Eyes Green escrita por Creeper, Lya


Capítulo 12
Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Oieeeee!
Boa leitura ♡! Espero que gostem!



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—Então gente, sem querer parecer arrogante, mas eu e o Leo temos um assunto para resolver!-disse me levantando.

—Temos?-Leo parecia confuso.

—Tem?!-Gray e Arthur franziram as testas.

—Sim, temos.-tentei ignorar o olhar mortal do ruivinho e do loirinho.

Encarei Leo como se dissesse "Levanta logo!", ele entendeu meu recado e o fez.
Não perdi tempo, o arrastei para bem longe dali, ou seja, segurei em sua mão e voei pra longe antes que aqueles dois pensassem em ir atrás de nós.

Levei Leo até a escada do pátio exterior, assim eu podia arrancar as informações que queria sem interrupções.

—Que tu quer diabo do meu ódio?-Leo arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços. Olhei pra ele achando graça. -O que? Eu tava lendo uma fanfic e aí falaram isso...- deu de ombros.

— "Diabo do meu ódio" ? Voltamos ao passado? - perguntei segurando o riso.

—Ah! Quem vê realmente pensa isso!- ele estalou a língua.- Anjo do meu amor?

Revirei os olhos.

— Quero que você me ajude! Você e o Arthur são super próximos, aposto que você consegue responder todas as minhas perguntas!-me sentei no corrimão.

—Perguntas...-Leo semi cerrou os olhos.- Por acaso tem algo a ver com ter interrompido meu precioso sono ontem?

—Talvez- dei de ombros.-Na verdade não tenho culpa se você e Gray tinham...Hã...E dormiram juntos...-murmurei discretamente e pigarreei.

— Não acredito que você acorda os outros por insignificâncias! - ele revirou os olhos e sentou-se em um degrau da escada.

—E aí, irmão, vai me ajudar ou não?-perguntei impaciente.

—Manda.-Leo suspirou.

—Bom...-desci do corrimão e me sentei ao lado de Leo. -Pra começar, me diga quem é essa tal de Marcela.

—Ah, a Celly...- Leo suspirou pesadamente.- Ela namorou com o Arthur. Por um mês.

— O que aconteceu?- olhei para a pulseira azul de borracha do Leo e comecei a puxá-la de brincadeira.

—Bem, há uns 2 anos eles começaram a namorar, ele devia ter 15 anos na época.-Leo começou.

Eu estava fora do país nesse período então...

—Arthur estava... Apaixonado. Eu nunca havia visto ele assim. Celly não merecia ele. -Leo passou os dedos pela tatuagem em seu braço. -O Diego era um dos garotos mais cobiçados daqui quando estava cursando o ensino médio.

—Mais que você?-o olhei e sorri presunçoso.

—Não exagera.- ele revirou os olhos e gargalhamos.- Éramos do mesmo círculo social. A Celly descobriu de algum jeito que o Arthur gostava dela e a piranhona usou isso ao seu favor.

— Não vai me dizer que...- comecei a ligar os pontos.

— É!- Leo me cortou, deitei minha cabeça em seu ombro. -Enfim, ela namorou com o Arthur apenas para se aproximar do Diego.

— E o que o Diego fez...?- perguntei meio temeroso.

— O que você acha?- Leo deitou sua cabeça na minha. -Ele ficou com ela! Depois fez o Arthur pegar eles se beijando. Diego armou tudo, fazendo com que a Celly saísse como a única traidora.

—Como você...?-arregalei os olhos.

—Como eu sei? Diego era meu amigo. - Leo sorriu sem graça. -Como éramos da galera popular, ficamos amigos, mas aí ele me contou sobre essa armação. Não quis mais a amizade dele, não depois do que ele fez com Arthur.

—O Arthur sabe?- suspirei.

— Não e nem vai. Não agora, pelo bem dele! Isso tá no passado! Celly, o primeiro amor...E que acabou lhe machucando.

— Ah... - me senti desanimado.-De qualquer forma, é por isso que ele parece ter tanta confiança no irmão, não?-franzi a testa, pensando alto.

—Ele gosta de você.- Leo falou malicioso me dando uma cotovelada de leve.

— Gosta?- perguntei com um pouco de manha.

— Óbvio! - Leo revirou os olhos.

Nesse momento, Arthur e Gray abriram a porta do hall de entrada que era aonde a escada que estávamos levava.
Ambos estavam com as mãos na cintura e nos olharam como se quisessem satisfação.

— Não é o que parece! - eu e Leo falamos ao mesmo tempo e nos levantamos.

— Mas é o que eu vejo!- Gray disse todo ciumento.

— Nem tudo o que você vê é o que parece!- falei com cinismo. - Só estávamos conversando!

— Coladinhos? - Arthur falou com sarcasmo.

— Não estávamos coladinhos! - Leo se defendeu.

— Tá! Calados! Ele é meu! - Gray puxou Leo pra si e o abraçou de lado. -Vá pegar o seu ruivo, Nathaniel!

