Autumn Leaves In a Snowstorm escrita por Miss Moonlight


Capítulo 5
Walking beside the enemy


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem voltou, mudou um monte de coisas na fanfic e agora tem que se explicar!

Primeiro de tudo, o nome mudou, apesar de ser bem parecido com o anterior. Desde que criei a história o nome vinha me incomodando e eu sempre estava tentando achar um melhor. Aí esses dias eu achei uma foto muito bonita na interwebs que se chama "Fall Leaves in Snow Storm" tirada por Mike Cavaroc e eu achei que combinaria perfeitamente com a história. Então só mudei o Fall para Autumn, já que ambas significam outono, e foi isso. Aliás, não sei se notaram, mas o nome da fanfic é tipo uma metáfora, porque eu sou dessas.

Sim, a capa da história também mudou, mas não foi nada demais, só a fonte e o título por conta do motivo citado anteriormente.

E por fim, a classificação. Eu não sou boa nessas coisas de classificar minhas histórias, principalmente quando não tenho certeza do que acontecerá futuramente nela. Há a possibilidade de que a classificação mude outra vez para 16+ mais tarde, foi mal.

Bom, me desculpem pelo transtorno e vamos logo ao capítulo, porque já enrolei demais.

Tenham uma ótima leitura!



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Era segunda-feira de manhã e eu saia do meu quarto, pronta para ir até o refeitório, quando uma figura encostada na parede ao lado de minha porta entrou no meu campo de visão, assustando-me completamente. Levou apenas alguns míseros segundos para eu reconhecer o dono do cabelo cor de caramelo. Edward Bennett estava de braços cruzados e carregava uma expressão um tanto séria, qual eu nunca tinha visto antes em seu rosto oval.

— Jesus Cristo, Bennett! – Exclamei com a mão no coração, tentando acalmar suas batidas agora frenéticas.

— Desculpe – disse ele em um tom baixo, desencostando-se da parede e ficando de frente para mim – eu não quis te assustar.

— Bom, imagina se quisesse então. O que diabos estava fazendo parado aí? – Resolvi ir direto ao ponto, ainda um pouco ofegante.

Ele desviou seus olhos castanhos dos meus para o lado, mais precisamente onde a porta do quarto de White ficava, e depois para o chão de madeira que nos sustentava. Edward Bennett era uma pessoa muito fácil de se ler, ele não tinha muita habilidade em esconder sentimentos. Estava claro para mim que ele estava lutando consigo mesmo naquele momento, visivelmente coberto de dúvida, decidindo se devia dizer-me algo ou não. Todos os sinais estavam ali: ele mordia o lábio inferior, tinha o cenho franzido e olhava rapidamente para pontos diferentes do chão, por mais que não estivesse prestando atenção em nada do que via.

— Então, você sabe que a cafeteria que eu trabalho abre daqui à uma hora e trinta minutos, certo? E que, portanto, eu não tenho todo o tempo do mundo – disse retoricamente, enquanto cruzava os braços de modo impaciente.

— Por que mentiu ontem para a Sra. Stevens? – Disse ele finalmente, desviando seus olhos até os meus.

— Desculpe? Acho que não entendi muito bem o que quis dizer – respondi, enquanto colocava a melhor máscara de inocência que podia, rezando para que funcionasse comigo assim como funcionava pro White.

Ele respirou fundo, trocando o peso de seu corpo para a outra perna e cruzando os braços, agora visivelmente irritado e com um brilho de determinação nos olhos.

— Não, Autumn, você entendeu muito bem. Por que encobriu o White ontem? – Perguntou Bennett em um tom mais alto do que havia usado antes, mas eu duvidava que o rapaz tivesse se quer notado ou talvez ele só não tivesse se importado com isso, pois continuou sua próxima sentença no mesmo nível sonoro. – Por que não disse a verdade sobre os hematomas?

— Eu disse, oras – dei de ombros.

— Não, não disse, porque a Sra. Stevens me fez um discurso de quase uma hora sobre como eu não devia contar mentiras e algo sobre ciúme não ser uma coisa muito saudável e que devemos aprender a controlá-lo, o que, para falar a verdade, eu não entendi muito bem.

