"Conheça Boss,

Um esqueleto da raça underfell com cerca de 20 cm, que gosta muito de molhos italianos e sempre exige o que quer.

Se resolver adota-lo:
— Não tente alimenta-lo com nada doce, ele não vai comer
— Mostre quem manda ou ele dominará a casa
— Se ele se comportar mal não tenha dó de coloca-lo na coleira

Boa sorte e não se preocupe, ele pode ser teimoso, mas irá proteger sua casa, sua propriedade e seu humano com sua alma."

Pov Boss

— Hunf, típico. - Bufei juntando minhas coisas.

Parece que um humano resolveu me adotar hoje, claro que isso não é nenhuma surpresa, todos sabem que eu sou o melhor esqueleto desse lugar.

Tenho certeza que quando o ser humano me viu esqueceu completamente da existência dos outros e percebeu o ser iluminado que eu sou.

Afinal, como pederia ser diferente?

— X -

Seu Pov

— Me tire daqui nesse instante humana! - O pequeno esqueleto batia contra o vidro de dentro do copo.

Como chegamos a isso?
Bom, vamos começar do começo.

Eu trouxe Boss para minha casa a mais ou menos dois dias. E no começo eu acho que foi só porque gostei do estilo dele sabe?
Mandão e cheio de si, um verdadeiro vilão diva, só que em versão de bolso. É isso era tão.. tão fofo!

Ele era adorável.

Quando chegamos em casa pela primeira vez eu estava tão feliz com tudo isso, mas quando olhei pro Boss, o esqueleto parecia enjoado.

— O que foi Boss?

Tentei tocar nele com a ponta dos dedos, mas ai ele bateu minha mão pra longe.

— Eu não vou ficar aqui. - Disse seco cruzando os braços. - Esse lugar é nojento, vá arruma-lo.

Aquele filho da..aah, quem eu estou enganando. Ele ainda é muito fofo pra xingar.

Quer dizer, o cara não é maior que uma régua e mesmo assim acha que pode mandar nas coisas, wont.. tão inocente. S2

Bom, mas foi assim que começou nossa convivência. O fim de semana inteiro ele iria implicar com tudo na casa, na comida e até nas roupas com que eu me vestia. E eu deixava porque.. porque..

Eu acho que não tenho uma boa resposta pra isso na verdade.

Mas voltando ao ponto.. Hoje eu acordei com algo duro batendo na minha cabeça, tipo quando alguém te cutuca com um lápis. Mas depois eu descobri que era só o Boss pisando na minha cabeça mesmo.

— Bom dia B..- murmurei.

— Ainda são quatro da tarde idiota..- ele cruzou os braços olhando pra mim. - porque está dormindo no balcão da cozinha?

Espera era lá que eu estava?

Olhei em volta um pouco, yep, isso com certeza é minha cozinha.

— Você tem uma cama sabia? - Oh não, ele ia começar um sermão.

Enquanto ele falava, e meu Deus como ele falava, eu me distrai olhando para um copo que tinha a trás dele.

Era um copo de vidro decorativo, maior que os copos normais, mas exataments isso o que me chamou atenção, o tamanho dele, era quase do mesmo tamanho que o Boss.
Será que eles eram mesmo do mesmo tamanho?

Comecei a olhar pro copo e depois pro Boss, olhar o copo, e olhar o Boss, copo.. Boss. 

Então eu estiquei o braço e peguei o objeto de vidro, a próxima coisa que sei é que eu tinha um pequeno esqueleto muito zangado preso dentro do copo.

— Me tire daqui nesse instante humana! - Ele esbravejou.

E eu comecei a rir, uma dose de realidade faz bem pra todo mundo.

— Não, esse vai ser seu aquário agora.

Acho que ele não gostou disso, mas qual é? Eu tava me divertindo pra caramba.

Foi assim que passamos a próxima meia hora. Ele batia no vidro e eu andava pela cozinha vendo se tinha algo pra comer e mexia com ele de vez enquando.

— Ei o que você acha de fazermos um acordo Baby-Boss? - Sim, eu estava me aproveitando daquela situação.

— Eu nunca faria um acordo com um humano tão repugnante! - respondeu chutando o vidro.

— ah, vamos.. se aceitar eu tiro você dai. - Ele parou de esbravejar e pareceu considerar isso por um momento. - Você só tem que pedir "Por favor mommy".

— Nem fodendo! - Ele gritou com o rosto vermelho.

Esqueletos coram, uau, isso é a coisa mais lindinha que eu já vi.

— Vaaaamos.. eu prometo que faço algo bem gostoso pra gente comer depois!

Ele fez uma cara bem ofendida dessa vez.

— O grade e terrível Boss nunca seria comprado por sua habilidades culinárias pateticas!

Ai, essa me magoou, eu não era tão ruim na cozinha assim gente.

— Então, acho que você vai passar mais um tempo ai no vidrinho de castigo. - respondi seca.

Com isso marchei pra fora da cozinha e voltei segurando uma caneta permanente preta. Olhei pra ele sorrindo enquanto me aproximava tirando a tampa da caneta.

Me inclinei sobre o balcão ficando cara a cara com o esquelete emburrado e comecei a escrever no copo.

— Hey! - Boss voltou a gritar. - Apague isso já!

— Mesmo que eu quisesse..- O que eu não quero.— .. a caneta não sai.

Agora as palavras "Bad Baby" estavam escritas com letras grandes no vidro do copo. Eu ainda ria, mas Boss parecia.. muito sério agora, talvez eu tivesse exagerado.

— ... eu te odeio.

Ele ja tinha dito isso antes, mas mesmo assim me magoou. Eu só queria que ele cedesse um pouco, além do mais.. eu tenho que admitir que gostava de abusar dele, só um pouquinho. Bom, pelo menos acho que agora entedia porque ele gostava tanto de me incomodar.

— Mas.. poxa. - Olhei pra ele cabisbaixa. - Eu sei fazer espague ao molho de pesto..

.

.

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— E-eu ah... - Boss parecia bem surpreso agora. - Talvez possa dar.. outra chance para suas habilidades de mestre cuca.

Meu rosto se iluminou.

— Claro, isso é apenas porque eu sou um esqueleto muito piedoso! - adicionou rapidamente.

Certo, isso era o bastante pra mim. Então comecei a correr pela cozinha pegando tudo que eu ia precisar pra cozinhar.

— Ei! - Ele tentou chamar a minha atenção. - Esqueceu de me tirar daqui!

Ignorei e continuei a separar o que eu ia usar para fazer o molho de pesto, ele era bem simples, mas ainda assim ia ficar uma delícia.

— Você é surda? - Me abaixei pra pegar um pacote com massa de espaguete. - Me tire daqui!

Droga, tenho que lavar a panela, eu deixei ela ali na pia e esqueci de lavar ontem.

— Por favor...?

Liguei a torneira e coloquei detergente na esponja. - Por favor o que? - Disse enquanto limpava a panela.

— ...p-por favor.. mommy..

Agora só pra deixa registrado, a mordida de ódio que ganhei na minha mão quando tirei o copo valeu totalmente a pena.