—Que ruivo? - Arthur perguntou confuso.

Quantos ruivos devem existir nesse colégio, né?

— Santa lerdeza! -Gray revirou os olhos, ainda atracado com Leo.-Ei...- chamou nossa atenção.-Tecnicamente matamos a aula após o intervalo!-estava olhando em seu celular.

Isso não era nada demais para mim, Leo e Gray.

—EU PRECISO VOLTAR PRA AULA!-Arthur arregalou os olhos e colocou as mãos na cabeça como se a esmagasse.-Eu não posso ficar com falta! Vocês são mau caminho!-deu meia volta.

—Você já está aqui, aproveite.-Gray o puxou de volta pela barra da blusa.-Uma falta a mais ou a menos...-deu de ombros.

—M-Mas...-Arthur olhou para Leo pedindo por ajuda.

—Qual o problema de passar um tempinho com seus parças? Você já estuda demais!-Leo cruzou os braços atrás da cabeça e sorriu.

—Eu ainda mato vocês!-Arthur franziu a testa.

—Caí dentro.-Gray provocou, soltou Leo e ficou em posição de ataque.

E eu? Eu estava mais pensativo que o normal.
Merda...Os garotos haviam atrapalhado nossa conversa, me impossibilitado de perguntar mais coisas sobre "Marcela Sidney" para meu fiel informante Leo.
Quando eu teria outra oportunidade de ficar sozinho com ele?

Nós matamos todas as aulas após o intervalo até a hora da saída, ficamos ali no pátio exterior mesmo, conversando e brincando.
Eu gostava de estar com Arthur, mas perto dele eu esquecia de respirar.
Quando nossos olhares se cruzavam eu sentia meu corpo inteiro congelar.
Eu media minhas palavras a cada frase, com medo de soltar algo idiota ou ofensivo na opinião do ruivo.
E isso era um porre, pois eu sabia que aquele não era eu.
Sentia-me controlado...Controlado pelo sentimento.
Uma palavra que descrevia essa sensação: Sufocante.
Acho que morrer doeria menos.
Arthur aparentava ser seletivo demais, coisa que me fazia sentir-me em um campo minado, um passo em falso e tudo iria pelos ares.

Queria ao menos ter aproveitado esse tempo único com o ruivo.
Suspirei pesadamente e relaxei os ombros quando estávamos finalmente dentro do prédio para pegar nossos materiais e irmos embora.

—Meu irmão já deve estar lá fora.-Arthur sorriu enquanto colocava uma das alças de sua mochila em seu ombro.-Desculpa, Nath...Aniel.-engasgou com as palavras.-Não vai dar para jogarmos queimada hoje.

—F-Fica pra outro ano...Né.-falei possivelmente corando.

—Ano?-Gray disse irônico.

—D-Dia!-arregalei os olhos.

Arthur me encarou como se eu fosse um débil mental, deu uma risada abafada e prosseguiu:

—Foi legal esse tempinho, mas não significa que eu irei me acostumar!-falou todo cheio de si.

—Arthur, o mal contamina mais cedo ou mais tarde.-Leo deu una risada maligna.

Arthur revirou os olhos, deu um abraço rápido em Leo e logo após se despediu de mim e Gray com mais formalidade:
—Tchau, oxigenado!-disse em tom de brincandeira.-Tchau, Nathaniel.-acenou para mim e saiu andando.

—T-Taubch...-acenei nem percebendo que havia pronunciando tudo errado. Sorte que ele não havia me ouvido!

Fiquei olhando para Arthur, ele tinha um jeito de andar diferente dos outros garotos, sua imagem ia ficando cada vez menor, porém eu não desviava o olhar, era como se estivesse hipnotizado.

—Vê se para de olhar pra bunda dele.-Gray disse com sarcasmo e bateu com seu caderno em minha cara.

—Eu não estava olhando, oxigenado.-rebati voltando a mim.

—O Gray diz a mesma coisa quando faz isso comigo.-Leo disse todo santo colocando as mãos na cintura. Ele foi outro a levar uma cadernada.

—Qual o problema da cor do meu cabelo? Oxigenado, fala sério? E aquele cabelo dele?-Gray estava resmungando enquanto tirava alguns materiais de seu armário e jogava em sua mochila.

—É lindo...-falei todo bobão.

—Então, Nath, notei como você estava na presença do nosso nerdzinho...-Leo falou malicioso.-Não se preocupe, é só nas primeiras semanas! Depois você se acostuma e começa a ser mais solto.-passou o braço por meus ombros.

—Amor podia ser igual a catapora, só pegar uma vez!-falei lentamente batendo minha testa no armário repetidas vezes.-O pior é que o Arthur é inalcançável!

—Não para nós, membros da maior e mais secreta fundação cupida com 99% de probabilidade para respostas positivas em suas missões...-Leo começou seu monólogo.

