empregada ansiosa - Essa guerra não está longe do fim.
— Todos ouvimos a mesma coisa quando estamos em guerra e o resultado sempre é o mesmo. Guerras demoram, não há como evitar esse processo - Comenta a rainha dragão com seriedade se voltando para a janela para observar o confronto.
— Não posso discordar da sua lógica, majestade, mas com todo o respeito, não poderia fazer mais do que apenas assistir? - Indagou Oswin receosa.
— Poderia e vou, minha amiga, caso eu julgue necessário. Essa batalha estará ganha ao final do dia, então será a oportunidade de escutar melhor o irmão de Arya.
— A senhora pretende reconsiderar sua posição a respeito de Jon Snow?
— Melhor do que isso. Não era eu prendendo Jon Snow ou abusando de meu próprio poder, aquilo era minha eu deste mundo, o que significa que se eu vencer aqui não será o melhor para ninguém, então torço para que o Doutor retorno tanto quanto você - Confessou a Targaryen segurando as mãos de Clara, que sorri de canto para a rainha antes de abraçá-la em um gesto de gratidão.
— Somos gratos por tudo que tem feito por nós. Talvez não acredite, mas ao menos matar o tio dos Greyjoy não foi tão ruim assim. Aquele sujeito era um crápula - Explica Oswin irritada ao se lembrar do antigo rei das Ilhas de sal pouco antes da chegada de Daenerys - Sou totalmente a favor de vossa vitória, majestade.
— E se eu não estivesse mais no jogo?
— Eu tentaria impedir isso.
— A cada dia tenho mais dúvidas sobre o que faço ou deveria fazer - Confessa Daenerys se levantando desesperada - Tudo que acredito sendo posto à prova, isso não me dá crédito algum.
— Mas também não tira - Argumenta Clara tentando manter a calma, afinal, se as duas perdessem o controle, Daenerys poderia sair dali e fazer uma besteira. Ao invés disso, ela continua olhando janela abaixo, observando o desenrolar da batalha, por mais que não conseguisse distinguir ninguém daquela altura.
— Vamos continuar aqui, mas se a situação sair do controle, um dos meus dragões vai terminar com isso - Afirma a rainha antes de se juntar novamente a Oswin.

