Mudblood escrita por Florescer


Capítulo 2
Astoria Greengrass


Notas iniciais do capítulo

Bom dia pessoaaal! Muito muito muito obrigada pelos comentários e favoritações!



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— Não me leve a mal, mas não a acha um pouco... Forçada? - Hermione Granger perguntou a Ronald Wesley enquanto dava outra mordida em sua maçã. - Quer dizer, ela não para de olhar pra cá. - Harry Potter e Ronald olharam para trás e encontraram Lilá Brawn os observando. - É assustador!

   A garota, ao perceber que estava sendo observada ajeitou o cabelo e soltou um sorrisinho enquanto encarava, descaradamente, Ronald que manda um tchauzinho de longe para ela. As amigas se agitaram em volta da garota e Hermione pensou que a mesma cairia de seu banco se suas amigas não a segurassem. 

   Harry se voltou para Hermione e fingiu que vomitaria enquanto revirava os olhos, tirando um riso abafado dela. 

   - Hey, não debochem! - Ronald esbravenjou. - Lilá é encantadora! - sua voz foi de bravo a suavidade extrema em segundos. 

   - Se você acha... - Harry falava enquanto se levantava acompanhado de Hermione. - Você não vem, Rony? - Perguntou ao amigo que lançou outra olhada a Lilá. A garota não tirava mais os olhos do amigo. - Temos transfiguração daqui a pouco. 

   - Podem ir. - Recebeu como resposta. - Vou precisar ficar aqui mais um pouco. Ainda não acabei de comer. - Seu prato se encontrava vazio.

   Foi a vez de Hermione revirar os olhos. 

   Ela jogou sua mochila contra as costas e seguiu ao lado de Harry para fora do salão principal de Hogwarts. Pensando em quanto Ronald conseguia ser patético de vez em quando. 

   - Não faça essa cara, Hermione. - Harry falou a dando um cutuque de leve em seu braço direito. - Sabe que daqui a pouco ele vai se enjoar dela. É apenas uma questão de tempo. 

   - Os dois são patéticos... - Soltou baixinho. 

   - Hermione, às vezes me faz pensar que gosta de Rony. - A garota manipulou sua expressão para parecer que estava  desentendida sobre o que Harry queria dizer. - Sabe, mais do que amigos. - Ele completou e ela tratou de manter seu olhar bem longe do olhar do garoto. 

   - Harry, mantenha-se em Hogwats, acho que você esta meio longe daqui. - Falou e o garoto riu. 

   Quando o casal de amigos se aproximou da sala da professora McGonagall, receberam olhares rudes ao cruzar com um grupinho de Sonserinos que se amontoavam à porta da sala. Astoria Greengrass, no entanto, encarou Hermione estranhamente naquele dia. Seus olhos focaram nos da garota, formando uma estranha e desconcertante conexão. Ao contrário dos outros, seus olhos não transmitiam raiva ou desprezo. Pareciam mais... Curiosos, como se Hermione escondesse algo que interessasse muito a garota. 

   De repente lampejos começaram a passar por sua mente. Cores, sensações, sabores, rostos conhecidos e pequenos trechos de lembranças passaram por sua cabeça.

   Uma estranha pontada em sua cabeça a despertou de seu estado de torpor.

   Hermione desviou seu olhar quando Harry puxou seu braço e foi só então que ela percebeu o que acabara de acontecer.

   Todos a sua volta às encaravam. Hermione se encontrava parada bem no centro do corredor, assim como Astoria, que a essa altura já era movida, sem sucesso, por um Draco Malfoy desesperado. 

   - Harry... - A mão de Hermione procurou o ombro do amigo que a amparou e passou com Hermione entre a multidão de alunos que já pipocavam pelos corredores. 

   - Hermione, vou levá-la para a enfermaria. - Ele segurou o rosto da amiga entre as mãos. - Você parece meio mal. - Mas a garota o parou. 

   - Não... Harry... Eu só... - Sua voz falhou. - Me leve para a sala da Minerva, não posso perder aula. - Implorou, se sentindo zonza.

