Eyes Green escrita por Creeper, Lya


Capítulo 2
Como o conheci


Notas iniciais do capítulo

Olá!❤ Esperamos que gostem!
Boa leitura!



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Alguns meses antes...
Ao entrar na sala de aula, automaticamente meu olhar se dirigiu a última carteira da fileira do meio, meu lugar de costume, mas que estava ocupado por aquele ser odiavél, mais conhecido como o repetente da classe, Gray Larsen.
—Desenfeta.-falei batendo a mão na carteira.-Esse lugar é meu.
—Não to vendo seu nome aqui.-Gray debochou.
—Serve esse?-apontei para meu nome escrito com errorex na beira da mesa. Eu sempre tenho um truque na manga.
—Isso é deteriorização dos bens escolares.-Gray estalou a língua.
—E?-arqueei uma sobrancelha.-Vaza, cabelo muda de cor. -revirei os olhos.
Anteriormente, o cabelo de Gray naturalmente era loiro, mas ele foi inventar de tingir de azul pra combinar com a melhor amiga, acabou descolorindo inteiro e por fim o trouxa tingiu de preto. Ele é aquela típica pessoa indecisa que não sabe se pega o ônibus ou compra uma goiaba.
—É meu novo visual, mais sério. -Gray sorriu ao cruzar os braços e se inclinar para trás junto da cadeira. Revirei os olhos.
—Loiro era melhor...-baguncei seu cabelo até deixa-lo bem arrepiado. Coisa que o irritou, me fazendo sorrir satisfeito.-Nah...Pensando bem...Azul! Combinava com seus lindos olhos...-falei com ironia, aproximando meu rosto do seu, olhando em seus olhos.
—Cê é burro? Meus olhos são verdes, tá brisado?-Gray me empurrou.
—Verde combina com azul, ué!-sorri.
—Você mal me viu de cabelo azul afinal...-Gray disse de mau humor enquanto dava um jeito de ajeitar os fios que eu fiz questão de deixar em desordem.
No tempo em que ele pintou de azul, eu estava passando uma semana de férias aqui, na época eu morava em outro país com minha mãe.
—Ah, não?-peguei seu celular que estava sobre a carteira.-A senha é fácil...-ri ao ligar os pontos de modo que formasse um "L".-Continua namorando com ele?-perguntei sem encara-lo. Fui na galeria e encontrei uma foto de Gray com o cabelo azul.-Que divo...-disse irônico mostrando a imagem pra ele.-Posso não ter visto pessoalmente, mas as fotos registram tudo.
Gray revirou os olhos.
—O que mais temos aqui?-fui passando as fotos até parar em uma que me chamou a atenção.-Mas que porra é essa? Gray, é errado manter esse tipo de foto do seu namorado...
—Que foto?! Você encontrou minha pasta secreta?!-Gray tomou o celular de minha mão e encarou uma tela desligada.-Tu quase me mata...-suspirou aliviado guardando o celular. Eu estava apenas brincando com ele.
—Foi pego no flagra então, né?!-dei um sorrisinho de canto.
—Nathaniel, deixa de ser curioso, vai cuidar da sua vida.-Gray disse.
—Já pensou na possibilidade dele estar te traindo?-fingi estar incrédulo.-Sabe, né...Você não está vigiando ele...E...Ele joga nos dois times...Então...-botei pilha.-Quer saber?-provoquei.-Não quero mais sentar aí, tá contaminado com o vírus do corno...-dei as costas.
Isso foi o bastante para deixar Gray furioso, o que me fez rir, eu estava satisfeito com o que fiz. Claro, era mentira...Leonardo Nathan não faria isso com Gray, de jeito nenhum, mas provoca-lo ao pensar nessa opção era maravilhoso. Eu não perderia a chance de vê-lo bravo.
De repente, senti algo semelhante a plástico acertar minha nuca com força, como se tivesse sido atirado com raiva. Aquilo parecia um tijolo!
—Caralho!-virei minha cabeça para trás e com muita raiva encarei Gray rindo maleficamente. Olhei para o chão e vi o celular dele caído entre as mochilas dos outros alunos.-Doeu!-peguei o aparelho que havia acabado de me acertar. O atirei de volta, com a mesma força, acontece que errei o alvo e acabei acertando um garoto que estava prestes a se sentar em seu lugar.
—Ai!-o garoto reclamou massageando o local atingido.
Pouco me lixei que havia errado o alvo, ninguém mandou o fulano entrar na frente! Não sabe que sala de aula é campo de batalha?
—Isso é meu, obrigado.-Gray ia pegar o celular, mas o garoto foi mais rápido e o pegou antes.-Devolve, rapaz!
—Não, vou entregar isso pra professora!-ele segurou o aparelho com as duas mãos.-Sabe que sala de aula não é lugar de celular.-olhou com autoridade para Gray.
—Dá!-me aproximei dele.-Eu vou quebrar.-sorri malvado e puxei o celular com uma mão.
—Assim não terei provas que você me acertou!-ele puxou de volta. Ficamos puxando o celular como se fôssemos duas crianças disputando um brinquedo.
—Larga.-cerrei os dentes e só aí que fui encarar o garoto. Foi nesse momento que minhas mãos não tiveram mais controle e pararam de puxar o aparelho, eu estava bobo ao olhar aqueles olhos verdes (LINDOS mil vezes LINDOS. Os olhos de Gray são cinzas em comparação a esses olhos) escondidos debaixo das lentes do óculos que ele usava, aqueles cabelos ruivos que faziam meus dedos formigarem com a vontade de bagunça-los e aquelas sardas fofas espalhadas por seu rosto angelical.
Céus, que aparência clichê! Mas, clichê de uma maneira que me fez ficar quieto e admira-lo.
—Nathaniel!-Gray gritou.-Tá vivo?-passou a mão em frente aos meus olhos.
Pisquei os olhos várias vezes, como se acordasse de um transe. Eu ainda encarava o garoto que eu sequer sabia o nome.
—Isso pertence a diretora de agora em diante!-ele disse puxando o celular para si de vez.
—Arthur, eu preciso disso! É minha vida!-Gray pediu manhoso.
Arthur...Então esse era seu nome!
—Nathaniel, você, como representante da classe, sabe muito bem que aparelhos eletrônicos não são permitidos dentro da sala de aula, correto?-Arthur me olhou.-Correto?-insistiu ao perceber minha demora para responder.
Eu estava no mundo da lua, ainda o admirando. Que transe!
—C-Correto.-tentei falar sério, desviando o olhar para o celular.-Me entregue.-estendi a mão.
—Você vai quebrar, eu sei disso!-Arthur me olhou desconfiado.
—Eu nunca faria isso!-me fiz de vítima.
—Todos sentados.-a voz da professora Keyla invadiu a sala.-Hoje tem revisão para a prova.-lançou um olhar de autoridade, fazendo os alunos calarem a boca e se sentarem em seus devidos lugares. Menos eu e Gray.-Estão com dificuldade para acharem seus assentos?-nos olhou com repreensão.
—Professora!-Arthur balançou o celular de Gray no ar.-E...-bem nesse momento o aparelho começou a tocar escandalosamente, aparentando ter recebido uma ligação. Arthur de imediato deslizou o dedo por toda tela na tentativa de desligar ou silenciar, acabou soltando um baixo palavrão ao notar que não conseguiria com tanta facilidade enquanto a música continuava.
Gray ria maldoso. Não consegui evitar a risada.
Ri do desespero do pobre Arthur.
—Adoro meu toque.-Gray sussurrou para mim. Era uma paródia da música "24 horas por dia", chamada "Alô, família tradicional brasileira". Se bem me lembro, foi essa mesma música que Gray apresentou no festival de fim de ano há cinco anos.
—Arthur, sabe que é proibido o uso de celular durante a aula!-a professora o repreendeu.
—Mas...-Arthur a olhou implorando por piedade.
—Me entregue isso agora e está de castigo depois da aula!-Keyla alterou o tom de voz.
—M-Mas...-Arthur a encarou incrédulo.
Nossa...Keyla não tem coração mesmo! Fiquei com certa dozinha do Arthur! Mas...Por um lado pequenino, pensei: "Bem feito, ninguém mandou não me dar o celular".
—Sem mas!-ela disse séria.-Nathaniel, quer ficar de castigo também? Se coloque no seu lugar!-me encarou.
—Eu quero.-provoquei sorrindo desafiador.
—Então está de castigo também!-Keyla disse brava.
—Tá bravinha? Não desconte em nós só porque levou um fora noite passada...-falei revirando os olhos.
—Pro seu lugar!-ela apontou para minha carteira de costume que estava sendo ocupada por Gray que havia sido esperto e se sentado.-Oh...-notou a presença do ser.-Senta!-apontou para uma carteira atrás do ruivo.
Dei um sorrisinho para irrita-la e me sentei.
—Vamos começar...-Keyla suspirou irritada começando a escrever na lousa.