Arya atravessa os corredores praticamente invisível até finalmente conseguir alcançar a beira de um penhasco por onde os corvos eram enviados rumo aos reinos. Mais à frente ela vê as tropas Lannisters se aproximando, longe demais do sul, o que por si só já era um ponto positivo para seu lado, sem aliviar o fardo que a batalha lhes impunha. Varys e Little Finger precisavam ser pegos logo, antes que sangue desnecessário fosse derramado. Logicamente, os soldados do Vale ainda poderiam ser negociados, ajudando contra a armada Lannister que se estende por uma imensidão que a garota não tem ideia devido a imensa quantidade de árvores no caminho. Não demora para alguns soldados subirem as escadarias para virem em seu encalço, o que a faz sorrir animosamente.
— Achei que leões fossem mais espertos. Não é esperto atacar um lobo tão longe de casa - Ela desembainha a espada ao avaliar a situação e posicionamento dos adversários - Ainda mais um lobo faminto - A garota Stark atravessa sua Agulha nos soldados Lannisters sem clemência, parando um instante para admirar o sangue escorrer e seus olhares desesperados e agonizantes nos últimos instantes de vida - Isso está sendo bom, mas será melhor ainda quando chegar a vez de Cercei - Afirmou Arya descendo as escadas de volta ao pátio das ruas, passando pelos corredores com alguma dificuldade, já que a batalha tinha chegado ali. Aproveitando a passagem, a jovem mata uma dezena de soldados, salvando as vidas de alguns homens da rainha, que ficam admirados com a habilidade da garota. Arya por outro lado ignorava tudo e todos enquanto procura Jon. Embora confiasse no irmão mais do que em qualquer outra pessoa e soubesse de sua fama como maior espadachim do norte, ela também sabia que em uma batalha daquelas os estragos poderiam sobrepurjar qualquer habilidade. O inimigo ainda se encontrava em bom número e aos poucos a estratégia que seguem parece não surtir mais efeito, já que mais soldados Lannisters cruzam os portões e marcham em direção aos Imaculados. Assim, Arya toma a frente a grita para os soldados, chamando toda a atenção possível para si desejando matar quantos inimigos pudesse, por mais que seu propósito naquele momento fosse outro inimigo. Ela despacha os oponentes com a ajuda de sua adaga, deixando um rastro de sangue por onde passa antes de prosseguir com sua busca.
— Jon - Grita desesperada ao ver um homem de cabelos cacheados escuros ser derrubado de uma muralha - Jon - Berra novamente, agora pulando em cima do soldado que arremessou o homem anteriormente. Depois de terminar com ele, Arya desce a rampa e alcança o corpo morto, o qual constata não se tratar de Jon, deixando a jovem Stark aliviada pelo menos por hora. Naquele instante ela pensa no Doutor e onde ele estaria agora. O que ele poderia fazer para cessar aquela carnificina além de tudo o que havia sido tentado nos últimos anos? Por mais que sua esperança fosse motivadora, Arya não tinha mais motivos para acreditar que fosse possível, embora custasse a acreditar que passava tanto tempo pensando naquele estrangeiro. Deixando de lado seus sentimentos pessoais e voltando a se concentrar somente na batalha, Arya aproveita a oportunidade para descontar suas frustrações em mais soldados Lannisters, até que Jon surge na companhia de homens do Vale, que pelo visto optaram por continuar leais ao Rei do Norte e juntos atacam o exército que vinha com tudo, sendo pego de surpresa devido aos corredores estreitos e à brecha causada por uma esquina brilhantemente aproveitada por Snow quando ele se recoloca na batalha, abraçando Arya com força antes de ambos mirarem suas armas nos adversários e passarem a matá-los novamente, os dois lobos descontando toda a desgraça que os leões
causaram em sua família.

