PARTE/ Stefan

        Querido Diário

Tenho passado a grande parte do meu tempo me ocupando com o trabalho nesses últimos meses. Eu consegui um bico de mecânico em uma borracharia de estrada. É claro que não tenho ganhado muito com isso, mas é a única forma que consegui de ocupar minha mente e esquecer Mystic Falls, na verdade esquecer “ela”. Tenho recebido muitas ligações da Caroline que anda preocupada com meu “desaparecimento” e claro, faz questão se manter informada de tudo o que está acontecendo e isso inclui Damon, já que eu e ele não andamos conversando durante três meses desde a briga que tivemos por causa “dela”.

Eu me sinto vazio por dentro. Mesmo tentando seguir em frente, é como se uma parte minha ainda tentasse lutar ou tivesse esperança. 

Essa é minha maior tortura. Eu sei que prometi a mim mesmo que vou tentar todos os dias, era a promessa que tinha que cumprir, eu tinha que ser feliz esse era o desejo dela para mim. Eu jamais irei desaponta lá. 
 

Damon estava deitado, dormindo no sofá principal sala quando, acordou com as batidas insistentes na porta, o que deixaram bastante irritado. Ele levantou bufando pronto para não receber bem seja lá quem fosse. 

— Bom Dia. — disse Caroline já empurrando a porta e entrando com pressa, é claro que seu jeito incomodava Damon.

— Qual é Barbie, não estou a fim de papo furado essa hora.... – Damon falou enquanto ainda estava parado na porta.

— Damon já é uma da tarde e você está com uma cara péssima – ela fazia careta enquanto observava a bagunça que estava ali. — Você deu uma festa? – ela cruzou os braços o encarando furiosa.

— Isso não é da sua conta! – ele fechou a porta irritado o bastante. — O que fez você vir aqui? Não me diga que sentiu saudades? – ele se aproximou da mesa de bebidas já erguendo copo.

— Vim lhe trazer boas noticias. Estou ajudando Alaric com umas pesquisas sobre o clã Gemini e adivinha só o que descobrimos?

— Deixa eu adivinhar? Ressuscitar os mortos? Qual problema de vocês dois agora, viraram super amigos? — Damon pegou seu copo com Bourbon e se sentou no sofá.

— Para de ser chato estou apenas ajudando ele. Você deveria ir fazer uma visita e levantar uma bandeira da paz. — ela ironizou.

— Pode ter certeza que ele não quer isso, agora anda desembuxa logo o que descobriram? — ele da mais gole em seu drink.

— Então, existem outros como Kai. Eles vivem na costa leste, mas isso já é uma grande noticia Damon! — ela o olhou esperando sua reação.

— Ótimo! Viva a patrulha salvadora do dia! — ele revirou olhos. — Agora se não for pedir muito pode ir saindo, eu preciso subir tomar banho tenho visita para receber.

— Até quando vai agir assim Damon? — ela se pós em sua frente. — Todos nós estamos lidando com isso, só que você parece querer viver em seu mundinho até Stefan você exclui da sua vida. Como acha que Elena se sentiria com essa sua atitude?

— Elena não está aqui Caroline! – ele gritou. — Porque você não para de querer me dar aula de bom senso. Acha que quer enganar quem com essa sua postura “Olha estou ajudando Alaric sou a salvadora do mundo”. Qual é! Eu não ligo para o que você acha, eu não ligo se Stefan está ou não aqui, só quero que pare de fingir que se importa comigo e cai fora daqui. Não somos amigos, e nunca seremos! — ele sentiu que exagerou em sua ofensa só que já era tarde demais para voltar atrás.

Caroline apenas assentiu calada tudo que teria a dizer e foi furiosa até a porta.

— Só quero que saiba que todos nós sentimos muito Damon. Eu também sinto falta dela okay? Só que encontrei uma forma melhor do que você para lidar com isso.... — ela apenas deu de ombros e saiu batendo a porta com força o deixando ali sozinho e frustrado com o que acabaria de acontecer.

Após a terrível discussão com Damon, Caroline foi direto para escritório de Alaric. Durante cinco meses ele alugou um espaço para fazer suas pesquisas e até contratou um ajudante para trabalhar com todo histórico sobrenatural do clã Gemini.

— Caroline? Está tudo bem? – Alaric notou a garota entrando furiosamente no escritório.

— Está. — ela não olhou para ele

— Dorian me disse que você foi até casa Damon..... – ele ainda tentava puxar assunto

— É fui.... — Caroline mexia em alguns papéis enquanto o ouvia falando.

— Ei? – Alaric levantou e se aproximou  tocando seu braço. — O que aconteceu?

— Damon foi o que aconteceu!

— Ele foi grosseiro de novo?

— Grosseiro não seria bem a palavra que eu usaria, dessa vez ele passou do limite não quero mais saber de bancar babá dele. — Caroline desabafava completamente nervosa.

— Ei calma. Eu sei o que anda fazendo por ele nesses últimos meses, tem sido cansativo demais Car, você precisa viver um pouco também.

— Eu sei, eu sei, mas parece que ele largou tudo. Ele abandonou todos nós, a Bonnie até Stefan..... — ela se calou

— Está fazendo isso por causa da Elena não é?

— Sim. Eu prometi a ela que cuidaria de tudo, que manteria as coisas no lugar, mas tem sido difícil para mim, eu não vou conseguir cumprir minha promessas. — ela começou a chorar.

Alaric apenas a abraçou sentindo que tinha que fazer algo para ajudar.

— Precisamos fazer alguma coisa, talvez você possa falar com Bonnie.

— Bonnie? Acha que ela viria se eu pedisse?

— É claro! Ela e Damon estavam com um bom relacionamento talvez ela consiga colocar ele no eixo.