— Bom, espero que o discurso dela tenha servido para algo. Mentir realmente não é uma coisa legal, Bennett, e muito menos inventar certas histórias sem o mínimo de fundamento – respondi simplesmente, cansada daquela conversa e sentindo minha barriga roncar, pedindo para que eu seguisse meu caminho até o refeitório logo.

Só fui capaz de dar dois míseros passos, pois a mão do garoto segurou meu braço, impedindo-me de continuar. Ele segurou firme, mas afrouxou o aperto depois, quando percebeu, um pouco tarde demais, a força excessiva que havia colocado ali. Revirei os olhos com aquilo, enquanto virava meu corpo em sua direção.

— O que quer agora? – Perguntei, não conseguindo esconder a irritação que sentia.

— Por que está fazendo isso, Autumn? Por que está o protegendo? E também, por que está passando  tempo com ele? Vi que passaram o dia todo juntos ontem – argumentou ele, fazendo uma careta de nojo logo depois. – Eu simplesmente não consigo entender. Ele te machuca e sei lá mais o que ele pode ter feito e você corre para trás dele, como um cachorro mandado.

Um calor começou a tomar conta do meu corpo e não foi difícil reconhecer o que era aquilo. A raiva que eu estava sentindo depois de ouvir suas palavras era tão lívida que chegava a ser palpável. De um jeito brusco, eu soltei-me de seu aperto e, sem medir muito bem minhas palavras, comecei a dizer:

— Me machucar? Assim como você acabou de fazer? – Ri nasalmente em puro cinismo. – Você não sabe de nada, Bennett. Acha que é um homem formado, mas na verdade não passa de um moleque intrometido que adora especular sobre a vida dos outros, criar suas próprias teorias e depois fazer delas verdades absolutas. Eu não sei de onde você tirou a ideia de que os hematomas foram provocados pelo White e nem quero saber, porque isso significaria que eu teria que passar mais tempo na sua presença, o que é a última coisa que eu quero fazer agora – fiz uma pausa para recuperar o ar, já que havia o esgotado todo ao dizer tudo aquilo sem parar. – Vou falar pela última vez e realmente espero que escute: cuide da sua própria vida. Se poupe e me poupe disso tudo, está bem? Não preciso da sua proteção e nem da de ninguém, apesar de todos pensarem o contrário.

Depois disso, virei em direção às escadas outra vez e comecei a andar até lá, agora sem ser interrompida, o que eu agradeci mentalmente.

———

— Sabe, adorei o pequeno show na frente da minha porta hoje de manhã – Charles White comentou casualmente ao sentar-se no que agora era seu novo lugar de costume, ou seja, à minha frente na mesa em que eu costumava ficar no refeitório.

Parei minha colher com leite e cereais no meio do caminho para minha boca e o encarei com os olhos semicerrados e com os lábios entreabertos.

— Você estava lá? E escutando tudo? – Perguntei, indignada, mesmo já sabendo a resposta.

Ele apenas deu de ombros e começou a comer sua refeição, dando-a sua total atenção. Eu apenas bufei e continuei o meu café da manhã. Ainda era difícil e um tanto bizarro ter Charles White comendo despreocupadamente a minha frente ou andando lado a lado comigo ou até conversando de um jeito casual às vezes, mesmo que esses fossem momentos raros. Eu ainda sentia medo dele, claro, e do que ele era capaz, mas era impossível não esquecer disso por alguns momentos, quando ele fingia ser amigável comigo ao estarmos expostos a algum órfão ou funcionário. Ele realmente era um ótimo ator e eu uma ótima iludida.

Depois de alguns minutos em silêncio, ele começou a falar novamente:

— Tenho que confessar, achei que fosse deixar algo escapar hoje para o Bennett ou contar-lhe a verdade. Fiquei bem surpreso com sua lealdade, apesar de eu achar que essa não é exatamente a palavra, pois eu sei que é o seu medo que causa tudo isso. De qualquer forma, Pierce, você não é tão inútil quanto eu achei que era.

— É agora que eu deveria te agradecer ou algo assim? – Ironicamente perguntei com uma das sobrancelhas arqueadas. – Você me colocou nisso, White, está me obrigando a fazer todas essas coisas.