—Tá falando da A.U.F.?-arqueei uma sobrancelha, o interrompendo sem cerimônias.

—Você fala igualzinho a Lya!-Gray riu.-Assustador!

—Sim, Nath, é disso mesmo que estou falando.-Leo revirou os olhos.

—Isso é coisa de criança.-dei de ombros.-E jogo sujo.

Minha cabeça deu um estalo e um repentino flashback passou por minha mente.

"-Você joga muito sujo...-semi cerrei os olhos, a encarando.

—É por isso que você é um imundo.-ela retrucou.

—Mais um dos péssimos traços que herdei de você, mamãe.-disse com sarcasmo."

Dei um sorriso fraco como se fosse um perdedor (o que no final eu era) e bati uma última vez minha testa na fria porta de ferro.
É difícil tentar manter-se digno quando "jogar baixo" está no seu sangue.
Foi isso que mamãe me ensinou desde cedo.

—Certo.-suspirei.-Aceito.

—O que? Não é coisa coisa de criança para você?-Leo cruzou os braços.

Isso era só uma desculpa para me manter longe de tudo que tivesse ligação com as irmãs Nancy e Bárbara.

—Vamos conversar em outro lugar, sim?-sugeri.
Gray e Leo se entreolharam com as sobrancelhas arqueadas.

☆☆☆

Fomos para a cafeteria, o ambiente iria me manter relaxado, a menos que Arthur decidisse aparecer por lá.

—Não foi minha intenção "ofender" a A.U.F., sei o quanto se importam com aquele lugar.-após gesticular as aspas, cruzei os braços.

—Então leve a sério.-Gray disse dando um gole em seu cappuccino.-Realmente nos esforçamos.

—Eu sei.-abaixei a cabeça.

—Será que sabe mesmo? Acredito que você não faça idéia, afinal, nunca teve vínculo com esse meio nosso. Desde pequenos, você não demonstrava interesse nenhum.-foi a vez do Leo falar.

—Eu sei sim.-levantei a cabeça e encarei os dois. Respirei fundo, tomando coragem.-Eu fazia parte da Aliança Fudanshi, conhecida como A.F.

Leo e Gray arregalaram os olhos, o loiro até engasgou com seu café.

—A loja de mangás?!-Leo elevou o tom de voz.

—Sim.-afirmei engolindo em seco.

Há 5 anos, Nancy fundou a A.U.F. (A União Fujoshi), como o próprio nome já diz: Se tratava de uma união de garotas apaixonadas por yaoi e seus derivados.
As integrantes não brincavam em serviço, a A.U.F. além de clube, era uma central de ajuda (empurrões, isso sim) para casais gays, verdadeiras demônias disfarçadas de cupidas.
Leo e Gray faziam parte dessa união, mas como a maioria das integrantes eram garotas, ficou "Fujoshi" mesmo.

Eu sempre observei de longe, sem ultrapassar a linha imaginária a ponto de ser considerado um espião ou sei lá o que.
Já era membro de outra "união" mais discreta e reservada, essa chamada de Aliança Fudanshi, nosso QG era uma loja clandestina/secreta de mangás yaoi.
Sim, ela existe até hoje. Caso eu apareça por lá, posso sair com um braço e mais coisas quebradas.
É melhor não perder tempo me aprofundando nesse assunto.

Resumindo, A.U.F. e A.F. me odeiam e estão em pé de guerra comigo.

—Você nos deve explicações, Nath!-Leo bateu a mão na mesa.

—Depois, falou?-o olhei sério.-Retornando a conversa do corredor...Eu aceito a proposta de recorrer a A.U.F.

—Por que não pede para a A.F.?-Gray questionou.

—Porque eu fui expulso.-cerrei os punhos.-Explico depois.

—De qualquer forma...-Leo disse mastigando seu pedaço de bolo.-Eu to fora de pedir para a Nancy.

—Dois. Nisso eu não me meto.-Gray disse com leveza.

—Qual é?! Vocês não são meus amigos?!-meu queixo caiu.

—Somos, para todos os momentos, mas essa é uma richa sua com a Nancy, não é da nossa conta.-Leo disse com seriedade, me olhando fundo nos olhos.

—Pelo visto a criança aqui é você, remoendo um fato de 5 anos atrás, está na hora de crescer e enfrentar as consequências.-Gray estava calmo até demais.

Meus amigos eram ótimos, eu não os culpava por aquilo que estavam fazendo, pois no fundo...Eles tinham toda a razão.
Eu quem deveria enfrentar meus próprios problemas.
Viver preso ao passado estava cada vez mais me prejudicando.

—Podem me ajudar a fazer um plano?-perguntei e dei um grande gole em meu café.

—Claro.-Gray sorriu de canto.

—É para isso que servem os amigos!-Leo apoiou o rosto na mão.

—Vou precisar do número dela e quem sabe um escudo...-ri nervosamente.

—Acho que nem um escudo te protege!-Leo brincou.