— Eu tenho uma idéia melhor ainda.. —ela parou de chorar já animada por algo.

— Qual?

— Vou procurar Stefan!

— Olha eu não acho que Stefan vá ajudar em algo. — Alaric usou tom ironia.

— Eles precisam se acertar. E tenho certeza que se contarmos ao Stefan sobre nossas pesquisas ele ficará muito feliz.

— É tem razão. Bom então vou tentar ligar para Bonnie e você procura ele.

— Combinado! Ei.. — ela o puxou segurando em sua mão. — Obrigado! Você tem me apoiado muito nisso jamais vou esquecer.  — ela sorria.

— Você tem me apoiado também, desde sempre tem sido você. – ele retribui sorriso.

Eles confirmaram então o planejado e Caroline saiu em busca de seu melhor amigo, talvez estivesse perto da solução para trazer a vida de todos novamente aos trilhos.

Caroline pegou a estrada quase ao por do sol, procuraria uma borracharia de beira de estrada que não estava muito longe de Mystic Falls. Talvez uns cem quilômetros ou mais, não via hora de contar as pesquisas e descobertas que teriam feito.

Eu estava saindo do banho após um longo dia de trabalho, quando observei a janela e vi que ela estava ali descendo do carro fiquei bastante contenti para recebê-la.

— Não acredito que esta mesmo aqui.  –

— Stef... — ela saiu do carro e veio até minha direção me abraçando. — Ai que saudade. Não tem recebido minhas mensagens?

Eu apenas sorri observando ela tagarelar separar, e me fazia lembrar do quanto eu sentia sua falta 

— Eu precisava te ver. Eu sei que está tarde só que tenho muito que te contar.

— Eu tenho certeza que sim ... – a convidei para entrar.— Então o que te fez vir aqui há essa hora? 

— Eu preciso que volte para Mystic Falls!!! — após ela dizer essa frase um silêncio tomou conta de nós dois.

— Car, eu.....– fui interrompido

— Damon está passando dos limites. Eu sei que vocês estão brigados, só que isso já aconteceu tantas vezes, ele precisa de você!

— Acho que ele foi bem claro quando me pediu para ir embora.

— Stefan! — ela fez uma careta. — Você sabe mais do que ninguém que ele está sofrendo, ele não consegue lidar com a “vida sem Elena”, e ele ta enlouquecendo de fez. Está ate fazendo festinhas particulares

— Festas? — fiquei pensativo. — Eu não posso fazer isso agora, não posso voltar por ele.

Eu odiava aquela expressão “vida sem Elena” me fazia lembrar da briga que tive com Damon, alguns meses atrás que fez mudar completamente.

/PASSADO

— Damon você atacou uma pessoa inocente tem noção do que isso pode causar a cidade?

— Blá blá blá, sempre o mesmo sermão até parece que fiz algo contra a lei. Sou um vampiro Stefan, e me alimento de sangue humano ao contrário de você.

— Pare com esse teatro! Vai ser assim toda vez? Você perde Elena e se torna o pior cara da fase da terra?

— Quem é você Stefan para me julgar? Esse é o meu luto como se sentiria se perdesse o amor da sua vida irmãozinho... Teria que escolher em viver sem ela por 60 anos e olhar para sua melhor amiga e pensar nisso como um tormento na sua cabeça.

— Com certeza lidaria muito melhor que você Damon, não descontaria tudo em pessoas inocentes. Não acredito que ela viu algo em você. — Stefan sussurrou o final da frase sem querer.

— O que disse?

— Disse o que?

— Você disse, não acredito que ela viu algo em você. Eu ouvi Stefan! Você não aceita o fato da Elena ser apaixonada por mim, você nunca aceitou.

— Cale a boca Damon! Você está bêbado deveria se olhar no espelho. Está péssimo. 

— É sempre isso que você faz, você foge, foge porque é covarde! Ela te deixou porque você foi covarde..... — Damon apenas conseguiu dizer a ultima palavra e recebeu um soco de direita que lhe deixou no chão

— Cala a boca!! — Stefan gritouD

Damon teve dificuldade para se levantar e começou a rir do irmão.

— Isso Stefan, me bate. Será que Elena conhecia esse seu lado porque sempre foi o “homem perfeito” não é? — Damon falava com dificuldade quando levou outro soco forte.

— Pare de falar dela! Ela não merece estar nisso. Já chega! – Stefan gritou com tanta força que sentiu sua fúria se virar em lagrimas. — E se você quer saber como eu me sentiria? Eu vou te dizer. Me sentiria ncompleto.Ela foi a única coisa boa que eu tive na vida até você aparecer e tirar tudo de mim. E sabe o que me dói? E saber que serão 60 anos que terei que conviver sem ela aqui por sua incapacidade, então cale a boca antes de falar dela ou do que sinto por ela, porque a verdade é que nunca jamais será capaz de saber o quanto meu amor por ela é forte.  

Damon apenas o encarou em silêncio ainda caído no chão.

— E se quer realmente saber? Eu lamento, lamento por ela ter ido e eu deixei ela partir, deixei ela ir para você. Eu lamento por ela não está aqui e ver realmente como você é. Eu lamento por ter sido covarde e não ter lutado o bastante.. — Stefan já estava no seu limite.

— Então vai embora! — gritou Damon ainda no chão. — Vai embora seu traidor! Eu nunca precisei de você, vai embora. — gritou com toda sua fúria.

Stefan apenas assentiu com cabeça e deixou o irmão caído no chão cheio de sangue. Saberia que ali teria sido seu limite depois de anos, teria chegado ao extremo com Damon e não podia mais conviver com aquela culpa, ele jamais deixaria de amar Elena.