Ele riu sem humor e encarou-me com seu famoso olhar frio e cortante.

— Acho que você está mal informada, Pierce, ou tem uma memória muito medíocre. Afinal, pelo que eu me lembro, quem começou tudo isso foi você, quando resolveu me seguir por aí. Se tivesse cuidado da sua própria vida, como tanto diz para o Bennett fazer, nada disso teria acontecido e você estaria vivendo sua vidinha tediosa como sempre fez.

— O que quer que eu diga, White? “Me desculpe”? Olha, eu não sei o que eu estava pensando aquele dia, ‘tá legal? – Ele arqueou uma de suas sobrancelhas para mim, enquanto bebia seu café, e eu logo acrescentei: – E no outro dia também. Mas, se serve de consolo, me arrependo completamente de ter te seguido. Se eu soubesse que isso terminaria assim, nunca teria dado um passo se quer em sua direção.

— Um pouco tarde demais, não acha? Esse é o seu problema, você não pensa antes de fazer algo.

— Ah, pode apostar que eu pensei, mas como eu iria adivinhar que tudo chegaria a esse ponto? Que você me notaria e que agiria de uma forma tão extrema em relação a isso? – E ao dizer aquilo, lembrei-me de outra coisa que rondava minha cabeça há um tempo. – Aliás, ando pensando sobre o motivo da sua reação um tanto curiosa sobre uma coisa que, penso eu, não ter esse nível todo de importância que você está dando. Bom, a não ser que você estivesse fazendo algo realmente errado naquele dia.

Era visível que minha frase teve um certo efeito sobre ele. White rapidamente se recompôs, endireitando sua postura e vestindo sua famigerada máscara sem expressão alguma. Estreitei meus olhos e inclinei minha cabeça levemente para o lado, achando tudo aquilo ainda mais curioso.

— Eu não devo explicação alguma pra você – respondeu depois de alguns segundos – muito menos quando é algo relacionado ao meu trabalho.

White começou a colocar seus talheres e caneca sobre sua bandeja, visivelmente preparando-se para retirar-se da mesa, o que não demorou muito a ser feito. Num piscar de olhos, ele já não estava na minha frente.

Enquanto o observava levar sua louça até o local adequado, refletia sobre o que ele havia afirmado. Então de fato era algo relacionado ao seu trabalho? Mas como algo aparentemente tão simples e tão raso assim poderia ter causado aquela reação nele? Aquilo ainda não fazia sentido na minha cabeça, eu precisava de mais informação.

Não demorei a terminar minha refeição sozinha pela primeira vez em 24 horas, apesar de passar todo o momento perdida em pensamentos, e nem a arrumar-me para ir trabalhar. Afinal, minha bolsa sempre estava pronta, logo ao pé da cama, com o uniforme da cafeteria e tudo o que alguém que vai passar algumas horas fora precisa.

Já no andar debaixo, mais especificamente na porta de entrada do orfanato, eu enrolava meu velho e surrado cachecol vermelho em volta do meu pescoço, tentando proteger-me um pouco dos ventos gélidos que o outono trazia.

Outono era minha estação favorita, incluía o mês do meu aniversário e, não coincidentemente, deu origem ao meu nome. Lembrar disso fazia-me revirar os olhos toda vez, pois fazia-me lembrar também de como a Sra. Stevens não tinha muita criatividade para nomes.

Eu havia sido deixada na porta daquele orfanato, apenas com um bilhete na cesta onde estava enrolada em uma manta, que dizia minha data de nascimento, um sobrenome e mais nada, nenhuma informação se quer. Aparentemente minha genitora estava tão desesperada em livrar-se de mim, que nem se quer perdeu tempo em me nomear.

Eu sabia que era “ela” e não meu genitor, porque a velha dona do orfanato havia contado-me, mesmo que eu não tivesse mostrado interesse algum no assunto, que enquanto tirava-me do cesto e segurava-me em seus braços, havia visto de relance uma figura feminina caminhando para longe no meio da rua. Ela dizia que seu cabelo era no mesmo tom que o meu, mesmo confessando que a iluminação não estava ajudando muito, pois já era noite. O que só serviu para eu odiar ainda mais a cor do meu cabelo.