☆☆☆

Traçamos um plano nós três juntos.
Eu pediria desculpas a ela por mensagem e tentaria ser persuasivo.
Então nos encontrariamos na cafeteria para tratarmos do assunto cara a cara.
Leo e Gray cuidariam da parte de convencer Arthur a ir até a cafeteria no dia marcado em que eu e Nancy iríamos nos encontrar.
Afinal, a garota precisava conhecer o "alvo".
O plano era perfeito.

Perfeito até eu encontrar um errinho básico...
Meu orgulho.
O sol estava quase se pondo, o céu estava com aquela coloração laranja mesclada com roxo e alguns poucos pontos brilhosos o decoravam.
Eu estava sentado na calçada em frente a casa do vizinho do final da rua que tinha uma certa queda pela Kenzie, ele havia compartilhado a senha do Wi-Fi comigo por já me considerar seu cunhado.
Ele não tinha chance nenhuma com minha irmã.
Kenzie havia dado um jeito de quebrar nosso modem e estávamos temporariamente sem internet.

Fixamente encarava a tela de meu celular, o polegar a centímetros da opção "ENVIAR", no campo de mensagem estava escrito:

"Desculpe-me por conflitos passados, espero que possamos nos redimir e seguir em frente como adolescentes prestes a ingressar na vida adulta. Se possível me encontre nesse endereço anexado, sexta à tarde. Atenciosamente, Nathaniel Miller."

Aquilo estava muito seco? Muito frio? Muito exagerado? Muito atencioso? Muito desesperado (ah, isso estava)? Muito descarado? Muito forçado? Muito falso?

O que mais me incomodava era o tal "Desculpe-me".
Eu odiava pedir desculpas, era como se estivesse sendo esmagado pela culpa e implorasse perdão para o alívio de minha alma.
Tem maior humilhação que essa?
Nancy não merecia um pedido de desculpas meu!

Engoli em seco e apaguei a mensagem, deixando aquele campo em branco.

—Por que mesmo eu devo me desculpar?-olhei para cima, encarando o céu que logo estaria engolido pelo azul da noite.

—Ah, sim...Eu mexi com o precioso tesouro dela...-sussurrei.

Nancy amava Bárbara mais do que tudo, daria sua vida por ela se precisasse.
Ela foi minha primeira namorada, eu tinha 12 anos, não era nada maduro.

Nossa relação era como um fio, podia ser levado pelo vento, rompido ou enrolado.

Fui o primeiro a ser atingido pela brisa da desconfiança.
Uma amiga de Grazi (irmã de Gray) havia pego seu celular e me enviado uma mensagem falsa...Dizendo que Leo estava dando em cima de Bárbara e ela estava gostando.
Eu não quis escutar minha própria namorada, me deixei levar por boatos sem fundamentos.

"Eu havia ficado até mais tarde no colégio, estava sentado na escada interna, apoiado na parede perdido em pensamentos.

—Desiludido?-Mary, uma amiga de Bárbara se aproximou.

—Vá a merda.-cuspi as palavras e desviei o olhar.

—Calma, eu estou do seu lado.-Mary sentou-se ao meu lado e me ofereceu uma latinha de refrigerante. A peguei a contra-gosto.

—Não me importo.-menti.

—Sabe, Nath, se eu fosse a Barbie, não te trocaria por ninguém. O que ela fez foi errado demais! Te trair com aquele garoto? Aff, você é bem mais que ele. Ela quem tá perdendo, você é tudo de bom.-Mary tagarelou.-Quem derá eu fosse sua namorada...-sussurrou e se aproximou, ficando praticamente colada em mim.

Não respondi, apenas abri o anel da latinha e dei um gole na bebida. Tudo tinha um gosto amargo.

—Você não acha que deveria dar o troco?-Mary bebeu seu refri também.

—O que quer dizer?-arqueei uma sobrancelha.

—Não é justo só você ter um novo par de chifres! Ela também merece sentir o peso da traição! Pagar na mesma moeda, Nath, é assim que o mundo gira!-Mary disse com falsa inocência.

—Eu não ligo.-menti novamente, sentindo um aperto em meu peito.

A irritação era crescente, ficava me perguntando se eu estava sendo chamado de corno por aí.

—Você liga sim! Sei que quer fazer ela passar pelo mesmo que você está passando!-Mary olhou fundo em meus olhos.
Ela era um demônio.

Mary aproximou seu rosto do meu e sem dizer nada selou nossos lábios, por um momento hesitei, entretanto o sentimento de vingança falou mais alto.
Agarrei em sua nuca e a trouxe mais para perto, transformando o simples selinho em um beijo de língua com sabor de Coca-Cola.

—NATH!-ouvi a voz incrédula de Bárbara.

Ao me separar de Mary sem pressa nenhuma, me levantei e subi os degraus necessários para ficar cara a cara com Bárbara.
Ela estava com os ombros encolhidos, os olhos vermelhos e as mãos em frente a boca.

