O Nascer de uma nova vida Hiccstrid escrita por LauraClarimond


Capítulo 5
Capítulo Quatro




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A condenação de uma guerreira 

Segunda parte

Encarando o nada tentei pensar em alguns prováveis motivos para entender o porque do príncipe querer me ajudar, além dele apenas querer algum tipo de justiça pelo que aconteceu comigo, mas não consegui pensar em mais nada.

Quando a porta foi aberta inesperadamente, tive a pequena esperança de que fosse aquele que está sendo capaz de me distrair ao ponto de quase me fazer esquecer o que fiz. Mas infelizmente não era. Um homem alto e com os cabelos grisalhos encontrava-se na minha frente.

—Qual é seu nome ? -Perguntou o homem estranho

—Porque quer saber ?

—Apenas fale ! - Exigiu

—Astrid Hofferson.

—Venha ! - Gritou

—Para onde vai me levar ? - Perguntei me levantando

—Isso não é de sua conta criminosa. Agora vamos - Respondeu saindo da cela e dois guardas entraram para me acompanhar.

Escoltada pelo estranho a minha frente e os guardas atrás, seguimos por um corredor contrário ao que eu havia passado quando estava sendo levada para a masmorra. Subimos uma pequena escadaria e a luz de fim de tarde iluminava as janelas do castelo. Andando mais um pouco entramos em um outro corredor que diferente das masmorras não era de pedra, tinha uma linda pintura pendurada na parede, um pequeno garoto, com os olhos verdes. "O príncipe". Sorri ao ver o quanto ele era fofo quando criança.

No fim do corredor paramos em frente à uma porta, que literalmente era minha altura multiplicada duas vezes.

—Entre, tome um banho troque a roupa, se limpe. Vai encontrar tudo que irá precisar no quarto. E depois vossa majestade lhe aguarda para o jantar. - Disse o estranho olhando-me da cabeça aos pés -Sinceramente não consigo ver o que o príncipe gostou tanto em você, mas de uma coisa eu sei vai pagar pelo que fez e eu vou ter o prazer em assistir. Fiquem de olho nela. - Falou aos guardas e saiu.

Ignorei a forma como aquele homem me tratou e o fato dele dizer que irei jantar com o rei e só consegui pensar na parte que ele disse '' Não consigo ver o que o príncipe gostou tanto em você ". O que o príncipe fez ou contou para aquele estranho me dizer isso.

Sorrindo, girei a maçaneta e passei pela porta, me deparei com um belo e grande quarto, uma cama de dossel tomava quase todo o espaço, na parede em minha frente, uma janela do teto ao chão que dava para uma sacada, no lado esquerdo mais duas portas que eu não sabia para onde iam, decoravam de branco o tom escuro do lugar. Andei em direção a cama, e em cima dela, estava um lindo vestido azul, bem leve. Peguei no tecido e pude sentir o quão macio era sobre minhas mãos, e em baixo do vestido, encontro um bilhete

''Milady

Não estarei no jantar de hoje a noite que terá com meu pai, mas apenas para lhe avisar, que contei tudo a ele, mas a certas coisas que ele ainda irá precisar lhe explicar. Sei que é pedir muito, mas espero que confie em mim, mesmo não me conhecendo direito.

Tentarei retornar o mais rápido possível, Fique bem até lá

S. ''

A vontade que tive ao finalizar o que príncipe me escreveu, foi de pular em alegria. Reli o bilhete novamente e reparei no ''S'' em baixo e só neste instante percebi que não fazia ideia de qual era o nome do príncipe.

Andando pelo quarto, fui a procura do local onde eu me limparia e em uma das duas portas havia um banheiro quase do mesmo tamanho do quarto, entrei na banheira que já parecia ter sido preparada para mim e mergulhei. Nunca tinha estado em uma antes, a sensação era incrível. Depois de tirar toda aquele sujeira de mim, coloquei o vestido que havia sido deixado na cama, que ficou perfeito no meu corpo.