De qualquer forma, em relação ao meu nome, eu não importava-me. Não era como se fizesse alguma diferença se ela tivesse dado-me um ou não. E por mais que fosse estranho, eu gostava de “Autumn” e era grata internamente a Sra. Stevens por ser tão sem criatividade, mesmo que nunca fosse dizer isso a ela.

— Acorda pra vida, cabeça de fósforo, ou vai acabar se enforcando com essa coisa que você chama de cachecol – comentou uma voz rouca, despertando-me de meus pensamentos.

Olhei na direção que meus ouvidos tinham capitado o som e deparei-me com White, vestindo seu casaco e ajeitando sua costumeira bolsa-mensageiro, aparentemente pronto para o trabalho, assim como eu.

Lembrando-me de sua declaração e deixando o apelido ofensivo de lado, notei que havia de fato enrolado toda a extensão do tecido em volta do meu pescoço, enquanto estava perdida em pensamentos. Rapidamente comecei a desenrolar, deixando só a quantidade necessária para manter-me aquecida e não matar-me sufocada.

Quando olhei de volta para ele e lembrei de seu comentário sobre a qualidade do meu cachecol, cheguei a abrir a boca para argumentar, mas, ao pensar duas vezes no assunto e botar na balança junto a minha preguiça, resolvi deixar para lá. Só revirei os olhos e caminhei em direção à porta, mas não conseguindo concluir o trajeto, pois a voz do jovem rapaz atrás de mim chamou minha atenção outra vez:

— Ei, espera aí!

— O que você quer agora, White? – Eu disse, sem disfarçar o tédio em minha voz ou em minha expressão, virando meu corpo de lado para olhá-lo.

— Não me olha desse jeito, acha que eu também queria ter que manter contato com você ainda? Pois é, não – respondeu ele em um tom baixo, aproximando-se de mim novamente. – E pra você é “Charles” agora, esqueceu, Autumn? – Deu ênfase no meu nome em um tom cínico.

Automaticamente meu rosto mudou da expressão de tédio para uma careta de desgosto, ainda não tinha me acostumado com ele chamando-me pelo primeiro nome e, na verdade, acreditava fortemente que nunca me acostumaria, principalmente com ele falando naquele tom.

Bufando, eu respondi-lhe da mesma forma:

— Não, Charles, não esqueci. Mas se quer tanto assim fingir intimidade, que tal eu chamá-lo de Charlie ou Chuck então? Aposto que você amaria isso – lancei um sorriso torto, já formando ideias na minha cabeça, enquanto via seu rosto ficar mais e mais sério a cada sílaba pronunciada.

— Não. Se. Atreva. Pierce – murmurou ele em pausas, querendo deixar sua sentença mais ameaçadora. Era fácil ver o ódio em seus olhos em relação à sugestão que eu havia dado.

Naquele momento sentia-me um tanto vitoriosa, como se estivesse por cima pela primeira vez, claramente cega pelo sentimento e, portanto, momentaneamente livre do regular medo que sentia dele. Ainda com o sorriso torto formado nos lábios, aproximei-me mais dele, pronta para continuar com aquilo e aproveitar-me daquele sentimento o máximo que pudesse.

— Ora, o que aconteceu com o “Autumn”, Chaz? Esqueceu que era para nos tratarmos pelo primeiro nome? Aliás, o que achou de “Chaz”? Bom, espero que tenha gostado, senão é melhor se acostumar, vai ouvir muito nos próximos dias – pisquei um dos olhos para ele e dirigi-me à porta, saindo pela mesma logo em seguida e batendo-a atrás de mim.

Depois de alguns passos pela rua asfaltada que guardava o orfanato, pude ouvir passos apressados vindo atrás de mim. Não precisei virar para saber de quem se tratava, então apenas continuei andando, sem conseguir esconder o sorriso vitorioso que insistia em manter-se ali.

— Ei, onde pensa que vai? A conversa ainda não acabou, Pierce! – Exclamou White, evidentemente irritado, enquanto tentava alcançar meus passos.

— Não? Você havia ficado tão quieto que achei que tinha acabado – respondi sarcasticamente.