—Que foi? Vai chorar?-provoquei.

—Por que v-você...E...E-Ela...?-Bárbara disse baixinho, como se estivesse com dificuldade de falar.-N-Nath, nós...

—"Nós" não existe mais, Bárbara, abre o olho!-eu disse alterado.

Não demorou muito, alguns alunos curiosos já estavam aos arredores.

—Nath, quantas vezes eu vou ter que dizer que eu não traí você com o Leonardo? Eu não sinto absolutamente nada por ele! Eu sou apaixonada por você!-Bárbara gritou, as lágrimas já escorriam por seu rosto.

—Nem sei porque está com essa cara tão chocada. Você fez a mesma coisa comigo, só paguei na mesma moeda.-sorri cínico.

—EU NÃO TE TRAÍ!-Bárbara gritou o mais alto que pode, sua face coberta por uma coloração vermelha.-Me escuta!-tentou segurar em minha mão, porém me desvincilhei.

—Garota, você não vale nada.-falei com desprezo, eu estava segurando a latinha que Mary havia me dado, em um simples movimento virei todo o refrigerante em cima da cabeça de Bárbara.

Ela ficou estática, os olhos arregalados e a boca escancarada.
O pessoal que presenciava a cena estava com os celulares a postos, todos gravando e tirando fotos.
O líquido preto escorreu por todo o cabelo loiro e bem arrumado dela, seu rosto havia se molhado assim como suas roupas que já se grudavam ao corpo.

—Eu t-te...-Bárbara gaguejou. Ela parou de falar assim que notou a quantidade de telespectadores que observavam a briga e a registravam.

—Você? Hã?-provoquei jogando a latinha na escada.

Eu te odeio, Miller.—Bárbara pela primeira vez me olhou com ódio, as lágrimas pesadas não hesitavam em cair, mas ela não se importava.
Bárbara me deu um empurrão e saiu correndo, havia coberto o rosto com sua mochila para que não fosse mais exposta do que estava sendo.

Alguns alunos riram, outros me vaiaram. Eu não ligava para o público, estava satisfeito com o que havia feito.
As consequências não tardaram a chegar, quando saí do colégio Nancy estava me esperando (segurando um pé de cabra), Leo e Gray estavam com ela.

—Você pode me bater até me deixar inconsciente, só que a sua irmãzinha é a errada da história.-debochei jogando minha mochila no chão.

Nancy atirou o pé de cabra bem longe, ela não ousou se aproximar, apenas ficou me olhando com nojo.

—Você é um maldito. Acha mesmo que a Bárbara ia fazer isso? Que fique claro: Você pode ser meu inimigo, mas eu nunca jogaria tão baixo. Você nunca mereceu a Bárbara.-Nathan me olhou friamente, os braços cruzados, o maxilar tenso.

Confesso que fiquei em choque com tais palavras, me sentia tonto.
O sentimento de culpa começou a me engolir subitamente.
Gray sequer olhava para a minha cara, ele estava com os dentes e punhos cerrados.
Isso fez meu coração doer. Estava sendo reprovado pelo melhor amigo/paixão, isso era esmagador.

—Eu só vim aqui para te levar embora.-Gray disse com dificuldade.

—Nathaniel.-Nancy se aproximou lentamente.-Você humilhou a minha irmã! Tem noção de como ela está se sentindo?! Postaram a merda do vídeo e agora ela é chacota na internet. Feliz!?-me empurrou.-Mexeu com ela, mexeu comigo. A reputação dela está arruinada...Graças. A. Você.-colocou o indicador em meu peito e pressionou com força.

—Eu...-olhei para baixo, estava queimando de constrangimento e sentia como se cada pedaço de mim estivesse sendo jogado em ácido.
Eu estava errado...Eu tirei conclusões precipitadas...Eu agi por impulso...

—Miller, o inferno te aguarda.-Nancy cerrou o punho.-É bom não aparecer na minha frente nunca mais ou eu juro que te deixo em coma!-afastou o braço.-EU TE ODEIO, SEU VERME!-com força socou minha cabeça.

Atordoado cambaleei para trás, mas isso não a impediu de me dar uma joelhada no estômago.

Eu pensei que iria tossir minhas tripas para fora naquele dia.
Acho que nunca havia apanhado tanto na vida.
Acabou que os garotos tiveram piedade e seguraram Nancy antes que ela fizesse um estrago maior que só um olho roxo.
Foi a partir desse dia em diante que eu passei a me esconder daquela garota."

—Eu não me lembrava que havia sido tão ruim assim...-murmurei abaixando a cabeça e engolindo em seco.

Eu devia ter vergonha de mim mesmo.
Apertei o aparelho entre minhas mãos com força e cerrei os dentes.
Nunca mais havia visto Nancy ou Bárbara.
A A.U.F. conseguiu fazer com que o vídeo fosse apagado, mas isso não impediu Bárbara de ser zoada.
Nancy não quis me procurar ou me denunciar por danos morais.