   Harry notou quando a cor começou a sumir do rosto da amiga e rapidamente a carregou para o banheiro mais próximo, não se importanto com os garotos que se assustaram com a presença da garota no local reservado para homens.

   Hermione correu para o box mais próximo e ajoelhando-se contra o sanitário, em pouco tempo, todo seu café da manhã descia privada à baixo e sua cor retornava lentamente. 

   Harry amparou-a, como todo bom e preocupado amigo faria. Se sentou no chão como Hermione e passou a analisá-la.

   - O que ela fez com você? - Ele perguntou e Hermione o encarou preocupada. - Tentou invadir sua mente, não foi? Sou bom nisso e sei reconhecer quando vejo. - Ela conseguiu? 

   Hermione negou.

 

Lágrimas brotaram de seus olhos em razão da ardencia que passara a sentir. 

   - Ainda quer ir para a aula? - Harry perguntou e a garota mexeu a cabeça positivamente. Harry soltou um risinho. - Seja menos Hermione Granger, por favor! 

   Arrancou um sorriso da garota.

   - Vem. - Harry se levanta e estende a sua mão em forma de convite amigável- Vamos sair daqui. - A mão da garota se encaixa na dele. - Mas não vamos para a aula, ok?

                               ***

      

   - Ficou maluca, Astoria? - Draco grita furioso dentro do luxuoso quarto que o nome de sua família e diversas intervenções decorativas, garantiram a garota. - Você tentou invadir a mente dela na frente de todo mundo! Na frente do Potter... - Draco esmurrou o batente que levava para dentro do banheiro, fazendo a garota se encolher. 

   Astoria ficou parada, encarando toda a furia de Draco durante longos minutos, tempo o suficiente para que ele se acalmasse e se sentasse pensativo sobre a cama de lençois marfim e pesados dósseis.

   - Draco, acho que já passou da hora de você entender que se continuar com esse seu plano falho, o mestre vai se estressar. - Ela foi até seu barzinho de canto onde guardava algumas garrafas de bebidas e colocou uma dose de seu melhor whisky em um copo, entregando-o logo em seguida a sua companhia momentânea. - O problema é que quando o Mestre se estressa, ele mata pessoas. - Sussurrou enquanto se abaixava para ficar a altura dele. - Não quer chegar para o Natal e encontrar alguém de sua família morto, não é?! 

   - Pare de blefar... Não sei do que fala. - Astoria recebeu como resposta. 

   - Não sabe que seu pai pediu para que vigiasse a Granger e desde algum tempo a vem seguindo? - Ironizou. - Por Merlin... Acha mesmo que pelo seu pai, você gastaria seu tempo seguindo uma nascida trouxa? Uma sangue-ruim? A escória da nossa raça? - Riu suavemente. - Não seja tolo. 

   Draco a encarou e a analisou, nada em seu rosto revelava que Astoria não tinha conhecimento sobre o campo em que jogava. Ela apresentava feições calmas e ironizava Draco a cada olhar. 

   Ela sabia mais do que ele. Muito mais do que ele.

   - O que você sabe e eu não? - Foi direto na pergunta. Não tinha paciência para joguinhos. 

   - É só pensar. - Ela apontou para a cabeça dele. - Porque seu pai faria isso com você se não fosse.... Ah... Ordens de alguém que estivesse acima dele na hierarquia? Alguém como... Ah me deixe ver, me deixe pensar... O mestre? - Ela sorriu diabólicamente. 

   - Desenvolva, Astoria! Não tenho tempo para isso agora. - Falou e se levantou para pousar seu copo sobre uma mesinha próxima. 

   - É uma missão de recrutamento, Draco! Não é óbvio? - Explicou. - Não sei porque a Granger. Também venho a observando, mas o Mestre esta muito interessado nela. Talvez queira usar a mente dela para algo. - Concluiu. - Ele parece muito obcecado por ela, eu acredito que tenha algo mais...

   - Como sabe de tudo isso? - Semisserrou os olhos - Esta o chamando de mestre, Astoria.