A batalha segue árdua enquanto Daenerys se mantém aflita, há um bom tempo observando o que acontecia mais abaixo, até que alguém bate à porta. Clara pega uma faca e abre a porta bem devagar até ver se tratar de Sansa, que entra ofegante no quarto.
— Perdoe-me, majestade. Little Finger tentou me tirar dos meus aposentos para que fugisse com ele, mas alguns de seus próprios homens se opuseram às suas exigências e honraram sua jura a Jon - Explicou a jovem se recompondo aos poucos - Não sou uma guerreira como minha irmã.
— Talvez essa batalha não precise de mais guerreiros - Daenerys encara Oswin por um breve momento antes de concordarem com um meneio e a rainha deixar as duas ali para ir atrás de Iarcleryn. Durante sua descida, a jovem Targaryen se depara com uma tenebrosa carnificina pelo salão dos Greyjoy, com cabeças rolando pelo chão e o líquido escarlate banhando os tapetes e cortinas das paredes. A rainha continua correndo fazendo de tudo para passar despercebida entre os soldados, mas um pequeno batalhão a avista e logo ela é perseguida por soldados Lannisters, seguindo por longas escadarias e gritando o nome de seus filhos desesperadamente. Quando ela chega em um pátio externo do castelo, se depara com duas dúzias de soldados inimigos, tanto aqueles que seguiam Lord Baelish quanto aqueles que seguiam Cercei Lannister. Um homem robusto, de barba rala e armadura vermelha toma a frente dos companheiros e se coloca perante Daenerys, desembainhando a espada em um único movimento.
— Isso precisa ter fim - Afirma o soldado mirando o peito da Targaryen. Ela respira fundo e fecha os olhos contendo os receios em sua mente, sem tremer ou chorar, apenas um longo e ininterrupto silêncio.
— E terá - Declara alguém tomando a frente do grupo, pulando à frente de todos acompanhado por meia dúzia de soldados. Ele empurra o soldado para longe de Daenerys, desvia de um golpe e acerta sua espada em cheio no pescoço do jovem Lannister, que cai agonizante no chão, seu sangue espalhando-se como vinho pelo feno que escapara dos estábulos por meio do vento. Snow seca o suor da testa e segura a mão de Daenerys, olhando para ela com uma firmeza que não tinha - Pode abrir os olhos, minha rainha - Ao fazê-lo, Daenerys sorri ao mesmo instante que se choca com a aparência do Rei do Norte, sujo, fétido, com sangue inimigo espalhado pela armadura e pele.
— Sabia que era você - Comentou a rainha dragão olhando para o time que acompanhava Jon.
— Fique atrás de mim. Logo isso vai acabar - Assumindo sua posição, Jon e os demais esperam os soldados virem em seu encalço, então despacham um por um, cortando pescoços ou abrindo ferimentos entre as partes duras das armaduras, fazendo jorrar sangue para todos os lados. Daenerys assiste a tudo isso apreensiva, tentando não tirar os olhos de Snow, até avistar Baelish se aproximando lentamente de Daenerys com uma faca na mão, tendo como cobertura dois soldados do Vale que partem para cima de Jon, mas terminam acertando dois soldados de Snow, que se sacrificam para salvar o líder. Ao perceber o ocorrido, Jon se vira e corta as pernas dos soldados, que gritam desesperados antes de sucumbir perante a espada do Rei do Norte. Logo seus aliados estavam mortos, no entanto restavam apenas cinco soldados inimigos no pátio, os dois que cobriam Little Finger e três que vinham atacá-lo. Sem receio, embora o cansaço tome seu corpo àquela altura, Jon atinge o primeiro soldado, sendo atacado logo em seguida pelo segundo, fazendo com que o aço comum da arma adversária tinisse e perdesse o equilíbrio enfrentando o aço valiriano que Jon portava, sem deixar dúvidas de que o coitado não tinha chances. Ele atravessa a espada no oponente e gira a lâmina no ar para abater o último soldado, se virando logo em seguida para Little Finger, que mantém a mesma expressão fria e intimidadora, por mais que não houvesse ninguém ali para cair em suas ciladas.
— Acabou Baelish - Gritou Snow cambaleando de leve - Você não vai vencer e sabe disso.
— O Rei do Norte e a rainha dragão na minha frente. Se eu matá-los agora, o que não garantirá minha vitória?
— Sua covardia - Responde Jon esperando que os soldados o atacassem para enfim o conflito iniciar. Snow apara os golpes com habilidade, assim como desvia de outros, até que consegue atingir um inimigo próximo ao peito. O segundo parte com tudo em sua direção, mas sua esperança ingênua no ataque surpresa apenas adianta sua morte. Por fim, Jon retira a lâmina do soldado com certa dificuldade.
— Cuidado - Grita Daenerys, mas já era tarde. Tudo que ela pode fazer é assistir enquanto Baelish retira a faca do pescoço de Jon, que ofega na tentativa de puxar ar para si, mesmo que fosse uma vã tentativa. Arya surge no pátio e atravessa a lâmina no lorde sem pensar duas vezes, largando a espada no corpo do moribundo antes de seguir em direção a Jon, que sequer consegue falar. As lágrimas escorrem pelos olhos da jovem Stark e da rainha dragão, que não esperava tamanho sacrifício de um desconhecido.
— Eu devia ter confiado em você - Afirma a Targaryen indignada consigo mesma quando de repente Arya leva uma flecha no peito no exato momento que abraça o irmão, a ponta atravessando ambos os corpos. Incrédula, Daenerys vocifera revoltada enquanto uma luz surge atrás de si, puxando-a para longe daquele plano. Aos poucos tudo o que ela vê se extingue em trevas ao passo que sente estar se locomovendo, por mais que não tivesse ideia de onde a levavam.


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Notas finais do capítulo

Adeus segundo mundo...



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