Eu estraguei a vida de uma garota que não havia feito absolutamente nada de errado.
Bárbara tinha ótimas notas, era querida e amada por todos, sempre vista como humilde e atenciosa, ajudava quem precisasse, tomava conta do Conselho Estudantil, cuidava das tarefas de casa...Era um orgulho para a família e amigas. Ela era perfeita e tinha um futuro promissor pela frente.

Só que...Depois daquele vídeo, tudo foi por água abaixo.
No colégio ela recebeu apelidos como "Traidora", "Vaca", "Corna" e etc.
Bárbara parou de frequentar as aulas para evitar o bullying, consequentemente suas notas caíram, ela passou a se isolar para não ter que dar explicações ou receber críticas.
Ela não era mais a mesma garota que costumava ser e nunca mais seria.
Por minha culpa. Eu roubei o futuro dela de alguma forma.

—Nath, já está tarde.-Kenzie disse calmamente, me retirando de meus pensamentos.-Quer me ajudar a preparar o jantar?-ela abaixou-se para ficar da minha altura.

—Eu sou um lixo de pessoa.-afundei meu rosto nas mãos.
Eu queria só gritar.

☆☆☆

Já faz 5 anos, eu posso ter crescido fisicamente, mas não cresci nada como pessoa.
E isso me incomoda.

Fala.-Gray disse do outro lado da linha.

—Vamos ter que adiar o encontro...Provavelmente.-falei com firmeza.

Não me diga que está com medo...-Gray debochou.

—Eu preciso me desculpar adequadamente antes de sair pedindo favores.-engoli em seco.

Como assim?-Gray parecia confuso.

—Gray, pode falar, eu sou odiavel. Não estou nem preparado para falar com a Bárbara pessoalmente, imagina com a Nancy. Eu tenho que fazer preparações.-engoli em seco mais uma vez, um nó havia se formado em minha garganta.-O endereço continua o mesmo?

Sim. Não vá fazer loucuras. Confio em você, boa sorte.—Gray suspirou.-Falou.

—Falou.-eu disse baixinho e encerrei a ligação.-Kenzie, pode me levar a um lugar?-falei alto o suficiente para que minha irmã me escutasse.

☆☆☆

Kenzie me levou de moto até a casa de Bárbara sem questionamentos.

—Por que estamos aqui?-Kenzie perguntou tirando seu capacete.

—Para resolver uns assuntos...-respirei fundo descendo da moto e retirando meu capacete.-Eu juro que te conto tudo quando chegarmos em casa...

—Tá com cara de quem precisa desabafar.-Kenzie deu uma risada abafada e apoiou-se no painel.

Abri o zíper da jaqueta, ela estava servindo de barreira para proteger um embrulho que eu havia levado.
Desembrulhei um ursinho rosa que servia de porta-canetas.
O ursinho havia sido um presente que Bárbara havia me dado de aniversário de um mês de namoro.
As canetas eram de minha parte, novinhas, diversas cores, com aroma de frutas, eram glitter & gel (as favoritas dela) e importadas do Canadá. Todas estavam presas umas as outras com um lindo laço de ceda rosa-bebê.

—Mamãe deve ter pagado uma nota preta nessas canetas.-Kenzie assobiou impressionada.

—E isso importa? Ela tem dinheiro de sobra.-revirei os olhos enquanto colava um envelope na cabeça do ursinho.

Meu coração estava batendo rápido, eu suava frio e minhas mãos estavam trêmulas.

—Deixa o motor ligado.-mandei.-Como se estivesse pronta para uma fuga.

—Você quem manda, grande alma do crime!-Kenzie voltou a colocar seu capacete e ligou a moto.-Coloque o capacete. Assim não será reconhecido e podemos fugir rápido, segurança em primeiro lugar.

Coloquei o capacete assim como ela mandou, fechei o zíper da jaqueta e mordi o lábio inferior.

—Que Deus me proteja, amém.-sussurrei.

Pressionei o presente contra meu peito e pulei a cerca, tive certa dificuldade já que só usava uma mão. Caí no gramado em silêncio.
Andei com cautela até a porta da frente, não havia nenhuma luz acesa, o que era um bom sinal.
Minha respiração estava irregular, porém não deixaria isso me desconcentrar.
Eu não conseguia me mover, aquilo era pior do que estar no alto da montanha-russa.
Engoli em seco, abaixei lentamente e deixei o presente ali em cima de um tapete.
Ao me levantar, uni forças e arranjei coragem para dar três batidas leves na porta.

Assim que fiz isso, minha cabeça deu um estalo, me virei automaticamente e corri.
Ou pelo menos foi o que eu tentei fazer...De repente, uma luz branca extremamente forte se acendeu, me causando cegueira momentânea.

—Ninguém entra na minha propriedade sem identificação!

Aquela voz fez meu coração falhar uma batida, um calafrio percorreu meu corpo e as imagens de Nancy me batendo invadiram minha mente.