Assim que terminei de me preparar tive a curiosidade de ir a sacada daquele quarto. Saindo pude ver a beleza dos limites do castelo, a fonte, o lindo jardim e também conseguia ver o local onde eu havia assassinado o governador. Tudo que eu havia esquecido ocupando minha mente com o príncipe, voltou a minha cabeça, lembrei da cena dele caído no chão e aquilo me doeu novamente.

"Eu deveria parar de pensar no príncipe, e em tudo isso" refleti comigo mesma

Uma batida na porta me despertou dos meus pensamentos e para minha infelicidade o estranho homem estava me encarando novamente.

—Só porque tirou o sangue dele de você não a torna inocente - Falou a mim

—Em nenhum momento eu disse que era inocente - Retruquei ríspida, da mesma forma com que o príncipe havia falado comigo mais cedo.

Com um olhar de raiva dirigido a mim, o homem ordenou que o seguisse. Passamos por mais algumas alas do castelo até chegarmos no grande salão, que dessa vez estava ocupado por uma longa mesa repleta de cadeiras ao seu redor e sentado no assento principal o rei tomava algo em uma taça, guardas se encontrava nas portas e comida farta se encontrava em cima da mesa.

—Nos deixe a sós Soren - Ordenou o rei ao estranho homem posicionado no meu lado

—Sim Vossa majestade, como queira - Respondeu curvando-se e saindo

—Sente-se minha cara - Falou o rei apontando para a cadeira ao seu lado - Meu filho me contou o que você o disse, gostaria de ouvir de sua boca toda sua história, não só os motivos para ter cometido o crime, me conte exatamente tudo.

Comecei dizendo como meus pais vieram para este reino, de como eles eram gratos ao rei por ter ajudado, lhes dando abrigo em suas terras. Contei um pouco sobre minha infância, algumas historias que meu pai me contava, de quando o rei era mais presente, e todo o reino vivia em felicidade. Mas com a chegada do governador tudo mudou, os impostos foram aumentando para o povo que morava nos vilarejos localizados nas extremidades do reino. E finalmente detalhei aquele triste dia. Não consegui segurar as lagrimas que caíram dos meus olhos. O rei me entregou um lenço para secar meu rosto e eu o agradeci.

—Sinto por tudo isso ter acontecido em sua vida.Me sinto culpado, mas com meu filho estudando longe, tive que colocar aquele homem naquela posição tão importante, sei da forma que ele tratava as mulheres, eu tinha minhas duvidas, mas fui aconselhado pela corte a coloca-lo. Me garantiram que isso não iria interferir em seu papel como governador, já que fazia parte da vida particular dele. - Parecendo decepcionado ao lembrar de algo o rei continuou - Vou fazer o possível para lhe livrar desse crime, não merecer ser culpada por isso, não por seus motivos. Mas não sou eu que define o julgamento minha cara, e sim a corte. É assim que nossa monarquia foi criada. Se eu for contra a corte a população iria se virar contra mim. - Finalizou segurando minha mão que estava próxima sobre a mesa.

—Vossa majestade, agradeço pelo que me disse mas quero ser julgada e sentenciada, mesmo sendo o governador eu tirei a vida de uma pessoa e agora penso que essa não foi a forma correta de me vingar contra ele. Como mesmo o senhor disse naquela noite irei pagar pelo que fiz.

—Primeiramente, me desculpe por dizer aquilo mas eu não posso deixar que isso aconteça. - Disse ainda segurando minha mão

—Vossa majestade, para mim é a coisa certa a se fazer. Espero que entenda.- O rei balançou a cabeça, parecia que não queria compreender o motivo da minha decisão. Vendo a sua expressão continuei - E também, como vossa majestade disse, o povo irá se revoltar com o senhor, por tentar livrar a assassina do governador ele infelizmente tinha muitos admiradores.

—Você é uma guerreira minha cara, vejo o porque do soluço se encantou por você - Falou tomando um gole de vinho.