— Escuta, vamos só deixar essa idiotice de apelidos de lado, porque eu realmente não estou com paciência pra isso hoje, e vamos focar no que realmente importa – disse ele, já andando ao meu lado e com a respiração alterada pelo esforço recente que tinha feito.

Olhei para o rapaz, franzindo o cenho, e ele entendeu rapidamente o grande ponto de interrogação expresso em meu rosto, explicando em seguida:

— O que eu realmente queria dizer lá, quando te abordei e você me distraiu falando um monte de asneiras, é que precisamos voltar juntos para o orfanato depois do trabalho. – Quando minha expressão de confusão ainda não havia desaparecido com sua nova afirmação, White revirou os olhos, bufou e disse, passando sua mão entre os fios de seu cabelo em um ato visivelmente frustrado: – Por Deus, Pierce, você é retardada ou o quê? Precisamos fazer isso pela encenação. Sra. Stevens me abordou outra vez essa manhã, dizendo que devido à situação que supostamente foi a causadora dos hematomas no seu braço, eu deveria te acompanhar até o orfanato todos os dias depois do trabalho para sua “segurança”.

Não pude deixar de rir, mesmo sem humor algum, desacreditada do pedido da senhora.

— Mal sabe ela que está me fazendo caminhar até lá ao lado da verdadeira ameaça – murmurei, bufando logo em seguida. White riu assim como eu e com um pingo a mais de acidez. Porém, pensando melhor na ideia e tentando tirar vantagem da situação, eu continuei: – Bom, de qualquer forma, não tenho o que fazer quanto a isso pelo visto. O que acha de eu te encontrar no seu trabalho e de lá voltamos para o orfanato?

Estávamos chegando ao fim da rua e consequentemente onde nossos caminhos se divergiam. Eu nem se quer havia notado nisso, até ele parar de repente na esquina, virar em minha direção e sorrir cinicamente para mim.

— Você achou realmente que eu cairia nessa? Está se aproveitando disso para me vigiar outra vez e nem se quer soube disfarçar. – Ele, então, olhou em meus olhos com os seus cinzas transbordando uma súbita frieza que não estava lá segundos atrás. – Já disse pra você não continuar com isso para o seu bem, Pierce. Parece que você ainda não entendeu a gravidade da sua situação aqui, o que é uma pena pra você, realmente.

A cada palavra sua, as imagens de Ethan deitado no jardim aquele dia tornavam-se mais vívidas em minha mente e, aos poucos, ela ia transformando-se. Agora, ao invés do garoto, era eu ali em seu lugar, em um estado bem pior que o seu por sinal. Um arrepio cruzou meu corpo e eu desviei meus olhos para a calçada, não aguentando mais o pavor que seu olhar estava causando-me mais ainda do que suas palavras. Eu ainda não conseguia entender como White fazia aquilo com as pessoas, como ele conseguia implantar o sentimento de medo em uma pessoa em segundos.

— Nós nos encontraremos aqui, nessa esquina, todo dia depois do trabalho, entendeu? – Perguntou ele, deixando claro em seu tom de voz que aquilo já estava decidido e eu não seria louca de querer ir contra.

Ao mesmo tempo em que queria socar-me por ser tão medrosa, colocá-lo na parede e questioná-lo diversas coisas sobre sua atitude, algo dentro de mim, que eu denominava como “autopreservação”, impedia-me. Foi ela também a responsável por respondê-lo em um tom baixo, para não sofrer o risco de minha voz falhar e a situação pro meu lado ficar ainda pior, com um singelo “sim”.

— Ótimo – foi tudo o que disse, antes de atravessar a rua e cruzar outra esquina, desaparecendo do meu campo de visão.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso por hoje.

Espero mesmo que tenham gostado. Sintam-se livres para deixar suas opiniões, críticas e sugestões. Me avisem se tiver algum erro, porque mesmo revisando esse trem 929824 vezes e dando para minha migs revisar também, sempre aparece algum.

Aliás, meu agradecimento especial a senhora Mileninha, dona de uma alma generosa e guerreira, que lê os capítulos antes, ajuda a revisar e ainda dá sua opinião. Obrigada, mana ♥

Enfim, muito obrigada por terem lido e vejo vocês no próximo!


Tati.



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