Olhei na direção da luz, ela estava implantada numa espécie de casa na árvore e em um dos galhos estava uma garota pendurada de cabeça para baixo segurando um taco de baseball.
Ela nunca estava de mãos vazias.
Seus cabelos pretos estavam ocasionalmente presos em um rabo-de-cavalo, os olhos azuis intensos mais vivos como nunca.
Nancy era um lobo e eu era sua presa.

Não demorou para a casa ganhar vida, luzes foram acesas e a porta da frente foi aberta.

—Nancy, já mandei desligar essa luz depois das oito da noite!-um senhor de meia idade gritou.

—Eu acabei de pegar mais um!-Nancy revirou os olhos.

—Pai, o senhor...-outra voz nostálgica fez meu corpo estremecer.
Era a voz de Bárbara.
Ouvi o som das canetas caindo, provavelmente ela havia chutado o ursinho sem querer.

—O que é isso?-Bárbara questionou.

—Quem você pensa que é para ficar deixando presentes na porta da minha casa?! Escute aqui, pra namorar com minha filha vai ter que passar por cima do meu cadáver, seu delinquente!-o homem se alterou.

—Pffff, odeio quando estou prestes a quebrar algumas costelas e vocês me atrapalham!-Nancy bufou irritada.

Gelei com essa frase e senti minhas costelas formigarem.

—Já te disse que vai ficar de castigo se ficar quebrando costelas alheias!-o senhor gritou.

—Eu sou maior de idade, não fico de castigo!-Nancy reclamou jogando seu corpo para frente e caindo perfeitamente de pé no chão.

Eu estava igual um idiota apreciando a discussão familiar.

—VOCÊ É BURRO?! CORREEEE, CACETE!-Kenzie buzinou repetidas vezes.

Voltei a mim, lembrando que estava em território inimigo, havia me esquecido como se corria, mas a todo custo eu tentei.

Nancy não era do tipo que desistia de sua presa fácil, obviamente ela correu atrás de mim e me segurou pelo braço na tentiva de me imobilizar.
Em um ato instintivo, ignorei nossa diferença de gênero, força e idade: Dobrei o braço que estava sendo preso e o usei para dar uma cotovelada em sua barriga, quando ela foi para trás por causa do impacto meu antebraço ficou mais solto, possibilitando que eu segurasse em seu ombro e a empurrasse para o lado.

Com essa distração, saí correndo de maneira desengonçada, pulei a cerca e subi na moto que já havia saído do lugar antes mesmo que eu erguesse minhas pernas.
Olhei para trás por cima do ombro, observei Nancy pular a cerca e nos encarar.
Ela me olhava mortalmente enquanto me mostrava o dedo do meio e erguia o taco de baseball como se me ameaçasse.

—EU VOU CHAMAR A POLÍCIA!-o homem gritou.

Kenzie aumentou a velocidade drasticamente e entrou em uma rua aleatória de modo tão repentino que quase fez a moto cair.
Eu podia vomitar no estado em que estava.

—Me lembre de nunca te chamar para assaltar um banco!-Kenzie resmungou.-Você não presta pra isso, eu estava quase entrando naquele quintal e te pegando no colo! Aquela garota tinha um taco de baseball, ela ia quebrar seu crânio, idiota!

—Eu só quero a minha cama!-suspirei cansado, abracei a cintura de minha irmã e deitei minha cabeça em seu ombro.-Será que ela me reconheceu?

—Será que ela anotou a placa? Tipo, estaremos encrencados se formos parar na delegacia!-Kenzie tentou parecer séria, mas estava rindo.

☆☆☆

Como o prometido, expliquei toda a história para Kenzie, ela me ouviu com atenção, refletiu comigo e ofereceu seu ombro caso eu quisesse botar para fora algo mais que palavras.
Foi um alívio compartilhar aquilo com alguém que me entendia sem julgamentos, podia me sentir mais leve.

Naquela noite eu não conseguia dormir, ainda havia algo que eu precisava fazer...
Lá estava eu em frente a casa do meu vizinho roubando seu Wi-Fi novamente.
Dessa vez eu engoli todo o meu orgulho e me enchi de coragem, confiante quando cliquei na opção "ENVIAR".

"Eu podia lhe enviar mil palavras, mas nenhuma seria tão sincera quanto...'Desculpe-me'. Eu espero que você entenda. Parei para refletir, sei o estrago que causei e sinto muito, infelizmente o tempo não volta, nos prender ao passado só nos deixa mais amargurados ou arrependidos e nos impede de crescermos. Tomara que possamos conversar outro dia sobre outro assunto (já que esse não vale a pena ser discutido, vamos parar de cavar esse buraco), quando puder me encontrar, me avise e te mandarei o endereço.
Nathaniel."

—Um cara como eu falando de seguir em frente...Não se prender ao passado...Quem eu estou querendo enganar?-respirei fundo, o ar gelado queimando minhas narinas.