—Soluço ? O nome do príncipe é soluço ? - Perguntei surpresa por descobrir o nome do príncipe, agora eu sabia o que significava aquele ''S''

—Sim - respondeu rindo - Foi a mãe dele que escolheu, mas quase todos o chamam de príncipe e de vez em quando os mais próximos o chamam de Haddock que é seu segundo nome, apenas quem sabe disso é ele, a mãe dele, eu e agora você.

—Lembro da minha mãe me falar o quanto ela era linda, educada e corajosa eu sinto muito vossa majestade.

—Me chame de Stoico, e sim minha Valka era linda, linda e única para mim, espero me encontrar com ela um dia. - Falou sorrindo ao se lembrar da esposa - Mas mudando de assunto, é melhor você comer deve estar faminta.

—Sim estou.

Nem eu mesma tinha me dado conta da fome em que eu estava até o rei mencionar. Comi mais do que o suficiente. Enquanto comíamos, eu observava o rei, nunca pensei que ele seria completamente o oposto daquilo que eu imaginava.

Conversamos por todo o tempo do jantar até as estrelas tomarem completamente o céu. Até que ele me pediu para acompanha-lo por uma volta pelo castelo. A cada comodo que eu andava, a grandeza, a beleza do castelo me encantava ainda mais.

—Acho que já é hora de nos deitarmos, está tarde. - Falou o rei

—Concordo, mas gostaria de lhe perguntar, onde está o principie ? -Perguntei curiosa, pois dentre todos os assuntos que conversamos nenhum deles foi a respeito do príncipe. - Não o vi desde hoje de manhã quando foi me ver na cela- Completei

—Soluço foi resolver algumas coisas minha cara, ele logo retornará - Me olhando perguntou - Sente algo pelo meu filho, estou certo ?

—Eu só o conheço a um dia, tecnicamente falando - respondi um pouco nervosa com sua pergunta - Mas não posso dizer que não sinto alguma coisa. Sei que uma pessoa como eu não é digna...

—Não continue o que está falando - Ordenou o rei - Lhe conheço a algumas horas e percebo o quão você seria digna o suficiente para o meu filho.

Corei com o que o rei me falou. Mas no fundo ainda não concordava com seu pensamento, nem com esse e nem com o de que eu deveria ser livrada da condenação.

—Pode voltar para o quarto do soluço, não quero que passe mais uma noite naquela cela. Durma bem, amanhã poderemos conversar um pouco mais, e tirar alguma duvida caso você tenha - Falou enquanto me guiava de volta para o quarto que o estranho homem que agora sei que se chama soren, havia me levado.

—Este é o quarto do príncipe ? - Perguntei sem acreditar

—Sim, ele me exigiu que você descansasse e dormisse no quarto dele. - Disse quando paramos no corredor que dava acesso ao quarto e vimos dois guardas parados em frente a porta, aqueles eram diferente dos que estavam quando cheguei- Eles cuidaram para que não seja incomodada, durante a noite. Sei que o governador tinha muitos admiradores, e que Soren era um deles, acho que ele deve ter falado algo a você - Acenei com a cabeça em resposta e o rei continuou - . Mas saiba que tem algumas pessoas que a agradecem por ter feito o que fez, aqui entre nós eu a agradeço também.

—Obrigada, não só pelo jantar mais por tudo que me disse Vossa majestade.

—Stoico, pode me chamar assim, lhe vejo pela manhã, conversaremos mais, Boa noite.

—Boa noite Stoico - Falei me curvando e indo para o quarto.

Passei pelos guardas que diferente dos que me jogaram dentro da masmorra, estes sorriam para mim. Pelo visto o rei estava correto, existem mesmo pessoas que me agradecem pelo que fiz. Depois de me preparar para dormir, e me deitar na cama do príncipe, fiquei pensando na possibilidade dele sentir algo por mim e naquele momento eu sentia uma felicidade que a anos não vivenciava.


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