☆☆☆


—Quem é ele?-sussurrei para Gray. Gray havia dado um jeito de ficar de castigo também, aí eu já não sabia o motivo. Eu e ele estávamos sentados nas carteiras do fundo e Arthur na da frente.
—Arthur, o nerd da sala...-Gray revirou os olhos.-As aulas começaram há um mês e você nunca reparou?-me encarou como se eu fosse um idiota.
—Não tem o que reparar além do meu brilho.-falei convencido.
—Espera aí...-um sorrisinho malicioso surgiu nos lábios de Gray.-Por que quer saber?-arqueou uma sobrancelha.
—Quero apenas conhecer meus colegas de classe...-respondi normalmente, dando de ombros.
Eu só estava curioso...Algo em Arthur me instigou, algo me fazia querer saber mais sobre aquele ruivo. Eu, de algum modo, o achei um interessante foco de minha atenção.
—Nathaniel, se eu não te conhecesse direito, diria que você está interessado no ruivinho...-Gray riu malvado.
—Você não me conhece.-revirei os olhos.-E precisa de muito mais para que eu me interesse...-menti, cruzando os braços.-Eu sou muito exigente.
—Podem calar a boca?-Arthur pediu friamente. Credo! Que grosso!-Estou tentando estudar.
Revirei os olhos. Mordi o lábio inferior, um pouco pensativo.
Há há, impossível aquele idiota (Um idiota que querendo ou não, é meu melhor amigo desde que me conheço por gente) sentado ao meu lado ter razão de alguma coisa. Não tinha com o que me preocupar. Suspirei aliviado.
Mas...Uma única coisa pairava em minha mente naquele instante. Eu não conseguia me esquecer daqueles olhos, por mais que quisesse, aquela imagem continuava em minha cabeça. Os olhos verdes de Arthur. Tão hipnotizantes, tão indecifráveis, tão...Maravilhosos.


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Notas finais do capítulo

Se gostaram comentem! ^^ isso incentiva muito!
Obrigada por lerem!



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