Olhei para o céu todo estrelado, levei minha mão ao cordão em meu pescoço e o puxei para fora da camiseta para que pudesse admirar a aliança que fazia de amuleto.

A vida é um terreno plano, até que você começa a cavar buracos nele.
Podem ser buracos pequenos que te fazem tropeçar, mas também podem ser buracos grandes como poços sem fundo.
Alguns buracos não queremos deixar de cavar pois ainda não nos convecemos que aquela fase passou, outros só queremos cobrir como se significasse que o superamos.
Esses buracos formam nossa história de vida, eles podem nos fortalecer ou nos afundar.
Eu me sinto preso em vários buracos de vários momentos de minha vida e isso me impede de explorar novos terrenos.

—Sou um idiota.-concluí guardando o cordão dentro da camiseta novamente.
Meu celular vibrou, engoli em seco já sabendo o que veria ao desbloqueá-lo.

A resposta de Nancy.
"Eu sei que foi você quem invadiu meu quintal, porco imundo. Muita audácia a sua pisar no meu solo sagrado. Eu aceito suas palavras, afinal, parei de me prender as coisas que não valem a pena, já sou uma adulta e não tenho tempo para intrigas de crianças. Mas você ainda merece ter alguns dentes a menos, irei fazer isso quando nos encontrarmos no sábado que é o dia que estarei livre, que tal? Eu ainda te odeio e te amaldiçoo até a décima geração. Sorte a sua Gray e Leo terem me convencido por debaixo do seu nariz...Ops, não era pra ter contado. Espero que seja um assunto profissional assim como eles me informaram. Um aviso: Volte aqui em casa e sairá em um caixão."

Pisquei algumas vezes, estava incrédulo.
Ela havia aceitado?
Ela ainda me odiava?
Gray e Leo mentiram para mim dizendo que não iriam se meter?
Eu estou confuso? Estou.

Recebi outra mensagem:
"E mais uma coisa: Só irei te ajudar se receber algo de meu agrado em troca, caso contrário, nada fechado. É bom levar boas propostas. Já sei exatamente onde devemos nos encontrar.
P.S.: Eu anotei a placa da moto, posso usar isso contra você em alguma ocasião."

Ri de nervoso, eu estava tenso, comecei a pensar nas milhares propostas que poderia fazer para aquela garota.
Até que recebi mais uma mensagem:

"P.S.: Seu/Sua piloto de fuga é excepcional, pena que você é um lixo e um idiota de marca maior péssimo em invasões domiciliares."

Revirei os olhos, desliguei o aparelho e o guardei, pronto para voltar para casa.
Eu dormi bem naquela noite como nunca havia dormido.
Essa era a sensação de ter coberto um buraco e começado outro.
E eu já tinha uma proposta infalível em mente.

"Para: Bárbara Bianca
De: Um completo babaca
Eu cansei de me esconder.
Me desculpe.
Eu sei que uma ação minha fez uma mudança crucial em sua vida, infelizmente não há como eu fazer algo em relação aquilo a essa altura do campeonato.
Eu sei que você é uma garota forte e que conseguiu passar por aquele grande obstáculo e agora está seguindo sua vida de cabeça erguida.
Por isso mesmo deve ser um pouco tarde para estar me desculpando.
Mas eu me sinto arrependido e sei que você merece uma demonstração de respeito.
Isso é o que nos torna humanos: Sentimentos.
Não me importo que me queira morto, é o mínimo que mereço depois de tudo.
Quero que saiba que estou deixando para trás esta parte de meu passado, pois já a superei e se você ainda não fez isso, sugiro que faça.
Não somos cachorros para continuarmos a roer um osso sem carne.
A vida segue com ou sem nós, quem fica agarrado ao passado nunca experimentará o melhor que o futuro tem a nos oferecer.
Espero que possa aceitar meu presente. (A propósito, continua a colecionar canetas?)
P.S.: Ah...Eu nunca quis beijar a Mary. Aliás, ela me passou boqueira.
Nathaniel Miller, o cara que você odeia :) ".


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Comentem o que acharam!

Particularmente, eu gostei muito desse capítulo ♥
Só agora fui notar que já passei pela mesma situação de "orgulho" e "não tenho que me desculpar". E eu disse a mesma frase: "Isso é o que nos torna humanos: Sentimentos", a sensação foi ótima, sua alma parece ser libertada.
Enfim, não cresçam somente fisicamente, cresçam como pessoas.
Pedir desculpas não mata ninguém.
Os resultados são bem melhores quando você para de cavar o buraco.

Eyes Green não só ensina como chegar no boy ou que você deve fazer uma balada na floresta ou que deve trocar o energético por água suja. Eyes Green também pode ensinar lições de vida, não?
XD


Amanhã o pesadelo começa: AULA!!!!!!!!
'^-^

Até o próximo capítulo!
Bjs ♥
—☆Creeper.



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