   A garota se aproximou novamente, dessa vez como uma serpente e calmamente tirou a capa que usava sobre seu uniforme e arregaçou a manga de su braço direito.

   Draco sentiu uma leve irritação ao confirmar o que ja vinha suspeitando. 

   Sob a pele da garota, a marca negra de mexia, como se estivesse viva. Se mexia tanto, que se não fosse os anos observando as de seus pais, Draco pensaria que a serpente sairia se arrastando da pele da garota. 

   - Pensei que a sua família fosse contra. - Ele comentou. - Pensei que estivessem do lado do Potter nessa guerra. 

   - Sabe, eu e a minha irmã percebemos que jogar no lado vencedor nos trás muito mais vantagem no fim. - Comentou e se jogou em sua cama. - Estou com você nessa, Draco. Seja lá o que o mestre quer que descubra, vou te ajudar a descobrir. 

   Draco buscou novamente seu copo, colocou outra dose de whisky e a tomou de uma só vez. 

   - Tente ser menos invasiva... Pelo menos em público. - Draco concluiu enquanto girava a massaneta. 

   - Eu já tenho um plano.

   Foi a última coisa que ouviu antes de se retirar.

 

***

   Severo Snape adentrou a sala da professora Minerva McGonagall, mas não sem antes dar leves batidinhas na porta para se anunciar. 

   - Severo... - Ela o cumprimentou. - A que devo a visita? 

   -Minerva... - Correspondeu. - Vim para falar sobre o incidente entre os monitores chefes da Sonserina e Grifinória. - Minerva soltou o lápis sobre a mesa e passou a prestar total atenção no professor a sua frente.

   - Estava acabando de assinar a expulsão deles. - Olhou em sua mesa.- Devo admitir que fiquei muito decepcionada com Kátia Bell. - Começou - Infringir as leis da escola dessa maneira... - Negou com a cabeça encarando o papel. - Mas fiquei muito angustiada quando ela e Crabbe foram expulsos. Isso trará consequências graves para o futuro deles. 

   - Com certeza trará. - Snape concordou pausadamente enquanto encarava a paisagem da Floresta Proibida pela janela.  - Mas não podemos ficar sem nossos monitores e colocar adolescentes juntos é no mínimo contar com a sorte de que eles não terão... Desejos. 

   Minerva sentiu suas bochechas corarem.

   - Por isso, penso que tenha encontrado uma solução plausível para resolver essa questão.

   A senhora respirou fundo e encarou o homem a sua frente, disposta a ouvir o que tinha a dizer.

   - Ao invés de colocarmos um garoto e uma garota, podemos eleger como monitores duas garotas. Uma Sonserina e uma Grifinória... - Snape repentinamente sentiu sua Marca sob a pele arder em sinal de que seu Mestre solicitava sua presença. - Acho que isso resolveria o problema que tivemos. 

   - Levando em consideração o aumento de casais homossexuais que ando vendo pelos corredores da escola, não imagino que seja a solução definitiva. Porém... É uma tentativa, Severo. - Ajeitou seu óculos no rosto. - Alguma sugestão?

   Severo passou a encarar o quadro de Griffindor na parede sobre a lareira que creptava, esquentando a fria sala. 

   - Pensando nas melhores possibilidades, os nomes que mais me chamaram a atenção foram os das senhoritas Astoria Greengrass e Hermione Granger. - Fez uma pausa enquanto se voltava para a professora. - São inteligentes, têm responsabilidade com as tarefas que assumem e... Não imagino que possam vir a se tornar um casal para cometer o mesmo erro dos anteriores.

   A velha professora permaneceu em silêncio por algum tempo enquanto analisava as palavras de seu colega de trabalho.

   - Pois bem... Vou providenciar novos quartos em uma boa torre para elas. É melhor que se mudem amanhã. - Concluiu a professora.

   Snape seguiu, triunfante, direto para seus aposentos, pronto para aparatar ao encontro de seu mestre.

   Os olhos atentos de Astoria perto de Hermione garantiriam a Draco sucesso em sua missão de iniciação e assim, seu voto à Narcisa Malfoy seria perpetuado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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